No Time For Love escrita por Unhas Roxas


Capítulo 31
Primeira prova




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     Não importando quanto eu andasse, não havia uma alma viva, ou morta, pelas ruas do Olimpo, certamente estavam todos na praça central esperando ansiosos para descobrirem quem seria o mais poderoso. Enquanto andava, imaginava as conseqüências para o mundo caso eu fosse o mais poderoso. Hades, o novo senhor do Olimpo. Uau, com certeza meu nome entraria para a história, talvez aquilo fosse algo bom, mas de qualquer maneira eu iria dar o meu melhor em cada prova, já era uma promessa.

     O peso da armadura não incomodava, justamente por não haver peso, parecia ser feita de papel, e não fazia um barulho sequer quando eu me movimentava.

     As casas, ruas, cidades humanas inteiras, qual quer coisa que houvesse poderia acabar caso eu fosse o meio-sangue da profecia, visto que não posso mais contrariar meu amor por Anna. “E muito do que é será perdido.” Mas aquilo é claro também se aplicava a Percy...

     Quanto tempo passou desde o dia em que soube da profecia e achei tão simples chegar aqui com Percy e Thalia, encenar uma luta e deixar o mundo perfeito ou imperfeito como está. Quem me dera...

     Comecei a ouvir o barulho das vozes do tumulto, pouco depois comecei a vê-lo. Eu cheguei perto e todos abriram passagem para eu poder passar. Houveram vários murmúrios sobre minha armadura.

     Cheguei ao centro da multidão, onde meu pai, Zeus e Posseidon estavam discutindo com os outros quatro deuses; eles não pararam por minha causa. Olhei em volta e vi Percy e Thalia em pé em silêncio esperando, os dois também haviam ganho presentinhos de seus pais. Os dois usavam armaduras parecidas de prata, mas a de Percy tinha um tridente estampado no peito e a de Thalia tinha um raio. Minha prima segurava seu arco de caçadora e Percy segurava Contracorrente.

     -O que houve? –Perguntei quando parei ao lado deles.

     -Ainda estão discutindo as regras e essas coisas. –Falou Thalia.

     -E Robert, onde está?

     -Deve estar se escondendo tremendo de medo. –Thalia respondeu com deboche.

     -E... As meninas? –Perguntei olhando para Percy, ele balançou a cabeça negativamente.

     -Fui o primeiro a chegar aqui e até agora não vi nenhuma das duas.

     Um flash do meu pesadelo me veio à cabeça instantaneamente. Posseidon e Hades raptando Anna e Annabeth para que não interferissem no resultado da competição, aquilo terminava por me matar. Engoli em seco e sacudi a cabeça para afastar aquele pensamento, precisava me concentrar em dar meu melhor, Apolo estava ali e não deixaria que nada acontecesse a sua filha.

     Alguns minutos se passaram e Robert apareceu segurando suas facas de ouro e vestindo a mesma roupa que chegou aqui, sem nada especial, muito parecido com um semideus qualquer filho de um deus bem menor. O falatório dos deuses cessou; Atena, Apolo e Afrodite se sentaram a uma mesa, enquanto Zeus se encarregou de nos dizer o como seriam realizadas as provas.

     Ele bateu duas palmas e o lugar se transformou em uma arena redonda, todos os que ficariam para ver se distribuíram rapidamente e logo a arena ficou lotada. Atena, Apolo e Afrodite, sentados no mesmo lugar, agora estavam dentro de um “camarote” com uma placa escrita Δικαστές em cima, que significa juízes. Zeus, Hades, Posseidon e Artemis estavam em outro camarote.

     -Atenção! –Zeus gritou com sua voz grave, todo o Olimpo escutou. –Estes quatro meio-sangues irão realizar hoje três provas para ser decidido qual é o mais poderoso. Cada um será julgado pelos três juízes individualmente, obtendo notas de 1 a 10, e ao final das três provas quem obtiver a maior pontuação será o meio-sangue da profecia. –Não se ouvia nem a respiração das pessoas, estavam todos num misto de medo e ansiedade.

     “Vamos então dar inicio a primeira prova. Cada um de vocês será perseguido por um dragão, o objetivo é tentar fazer com que o dragão pare de persegui-los, a única regra é: vocês quatro devem parar o dragão sem feri-lo.” Zeus falou.

