Psi-Cullen (Sunset - pôr-do-sol) escrita por Angel Carol Platt Cullen


Capítulo 22
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

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21 de outubro de 2007

Hoje é dia 21 de outubro, meu aniversário! Por isso mamãe e papai me acordam com um beijo cada um de um lado da cama beija uma bochecha minha.

Isso me deixa extremamente contente! Hoje é realmente um dia para se celebrar. Agora sim eu tenho motivos para celebrar, ainda bem que eu estou viva agora e que Esme e Carlisle puderam me encontrar. Eles tiveram a oportunidade de me conhecer e eu também tive a oportunidade de os encontrar. Ainda bem também que eles não foram mortos ano passado... Se não, eu não teria tido a oportunidade de conhecê-los e nem eles a mim e eu provavelmente iria morrer também se não fugisse de casa.

Papai trabalha no turno da noite e chega por volta das seis horas da manhã em casa, pouco antes de eu levantar para me arrumar para ir para a escola. Mas hoje é domingo e agora já são quase oito horas da manhã quando eles dois vieram me acordar. Os dois me deixaram dormir um pouco mais já que hoje não tem aula.

— Trouxe seu café-da-manhã, querida – diz Esme com a voz angelical. Acho que nunca vou me acostumar. Esse é um som que parece que eu conheço por toda a minha vida e não há menos de um ano.

A mãe da gente é sagrada. Jamais vou esquecer minha mãe humana. Claro, porque se não fosse por ela Esme não teria a felicidade de poder me conhecer e nem eu teria a encontrado. Por isso, por Esme, eu sou grata à minha mãe. Sei que ela e Carlisle também sentem gratidão de certa forma por meus pais humanos, embora eles tenham me dado apenas a vida, mas não me tratavam como uma pessoa merece. Achavam que por ter me dado a vida podia me tratar como bem entendesse. Nada a ver!

E a religião me obrigava ainda a respeitar eles. Não podia, Deus que me perdoe, me sentia de mãos atadas, uma prisioneira. Não. eu me revoltei, discretamente é claro, sem chamar atenção. agia como se estivesse tudo bem, mas eu aguardava o momento certo para atacar.

Se ao menos meus pais humanos me tratassem um pouquinho melhor do que apenas casa e comida eu poderia ter mais consideração por eles, mas não. me tratavam sem dignidade alguma então eu não me via obrigada a ter algum sentimento por eles. Não me arrependo. Cada um tem de mim o que me dá. Cada um recebe aquilo que deu. Reciprocidade. Cada um colhe o que plantou. Você pode escolher o que semear, mas será obrigado a colher o que plantou. Quem planta ventos colhe tempestade. Não reclame da colheita do que você mesmo plantou, é irracional se queixar disso. Não adianta mesmo lamentar, nada vai mudar, será apenas dispêndio de energia.

Por vezes eu me sentia pior que um cachorro de rua. Ao menos até os cachorros tinham um melhor tratamento que eu. Olha que absurdo! Cheguei a ter inveja de cachorros. Algumas pessoas tratam como gente até os animais. E eu era maltratada… Que exagero tratar animais de estimação como gente enquanto crianças na África morrem de fome! O ser humano é mesmo curioso e contraditório!

— Obrigada, mamãe! – vejo a refeição que ela trouxe encima da minha escrivaninha.

— De nada filha. Hoje é seu dia, um dia maravilhoso. O dia em que você nasceu, uma flor da humanidade... – Esme olha para o marido. - e nos sentimos privilegiados em ter você conosco.

— Obrigada pelo carinho mamãe. Eu fiquei aqui porque vocês sabem como tratar uma pessoa... Só mesmo você e o papai parecem ter prazer em lembrar-se dessa data e ter algo a comemorar...

— E você não tem?

— Claro que agora eu tenho, mãe. De certa forma eu acho que o caminho da minha vida por mais complicado que tenha sido me fez chegar até vocês. Eu agradeço estar viva e ter conhecido vocês dois – olho dela para Carlisle, para ele não se sentir rejeitado ou deixado de lado.

