Harry Makes Cake. escrita por Thalia Martins


Capítulo 1
Capítulo 1




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—Harry pare de ser tão dramático! A cozinha não é um bicho de sete cabeças, você vai gostar de fazer um bolo comigo. –Uma ruiva muito da insistente dizia enquanto me puxava sem misericórdia para uma catástrofe, esta na qual eu seria o culpado.

Eu ainda me pergunto o que Ginny tomou quando era criança. Qualquer coisa suficientemente capaz de causar um dano bem grande mexendo com os miolos da garota, por Merlin, quem em sã consciência acordaria ás nove da manhã de um domingo para fazer bolo de cenoura, e pior ainda: me acordar para fazer o maldito bolo de cenoura.

Acho que os três anos juntos, não foram o suficiente para minha graciosa namorada perceber a bomba nuclear que sou no fogão.

Com certeza o incidente do ano passado que acarretou com um pequeno incêndio no micro-ondas quando tentei fazer um bolo de xícara não foi o suficiente para Ginny entender que eu e a cozinha somos opostos. E não, essa bobagem de que opostos se atraem é pura lorota.

Infelizmente a ruiva que insistia em me puxar para o perigo iminente, acreditava muito nessa ladainha, e eu não podia fazer nada além de tentar tirar essa ideia absurda da cabeça dela.

—Gin, por favor, você sabe o que aconteceu da última vez. Eu acho que nossa cota com estragos na casa já acabou faz tempo! –Falei tentando puxá-la para longe da cozinha, era incrível a capacidade que Ginny tinha de conseguir forças do além quando queria.

Os olhos castanhos me olhavam com desdém, como se minha preocupação com nossa segurança fosse totalmente boba e dispensável. Ah se Dona Molly visse isso, ela sim entende a catástrofe que sou com o fogão.

Rony fez questão de mostrar isso para toda a família no último Natal, quando Sra. Wesley pediu pela primeira vez, ajuda na cozinha. Era para ser um simples bolo de caldeirão, acabei fazendo com que tudo fosse parar no teto. Não me pergunte como consegui fazer essa proeza. Talvez seja um dom, ou maldição.

— Qual é Harry, tentar ainda é de graça! –Exclamou me puxando de vez para perto do balcão, onde prontamente já havia os ingredientes necessários para o bolo.

Minha namorada as vezes poderia ser um pouquinho menos eficiente.

— Ginny, não vou conseguir te fazer mudar de ideia, não é? –Perguntei suspirando, e me dando por vencido em já saber sua resposta.

— Você sabe que não, amor.

Ginny sorriu daquele modo convencido e orgulhoso de quando consegue algo. É bonita sorrindo, linda na verdade, tanto que seu sorriso me faz esquecer o porquê de eu não querer cozinhar com ela.

Esquecer entre aspas, pois foi só ela pegar o recipiente para os ingredientes que o efeito de seu sorriso passou rapidinho, dando lugar ao meu pânico.

É meio sem lógica o fato de que o cara que matou Lorde Voldemort tenha medo de uma simples receita. O fato é que tudo vai contra quando se trata de Harry Potter cozinhar.

— Tudo bem, mas saiba que se eu colocar fogo na cozinha de novo, a culpa será toda sua. Farei questão de mandar uma coruja para sua mãe dizendo que você me persuadiu para que eu tentasse nos matar. –Seus olhos me encaravam divertidos, eu sabia que tudo o que Ginny queria de verdade era me fazer passar pelo vexame de ter que lidar com algo que eu era incrivelmente péssimo.

E ainda tem a cara e pau de dizer que me ama.

— De novo Harry, pare de ser ao dramático! Agora rale aquela cenoura. –Ordenou, eu não sabia nem como usar aquele ralador. O que é que Ginny tem na cabeça?

Tentei fazer como a Sra. Wesley fazia, passa o ralador para cima e para baixo. Infelizmente, eu não tinha a mesma manha que D. Molly tem, como diabos ela fazia aquilo tão rápido?

A única coisa que eu estava conseguindo era quebrar a bendita cenoura em quatro partes, ralar só se for o dedo naquelas laminas afiadas e que usam uma placa de “Odiamos o Potter”.

— Para Harry, você está fazendo tudo errado! –Ginny tomou o ralador de minhas mãos e colocou o dedo em riste, como se explicasse para uma criança de quatro anos que não podia riscar a parede com giz.

— Faz você se é tão expert em ralar cenouras. Vai nessa, sabichona. –Era obvio que eu estava emburrado, e era mais obvio ainda que Ginny estava se divertindo horrores ás minhas custas.

— Tudo bem. Olhe e aprenda. –Ela fazia tudo com eficiência e rapidez, como se fosse a coisa mais fácil do mundo.

