Stolen Moments escrita por STatic


Capítulo 1
Flowers for your Grave


Notas iniciais do capítulo

Olass! Então, depois de meses presa em um bloqueio desesperador, eu voltei com fanfic long (ou algo assim) nova. A ideia foi da Vanessa ha muito tempo atrás e inclusive alguns dos plots aqui dentro são dela também – ou inspirado em um, depende. Já faz tanto tempo! Créditos e vida longa ao pluto verde!

Enfim, é o seguinte: A história é um conjunto de oneshots NÃO ligadas, sem ordem cronológica, onde Johanna está viva. Jim não. Eu te amo, mas era sua vez, desculpe.

A ideia é pegar episódios/momentos e inserir a mamãe Beckett, saber o que ela pensa, a convivência com Kate e Castle, o que isso traria de novo. Eu fiquei bem louca com a ideia no momento que escutei, estou muito empolgada e espero que gostem!! Para ficar mais fácil de identificar, cada capítulo terá o nome do episódio que faz referência. O de hoje vem do pilot!

O que foi pedido foram capítulos leves, mas eu continuo sendo eu mesma e preciso de angst para sobreviver. Dito isso, vocês podem esperar humor, amor e angst heheh

Boa leitura, espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/725166/chapter/1

Kate POV

Eu não conseguia acreditar em toda aquela arrogância. Era como se toda a confiança e todo o ego e todo o cinismo do mundo tivessem sido roubados e depositados em apenas uma pessoa. Richard Castle.

Seu sorrisinho vencedor ainda estava claro na minha mente enquanto eu quase marchava pela delegacia, meu salto fazendo barulho no piso tamanha minha irritação. Eu não conseguia acreditar que ele havia ido até o prefeito. Muito menos ainda, que ele iria me seguir a partir de agora. Por quanto tempo achasse necessário. Livro idiota. Sorrisinho presunçoso idiota.

Apressei o passo até minha mesa quando o escutei me seguindo, chamando meu nome e então ele estava bem ali na minha frente, impedindo minha passagem, o sorriso ainda ali. Senti meu rosto se fechar ainda mais.

— O quê? – Perguntei.

— Isso vai ser legal. – Disse e eu apenas o encarei. – Pense só, muitas oportunidades para interrogatórios.

Castle levantou uma das sobrancelhas e eu quis arrancar aquela expressão em seu rosto com um tapa. Um belo e merecido tapa. Entretanto, o elevador se abriu nesse momento e observei com horror a mulher que saiu dele, caminhando confiante em minha direção. Ah, não. Aquilo não podia estar acontecendo. Mas que tipo de piada cósmica era aquela?

Ela se aproximou rapidamente, parando atrás de Castle por um segundo. Olhei para ela esperando que visse o alerta em meus olhos. Nada feito.

— Você chegou cedo. – Falei antes que ela pudesse dizer qualquer coisa.

Castle parecia confuso. Bom.

— Eu acho que não. – Disse e eu revirei os olhos, dando a volta nele.

— Não tinha transito. – Ela respondeu, seus olhos em Castle enquanto ele se virava, o choque bastante claro.

— Eu aposto que não. – Suspirei e esperei pelo inevitável.

Eu tinha meus motivos para temer aquele encontro. Por um lado, ela sabia demais sobre mim. Tudo, se eu fosse honesta. Por outro, se ela falasse com ele, qualquer chance dele me deixar em paz estava condenada. E eu não podia lidar com os dois juntos, de maneira alguma.

Ouvi um arquejo e me virei para Castle. Seus olhos giravam loucamente entre nós duas, e eu pude notar – e amaldiçoar – o momento em que ganharam um brilho, sua boca se abrindo um pouco.

— Então... – ele disse sorrindo para mim com malícia. Seria aquele seu único sorriso? Deus!

— Então esse é o famoso Richard Castle? – Ela olhou para mim e de volta para ele e porque o universo me odiava? – Eu sou Beckett. Johanna Beckett. Mãe da Kate.

Como se ela precisasse dizer. Castle obviamente havia deduzido aquilo sozinho. Eu não era idiota, sabia muito bem da minha semelhança com minha mãe. Não era preciso muito esforço para perceber o parentesco. Mesmos olhos, mesmo rosto apenas diferenciado pela idade, mesmo cabelo e – pelo que diziam – mesmo jeito intimidante.

Castle quase pulou de empolgação e apertou a mão que ela estendia, mais enérgico do que deveria.

— Richard Castle. Rick. – Respondeu e lançou-me um olhar antes de voltar para minha mãe. – Novo parceiro da Beckett. Bom, Beckett filha.

Ele riu e minha mãe riu junto e eu queria que um raio me atingisse bem ali, naquele momento.

— Sério? – Reclamei. – Eu achei que fossemos nos encontrar no estacionamento.

Ela me fitou e eu podia ver que ela queria falar e arrancar cada detalhe daquela nova parceria de mim. Eu não lidaria com isso agora.

