Redemption escrita por Marimachan, Ginko13, Fujisaki D Nina


Capítulo 24
Especial II - Parte I




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JAMAIS LEVE SEU IRMÃO CAÇULA A LUGARES IMPRÓPRIOS, SE SUA MÃE FOR UMA DISSIMULADA

— ACORDA, ACORDA! — sussurrou gritando, se isso é, de fato, possível. — Toma, veste logo. Logo!

Passou algumas peças de roupa para o garoto praticamente em estado de sonambulismo enquanto ainda o balançava pelos ombros em sua cama.

— O que...

— A GENTE NÃO TEM TEMPO! TE EXPLICO DEPOIS!

— O que está acontecendo? — A voz sonolenta de Mayume fora ouvida, enquanto o adolescente se vestia ainda meio dormindo.

— Nada! — fora o primogênito de Gintoki quem respondera, enquanto ajudava o caçula a enfiar a camisa as pressas pela cabeça. — Volta a dormir, Little Fairy.

Ela então sentou-se, esfregando os olhos e ignorando o pedido do irmão mais velho.

— Mas por que toda essa afoba- — não concluíra, entretanto, porque assim que acendeu o abajur em seu criado mudo, vira que já estava sozinha no quarto.

Satoshi e Soujirou já haviam sumido porta à fora.

O albino de longos cabelos amarrados em um rabo de cavalo alto, por sua vez, empurrou o mais novo por todo o caminho até a entrada da mansão, colocou-o em sua moto, e saiu um tanto apressado pela noite.

— Se segura direito! — gritou através do capacete quando sentiu o mais novo um tanto leve demais. — Se você cair e se machucar, amanhã mesmo o papai prepara meu funeral!

Era sábado à noite. Na verdade, madrugada. Naquele momento eram exatamente 2:00 da manhã. Satoshi, em seu pleno auge dos 24 anos parecia ignorar o fato de seu irmão caçula, com 16, preferir estar dormindo em sua confortável cama, ao invés de ficar perdido na noite farreando com seus amigos, como ele.

Talvez essa fosse justamente sua justificativa para estar correndo com sua moto pelas ruas quase desertas de Aokigahara àquela hora, com seu irmão mais novo ainda sem entender absolutamente nada do que estava acontecendo na garupa.

Ou talvez corresse apenas porque, cedo ou tarde, o fator sonolência seria perdido, e seus planos comprometidos.

— Satoshi... pra onde estamos indo? — questionou Soujirou um tanto mais desperto. Satoshi começava a se despedir de sua vantagem e pensar em algumas boas desculpas.

— Você vai ver quando chegar.

— Isso é óbvio, mas não é a resposta que eu queria.

— Querer não é poder, certo?

O mais velho realmente não estava se ajudando.

— Eu já entendi que o quê quer que você esteja prestes a fazer não é realmente importante. — Ouviu Satoshi murmurar entre um sorriso um “pra mim é”. — Então eu espero, eu espero MESMO, que isso valha a pena de alguma forma.

— Não se preocupe, eu te dou uma parte.

— Uma parte do quê?!

A resposta não veio, e ao invés, o prateado deu uma risadinha baixa e cheia de intenções.

Não demoraram muito a chegar na avenida que era o destino do jovem Sakata. Essa sim, mais movimentada do que a cidade inteira, com pessoas e automóveis para todo lado. As luzes dos letreiros piscavam em frenesi e a animação dos jovens que por ali andavam era provavelmente resultado da grande quantidade de álcool que circulava. Aquele era o distrito da luz vermelha de Aokigahara, ou como os moradores preferiam chamar, o Distrito do Pecado.

— Isso não pode ser bom... – o caçula pensou consigo mesmo, enquanto observava a sua volta e esperava seu irmão mais velho estacionar.

Sendo levado pelo braço, passou pela pomposa e super iluminada entrada do luxuoso bordel. Dois enormes seguranças tinham seus olhos sobre eles, e acenaram com a cabeça para Satoshi. Garotas com diferentes estilos de roupa, do tradicional ao cosplay, se amontoaram a frente deles para dar as boas-vindas.

— Satoshi-sama! Bem-vindo de volta!

— Satoshi-sama, você realmente o trouxe!

— Como é fofo!

— Pensei que Soujirou-sama fosse mais reservado!

E então todos os grandes e excessivamente brilhantes olhos femininos se voltaram para o caçula, o qual permaneceu travado no lugar em que estava. Elas começaram a se aproximar, e mãos macias e perfumadas começaram a percorrer os braços e ombros do garoto.

— Calma, calma, não vão todas de uma vez! — o mais velho exclamou, embora claramente se divertisse com a postura tensa do irmão. A expressão dele estava completamente em branco, e Satoshi se sentia o próprio Oguri Shun ao fingir com tamanho talento que não queria deitar no chão e rolar de tanto rir.

— Eu... Vou para casa. — Tão tenso e sem expressão como já estava, Soujirou virou-se sobre os calcanhares e marchou em direção à saída.

— Epa, epa, epa! Espera aí, Soujirou! — Impediu o mais novo de sair porta a fora, segurando-o pelo ombro.

