A Última Guerra de Percy Jackson escrita por Avassalador


Capítulo 1
Algumas poucas palavrinhas


Notas iniciais do capítulo

Espero que vocês gostem e acompanhem essa história. Prometo me dedicar e fazer o máximo possível para que haja imersão e agradáveis começo, meio, e fim.



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1.

 

Já estava anoitecendo e nada de Hazel e Frank voltarem com os pães. Na sala, Percy estava sentado de pernas cruzadas em cima de uma grande almofada. Estava impaciente. Vez ou outra encarava o teto como se algo de interessante pudesse acontecer repentinamente ou como se isso acelerasse de alguma maneira o percurso da chegada de seus dois amigos, desde a padaria até a casa. Do lado oposto, em um sofá forrado com belas estampas de cores vermelha e verde, Annabeth notava a impaciência de seu namorado. Ela compreendia, afinal fora um dia e tanto. O motivo é que os amigos semideuses não se viam mais com tanta frequência, e quando acontecia faziam questão de aproveitar o dia ao máximo. Às vezes, até Nico e Will apareciam para matarem a saudade. Infelizmente não estavam presentes naquela tarde. Annabeth preferiu voltar a ouvir o que Piper lhe contava enquanto estivera sentada ao seu lado, e desviar o olhar do rapaz inquieto. Fazia apenas cerca de um ano e sete meses desde a guerra contra Gaia, mesmo assim a garota notara que Piper parecia mais madura e elegante. Talvez por conta de suas roupas mais chiques e escuras, ou seu cabelo que agora estava curto, completamente alisado e com uma franja cobrindo a parte esquerda do rosto. Não sabia dizer, poderia ser até mesmo um aspecto próprio pela amiga ser filha de Afrodite.

— Talvez seja apenas sorte, sabe? – questionou Piper.

Annabeth piscou os olhos surpresa. Pensou por um momento que sua amiga estivesse vendo exatamente o que se passava em sua cabeça.

— O quê?

— A agência! – respondeu cheia de si – o convite para ser modelo. Não tava prestando atenção mesmo, não é? – perguntou rindo.

— Ah. Desculpa – admitiu sem jeito.

Piper fez um sinal de desdém.

— Imagina. Mas ultimamente você tem estado demais no mundo da lua... Algum motivo em especial? – a ultima parte fez questão de cochichar, como se houvesse um possível segredo.

Acontece que Annabeth estava passando por uma fase chata. Ela ultimamente não estava se sentido bem consigo mesma, não estava se sentindo... bonita. Isso não era normal para uma filha de Atena. Provavelmente era a devido a mudança de aparência nas suas amigas, nada que fosse extraordinário, mas que causava certo impacto. Isso porque Annabeth não mudara em nada nesse período. Nenhum corte de cabelo novo, nenhuma roupa fosse realmente memorável, nenhum capricho digno de arrancar um: “nossa, tem algo de diferente em você!”. Nunca se importou com isso antes, porém, as coisas vão mudando com o tempo. Ela queria poder impressionar Percy de novo, assim como na ilha de Circe anos atrás. Pensou até mesmo em pintar o cabelo de azul, uma possibilidade que ela ainda não descartou completamente. De qualquer forma, ainda iria esperar para que descobrisse algo digno para aderir e se sentir melhor.

— Volto já! – exclamou Percy se levantando da almofada no chão e indo em direção as escadas.