— Eu me adiantei. – Sacudiu a mão com desdém e voltou sua atenção para Castle novamente. – Então.... Você é escritor! Eu absolutamente amo seus livros, são impressionantes. E Kate...

Ela começou a falar e o interesse de Castle pareceu triplicar. Fechei os olhos e prendi a respiração, temendo o que ela iria dizer.

— Ela lê... Livros. Ela gosta de livros.

Abri os olhos e soltei a respiração, aliviada. Saber que eu adorava seus livros não ajudaria com os problemas de ego de Castle. Pior ainda, provavelmente tornaria a convivência insuportável.

— Oh! – Castle disse, parecendo surpreso. Ou desconfiado. – Não uma fã, então?

— Ok! – Intervi, pegando minha mãe pelo cotovelo e a girando em direção ao elevador. – Acho que você pode me esperar no carro, que tal isso?

Ela deixou que eu a guiasse, parando alguns passos depois e se virando para Castle.

— Desculpe. – Sussurrou, e depois mais alto. – Foi bom te conhecer, Rick! Espero que tenha outra oportunidade.

— Igualmente. E eu tenho certeza que teremos. – Ele respondeu e eu não precisava estar olhando para saber a expressão em seu rosto. Revirei os olhos.

— Sério? – Perguntei enquanto voltávamos nosso caminho para o elevador.

— Totalmente salvei você ali, Katie. – Disse. Paramos e ela me olhou. – Então, parceiros, hã? – Ela riu.

— É. Eu culpo nossas escolhas políticas.

Minha mãe me olhou, parecendo confusa e então o elevador finalmente apareceu.

— Você vai contar para ele sobre as filas que enfrentou por um autógrafo?  

— Em meu leito de morte. Eu desço em 15 minutos.

Ela sacudiu a cabeça, mas entrou no elevador, onde lançou mais uma olhadela para Castle – que ainda estava parado no mesmo lugar – e para mim. Ela tinha o sorriso de quem tinha grandes ideias.

Suspirei e voltei para onde Castle estava, juntando minhas coisas sem olhar para ele, esperando.

— Então... Mamãe Beckett!

— Não a chame assim.

— Ela parece legal.

— É.

— Talvez eu devesse falar com ela. Sabe, conversar com a mãe da minha musa e conseguir profundidade para a personagem.... Tem uma maneira melhor?

Me virei para ele, apontando o dedo para seu peito.

— Você não vai falar com ela. 

— Seria ótimo para o livro! E eu tenho certeza de que ela tem ótimas histórias...

— Não! Nada de falar com a minha mãe, estamos entendidos?

— Deus, relaxe. – Estreitei meus olhos para ele. – Certo. Por agora estamos entendidos.

— Ótimo. – Peguei minha bolsa. – Até amanhã, já que não tenho um voto nisso.

Ele só sorriu ainda mais.

— Espero que tenhamos um assassinato para resolver! – E lá estava a animação de garotinho que me perseguira o dia inteiro de novo.

Sorri e, incapaz de me conter, me aproximei dele.

— Vamos torcer para não ser o seu. – E me virei, caminhando em direção ao elevador tentando não pensar em seu rosto lindo e animado, tentando não dar a meia volta e atirar nele por me chamar de musa.

.

.

— Então ele realmente foi até o prefeito? – Ela perguntou. Eu assenti. – De verdade?

— Ele foi. – Respondi enquanto mexia a massa na panela.

Ela pensou por um segundo.

— E ele vai ficar? Quer dizer... Ele vai ficar?

— Ele vai. – Dei minha vaga resposta mais uma vez.

— E você aceitou isso? Simples assim? – Ela parecia cética, como se eu estivesse escondendo alguma coisa. Eu odiava quando ela fazia aquilo.

— Não é como se eu tivesse muita escolha, mãe. – Me virei de costas para o fogão e encarei-a. – O Capitão está satisfeito, a publicidade aparentemente será boa – e nós bem que estamos precisando – e você ouviu a parte em que ele foi até o prefeito? E, ah, ele o chama de Big Cheese. Big. Cheese!

Eu estava exasperada e isso por algum motivo a divertia. Certo, ele era seu autor preferido e, não que eu fosse algum dia admitir isso para ele sem algum tipo de tortura, era o meu também, mas isso não lhe dava uma desculpa. Nem mesmo o fato de que ela fora capaz de conhece-lo muito brevemente.

Peguei a garrafa de vinho e servi a nós duas novamente, apreciando o sabor antes de voltar a olhá-la.

— Castle é egocêntrico, mimado e um total galinha. Ele roubou evidencias de uma investigação...

— O que levou até o real assassino. – Ela me interrompeu.

— Ignorou completamente meus avisos de que aquilo havia acabado e que ele devia voltar para as suas festas e mulheres peitudas e loiras... – a ignorei.

— Bom... – ela começou e eu a cortei antes que pudesse falar qualquer coisa.

— E pior, ele ignora qualquer aviso sobre ter cuidado ou ficar no carro ou parar de falar! Parece que eu estou tomando conta de um garoto de nove anos com excesso de açúcar e sinceramente, todo aquele tempo na academia não foi para virar babá... E ele flerta. O tempo todo!