— Me solta — pediu com um tom tranquilo, embora claramente fosse um aviso de que era melhor o outro atender o pedido.

— Eu tive muito trabalho, e coragem, pra te trazer até aqui. Então não vou deixar você ir até ganharmos esse desafio. — Abraçando o caçula também pelos ombros, o guiou até uma das mesas, ainda completamente cercados de garotas.

— Desafio? — questionou enquanto deixava-se ser sentado à uma das mesas do lugar. Seu tom ainda não era amigável, mas uma partícula de curiosidade surgira dentro dele.

— Sim! Desafio! — Satoshi sorriu grande, travesso ao extremo.

— Né, Soujirou-sama — chamou com voz melosa uma das jovens garotas que os faziam companhia. — Como você quer que te sirvamos? — Jogou-se para mais perto do adolescente, esfregando-se como uma gata manhosa.

 De longe — ele pensou em dizer, mas realmente não teve tempo, pois sua atenção era chamada de todos os lados.

— Soujirou-sama gosta de orelhas de gato? — se ofereceu uma colocando as mãos simulando patas na tiara com orelhas felinas e mostrando um olhar pidão.

— Certamente ele prefere algo mais tradicional — cortou outra, com os cabelos num penteado elaborado típico de uma cortesã, a face coberta de maquiagem pesada e as barras do kimono revelando uns bons pedaços do colo e pernas. — Não se contenha, meu jovem senhor — disse ao encher um copo próximo a ele com uma bebida amarelada e espumante.

— Tô começando a ficar com inveja — pronunciou-se Satoshi tentando fazer cara de insatisfeito, mas não conseguindo conter o riso divertido em seus lábios enquanto assistia Soujirou tentando desviar de todas as investidas femininas.

— Não sinta, Satoshi-sama! — cinco garotas de vez jogaram-se sobre ele, obrigando-o a equilibrar sua bebida no braço levantado.

— Você ainda é o nosso mestre preferido — duas delas concluíram, agarradas aos braços do prateado.

— Acho que estamos apenas um pouco empolgadas. — Uma voz que ele conhecia mesmo que estivesse à anos luz sugeriu ao aproximar-se da mesa. — Com uma presença tão docemente inocente. — A voz tornou-se uma mistura de extrema sensualidade com verdadeira altivez.

Satoshi virou-se na direção que ela vinha e abriu seu melhor sorriso cafajeste.

— Inaia-san, quanto tempo. — Ajeitou-se no sofá, encaixando-se mais confortavelmente entre os diversos braços e corpos femininos.

A morena de olhos azuis sorriu novamente com seus lábios vermelhos. Era apenas dois anos mais velha que o primogênito de Gintoki, ainda assim, mesmo que esbanjasse toda a beleza de sua juventude, parecia uma mulher que já vivera muitos anos de experiências diversas. Seus traços eram finos e perfeitamente simétricos; alguns fios negros e brilhosos, ondulados, caíam perfeitamente sobre seu rosto e nuca, descendo do coque frouxo, porém bem feito, no alto de seu couro cabeludo. O kimono, também avermelhado, com brechas abertas pelas pernas e o decote exagerado em seu colo apenas tornavam-na ainda mais sensual.

— Estive fora por um tempo... mas parece que você continua muito popular por aqui. — Observava as outras meninas quase competindo entre si para ver quem agarrava o maior pedaço do corpo do “jovem mestre”.

Satoshi riu com gosto.

— E é tudo culpa sua! — Sorriu sacana, retomando lembranças ainda de sua adolescência.

Ela devolveu o sorriso.

— E agora trouxe seu irmão para eu fazer o mesmo? — provocou, abaixando-se até seu rosto ficar a altura do Sakata mais novo. — Pelo que me lembro, ele tem a mesma idade que você tinha, não é? — Levantou-se um pouco, virando seu rosto de lado para encarar o outro, deixando o pobre Soujirou à altura de seus seios, que quase saltavam de seu decote. Voltou então a encarar o adolescente repentinamente; seus olhos afiados como a de uma caçadora atrás de sua presa.

— Será um imenso prazer te apresentar todas as facetas de uma mulher... Soujirou-kun — quase sussurrou, sorrindo.

Uma pequena gota de suor começou a se formar na têmpora direita do garoto ao perceber o olhar que estava sobre ele, e a cor de seu rosto estava se tornando um tanto doentia, mas ele não hesitou em dar uma resposta resoluta.

— Inaia-san, creio que isso não vai acontecer hoje.

— Oh, que gracinha — comentou transformando sua sensualidade em um tom mais adorável. — Ele é mesmo um bebê, não é? — Ergueu-se, tornando a encarar o irmão mais velho. — Tão diferente de você, Satoshi-kun. Como vocês dois podem ser irmãos? — Olhou-o quase pasma.

— Acredite, eu me pergunto isso todos os dias — o menor respondeu respirando um pouco mais aliviado ao estar livre da área feminina anterior.

— Oe! Que coisa horrível de se dizer! — Satoshi, por sua vez, reclamou do outro lado.