     “Bom, não vai ser tão difícil, vai?” Pensei comigo. “O problema vai ser não machucar o bicho.”

      -Dentro deste saco, -Zeus falou e um pequeno saco marrom apareceu na nossa frente. –Existem quatro números, quem pegar o menor número vai ser o primeiro a ser perseguido e os outros irão esperar sem poderem ver o que acontece, e assim por diante. Entendido?

      Todos nós acenamos afirmativamente com a cabeça. Percy pegou o saquinho e pegou um número, não olhou e passou o saquinho para mim, fiz o mesmo e passei para Thalia que pegou seu numero e deixou o outro com Robert. Juntos olhamos nossos números. Eu era o número 4, Percy o 2, Robert o primeiro e Thalia a número 3.

     -Robert vai primeiro. –Anunciou Thalia.

     -Certamente. Agora os outros três esperem dentro daquela sala. –E uma porta se abriu atrás de nós, fomos até ela e entramos.

     P.O.V. Robert Sanders.

     Eu estava congelado, era o único sem nenhuma armadura e a única coisa que me protegia eram minhas facas que por sinal eu não podia usar. Recuei alguns passos e esperei que o tal dragão aparecesse.

     De repente uma porta de ferro se abriu e um dragão de latão enferrujado saiu de lá de dentro. Congelei mais ainda se é que isso é possível.

     Ele olhou em volta e demorou um tempo para perceber que eu estava ali, porém quando o fez correu até mim com tanta velocidade que eu só pude sair correndo e gritando. O dragão derrapou e começou a me perseguir enquanto eu corria em círculos ao redor da arena.

     “Ahhhhhhhhh! Pensa, pensa, pensa! O que fazer? O que fazer? Socooooooooorro!” Meus pensamentos só me deixavam ainda mais nervoso.

     Eu já estava ficando cansado e o dragão mal parecia ter começado a fazer o aquecimento. Foi então que eu tive uma, não boa nem ótima, idéia. Zeus não havia falado nada sobre eu ter que parar o dragão com minhas próprias mãos ou meus poderes, o dragão só precisava parar de me perseguir.

     Inverti o sentido que estava correndo e passei depressa por de baixo das patas do dragão quase sendo atingido pelo seu fogo. Ouvi algumas risadas vindas da platéia e aquilo me deixou com muita raiva mesmo. Corri a toda velocidade em direção ao camarote de Zeus e entrei pela janela.

     O dragão vinha atrás de mim cuspindo fogo a toda velocidade, e Posseidon com um movimento com a mão parou o dragão e este ficou caído adormecido. Antes que alguém pudesse falar qualquer coisa corri em direção ao dragão e sentei em cima dele com um sorriso convencido no rosto.

P.O.V. Percy Jackson

     Eu e Thalia já não aguentávamos mais ficar trancados naquela minúscula salinha, eu estava me matando para não abrir a porta para saber o que estava acontecendo. Só conseguíamos escutar Robert correndo e gritando desesperado enquanto a platéia ria a toa. As vezes escutávamos o dragão, mas era rápido. O que não foi rápido foi o tempo que Robert levou para pensar em alguma coisa para fazer com o dragão, ou talvez a estratégia dele fosse cansar o dragão, quem sabe?

     Ouvimos um ultimo grito do baixinho e depois não ouvimos mais nada, ele poderia ter morrido ou conseguido acabar com o dragão, mas era mais provável que ele tivesse morrido.

     -Ahhh! Eu vou saber oq eu esta acontecendo e vai ser agora! –Thalia reclamou e abriu a porta.

     Então pudemos ver o que estava acontecendo na arena, Robert estava sorrindo debochado sentado em cima do dragão adormecido logo em frente ao camarote dos deuses, que com certeza não estavam felizes com o resultado. Zeus se levantou de sua cadeira e mandou, em grego, o dragão acordar e voltar para sua jaula, fazendo Rob cair de bunda no chão acabando com seu sorriso.

