Redemption escrita por Marimachan, Ginko13, Fujisaki D Nina


Capítulo 15
XV - Failed Justice


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura! ;)



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Estava ali, como prometera mais cedo durante a confusão em seu quarto, para tentar explicar da forma que conseguisse o que ocorrera nesses 10 anos de ausência. Ainda estava prostrado em frente ao bar de Otose, porém; a mão estendida à porta.

Estava exatamente do mesmo jeito.

Exatamente a mesma velha porta de correr que parecia não ter sequer visto uma camada de verniz há 80 anos; as paredes da exata mesma cor, meio desbotada em certos pontos; exatamente a mesma placa marrom que deveria ter a mesma idade daquela velha pré-histórica. Exatamente a mesma baderna, audível até do espaço.

Não era como se houvesse esquecido completamente de tudo aquilo, mas estar ali após todo aquele tempo longe, sem sequer ter contato... a nostalgia realmente havia lhe dado um murro no nariz.

Quantas vezes não havia entrado por aquela porta para tentar tomar algumas sem pagar um tostão? Ou para alimentar às custas da Orochimaru idosa a menina gorila que certamente o devoraria se não houvesse nada pra comer? E quantas vezes fugiu por ela por não ter o dinheiro do aluguel, quebrando-a em pedacinhos só para ela aparecer intacta e com a mesma aparência alguns frames depois? Quantas vezes... com aqueles dois ao seu lado...

Deixou a mão estendida cair novamente ao lado de seu corpo. Afastou-se da porta, caminhando um pouco para trás, em direção à rua, até que pudesse ter uma boa visão do seu antigo lar.

O sol forte de verão parecia fazer a placa mais extensa ondular levemente. Ela ainda tinha seu nome. Olhou bem atentamente a entrada da casa, as janelas, a lâmpada acima da porta. Percorreu com o olhar o caminho até a escada lateral, o acesso até o andar de cima... Sequer podia ter uma estimativa de quantas vezes subira por ali bêbado como um gambá, ocasionalmente colocando seu estômago para fora em algum dos degraus. E não fora justamente abaixo desses degraus que primeiro encontrou Sadaharu?

Não gostava do rumo que aquilo estava tomando. Não tinha tempo nem energia pra lidar com tal nostalgia e sentimentalismo. Sequer era de seu feitio, estava completamente saindo do personagem naquele momento. Sendo assim, obrigou-se a desviar os olhos do yorozuya e encaminhar-se para o Snack Otose, mas ainda parou mais uma vez em frente à porta.

Ouvira vozes familiares se aproximando, e girou levemente o corpo para assistir a chegada de sua família, que tinha como destino também o bar da senhora. Não era apenas sua família de sangue, no entanto.

Mayah, afagando de forma breve a cabeça de Dango, conversava alegremente com Shouyou, que tinha em seus braços o pequeno Soujirou. Satoshi puxava repetidamente as mangas de Shinpachi, provavelmente perguntando coisas do seu passado que pudessem ser usadas contra ele, enquanto o jovem Shimura tinha uma gota de suor escorrendo pela têmpora. Kagura ralhava com Souichiro por estar cutucando o nariz quando ela própria estava fazendo o mesmo há apenas alguns segundos. Quanto a Otae, parecia estar ensinando algo a Sayuri e Mayume.

Observou atentamente a cena, pensando que talvez essa fosse uma imagem que gostaria de guardar; um sorriso querendo esgueirar-se no canto dos lábios. Ao chegarem, entretanto, os recebeu com o típico falso mal humor, recebendo diversas reações diferentes, e então esperou que todos adentrassem o estabelecimento, para que, finalmente, passasse por aquela porta.

Mesmo que parecesse impossível, sim, o barulho era ainda mais alto do lado de dentro. Sequer passou um pé pela porta e todos que estavam esperando já gritavam por explicações; xingavam e maldiziam como se fosse de verdade.

Atrás do balcão, como esperado, estavam as duas idosas: Catherine, honrando seu personagem e reclamando de tudo que se movia, e Otose, que acompanhava com o olhar Mayah e as crianças Sakata, dando um longo trago em seu cigarro e o apagando logo em seguida.

— Parece que você teve um tanto de trabalho, não é, Gintoki? Confesso que por essa eu não esperava.

— Nem eu. — Ele se recostou, as costas viradas para o balcão. — Também não esperava que uma bruxa velha que nem você ainda estivesse viva.