— E vamos agora ao grande momento da noite! — Uma voz masculina forte, amplificada por microfone, chamou a atenção de todos para o palco central.

— Finalmente! — exclamou o prateado, livrando-se das garotas que o cercavam e aproximando-se do irmão, passando seu braço esquerdo sobre os ombros do menor. — Chegou a hora de você brilhar, Sou-chan. — Sorriu travesso.

Soujirou, por sua vez, olhou ainda mais desconfiado para o irmão, mas finalmente compreendendo parte daquela confusão toda: ele estava ali para ser usado por Satoshi para algo que geraria algum tipo de lucro fácil para seu irmão mais velho.

— Eu deveria imaginar... — pensou consigo mesmo, entediado.

E não demorou muito a descobrir para o que seria usado, porque o dono do bordel logo deu continuidade a sua fala.

— Hoje é sábado, e sábado é noite de desafios! — continuou animado. — Antes de anunciar quais serão os desafios da noite, vamos falar sobre o prêmio! Hoje temos uma premiação especial, por ser nosso aniversário de fundação!

Uma salva de palmas e assovios ecoaram no grande salão.

— O vencedor de hoje, além de um prêmio em dinheiro de 500.000 ienes, irá ganhar uma noite completa, por conta da casa, com a nossa rainha do prazer, Inaia-san!!

Uma enxurrada de gritos eufóricos e escandalosos preencheu o ambiente. Na visão de Soujirou era um bando de animais irracionais barulhentos. Sinceramente, nem macacos no cio se comportavam daquela maneira.

Levemente curioso com o comportamento de seu irmão naquela situação, ao olhar para o lado, quase se surpreendeu. Ele não estava gritando como um louco, e talvez isso tenha aumentado, por um mísero milímetro, o “respeito” por ele. O que era muita coisa quando se tratava do respeito dele para com o primogênito da família.

Logo, porém, pensou melhor sobre o assunto. Ele não estava gritando apenas porque não precisava ficar irracionalmente empolgado com algo tão comum. Confirmara essa hipótese ao ouvir as próximas palavras do prateado.

— Inaia-san, e se eu não conseguir ganhar? — fingiu desânimo.

Ela apenas sorriu sugestiva.

— Eu não preciso de um desafio inútil para premiar a você, Satoshi-kun. — E deu uma piscadinha junto ao sorriso.

Ele riu com gosto, satisfeito. Olhou então para o irmão.

— Oe, Soujirou, eu divido com você o dinheiro e ainda te presenteio com essa parte do prêmio toda pra você, o que me diz? — Sorriu sacana.

— Recuso-me.

— Oe, Oe. — A voz da cortesã ecoou. — Não seja tão insensível. Eu posso me magoar.

Satoshi, por sua vez, suspirou e abraçou o irmão mais uma vez pelo ombro.

— Vamos lá, Soujirou-kun... Não seja assim. Você tem que aproveitar sua juventude! Siga o conselho de seu onii-san, já tá na hora de conhecer os prazeres da vida. Viva cada dia como se fosse o último — concluiu muito solene, como se estivesse sabiamente guiando a um discípulo.

— Hoje realmente será o seu último dia quando o papai descobrir que você me trouxe aqui para participar de um desafio como esse — respondeu sem emoção, fazendo parecer que 1 kg de concreto caía na cabeça albina do outro.

— O papai não precisa entrar nessa história, não é? — Fechou os olhos em um sorriso sem graça.

— Que tal a mamãe então? — continuou, agora intencionalmente “malvado”.

Mais 2kg.

— Menos ainda nossa digníssima mãe, certo? — Algumas gotas de suor escorriam pela testa do mais velho.

— Quero o prêmio em dinheiro. Você fica com a outra parte.

— Todo? Ah não, sinto muito, Sou-chan, mas não vai dar. Esse mês eu ‘tô durasso, o papai cortou minha mesada porque da semana passada, e eu preciso dessa grana.

— Então estou voltando pra casa. – Virou-se mais uma vez.

— 60%! — Apressou-se para agarrá-lo. — Falou? Eu te entrego 60% do valor.

— 70. — O mais velho fez cara de quem ia recusar. — 70% ou nada feito.

— Ok! — Ergueu as mãos em rendição. — Ok. Fechado.

Soujirou então retornou ao seu lugar no sofá, observando os funcionários organizando o palco para que então o locutor pudesse explicar quais seriam os desafios enfrentados.

— Para ganhar o prêmio — finalmente o dono do estabelecimento deu continuidade à explicação —, os participantes terão que passar por duas tarefas! Dois desafios que brincarão com sua inteligência e seu autocontrole. Na primeira tarefa, vocês terão que resolver três jogos! Um quebra-cabeça de 200 peças, um jogo da memória e um pequeno quizz. Maaaaas! — enfatizou a palavra. — Temos uma regra importante nessa fase! A cada erro de vocês nos jogos, vocês ganharão um presente das nossas meninas, — Ele sorriu travesso. — elas podem dar a vocês o que quiserem. Uma dança, uma massagem... Ou quem sabe um beijo! — Aqui os murmúrios tornaram-se generalizados. — E a cada acerto, vocês não ganham absolutamente nada! E, claro, vocês terão um tempo limitado para resolverem os jogos.