Jason nem se mexeu. O jogo de baseball que passava na televisão conseguiu arrecadar toda a sua atenção, e não parecia que fosse sair de sua poltrona tão cedo. Percy admirava Jason por conseguir se prender a algo mesmo com o TDAH dos semideuses. Ele não conseguia ter esse nível de concentração nem com as coisas que gostava. Por isso saiu da sala, subiu as escadas e seguiu à esquerda pelo corredor cheio de quadros e fotos até o seu quarto. Ele não acendeu as luzes, não precisava porque a luz da lua penetrava o ambiente e o iluminava suficientemente para que não tropeçasse em uma das maquetes de Annabeth. Se isso acontecesse não seria a primeira vez. Decidiu observar a lua e as estrelas através da janela, tarefa bem mais fácil ali em Nova Roma do que em Nova York. Encostou-se ao parapeito e passou a sentir o ar fresco enquanto mantinha os olhos fechados. Havia muitas árvores por ali, tantas que mal sabia nomear cada uma. Em breve, Hazel e Frank chegariam com os pães, teria que ser rápido. Quando em silêncio, gostava de pensar nos seus amigos. Todos eles. Até os que já partiram nas inúmeras batalhas em que viveu mesmo tão jovem. Mesmo Luke passava por sua mente nessas ocasiões. No entanto, seu pensamento sempre se voltava para sua mãe, Sally. Percy passou a se preocupar bem mais com ela depois da guerra, possível sinal de seu amadurecimento. E no final conversava em pensamento com seu pai. Não que ele respondesse, mas sabia que estaria sempre o observando. Falava sobre tudo o que podia com ele: Annabeth, as dificuldades de viver fora do acampamento, e as saudades que sentia de Tyson. Felizmente ele tinha a loira consigo. Annabeth é seu porto seguro e o melhor era saber que o mesmo vale para ela. São inseparáveis. Sorrindo ao pensar nisso percebe que seria melhor descer. “Provavelmente eles já chegaram” – pensou. No entanto, um pequeno baque na janela onde estava o faz se virar novamente. Bem ali, sentado no parapeito, estava um homem. Percy ficou sem reação, segundos antes não havia ninguém por perto. Antes que pudesse sacar contracorrente, o homem levantou a mão direita coberta por uma luva.

— Calma! – disse ele com um sorriso cínico – falo com Percy Jackson?

Percy mesmo ouvindo a pergunta empunhou sua espada e ficou em guarda.

— Quem é você? – Indagou bravamente.

O homem abriu ainda mais seu sorriso. Ele se vestia inteiramente de branco, até o sapato. Usava um manto encapuzado sobre os ombros que cobria seu corpo quase por completo. Parecia ser uma espécie de uniforme, bem chamativo por sinal. Sua pele era clara e seu cabelo volumoso e castanho, repartido ao meio. Não parecia ser um monstro, ao menos não transmitia essa aura.

— Vejo que minha presença causa-lhe transtorno – disse ele – entendo perfeitamente, porém, Vossa Majestade deu-me ordens explicitas para tratar assuntos diretamente com Percy Jackson!

Então moveu lentamente a mão esquerda até um bolso na parte interior de seu manto. Percy, exaltado, decidiu que seria melhor atacar antes que ele pegasse qualquer coisa. E assim fez. Levantou contracorrente acima de sua cabeça e proferiu um ataque de cima para baixo na direção do homem. Rapidamente ele pulou por cima do semideus, desviando do ataque feroz e caindo impecavelmente no outro lado do quarto.

— Ora, que ação mais sem necessidade – falou calmamente, enquanto segurava um pergaminho – agora, perguntarei mais uma vez. Falo com Percy Jackson?

Percy, surpreso pela agilidade e velocidade e também notando que não se tratava de uma arma em suas mãos, assentiu. Continuou em guarda da mesma maneira.

— Estupendo! – a voz do homem era triunfal e possuía um ar engraçado – Devo entregar-lhe isso e anunciar algumas palavrinhas. Tudo em nome de Vossa Majestade!

Ele então jogou o que parecia ser um rolo preto para Percy, que por instinto o pegou com uma mão e se distraiu por um segundo. O homem, dando mais um sorriso cínico, fez um movimento rápido com o braço, imitando uma espada. Então uma onda de energia azul surgiu e num grande estrondo destruiu as paredes e parte do teto. Se Percy não tivesse sido rápido e se abaixado provavelmente estaria pela metade agora. Todos os móveis ali agora eram destroços e o ouvido do semideus zunia. Tudo foi muito rápido, estava tentando recuperar o raciocínio. Ainda no chão, ele olhou para o desconhecido que se aproximava enquanto pisava nos escombros. Ele parou em frente à Percy, o olhando de uma ponta à outra, seu sorriso mais cínico do que nunca.

— As palavras de Vossa Majestade são: “Não interfira na festa”.

Logo após dizer isso encarou o grande estrago que fez. Seus olhos possuíam um brilho de satisfação. Passou por Percy e pulou por onde antes era a parede da janela e desapareceu na noite. Pensou ter ouvido um "Di immortales!" e logo após isso Annabeth surgiu rompendo a porta junto com Jason, Piper, Hazel, e Frank atrás de si. Frank segurava um saco cheio de pães. Todos pararam por alguns segundos, surpresos com a situação do cômodo. Percy se levantou de onde estava, chamando a atenção dos outros. Annabeth correu para checar sua situação e ver se não estava ferido. Ele se sentia basicamente como se seus ossos tivessem virado biscoitos pisoteados por elefantes.