— Ora, eu pareço viva pra você? Agora sou mantida à base de remédios de idoso, realmente duvido que um jovem rico como você entenderia.

— Ei, eu posso te prender por desacato a autoridade. Quem sabe até formação de quadrilha.

— Falando desse jeito você não parece muito diferente dos ladrões de impostos daqui.

— Agora eu realmente me ofendi.

Apesar da troca de farpas, os dois sorriam sinceros. Entre eles, era comum não precisarem de palavras de peso e apenas trocarem ofensas ou jogar conversa fora. Isso não havia mudado. E estava bem. Era como diziam um para o outro que talvez estivessem felizes por ver o outro vivo.

— É velha, você deu sorte. Eu ainda vou trabalhar hoje, mas agora que tenho dinheiro, vou pegar aquele do alto quando estiver de folga. — Virou-se de frente para o balcão, olhando para além dele, para o centro da prateleira mais alta, onde estava o saquê de melhor qualidade da casa.

Vendo Otose responder com um "hm" satisfeito, Gintoki girou novamente, indo finalmente até o meio da bagunça para cumprir sua promessa.

(...)

Após almoçarem todos juntos no bar de Otose, cada um voltou aos seus afazeres. Gintoki, junto aos rapazes da Shinsegumi voltaram ao QG — sob muitas contestações quase irrefutáveis de Mayume, que insistia que o pai passasse a tarde com eles —, para dar continuidade aos planejamentos e preparativos para a operação que iriam realizar à noite. Mayah e as crianças, por sua vez, seguiram para o dojô com os moradores do lugar (e outros), aonde pretendiam passar o resto do dia com Dango.

Todos passaram uma tarde agradável, conhecendo um pouco mais da família do ex-yorozuya e esses os antigos companheiros do prateado. Ainda que tenham sentido e estranhado a ausência do dito cujo — ainda mais sendo por motivo de trabalho —, não demoraram muito a ficar à vontade com Mayah, Rose e as crianças, já que se demonstraram extremamente sociáveis.

Todos naquele bar, mais cedo, estavam nem que fosse um por cento preocupados com a reação da pequena albina a tudo aquilo, mas Dango passara a tarde brincando com as outras crianças Sakata e Souichiro como o faria com qualquer outra criança do distrito em um dia normal. Ela até mesmo conversara tranquilamente com Mayah, para grande alegria de Otae, Ikumatsu e mesmo Tsukuyo — embora essa última sentisse um incômodo aperto no peito. Não havia como negar que elas haviam sido o mais próximo que Dango tivera de uma figura materna enquanto crescia, e vê-la interagir tão bem com a mulher a quem seu pai biológico chamava de esposa, lhes aquecia os corações.

Por parte dela, Dango acabara até esquecendo-se de que toda aquela situação deveria, de algum modo, ser desconfortável. Mayah tratava-a do mesmo modo que todas as figuras parentais que tinha em sua vida, se não até com mais carinho. Satoshi e Mayume eram tão legais (por mais que o albino parecesse que tinha se unido a Souichiro com o objetivo de irritá-la) e Sayuri, apesar de mais séria, não havia destratado-a em momento algum.

A única parte que a perturbava... era Gintoki. Para ser mais exata, o jeito que ele parecia dar tanta preferência ao seu trabalho, ao ponto de deixar uma Mayume choramingando para trás, ainda no bar. Os resmungos de Satoshi e mesmo o silêncio mais profundo de Syuri foram o suficiente para informar a albina maior que aquilo deveria ser recorrente, e Dango, que tentava se agarrar e deduzir ao máximo de cada informação nova que obtia sobre aquele homem, não sabia o que sentir sobre isso. Ainda assim, tentava se concentrar nos momentos agradáveis que passava com os outros.

Ao final da tarde os Sakata já haviam ido embora, e o restante dos moradores locais saíram para resolver suas próprias coisas. Shinpachi e Kagura se encontravam sozinhos no dojô, quando receberam outra visita, mas dessa vez uma inesperada.

Ouvindo o portão ser esmurrado pela terceira vez, Shinpachi chegava a ele um tanto quanto irritadiço pela falta de paciência do visitante. Ainda assim, foi com um sorriso educado que ele o abriu e encarou o senhor que à sua frente apareceu.

— Pois não?