— Ele é inteligente — admitiu Soujirou em tom de comentário. — Induz os participantes a perderem o primeiro desafio por vontade própria.

— É, essa velha raposa sempre inventa dessas coisas, mas hoje ele se superou — Satoshi respondeu, rindo divertido.

— E o segundo desafio é.... Um desafio lógico! Nós recitaremos para vocês as dicas e a questão do desafio lógico e vocês terão de resolvê-lo em um determinado tempo. Maaaaaaaas! — repetiu a ênfase. — Precisarão fazer isso enquanto as nossas meninas os distraem de diferentes maneiras! – Sorriu de forma maliciosa. — Novamente, elas podem fazer o que quiserem! E então, rapazes?! Prontos para tentarem conquistar esse prêmio? Venham até o palco aqueles que se atrevem a enfrentar essa tortura! — Riu com gosto, enquanto dezenas de homens se aglomeravam à frente do palco.

— Vamos lá, Sou-chan! Brilhe para nós com a luz de 500.000 ienes voando para nossos bolsos! — Satoshi empurrou o irmão para frente, em direção à aglomeração.

— Oh! São muitos, muitos participantes! — O dono sorriu impressionado. — Parece que teremos que selecioná-los ao acaso.

Enquanto ele ia apontando aleatoriamente para os homens no meio da multidão, Satoshi decidiu pensar rápido. Soujirou estava nas margens do aglomerado, longe demais para ser visto e escolhido. Ele então só pôde pensar em uma coisa.

O irmão mais velho correu até onde o mais novo estava e se jogou com os joelhos no chão, aproveitando a aceleração para escorregar até passar a cabeça entre as pernas de Soujirou e se levantar já com o adolescente sentado em seus ombros. Para o extremo desconforto do garoto. Esse cuspiu alguns xingamentos que não costumava proferir. O maior apenas gargalhou divertido, enquanto se metia mais entre os outros homens presentes. E seu plano deu resultado, quando, quase por último, Soujirou foi escolhido, subindo ao palco junto com o último, totalizando 10 participantes.

Enquanto os “desclassificados” voltavam aos seus lugares — alguns bastante chateados —, os que foram escolhidos sentavam-se cada um à mesa preparada pelos funcionários locais.

— Oe, pirralho — chamou um dos homens ao lado de Soujirou, ambos ainda não haviam sido levados a seus lugares. Ele parecia nada agradável. O garoto, no entanto, resolveu atender o chamado, olhando-o em resposta. — O que está fazendo aqui? Esses desafios são para homens como nós enfrentarmos, não um pirralho como você — reclamou.

— Serei grato se puder repetir isso para meu irmão — respondeu calmamente. — Eu tentei dizer o mesmo, mas ele não parece querer ouvir. — Apontou com o polegar para a direção em que sabia que o outro estava.

O homem então seguiu a indicação, encontrando, de fato, Satoshi, aparentemente distraído enquanto conversava com Inaia, à beira do palco. O desconhecido arregalou os olhos, muito surpreso.

— Você é irmão daquele cara? Ah, sabia que te conhecia de algum lugar! Você é o caçula do Comandante... — externou admirado.

Soujirou decidiu que era mais inteligente ficar calado; não sabia que seu irmão era tão popular até mesmo entre aqueles homens, embora devesse ter suposto.

— Espera aí — o homem voltou a pronunciar-se. — Seu pai sabe que você está aqui? — questionou desconfiado. Não conhecia a família Sakata mais que os outros cidadãos de Aokigahara, mas sabia que o pai daqueles garotos não dava mole para nenhum deles.

O fato era que mesmo ele sequer imaginaria estar fora de casa àquela hora, quanto mais num lugar desses. Mas como já estava atolado até o pescoço nessa situação, preferia que ninguém o reconhecesse e que esse cenário jamais chegasse aos ouvidos de alguém, incluindo seu pai. Por isso sentia que essa conversa tinha que terminar o mais rápido possível.

Convenientemente, foi o que aconteceu quando as assistentes que vinham os acompanhar até seus lugares distraíram o outro homem. Não demorou muito para o cafetão anunciar o início do desafio e duas cortesãs para cada participante se posicionarem ao lado desses, inclusive ao seu lado.

A primeira fase realmente não foi um problema. O quebra-cabeça tinha um limite de tempo a ser resolvido que desclassificou alguns, mas porque, como o dono do estabelecimento deve ter previsto, os homens se distraíam com as garotas e esqueciam-se do desafio. E assim foi com os outros dois jogos da primeira fase. No entanto, alguém deve ter percebido que esse plano estava sendo um tanto ineficiente com Soujirou, o participante número 9, pois a “simpatia” das moças passou a se intensificar gradativamente. Elas se acumulavam ao seu lado cantando palavras de incentivo, prometendo recompensas, chegando cada vez mais perto...