— Parece divertido. – Ela murmurou baixinho antes de sabiamente levar a taça aos lábios, me olhando com a expressão mais inocente do mundo.

Desencostei do balcão e caminhei até onde ela estava, sentando-me na cadeira do outro lado da pequena mesa. A mesma mesa da minha infância. As lembranças estavam ali, sempre à espreita, boas ou ruins. Não era novidade para mim. Nem para ela.

— Não é. – menti. Talvez fosse um pouco, mesmo se eu não estivesse pronta para admitir. – É só enlouquecedor. Você tem ideia da quantidade de papelada que vai sobrar para mim caso algo aconteça a ele porque simplesmente não pode ficar no carro? E se alguém atirar nele? Ou se eu atirar nele? – Sacudi a cabeça. – Toneladas de papel. Burocracia.

Minha mãe revirou os olhos, sabendo com certeza que eu não queria dizer aquilo exatamente. Observei quando seus olhos desviaram dos meus e ela mordeu os lábios, logo depois correndo uma mão nos cabelos, desfazendo um nó. Eu conhecia aqueles gestos. Ela queria dizer algo.

— Certo, manda.

— Ele parecia legal quando o vi na delegacia. Bonitão, também.

— É, bom, você o viu por trinta segundos.

— Ainda assim... Meio egocêntrico, mas divertido. Eu gosto dele.

A encarei.

— Sabe de uma coisa? Nós vamos ter que cortar essas visitas a delegacia.

Ela riu dessa vez, como se o que eu tivesse dito fosse um completo absurdo.

— Até parece! Meu autor preferido está trabalhando com minha filha, baseando um personagem, um livro, nela e eu vou simplesmente ignorar isso! Há! Eu vou é fazer um jantar e convidá-lo.

Minha mãe se levantou e foi em direção ao fogão, mexendo o molho por um segundo antes de desligá-lo. Ela se virou para mim de repente, com um brilho novo nos olhos e eu me arrepiei um pouco. Aquilo nunca era bom.

— Olha só. – Começou e me preparei para mais uma corrente de lógica de Johanna Beckett. – Richard Castle está baseando seu novo livro em você. Uma vez que eu criei o então dito você, e esse você seja um espelho de mim— ao menos é o que os livros de psicologia diziam, os filhos são os espelhos dos pais, e toda aquela baboseira –, Richard Castle está baseando seu novo livro em mim!

Dessa vez foi minha vez de rir, era impossível me controlar. Eu a amava loucamente, mas ela era totalmente pirada em algumas ocasiões. Como alguém que eu acabara de passar o dia inteiro... Certo.

— Sua lógica é realmente impecável, Johanna Beckett.

— Bom, eu fui para a faculdade de direito.

Sorri com o comentário, pegando os pratos enquanto ela colocava o jantar na mesa. Eu amava nossos jantares, eram quase uma tradição. Depois de tudo o que acontecera, de todo o tempo e todas as perdas, nós duas juntas era o que realmente importava e estávamos ambas dedicadas a isso.

Comemos em silencio por um tempo, apenas aproveitando a boa comida e a companhia uma da outra. Entretanto, alguns minutos depois eu precisava falar. Aquilo estava me corroendo por dentro desde que acontecera, e eu não sabia se iria parar.

Respirei fundo e observei seu rosto com cuidado enquanto falava. – Ele sabia sobre o papai.

Ela largou o garfo imediatamente, seus olhos cuidadosos e um pouco arregalados ao entender sobre o que eu estava falando.

— Ele sabia? – Perguntou, parecendo confusa.

— Bom, não exatamente... Ele disse que algo tinha acontecido com alguém que eu amava, e que era por isso que eu estava ali, fazendo aquele trabalho.

— Oh. – Ela disse baixinho. – Ele está certo.

— É. – concordei.

— Castle é esperto.

— Ele é. – revirei os olhos. Ela pegou o garfo novamente e eu quase engasguei com suas próximas palavras.

— Idiota. – Disse e enfiou o garfo na boca, um sorriso brincando no canto de seus lábios.

— É. – concordei novamente, incapaz de não rir com sua implicância.

Ela riu comigo, e então ambas tomamos um gole do vinho.

Minha mãe voltou a me olhar, aquela expressão que ninguém mais sabia fazer estampada em seu rosto.

— Quem sabe, querida. – Ergueu as sobrancelhas. – Talvez ele seja exatamente o que você precisa.

Considerei aquilo por um segundo.

— A menos que ele seja sal, eu não tenho tanta certeza.

Eu disse isso, mas, por algum motivo, minha intuição parecia concordar com ela. 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu já tenho algumas escritas e vou atualizando toda semana, se quiserem, aí quando acabarem vou atualizando a medida que escrever. Mais uma coisinha: quem tiver ideias/sugestões de episódios, me conte e eu escrevo! Pode ser aqui, ou mensagem, twitter.... Vocês que mandam!

Beijão!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Stolen Moments" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.