— Você é o yorozuya? — o idoso de cabelos rareados e grisalhos, penteados para trás, logo questionou.

— Sim, senhor. No que posso ser útil?

— Eu preciso da ajuda de vocês! — Com um olhar desesperado, ele tomou a mão do jovem, apertando-a com vigor. — Por favor!

Preocupando-se um pouco mais com a situação e compadecendo-se com o olhar aflito do homem, Shinpachi abriu um pouco mais o portão de madeira, permitindo que o visitante entrasse. Encaminhou-o para a casa, logo chegando a sala de visitas, onde Kagura se encontrava jogada pelo tapete, lendo uma revista qualquer.

— Kagura-chan, acho que temos trabalho — informou já adentrando o cômodo e fazendo a ruiva o olhar entediada. — Fique à vontade, senhor...?

— Iawasaki — prontamente respondeu a pergunta, sentando-se no lugar indicado pelo rapaz, torcendo os dedos em suas mãos.

— No que podemos ajudar, Iwasaki-san? — perguntou em um tom brando, tentando com o gesto acalmar o senhor, o qual claramente estava bastante nervoso.

— Preciso que me ajudem a resgatar meu filho — declarou em tom dolorido. — Já estava sem esperanças ao ver que não tinha mais ninguém para pedir socorro, então ouvi falar sobre vocês. O yorozuya que recebe para fazer qualquer serviço.

— E aonde seu filho ‘tá? — Kagura se pronunciara pela primeira vez, agora também sentada e prestando atenção à conversa.

— Ele está preso, mas é inocente! — respondeu em tom angustiado, agora beirando as lágrimas. — E está condenado a sofrer torturas horríveis enquanto espera sua pena de morte. — Levou as mãos à cabeça, abaixando-a e tentando segurar os soluços de choro que queriam vir.

— Calma, Iwasaki-san. — Shinpachi adiantou-se. — Nós queremos ajudar o senhor! Mas precisamos que se acalme e nos conte tudo sobre essa situação, para saber o que podemos fazer — pediu, agora tomando a dor do desconhecido para si.

Após alguns acenos com a cabeça e enxugar as lágrimas teimosas, o homem finalmente acalmou-se um pouco mais, levantando o olhar dolorido para os dois jovens à frente.

— Estamos sozinhos na casa? — perguntou contendo um último soluço.

O Shimura estranhou a pergunta, mas respondeu ainda assim.

— Sim, os outros moradores saíram. Mas por que a pergunta, Iwasaki-san?

— Porque o que estou prestes a contar a vocês não deve ser passado adiante. — Abaixou o tom de voz, inclinando-se um pouco para frente, mais próximo do casal de amigos. — Envolve pessoas muito importantes, e estaríamos todos mortos caso vazasse para o público...

Somente com a resposta, o jovem míope se assustara o bastante para querer negar o pedido. Mas não demorou muito a tornar a se convencer de que queria ajudar o pobre homem, pois ele imediatamente implorou em seguida a fala anterior.

— Mas, por favor, não deixem de me ajudar. — O desespero voltara à sua voz. — Eu não tenho mais ninguém a recorrer. Ele é meu filho único e a única preciosidade que tenho depois que perdi minha esposa.

— Nós iremos ajudar, né Shinpachi. — Olhou para o amigo, igualmente compadecida, no que recebeu um aceno afirmativo, um tanto receoso, de volta.

— Nós faremos o possível — concordou brevemente.

— Obrigado, muito obrigado. — Curvou-se ainda sentado, mas não demorando a voltar-se a posição anterior. — Antes de tudo, devo dizer de onde somos e como meu filho foi parar naquele lugar horroroso. — Pegou fôlego. — Eu e minha esposa nascemos numa vila chamada Nayana, fica no interior de Aokigahara, em Seikigahara. Já ouviram falar?

— Da cidade sim — o jovem yorozuya respondeu com imensa surpresa pela coincidência, olhando a companheira que trazia a mesma expressão; ambos temendo o que estava por vir, pois não parecia algo que iriam querer ouvir. Ainda assim permaneceram em silêncio, para o cliente dar continuidade.