Ainda assim, chegou à segunda fase. Tinha como rival apenas mais um esforçado participante, que suava pela tamanha determinação que exigiu de si mesmo. No entanto, sua determinação não lhe ajudou nessa fase, e no meio da resolução do problema lógico, o participante número cinco jogou os seus papéis de rascunho para o alto, gritou “QUE SE FODA ESSA MERDA” e pulou nos braços da primeira cortesã que viu. Soujirou olhou apenas de relance para a cena, mas quando percebeu que algo refletiu em seus olhos teve que olhar novamente.

Na direção da qual o reflexo veio, estava um exótico brinco prateado, redondo e cheio de entalhes e recortes, que logo sumiu por trás das mechas de um chanel escuro. Ele seguiu as linhas do perfil feminino até encontrar um par de olhos negros que o encaravam. A garota parecia não ter muito mais que sua idade, mas sua energia era bem diferente da qual estava ao seu redor. Enquanto as outras cortesãs seguiam em alegria e estardalhaço o último desclassificado, ela os acompanhava um tanto afastada, de modo que parecia não pertencer àquele ambiente em qualquer aspecto. 

Os olhos indecifráveis e bem delineados continuaram fixos nos dele, o olhando de esguelha, até o ponto em que ele se forçou para fora daquele transe e percebeu que estava perdendo muito tempo.

Alguns minutos depois ele anunciou que já tinha a resposta para o desafio, o que fez todos ficarem na expectativa. Satoshi já comemorava, sorrindo animadamente com Inaia, comemorando a vitória. Por fim, o dono/locutor do lugar concluiu que Soujirou era o vencedor e pediu às suas garotas que fossem buscar o cheque, contendo os 500.000 iene. Após passar, tediosamente, por toda breve cerimônia de entrega dos prêmios, o caçula dos Sakata desceu do palco, agradecendo intimamente por aquela noite estar acabando e sua volta pra casa estar próxima, já que havia concluído seu “trabalho” ali. Sendo assim, finalmente se livraria de seu irmão.

Mero engano do adolescente...

— Então, Soujirou-kun... — chamou cantarolando, quando já passavam pela porta de entrada. Satoshi iria levá-lo em casa e depois voltaria para aproveitar uma das partes de seu prêmio.

— O que foi agora? Tem algo mais em que você possa me explorar?

— Que exagero, irmãozinho — fingiu indignação. — No final você é quem está com a maior parte do dinheiro... cof cof, e com o coração da garota nova, cof cof.

— Como é?

— Hana-chan... A garota dos brincos de temari. — Apontou pra própria orelha, gesticulando como se houvesse brincos balançando nelas, voltando a sorrir com malícia.

— O que tem ela?

— Não se faça de inocente. Eu vi tudo... — Aumentou o sorriso. — Os velhos que gostam de desafios a adoram, porque ela é do tipo rainha de gelo, daquelas que sequer te olham se não te achar digno, e no entanto... — colocou o braço sobre os ombros do mais novo. — Ela gastou uma bela quantidade do precioso tempo dela olhando pra você. 

O caçula não respondeu.

— E o senhor certinho também parece ter adorado gastar seu tempo encarando-a — provocou. — Se quiser, posso pedir o número dela e passar pra você. O que me diz? — Levantou as sobrancelhas, insinuante.

— Não precisa.

— Oh, então prefere encontrar ela pessoalmente? Não esperava isso de você, Don Juan. Parece que no final nem vai precisar da minha ajuda...

— Deixa de ser ridículo Satoshi, eu só OLHEI pra garota... e só porque eu me distraí. — Fez uma pausa. — Mas me pareceu que ela não deveria estar ali.

— Mano, já tá apaixonado? — Riu com vontade da careta do irmão. — Mas devo confessar... Ela é cheia de mistérios mesmo, aquela Hana-chan. — Voltou a sorrir malicioso. — O que a torna muito interessante...

— Satoshi, ela tem a minha idade. Ou é o que aparenta — concluiu apenas em pensamento, não sabendo se torcia para estar certo ou se errado, e assim não se enojar ainda mais com a atitude do irmão.

— Eu sei. — Deu de ombros. — O que não a deixa menos interessante...

Soujirou o olhou reprovador, se recusando a acreditar no que ouvia. Satoshi, por sua vez, riu.

— Relaxa, irmãozinho. Ainda não decaí a esse ponto — brincou. — Exatamente por ela ter a sua idade é que eu nunca utilizei os “serviços dela” — ironizou, fazendo as aspas com os dedos. — Se ela fosse apenas uns dois anos mais velha... — comentou interesseiro.

Soujirou rolou os olhos, fazendo-o rir novamente.

— Mas você por outro lado... — Agora ele sorria sugestivo. — Por que não se deixa levar pelos encantos da moça misteriosa e perde a virgindade de uma vez? — gozou, pegando a chave em seu bolso, haviam chegado à moto.

— Isso não está... entre as minhas prioridades no momento. — Sentindo o rosto esquentar levemente, tratou de pegar logo o segundo capacete e o colocar antes que o mais velho percebesse qualquer mudança em seu rosto.

