Stefan acordou em um pulo, olhou o celular na cabeceira, 6:00 horas da manhã.  Ele passou as mãos no rosto, esfregando os olhos. O choro de um de seus filhos veio do corredor, era cedo demais para o pequeno estar acordado. Ele levantou, calçou os chinelos, abriu a porta e se deparou com Thomas chorando, sentado no corredor.

—Ei pequeno. - ele chamou, pegando o filho no colo - O que houve?

—Eu tive um sono istranho pai. 

—Um sono istranho? - ele riu - Quer dormir comigo?

—Quelo.

Stefan levou Thomas até seu quarto, o menino abraçado a ele. Deitou ao seu lado, devagar.

—Sinto sua falta papai. 

—Eu também sinto a sua, Thommy. 

—A mamãe também. Eu gosto do tio Matt, mas ele não é papai. 

Stefan deu um beijo na testa do filho.

—Quero volta pa casa. - o menino de três anos pronunciou, seus olhinhos revelando saudades da antiga família

—Aqui é sua casa. 

—A vela casa. 

—Eu prometo que vai dar tudo certo. - ele deu mais um beijo na testa do filho - Dorme agora. 

—Boa noite pai.

—Boa noite Thommy. 

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Stefan ouviu o celular despertar. 8:00. Ele tomou todo cuidado para não acordar Thomas, cobrindo-o antes de sair calmamente da cama. Calçou os chinelos e espreguiçou-se. Abriu a porta do quarto devagar, cuidando Thomas, desceu as escadas com passos calmos, andou até a cozinha, para encontrar ninguém mais ninguém menos que Caroline, com seu pijama curto e de alças. Ela estava fazendo café, tinha o pé direito roçando o calcanhar da outra perna, os raios do sol entravam pela janela a frente dela e por Deus… ela estava linda. 

Ele nem soube quanto tempo ficou ali parado vendo-a, apenas sentiu certo volume em suas calças. 

—Stefan? - a loira chamou, a expressão brincalhona 

—É… Sim? - ele respondeu, a mão esquerda repousando no volume para disfarçar.

—Acho que… - ela sorriu - Você não precisa esconder nada. Estou acostumada a acordar com alguém assim do meu lado.

A provocação com indireta fez Stefan revirar os olhos.

—E ele é tão bom quanto eu? - flertou, sem medo 

Caroline bebeu o café da xícara.

—Eu diria que sim, mas faz tanto tempo desde que nós…

—Tanto tempo? - ele riu com sarcasmos, não notando a indireta -  Fazem seis meses apenas.

—Muito tempo. - ela tentou novamente

Stefan se aproximou, a mão ainda no volume, ela recuou, batendo as costas na bancada, Stefan colocou as mãos na bancada, prensando a ex esposa. 

—Matt acorda cedo? - ele murmurou contra o ouvido dela - Ele te… satisfaz logo que vocês acordam? 

—Ele consegue. - Respondeu de volta, as pernas tremendo pela aproximação dele

Merda, pensou, ele a conhecia muito bem, sabia seus pontos vulneráveis, e não importa quanto ela diga sim a Matt, Stefan era seu amor. 

Stefan suspirou contra seu pescoço, deixando um beijo ali, as mãos de Caroline foram para o seu cabelo, puxando-o para mais perto. 

—Ele deixa suas pernas bambas como eu? - ele mordeu sua orelha - Ele jamais vai te conhecer como eu. 

Ele a beijou, de forma bruta e apaixonada, com uma paixão que ele, sinceramente, não sentiu com Hollie Barnes quando a beijou em uma noite dessas. 

Caroline o puxou para perto, o máximo que pode, apesar da barriga atrapalhar. Sua não desceu para o seu peito, puxando a camisa dele com força. 

—Isso não é certo. - sussurrou ela entre beijos

Stefan parou e se afastou.

—Tem razão. Eu vou tomar um banho. - ele sorriu e saiu, deixando Caroline

Ela continuou seus afazeres domésticos, até ouvir o carro chegar, era Matt. Ele entrou alguns minutos depois, sorriu fracamente para ela.

—Caroline, tomei uma decisão importante.

—Que decisão?

—Eu vou pra Romênia, aceitei uma oferta de emprego que recebi a alguns dias, ia te convidar pra vir comigo… - ele olhou para baixo - Mas acho que você deve insistir no Stefan. 

—Insistir No Stefan? Você enlouqueceu?

—Não Forbes, no fundo você ainda o ama, só não admite mais como antes. Os gêmeos precisam do pai, e você precisa dele. 

Caroline suspirou. 

—Eu não acho isso. - ela se aproximou dele - Você me fez feliz esse tempo todo, você me tirou de um poço que parecia não ter fim. Eu devo minha alegria a você. 

Ela colocou a mão em sua bochecha, um toque carinhoso nele. Matt apoio a mão sobre a dela e a retirou.

—Você sempre foi especial para mim, Caroline. Acontece que você não me acha especial do mesmo jeito e tá tudo bem. 

—Eu queria Matt, queria mesmo retribuir esse sentimento.

Ele a abraçou. 

—Você me deu os melhores meses da minha vida. Obrigado. - murmurou e deu um beijo em sua testa - Vou me despedir dos gêmeos.

Caroline sentou na cadeira da mesa, reflexiva. 

—Que merda…- murmurou para si

Ela ficou ali pelo que pareceu que eternidade, então ela ouviu a porta bater, alguém tinha saído, provavelmente Matt, e então Stefan apareceu na sua frente, se aproximou dela, ajoelhou-se em sua frente e disse:

—Sou tolo. Vim aqui pensando se poderia te ter de volta, mas acabei de ver Matt desistindo de você, e se ele te fez tão feliz, talvez devesse ir com ele.