— Pois é. Nascemos, crescemos, nos casamos e tivemos nosso filho nessa vila. Nunca tivemos problemas em morar lá, pois éramos um povoado muito tranquilo, aonde praticamente todos trabalhavam com suas terras ou em fazendas locais, principalmente na que pertencia ao chefe do Clã Makkui, que era a maior de todas; eles comandam uma cidade vizinha chamada Manjoa. Até certo ponto, tudo estava bem, até que o clã começou a aumentar a fazenda, visando as pedras preciosas que existiam naquela região. Com o tempo eles começaram a reprimir àqueles que não queriam vender suas terras, inclusive a minha família. Mesmo que fossem terrenos pequenos, eram nossos lares, nossos sustentos, não podíamos ceder tão fácil. Os conflitos só foram aumentando, até que chegou ao ponto do clã Sakata, que governa Aokigahara, ter que intervir. — Novamente os jovens entreolharam-se. — Mas claro que eles ficaram ao lado dos Makkui, — Ele sorriu amargamente. — afinal de contas, eles eram aliados poderosos, e a segunda filha do clã estava, naquela época, prometida ao homem que hoje é líder dos Sakata. O fato é que depois de muita confusão, nós fomos obrigados a aceitar vender nossas terras. Continuamos morando lá, mas tivemos que passar a trabalhar para os Makkui, quase como escravos, sem ganhar um tostão dos milhões e milhões que conseguiam ao explorar as preciosidades daquela terra, que nós e nossos antepassados cuidamos com tanto carinho. — Suspirou entristecido. — A maioria de nós acabou se conformando com isso, porque, vocês são jovens, — Olhou-os. — mas já devem saber que a corda quebra sempre para o lado mais fraco. Outros, no entanto, não aceitavam essa situação de jeito nenhum. Alguns desses inconformados com o passar dos anos começaram a se reunir e agir de forma que prejudicava aos Makkui e os seus lucros. No começo eram coisas pequenas, como derrubar árvores para impedir passagem; depois começaram a incendiar as plantações do clã, até que passaram a armar ciladas para saquear os produtos em transporte da garimpagem e das colheitas. Eles pegavam tudo e distribuíam para a comunidade, anonimamente. Esse grupo passou a ser chamado de Seigi no Mikata¹. O povo inteiro sabia quem eram, mas ninguém se atrevia a denunciá-los. Até porque eles davam vazão à revolta que nós mesmos sentíamos. — Olhou novamente para os jovens, que tinham expressões duvidosas. — Não nos entendam mal, mas ter sua família e seu lar devastado sem misericórdia por pessoas que só pensam no lucro próprio não é algo pelo que conseguimos passar sem nos revoltar.

— Nós entendemos o senhor, Iwasaki-san — Shinpachi pronunciou-se. — Mas existiam outras maneiras de enfrentarem isso, não?

— Nunca disse que o que eles faziam era certo, meu jovem. — Sorriu mais uma vez amargurado. — Por isso mesmo é que eu e minha esposa e meu filho nunca nos envolvemos com isso, não concordávamos. A maioria do nosso povo não se metia nessas coisas. O que quero dizer é que por mais que soubéssemos quem eram os membros do grupo, não podíamos fazer nada. Muitos deles eram filhos de conhecidos queridos, que não queríamos ver mortos — completou entristecido. — E mesmo que denunciássemos, eles não parariam. Apenas morreriam de um a um e causariam mais revolta nos que ficassem. Estávamos em uma situação difícil. — Suspirou.

— Entendemos — concordou o otaku. — E como o filho do senhor se envolveu com tudo isso? — pediu que ele desse continuidade na história.