Satoshi gargalhou, alto o suficiente até sob o seu próprio capacete, e continuou até que ambos estivessem sobre a moto. 

— Mas uma hora vai ter que acontecer — disse simplesmente e deu a partida.

Já era 9 da manhã, e embora um pouco tarde, toda família estava reunida à mesa, tomando o café da manhã, com as únicas exceções de Satoshi e Soujirou. Isso chamou a atenção de Mayah, pois estava acostumada a fazer seu desjejum sem a presença de seu primogênito, ainda mais em um domingo, mas sem seu caçula não. Soujirou não era de dormir até mais tarde e àquela hora já estaria acordado a um bom tempo.

— Cadê o Soujirou? — perguntou depois de algum tempo à Mayume, que dividia o quarto com o rapaz.

— Bem, pelo menos quando eu deixei o quarto uns 15 minutos atrás ele estava dormindo — respondeu, enchendo sua caneca com mais leite.

— À essa hora? — externou a mais velha sua surpresa.

— Pois é — ela concordou. — Deve ser porque ele chegou tarde ontem — opinou, logo se arrependendo, porém.

Provavelmente ela não deveria ter falado isso, mas quando percebera o erro, já o tinha cometido. Mayah franziu as sobrancelhas.

— Soujirou chegou tarde ontem? — Gintoki fora quem se pronunciara pela primeira vez. — Na hora em que eu fui deitar ele estava na cama, e isso já era 1 da manhã — falou sério.

— É... — Mayume procurava um meio de sair daquela, mas não lhe vinha nenhum. Suspirou, escolhendo por contar a verdade mesmo. — De madrugada o Satoshi-nii-san apareceu todo afobado no quarto e levou Soujirou com ele... Mas não faço ideia pra onde foram — concluiu, era verdade, ela não sabia.

— O Satoshi- — Dango interrompeu-se, porém, quando viu seu irmão caçula entrar na sala de jantar, cumprimentando o resto da família.

— Que história é essa de você ter saído de madrugada com Satoshi? — direto e reto, como seu pai adorava ser.

— Er... — ele se deteve no lugar por um segundo, um tanto surpreso de ter sido descoberto tão de imediato.

Olhou para Mayume e pela cara de “foi sem querer" logo soube que ela tinha deixado escapar o que havia testemunhado. Sabia que deveria ter programado o despertador, mas quando chegou em casa o sono era tanto que apenas queria fundir-se com sua cama e acabou esquecendo desse detalhe. No final, não havia mais o que fazer, e juntando-se à sua família à mesa, contou de forma resumida o que aconteceu e respondeu às perguntas que surgiram.

Ao final da história contada, a expressão no rosto de cada um mudava muito pouco: todos imensamente surpresos e estupefatos pelos acontecimentos. Sakata Soujirou e Sakata Satoshi, visitando um bordel às duas horas da manhã. Se ele mesmo não tivesse vivenciado a situação, acharia uma piada completamente descabida.

Observou então as expressões de seus pais mudarem e endurecerem. Gintoki ainda parecia meio pasmo ao mesmo tempo em que puto; já Mayah...

— Mãe? — Mayume chamou-a, um tanto temerosa pela expressão da mais velha.

A morena, por sua vez, levantou-se empurrando a cadeira de qualquer jeito e caminhou de forma impetuosa em direção à sala de estar. Todos os presentes na mesa olharam-se levemente em pânico, até que Gintoki marchou apressadamente atrás da esposa.

— Acho que é melhor não sairmos daqui, não é? — Mayume olhou para os irmãos, que prontamente concordaram.

— Uhum. — Sayuri.

— Sem dúvidas. — Soujirou.

— Com certeza! — Por último, Dango.

Voltaram então ao seu café, tentando não se lamentarem pelo funeral próximo do outro irmão.

Enquanto isso, Gintoki ainda tentava impedir um assassinato em sua residência.

— Mayah, espere! — Tentou alcançá-la já nas escadas, mas sem sucesso. — Espere! — Finalmente chegou a ela, no corredor do andar, segurando-a pelo pulso.

— Sakata Gintoki! — Encolheu-se brevemente ao ouvir seu nome completo. — Não se atreva a tentar me impedir! Eu vou acabar com o seu filho! — bradou continuando a pisar forte em direção ao quarto do gêmeo, enquanto ele ainda a segurava.

— Ele é seu filho também, mulher!

— ESTOU DESERDANDO ELE NESSE MOMENTO!! — rugiu, conseguindo se livrar do aperto do marido e enfim chegando à porta do quarto de Satoshi.

O que veio em seguida causou um imenso susto em todos os moradores da casa. O estrondo da porta sendo chutada com todas as forças que ela possuía em sua perna direita, quebrando assim a tranca, fora ouvido em todos os cômodos, inclusive na sala de jantar.

Por um momento os quatro irmãos se encararam e então correram em direção ao segundo andar. Nem o pai deles conseguiria segurar aquela mulher naquele momento. Não demorou muito para os empregados presentes na mansão também alcançarem os jovens.

— SAKATA SATOSHI! VOCÊ ESTÁ MORTO! — gritou ela ensandecida, adentrando o quarto.