     Olhei para os juízes para descobrir qual seria a nota de Robert. Primeiro Afrodite se levantou mostrando uma plaquinha com o número 1, logo depois Apolo indicou o numero 2 e por ultimo Atena deu nota zero para o menino. Em um placar que acabara de surgir acima dos jurados o nome de Robert apareceu e ao seu lado sua nota final, 3 pontos. O ruivo não havia gostado do resultado, mas parecia feliz por estar vivo.

     -E agora, Percy Jackson, filho de Posseidon. –Zeus anunciou e ouvi palmas e assovios vindo da platéia, gostei daquilo.

     Nico e Thalia me desejaram boa sorte, Robert que vinha em minha direção também. Sai da sala e fiquei encarando o portão da jaula do dragão, levei minha mão involuntariamente ao meu bolso para pegar Contracorrente, logo depois lembrei que não poderia acabar literalmente com o dragão. Recuei alguns passos e fiquei a esperar.

     Meu coração batia rápido, nervoso pois ainda não havia pensado no que fazer. Tentei pensar em todas as vezes em que lutei contra alguma coisa desarmado, no entanto foi uma tarefa difícil já que na maioria das vezes eu estava com minha caneta-espada.

     O portão se abriu lentamente e de lá saiu um dragão enferrujado soltando fogo. O dragão avançava imponente em minha direção, meu coração batia cada vez mais forte porém eu não podia demonstrar fraqueza, continuei a encará-lo. Ele parou, como que imaginando o que deveria fazer.

     E então de repente de um salto o dragão veio a todo vapor em minha direção e eu fiz a única coisa que podia fazer naquele momento, correr. Corri o mais rápido que pude, o dragão fez o mesmo atrás de mim soltando fogo.

     “Eu não posso machucar o dragão,” Pensei. “Mas se eu usar meus poderes estarei apenas o molhando, certo?”

     Corri para o mais longe do dragão possível e então me concentrei na água, havia uma fonte bem próxima a arena, que era a praça principal, aquela seria a minha arma. Com um pensamento rápido e forte reuni toda a água da fonte e joguei no dragão de uma vez só. Aquilo apagou o fogo dele e ainda o deixou desnorteado, minha chance perfeita.

     Fiquei de costas para a jaula do dragão, que demorou um tempo para perceber que eu estava lá, mas percebeu. Ele veio enfurecido na minha direção, e não tão divagar quanto eu gostaria.

     Quando o dragão estava prestes a me pegar com sua enorme boca, pulei o mais alto que pude e o dragão passou por mim direto e antes que este pudesse perceber o que eu havia feito, fechei o portão prendendo o dragão molhado dentro da jaula.

    Uma chuva de aplausos, vivas e assovios vieram sobre mim, sorri convencido e olhei para meu pai que também estava sorrindo e me aplaudia. Passei meus olhos pela arquibancada e com uma surpresa percebi Annabeth e Anna sorrindo e me aplaudindo, elas estavam próximas aos juízes, Annabeth me mandou um beijo, eu fiquei mais bobo do que estava.

     Era a hora de saber as notas. Fui tomado por um frio na barriga e um nervosismo, eu achava que havia ido bem, mas e se fosse só a minha imaginação? Bom, é claro que todos estavam aplaudindo, mas sei lá né?! Afrodite levantou com sua plaquinha, 8, é uma boa nota, Apolo deu 8,5 , também bom, mas agora tinha minha sogrinha querida que pelo que pude perceber  que pelo que pude perceber era a mais inflexível, 7,5. “Beleza!”  Pensei, mesmo que aquela fosse minha nota menor.

     O placar mostrou minha nota final, 24 pontos, obviamente eu estava na frente de Robert, mas ainda havia Thalia, e Nico que parecia concentrado em seu plano desde que fomos obrigados a entrar na “salinha de espera”.

     -Thalia Grace, minha filha. –Zeus chamou e Thalia saiu o mais rápido que pode da sala abraçando seus aplausos.

     -Boa sorte. –Eu falei para ela e continuei seguindo meu caminho de volta para a sala de espera.

     Fechei a porta atrás de mim assim que entrei, Nico ainda estava sentado no chão concentrado, achei melhor não falar nada sobre Anna para que ele não perdesse o foco. Sentei ao lado de Robert e nós começamos a conversar.