—O que ele te disse

Stefan balançou a cabeça negativamente. 

—Que parte, com dor no coração, mas espera que eu tome minha decisão.

—Decisão? - ela arqueou a sobrancelha

—Se deixo você ir novamente, por meus próprios erros, ou se luto por você.

—Esse é o problema Stefan! Você me deixou ir por um erro pequeno! Me tratou como se eu não tivesse sido sua mulher por anos! Quanto tempo estamos juntos em? Eu namorei você mais tempo que qualquer um, eu casei com você, eu carreguei seus filhos! Eu entrei em desespero quando conheci Will! Ele tiraria você de mim! De Thomas e Hannah! - ela limpou uma lágrima - E olhe só, você passou mais tempo com William do que conosco!

—Eu tinha acabado de descobrir que tinha um filho, o que queria que eu fizesse? Não podia jogar o menino aos quatro ventos como você fez!

—EU NÃO O JOGUEI AOS QUATRO VENTOS, EU SUSTENTEI ELE! - gritou ela, as lágrimas caindo

—Como assim? - Stefan caiu pra trás, sentou no chão

—Eu dei dinheiro pra Hollie, pra ajudar na educação dele. Todo mês, uma pensão. Eu não queria privar Will de você Stefan, eu só queria que você adquirisse maturidade pra ser pai! Então eu me descobri grávida e… tudo mudou.

—Não me contar foi seu maior erro. Tem noção de como eu me senti? A pessoa que eu mais amei, me traiu, você me traiu como minha mãe fez ao me deixar. Você me traiu Caroline. 

—Eu trai sua confiança, mas nunca fui capaz de trair você fisicamente. 

Stefan deu uma risada debochada.

—Segundo ano. Cosimo D'Amico. Intercambista italiano. 

Foi a vez de Caroline debochar.

—Acha que te trai com ele? 

—Você me traiu, eu vi! Eu te vi naquela noite com ele! Vi o jeito como se olhavam!

—Cosimo e eu não fizemos nada!

—Não menti! Vocês estavam se pegando atrás do ginásio!

—Por que não me perguntou então, se viu tamanha traição?

—Porque eu te amava, eu tentei várias vezes terminar, mas percebi que se você não terminava era porque tinha me escolhido. 

Caroline limpou as lágrimas na camisa.

—E eu amava. Cosimo me beijou naquela noite, eu sentia uma atração enorme por ele! Ele era bonito,romântico e atencioso. E você não olhava muito pra mim naquela época, não do jeito que eu queria. Eu nunca fui capaz de ir adiante, foi apenas um beijo… alguns amassos mais reveladores, mas não passou disso.

—E por que nunca me contou?

—E arriscar perder você por um erro bobo? Não compreende que eu não queria te perder e por isso menti? Menti sobre Cosimo e menti sobre Hollie e Will, me julgue, mas eu só não queria te perder.

Stefan passou as mãos pelo cabelo.

—Parece que jogamos todas as cartas na mesa… - ele riu fracamente - Será que podemos tentar de novo? Será que podemos esquecer tudo e recomeçar? Como uma familia?

—Nunca deixei de te amar Stefan, tentei, por Deus eu tentei, mas eu não consigo esquecer você! Eu olho todos os dias para duas miniaturas suas e minhas, nao ha como esquecer. Ou lidamos com isso separadamente ou juntos. O que você quer? É capaz de me perdoar e seguir em frente?

Stefan pensou. Soltou um suspiro alto.

—Pelas crianças, eu posso.

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Elena queria ve-lo, só ve-lo. Seu coração batia tão rápido, ansiava por ele. Naquele dia ela saiu cedo do trabalho, justamente para poder ve-lo. Ela ficou ali de pé, do outro lado da rua, a passos da empresa dos irmãos Salvatores. Pontualmente, as 19:00 horas, seu coração acelerou ao ver a figura de Damon sair calmamente da empresa. Ela observou ele esperar o motorista chegar. Em nada tinha mudado na aparência, parecia o mesmo. Ele mexeu no celular, parecendo impaciente. O carro estava virando a esquina, Damon levantou a cabeça para olhar o carro, então seu olhar cruzou com o de Elena, o coração de Elena parou, ele desviou, Elena sentiu uma lágrima cair. Ela precisava ve-lo uma última vez, uma última vez antes de sair da cidade.  Uma última vez para saber se ele poderia se lembrar dela, uma última vez.

Só o Tempo - Enya

Quem pode dizer para onde vai a estrada?

Para onde o dia flui?

Só o tempo

E quem pode dizer se o seu amor cresce

Conforme seu coração escolhe?

Só o tempo

Quem pode dizer por que seu coração suspira

Conforme seu amor voa?

Só o tempo

E quem pode dizer por que seu coração chora

Quando seu amor mente?

Só o tempo

Quem pode dizer quando os caminhos se cruzam

Que o amor deve estar

Em seu coração?

E quem pode dizer quando o dia termina

Se a noite guarda todo o seu coração?

Se a noite guarda todo o seu coração

E quem pode dizer se o seu amor cresce

Conforme seu coração escolhe?

Só o tempo

Quem pode dizer para onde vai a estrada?

Para onde o dia flui?

Só o tempo

Quem sabe?

Só o tempo

Quem sabe?

Só o tempo

Damon entrou no carro e partiu. Elena suspirou, era hora de seguir em frente.