— Pelos deuses, o que aconteceu aqui? – questionou Piper.

— Você está bem? – perguntou Frank preocupadamente colocando a mão no ombro do amigo que agora se sentada.

Annabeth o encarou esperando respostas.

— Estou bem – anunciou – acho que escapei por um triz.

— Você acha? — perguntou Jason retoricamente enquanto observava com cuidado as paredes. 

Quase 3/4 do quarto não existia da metade para cima. Seja lá qual tenha sido a causa da explosão foi suficientemente forte o bastante para fazer com que somente a base do concreto se mantivesse em pé.

— Qual era o monstro? –Annabeth quis saber.

Percy franziu a testa e passou a mão no cabelo que agora estava cheio de poeira.

— Não era um monstro – respondeu enquanto se levantava – era um cara. Não sei dizer quem... Provavelmente um deus menor.

— Um deus menor? – indagou Hazel se aproximando do amigo.

Percy assentiu.

— Se parecia com um humano comum, mas não acho que fosse – ponderou se limpando – pelo menos eu nunca vi um que fosse tão rápido e que soltasse raios com a mão.

— Um raio? – perguntou Jason de olhos arregalados, afinal de raios ele entendia.

— Não no sentido literal, eu não sei explicar. É um poder estranho – concluiu não querendo se alongar no assunto.

Annabeth ainda estava preocupada e passou a segurar a mão do namorado. Tentava entender o que ele quis dizer com "raio". Se todo aquele estrago foi feito pelo poder de alguém então estavam entrando em apuros.

— Ei, o que é isso? – questionou Piper pegando algo em meio aos escombros – parece ser um pergaminho!

Ela passou para Percy que deu uma rápida conferida e entregou à Annabeth. A garota, confusa, o pegou e abriu. Era realmente um pergaminho, mas esse era negro e não branco como um normal comumente seria. Na verdade toda sua estética estava inversa, pois toda sua escrita estava na cor branca. Porém, isso ainda nem era a parte surpreendente. Annabeth não foi capaz de reconhecer os símbolos. Não eram de uma língua que a filha de Atena conhecesse e ela era muito estimada quando se tratava de línguas antigas. O objeto também parecia pesar mais do que deveria, como se as escrituras ali realmente tivessem peso. Todos se reuniram em volta dela para dar uma olhada, talvez até esperando o pronunciamento de Annabeth.

— Foi ele quem quis me entregar isso, o cara! – disse Percy lembrando-se de tê-lo pego no ar – ficou falando coisas sobre uma tal Vossa Majestade.

Annabeth lentamente fechou o pergaminho e olhou para seus amigos em volta.

— Não entendo o que está escrito, é uma linguagem que não conheço - teve de admitir pesadamente - mas agora sabemos de algo, não foi um deus menor que esteve aqui.

— Bom, eu também não achei que fosse. Nenhum deus pode sair por aí destruindo as coisas, não é? – Perguntou Hazel abraçando o próprio corpo.

— Não só por isso! – respondeu Annabeth enrolando novamente o pergaminho – Não há nenhum deus que responda para alguma majestade que não seja um dos olimpianos.

— E da última vez que chequei não havia nenhum olimpiano desesperado o suficiente para mandar alguém atrás de mim – acrescentou Percy enquanto pensava na possibilidade de Ares estar querendo uma briga repentina.

— Se há alguma divindade envolvida nisso é a própria manda-chuva! – afirmou Annabeth.

— E o que vamos fazer? – indagou Frank para a garota – Vocês não podem simplesmente ignorar isso.

— Nos atacaram em nossa própria casa, Annabeth – ressaltou Percy, concordando com Frank.

Annabeth entendia que isso era um sinal de que estarem seguros estava de longe de ser alguma verdade e que precisavam agir logo. Os olhares de expectativa dos seus amigos estavam sobre ela. Precisava tomar uma decisão prudente.

— Vamos para o acampamento – disse determinada – precisamos saber se Quíron sabe alguma coisa sobre esse pergaminho.

Todos concordaram. Percy ainda estava embasbacado. Menos de 10 minutos atrás fora atacado no próprio quarto. Quase morreu. Muitas perguntas martelavam em sua mente, mas no momento, tudo o que queria era comer um dos pães que Frank e Hazel trouxeram e dar um belo soco na cara daquele homem.


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Notas finais do capítulo

É isso!



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