— Meu menino sempre foi um bom rapaz. Zeloso. Sempre cuidou da comunidade. Todos adoravam ele. Mas infelizmente era muito amigo de alguns desses rapazes da Seigi no Mikata. Ele não estava metido nos crimes que eles cometiam, mas você sabe como são as coisas aos olhos dos outros: “se anda com porcos, farelo come”. Depois que as coisas começaram a ficar muito frequentes e piores, os Makkui acionaram a maior arma que eles tinham pra lidar com o grupo: a aliança com os Sakata. Eu não sei se vocês sabem, mas eles têm sob as asas deles uma organização extremamente poderosa, chamada Tenshouin Shinikayou. — Mais uma olhada significativa entre os dois amigos. — A Shinikayou é uma organização fundada para agir pelos Sakata: sagaz, calculista, fria e mortal. São conhecidos como “Anjos da Morte” pelo povo do nosso feudo — comentou em meio um sorriso estranho, que eles julgaram ser uma mistura de ironia, revolta e medo. — O grupo já estava bem firmado e crescendo naquela altura, mas a chegada da Shinikayou não tinha como eles enfrentarem. De um a um, todos os membros foram sendo massacrados, sem misericórdia, no estilo “mato primeiro e pergunto depois” — ironizou amargurado. — Poucos conseguiram fugir daquelas garras. E meu filho estava na mira deles. Meu filho não era criminoso, — Aumentou o tom de voz, voltando às lágrimas. — nunca foi! Mas eles não se importavam com isso. Se você tivesse qualquer ligação com os membros, se sequer demonstrasse que tinha algum contato com algum deles, você morria. Sem perguntas, sem justiça, sem nada. — Fungou com força. — Meu filho conseguiu escapar por muito pouco, mas teve que fugir do povoado. Alguns poucos dos que sobraram da Seigi no Mikata também fugiram. Depois desse massacre total, 20 anos atrás, as coisas se acalmaram no nosso povoado, continuamos trabalhando pros Makkui, tudo voltou a ser o que era antes, mas na cidade as coisas estavam diferentes. — Enxugou uma última lágrima. — Um grupo rebelde começou a se formar e crescer rapidamente em Aokigahara, repleto de pessoas, principalmente jovens, insatisfeitos com o clã Sakata, com o Governo ditador deles, com tudo isso. Parece que alguns dos líderes da Seigi no Mikata eram também líderes desse grupo rebelde e então começaram a investigar tudo sobre eles. Até que chegaram ao meu filho. — Levantou-se exaltado. — Ele não tinha nada a ver com essas pessoas! Trabalhava num hotel, em paz, sem perturbar ninguém! E ainda assim foram até ele! E o prenderam! — Andava de um lado para o outro, nervoso. — Aquele homem! — quase gritou, olhando feroz para os meninos, que se assustaram brevemente com a intensidade do ódio nos olhos escuros. — Ele quase matou meu filho! Só por achar que ele estava envolvido com os rebeldes. Só não o matou, porque achou que ele ainda seria útil. Ainda assim, depois de torturá-lo por horas, o prendeu e o levou para aquele lugar horrível! — Desabou no sofá novamente, escondendo o rosto sob as mãos. — Já faz 10 anos que ele não vê a luz do Sol. 10 anos que meu filho sofre naquele inferno sem eu poder fazer nada. — Voltou a olhar para os dois.

— Iwasaki-san... que lugar é esse que o senhor tanto fala? — Kagura finalmente pronunciou-se, curiosa ao mesmo tempo que impressionada.

— O Instituto de Pesquisa do clã Sakata — respondeu sombriamente. — E aqui eu lhes peço que não reproduzam o que eu vou falar a ninguém. Isso é coisa extremamente confidencial. — Encarou-os no mesmo tom. — Os Sakata possuem sob seu domínio um Instituto de Pesquisa, o qual eles divulgam amplamente que estuda melhorias tecnológicas, curas e outras coisas inovadoras, o que não é totalmente mentira. O que eles não contam é que os objetos de estudo e as cobaias usadas nessas pesquisas são outras pessoas. — Aqui os olhos de ambos os jovens esbugalharam-se em surpresa.

—O que o senhor disse, Iwasaki-san? — Shinpachi perguntou apenas confirmar.

— Exatamente o que ouviram. As cobaias em quem eles testam as inovações, sejam elas quais forem, são seres-humanos. Prisioneiros de Guerras, rebeldes, criminosos que a Shiniakyou entrega nas mãos deles. E o meu filho é um desses! — Tornou a abaixar a cabeça, chorando.

— Iwasaki-san — chamou Kagura, fazendo-o olhá-la com os olhos encharcados. — Esse homem... esse homem que torturou, prendeu seu filho e levou pra esse lugar... ele é... — impossibilitada de concluir a frase, sentindo em seu companheiro a mesma tensão que emanava de si, e temendo a resposta mais a cada batida de seu coração frenético, ela apenas aguardou a resposta do senhor.

Resposta a qual não demorou a vir, carregada do mesmo ódio visível em seus olhos.

— Ele! — gritou com fúria. — O Demônio de Aokigahara! O maldito Comandante Geral da Tenshouin Shinikayou: Sakata Gintoki!


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Notas finais do capítulo

¹- Seigi no Mikata: Aliados da Justiça em japonês.



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