P.O.V. Thalia Grace

     Antes de começar já ser aplaudida era uma ótima coisa, ainda mais quando eu estava confiante sobre o que fazer. Meu plano já estava todo montado.

     A gaiola do bicho se abriu e ele veio de vagar em minha direção e eu fui em sua direção. Me concentrei um pouco e apontei a palma da minha mão para o dragão e comecei a trabalhar com a nevoa e fiz o dragão pensar que ele estava com sono, muito sono, e segundos depois ele se enrolou e foi dormir.

     Me virei para os jurados e sorri.

     -É, só isso!

     Todos se levantaram e aplaudiram, gritaram vivas e assoviaram, foi muito legal. Olhando para a arquibancada vi Anna e Annabeth aplaudindo e mais ao lado algumas das minhas amigas caçadoras. Eu sabia que havia me saído muito bem.

     Olhei para os jurados e vi três placas de 10 em pé. Meu sorriso triplicou de tamanho (N/Percy: e ela ficou totalmente convencida!). Meu nome ficou em primeiro lugar, seguido por Percy e depois Robert.

     -E por último, Nico di Ângelo, filho de Hades. –Meu pai chamou, enquanto fazia o dragão, já acordado, voltar a jaula.

     Nico vinha em minha direção sério, eu lhe desejei boa sorte mesmo sabendo que aquela prova já era minha.

     P.O.V. Nico di Ângelo.

     Eu entrei na arena ainda concentrado, o que eu iria fazer exigia muita força de mim, pelo menos antes de eu mergulhar no Rio Estige, mas como nunca havia feito aquilo depois do Rio achei melhor prevenir.

     Ao invés de uma multidão de pessoas me aplaudindo eu só ouvi duas. Me virei para ver quem era mesmo já sabendo a resposta, Anna sorria para mim com Annabeth ao seu lado, Anna me mandou um beijo e era só daquilo que eu precisava.

     Me voltei para a porta da jaula da criatura e me ajoelhei, o mais longe possível da porta, para poder ter tempo de preparar a armadilha. A porta foi aberta, eu só tinha uma chance. O dragão saiu lá de dentro e começou a avançar em minha direção, cada vez mais rápido e rápido.

     3... 2... 1... Já! Coloquei minhas mãos no chão, uma rachadura se abriu entre mim e o dragão e dela saíram mais de quinze guerreiros esqueletos que foram segurar o dragão. Os guerreiros ao meu comando começaram a empurrar o dragão para dentro da sua jaula e então o trancaram lá dentro.

     Agradeci a eles e um por um eles voltaram para a fenda no chão desaparecendo.

     -Ahhhhhhhh! Uhhhhhhu! É isso ai, lindooooooo! Perfeitoooooooo! Ahhhhhhh! –Anna gritava a plenos pulmões da arquibancada silenciosa, fora ela Annabeth aplaudia. Retribui um meio sorriso para as duas.

     Então olhei para meu pai, ele estava com sua cara carrancuda de sempre, “mas aposto que quando ele vir minha nota vai desfazer essa careta.” Pensei e então olhei para os juízes. Afrodite 8,5. Apolo, um relutante 8. E por ultimo Atena que me deu um 8,5. Minha nota final foi 25, um ponto a mais que Percy, eu fiquei em segundo lugar.

     Para mim estava ótimo, e pelo visto para Zeus também.

     Zeus chamou Percy, Thalia e Robert e nós quatro ficamos no meio da arena. Ele nos disse para nos prepararmos que a próxima tarefa seria daqui cinco minutos, virou as costas e foi embora, assim como os outros que estavam sentados nas arquibancadas

     Nós quatro ficamos de queixos caídos, cinco minutos!

     -Seu pai é inacreditável Thalia. –Exclamou Robert.

     -Inacreditável é a sua pontuação, 3! É brincadeira, né? –Thalia rebateu.

     Aquilo levou a mais nova discutição entre os dois, como se nós não estivéssemos acostumados. Sugeri a Percy que fossemos encontrar nossas namoradas, sugestão que ele gostou e muito.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Comentem. Não gostaram? Comentem também! :PPP

E pessoal obrigado a todos que contribuíram para passarmos da marca dos 300 reviews!
Bjux



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