E ela fazia questão de esfregar na minha cara o quão ruim eu era nisso, em minha percepção fingir que estou emburrado e ficar olhando ela ralar as três cenouras é um ótimo meio de escapar da dura e não fazer um belo de um nada.

Errado, de novo.

—Vamos, eu já fiz a pior parte, tudo o que tem que fazer é colocar a cenoura, os ovos e o leite no liquidificador. Isso você pode fazer. –Minha vontade era de dizer um belo de um palavrão, mas acho que ser mal educado não faria minha namorada a mudar de ideia.

Olhei para os ovos, haviam quatro, pelo menos a quantidade eu não vou precisar quebrar a cabeça para saber. Mas agora o leite já vai ser um pouco mais complicado. Afinal, quanto de leite se coloca em um bolo de cenoura.

—Gin, eu coloco a caixa inteira de leite? –Perguntei inocentemente enquanto encarava o recipiente de leite. Eu não sei o que falei de tão engraçado para minha namorada rir igual uma foca bebê engasgada.

Ela bateu a cabeça quando era criança, só pode ser isso.

—Qual é a graça Ginny? –Ela colocou a mão na boca para tentar abafar a risada, mas não teve muito sucesso. Eu estava começando a ficar irritado.

—Harry... Da- da onde tirou e-essa ideia? –A ruiva perguntou em meio aos risos. Eu vou tacar essa farinha na cabeça dela!

— Como assim de onde? Lugar nenhum, eu apenas não sei a quantidade, e você não está me ajudando. –Por um momento, pensei ter visto sua expressão se tornar compadecida, mas foi tão rápido que nem tive chance de aproveitar.

Assim que se recompôs, ela me explicou calmamente que a quantidade era apenas duas xícaras.

—Iria doer ter me dito isso antes ao invés de ficar ai rindo? –Eu estava oficialmente irritado. Seu sorriso convencido não ajudava em nada.

— Não. –Respondeu simplesmente, por um segundo tive vontade errar o caminho do leite e jogá-lo todo na garota ruiva.

— Então, porque não disse de uma vez?

— Porque eu não quis.

Toim joguei o ovo bem na cabeça. Ginny estava ocupada demais assimilando o que aconteceu para perceber que eu me escondi atrás da mesa.

Ótimo esconderijo em Harry.

—Você. Não. Fez. Isso. –Ela falou pausadamente enquanto tirava a gosma amarela do cabelo. Tenho que admitir que fiquei com um pouquinho de medo.

Suas bochechas ficaram vermelhas realçando ainda mais as sardas no nariz, Ginny tinha dessas de quando estava com raiva, fica vermelha.

Vi quando ela pegou o pote com a cenoura ralada e veio atrás de mim na mesa—Ótimo esconderijo mesmo, hein.- E despejou tudo em cima de mim.

—Touché. –Disse arqueando uma sobrancelha. O lado bom, é que eu não fiquei com o cabelo grudando, o lado ruim, é que bati a cabeça na mesa tentando tirar toda aquela cenoura ralada de cima de mim.

—Ai, porra! –Xinguei baixinho, e torci para que Ginny não ouvisse, pois se não, lá se vão dez dólares para o potinho de palavrões.

—Você está bem? –Perguntou se abaixando para ver o que fiz. Estava demorando a que algo não me acontecesse.

—Estou apenas bati a cabeça. –Ginny averiguou se não tinha sido algo sério, e assim que se certificou de que estava tudo bem, me deu um belo e um peteleco na nuca.

—Ficou maluca, mulher? –Mais um tapa. Virou vicio?

—O primeiro foi por ter sujado meu cabelo, e o segundo foi por ter dito um palavrão, deve dez dólares.

Eu não sabia se brigava ou dava risada do estado de seu cabelo que estava em um estado deplorável.  

— Acho que nossa experiência com bolos de cenoura chegou ao fim, e vamos acabar com o pote de palavrão, pelo amor! Minha carteira não aguenta. –Falei exasperado. Sua risada doce ecoou pelo cômodo, ah como amo essa risada.

—Sim, chega de Bolos de cenoura. Acho que meu cabelo vai ficar com cheiro de ovo por uma semana. –Disse chacoalhando os fios ruivos, não consegui conter uma gargalhada ao ver sua decepção, tadinha.

— Continua linda.

— Nem tente, não vai escapar de arrumar tudo isso aqui. Sozinho.

No fim, o cabelo dela ficou com o cheiro de rosas, como de costume. E eu, bem, continuo sendo muito ruim na cozinha.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? É minha primeira one de Harry Potter, espero que tenham gostado.



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