O albino, por sua vez, já se encontrava sentado sobre a cama, usando apenas sua cueca boxer, obviamente ele acordara com sua porta sendo destruída; o coração saltando pela boca e os olhos tão esbugalhados em medo e surpresa que sua retina parecia que ia descolar.

— Hã?! O quê!? O quê tá acontecendo!? — ele gritou igualmente alto, mais pelo susto que qualquer coisa.

— Talvez carma exista — pensou Soujirou enquanto alcançava o corredor do quarto junto às irmãs, ouvindo a confusão e imaginando o estado do irmão pela exclamação que ouviu.

— COMO VOCÊ SE ATREVE?! — Aproximou-se rapidamente e sem hesitar tomou o filho pela orelha, sacudindo-o bruscamente. — COMO SE ATREVE A LEVAR MEU FILHO PARA UM PUTEIRO, SEU DESGRAÇADO INÚTIL!

— Mãe!! Você irá arrancar minha orelha fora! — reclamou, num misto de desespero e raiva.

— EU VOU ARRANCAR MUITO MAIS DO QUE SUA ORELHA — bradou, fazendo-o encolher-se mais, tentando ainda se soltar das mãos da mais velha.

— Das outras coisas eu preciso!! — gritou de volta, agora sim desesperado, pois conhecia sua mãe bem o suficiente para saber que ela não estava blefando; O que pareceu despertar uma fúria ainda maior na mulher.

Gintoki, ainda na porta, apenas suspirou levando sua mão ao rosto, em negação. O idiota não estava se ajudando. Quando viu sua esposa passar uma de suas mãos até o longo cabelo do gêmeo, porém, resolveu que precisava agir, antes que ela se arrependesse do surto quando voltasse ao normal.

— Já chega, mulher! — Pegou-a pelos pulsos, impedindo-a de aumentar a força de seus puxões. — Você vai acabar matando seu filho e ainda deixá-lo completamente desfigurado no caixão! — Puxou-a a uma distância segura do albino mais novo.

— ELE TENTOU DESVIRTUAR MEU BEBÊ, ISSO É IMPERDOÁVEL — rugiu tentando se soltar dos braços fortes do marido.

Satoshi respirava profunda e rapidamente, arfando, enquanto tentava constatar se sua orelha e seus cabelos estavam no lugar.

— Você só quer saber do seu bebê, mas o seu inocente caçulinha praticamente me roubou! — acusou, sentando-se apropriadamente sobre a cama.

Só então lembrou-se que estava seminu em frente à casa inteira, mas tacou um foda-se no fato. O mais importante era conseguir não ser assassinado naquele momento.

Após seu pronunciamento, uma expressão de confusão surgira entre seus irmãos, o que o fez intimamente ficar satisfeito. “Então não contou todos os detalhes, não é Soujirou-kun?”, era só o que pensava ironicamente.

— Como assim? — Dango perguntou, e Satoshi podia dizer pelo tom dela que ela estava perguntando sem julgamento, realmente disposta a ouvir seu lado.

Sua mãe destruíra qualquer chance dele de responder e virar as coisas em sua vantagem, contudo.

— Não me interessa! — ela respondeu imediatamente. — Foi você quem arrastou seu irmão para aquele lugar e eu vou te fazer pagar por isso! — Mayah estava bem mais controlada, mas o tom sinistro e assustador passava a tomar conta de sua áurea.

Soujirou ainda assim quis se justificar, explicando a acusação do mais velho para Dango e os demais que assistiam à confusão ao lado dele.

— Nós dividimos o dinheiro do prêmio, e eu fiquei com a maior parte. Mas considerando que fui eu que fiz todo o trabalho, o acordo na verdade foi injusto comigo. — Deu de ombros.

— E o que pretende fazer comigo...? — Satoshi, por sua vez, questionara à mãe, agora realmente temendo por sua vida.

— Hum... vejamos. — Ela levou sua mão ao queixo, numa expressão pensativa. — O que eu posso fazer para te punir o suficiente? — perguntava a si mesma, causando um arrepio na espinha do filho.

— Posso dar uma sugestão? — Dango ergueu uma mão delicadamente.

— Eu pensei que você ‘tava do meu lado, criatura! — Satoshi indignou-se.

— Não sei porque você pensaria isso. — A mais velha deu de ombros, mas era claro o pinguinho de satisfação que ela sentia. Com certeza, ela também o culpava por aparentemente roubar a inocência de Soujirou. — Minha sugestão, mãe, é de usarmos aquele castigo — ela completou com uma expressão assustadora, lembrando-se de um dos castigos mais terríveis que Shouyou costumava usar como punição.

Mayah respondeu com um sorriso assustador.

— Ah... aquele... Ótima ideia, querida...

Satoshi, por sua vez, engoliu em seco. Ele não fazia ideia de qual castigo elas estavam falando, mas com certeza não seria nada agradável. Ainda assim, sua personalidade não lhe permitia perder a piada.

— O quê? Vão me pendurar de cabeça pra baixo e iniciar uma sessão de tortura? — debochou atrevidamente, embora soubesse que só estivesse sentenciando sua morte.

— Não é nem o começo do que eu pretendo fazer com você — a morena insinuou, seu rosto contorcido em um sadismo assustador, voltando a se aproximar do filho, que tentou distanciar-se das mãos maternas, até que ficou encurralado à parede.

— Mãe... — começou erguendo as mãos em instinto de defesa, enquanto ela ainda se aproximava. — Mãe! Você não me ama mais? — apelou ao desespero. — Você cansou de mim e já que não pode me devolver pra maternidade, vai dar cabo de mim?

— Eu te amo, Satoshi! — Ela já ajoelhava sobre a cama, para alcançá-lo. — Te amo tanto que vou arrancar seu couro até você virar uma pessoa decente!

— MAS ISSO VAI ME MATAR.

— Ele acabou de confirmar que não tem mais conserto. — A voz tranquila de Soujirou ecoou entre as pessoas presentes.

— Ok, — Gintoki finalmente voltou a se pronunciar, pegando sua esposa pela cintura, puxando-a contra si e arrastando-a para fora do quarto. — você precisa de pelo menos umas três doses de rivotril por hoje.

Algumas veias saltaram na testa da mulher.

— Você quer ser punido também, Gintoki?!

— Se você realmente irá pendurá-lo e torturá-lo como ele sugeriu, o resultado que você vai alcançar talvez seja um pouco diferente comigo — ironizou ao sorrir sarcasticamente.

Ela levou alguns segundos para processar o duplo, triplo e quarto sentidos da frase, mas assim que o fez tudo o que conseguiu fazer foi xingá-lo de todos os nomes cabeludos que viessem à sua mente até que alcançassem o quarto do casal, enquanto Sayuri e Mayume, junto dos empregados da casa, riam contidamente.

Antes de deixar o quarto, porém, o comandante parou por um momento, encarando Satoshi e, curiosamente, Soujirou.

— Eu vou trancar a mãe de vocês no quarto, antes que ela realmente cumpra sua palavra — anunciou estranhamente calmo, enquanto a morena se debatia em seus braços. — Mas quando eu voltar, é comigo que vocês dois irão conversar. — Sorriu sinistramente e então seguiu em direção ao seu destino.

Satoshi engoliu em seco mais uma vez, dessa vez três vezes mais seco do que antes. Ser punido por sua mãe significava dor e gritos, quase morte, mas depois de algumas horas, mimos e abraços. Ser punido por seu pai só significava uma coisa: tortura psicológica quadruplamente reforçada até você implorar por perdão.

Quanto a Soujirou, foi aí que percebeu que tinha uma parcela de sofrimento reservado a si, independentemente do que argumentasse. Então suspirou em descontentamento, pensando que tudo que lhe restava era esperar pela sentença e passar pela provação o quanto antes. E uma vez que não tinha mais jeito, Soujirou resolveu descer novamente para tentar comer algo antes que sua tortura começasse. Sayuri e Mayume apenas olharam de novo para o irmão mais velho antes de também se retirarem do quarto deste, bem como todos os outros espectadores.

Satoshi deu um longo suspiro, coçando a nuca, e apenas quando ele reabriu os olhos com a ideia de levantar da cama que ele reparou que não era a única pessoa no quarto.

— O que você quer? Já não tentou me ferrar o bastante? — resmungou para Dango, recostada de braços cruzados no batente da porta.

O prateado devia estar mesmo em choque, porque ele não reparou no olhar da irmã, um olhar que ele conhecia bem, antes que ela começasse com o sermão.

— Escuta, eu não vou falar muito porque o papai já está em cima de você, mas eu tenho que dizer: embora não surpresa, estou decepcionada pelo que você fez com o Soujirou. Não só ele é nosso irmão caçula e menor de idade, como ele também é uma pessoa decente. Um homem decente. Faz ideia da raridade que isso é? Principalmente na minha vida? Eu já tenho você, o Souichiro e o Misha, não preciso de você tentando levar o Soujirou pra esse caminho também, o que, aliás, de novo, estou muito decepcionada que você tenha feito.

— Tá, tá, tá. — Satoshi tapou as orelhas numa tentativa de escapar do "curto" sermão da irmã, fechando os olhos. — Pelo amor de Deus! Alguém me tire dessa tortura! — Saiu andando em direção ao seu banheiro, ainda tapando os ouvidos enquanto Dango continuava a falar sem parar.

Gintoki nem precisava se preocupar com uma punição adequada, ter que ouvir Dango já era punição o suficiente. Ao menos isso era o que ele acreditava.

Não que seu pai fosse bondoso à esse ponto, porém...


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Notas finais do capítulo

AHAUAHAUHAUAHU
Satoshi tá fu****!! Só pra vocês apreciarem um pouquinho da personalidade de cada um, quando mais velhos. Satoshi é o perfeito Don Juan farreador. Típico jovem desregrado e que não perde uma farra (isso traz muito dor de cabeça pro pai kkkk). Soujirou, por outro lado, é o completo oposto do irmão mais velho! Um gênio, completamente racional e culto kkkkkk'



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