Eu amo eles dois. Esme um pouquinho mais, mas eles dois juntos é milhares de vezes melhor do que apenas um. Eles dois merecem e estarão para sempre juntos. Pode ser que eu não esteja junto deles para sempre como eu quero, mas sabendo que eles dois estarão juntos eternamente eu fico feliz por eles.

— Então fique feliz, filha. Não quero mais ver você triste nem hoje nem nunca - Esme diz como se estivesse me dando uma ordem, mas ternamente. Esse comando eu seguirei pois é bom para mim.

— Você sabe o que eu queria, mãe – olho para o lado para não encarar seu olhar ardente e provavelmente ficar ruborizada e abaixar a cabeça.

— Sim, eu sei. Mas porque a pressa? Me deixe apreciar você mais algum tempo assim, humana.

— Mãe, eu poderia esperar todo o tempo do mundo por você, mas acontece que não depende só da minha vontade. Você sabe que eu sou humana e eu posso morrer inesperadamente. Como minha mãe humana dizia: 'para morrer basta estar vivo'. E eu não gostaria de fazer você ficar triste... Seria melhor ficar segura sem ter medo de me perder. Só uma sugestão, não quero ser muito arrogante e lhe dizer o que fazer...

— Eu entendo você querida. Mas nós saberíamos se ocorresse algum acidente com você que colocasse sua vida em risco e a salvaríamos numa emergência – diz Carlisle. Algo no olhos dele me faz ter certeza de que ele está realmente dizendo a verdade e sendo honesto. Ele também faria tudo para me salvar. Seja porque ele me ama também ou para não ver a esposa triste, seja qual for o motivo ele me ama, é o que importa.

— OK mãe, OK pai. Eu sei, só quando eu terminar o colégio.

— Isso mesmo querida agora tome seu café – Esme levanta para pegar a bandeja e traz até a cama para mim. Ela coloca encima do meu colo. Tomo meu achocolatado e como meu sanduíche.

...XXX...

 

À tarde será a festa, na verdade apenas um bolo para nós três. E como Esme e Carlisle não podem comer, eu vou comer meu bolo de aniversário a semana inteira.

...XXX...

 

Esme e eu vamos para o mercado fazer compras e quando voltamos para casa Carlisle está à nossa espera.

— Feliz aniversário, filha – ele diz assim que eu desço do carro e corro para abraçá-lo.

— Obrigada papai!

— Vamos entrar – ele diz e beija Esme que chega junto de nós com as compras nos braços. Não sei como ela consegue trazer tudo, é tão pensado...

— Precisa de ajuda, mãe?

— Não obrigada, sweetie.

 Claro! Dãããã... bato na minha própria testa. Ela é uma vampira e por isso é mais forte do que parece.

Entramos e quando chegamos na cozinha mamãe prepara meu bolo de aniversário. Dois litros de refrigerante e o que mais me surpreende são três pratos colocados em frente às cadeiras. Carlisle arrumou tudo enquanto fomos ao mercado fazer as compras. Ele e Esme não estão pretendendo comer, estão? Parece que mamãe e papai vão comer um pedaço pelo menos. Eu não devia ficar preocupada, pois eles devem saber o que estão fazendo, mas mesmo assim não posso deixar de me importar.

— Ahn, papai, mamãe, não precisam comer apenar para me agradar. Eu sei que vocês não podem.

— Não se incomode conosco querida. Vamos ficar bem – Esme toca meu queixo afetuosamente.

— Faremos esse sacrifício por você, criança. Faríamos muito mais. Isso é o mínimo que poderíamos fazer.

— Vocês vão mesmo ficar bem?

— Claro que sim, não se preocupe – Esme me assegura.

Nos aproximamos da mesa e cantamos os parabéns. Eu fico extremamente ruborizada por ser homenageada e por causa das vozes tão lindas de meus pais. Depois da versão em português eles dois cantam também em inglês. As vozes deles são tão lindas e casam perfeitamente. Vou sempre lembrar quando for dormir, como minha canção de ninar particular. Logo eu não vou mais adormecer, quando for vampira, mas eu não vou esquecer nunca essa sinfonia perfeita. Há vozes tão melodiosas que nos fazem arrepiar e as vozes de Esme e Carlisle juntas são assim, penetram até no âmago. Ao menos no meu.

Sempre fico envergonhada quando sou festejada, não sei ser alvo das atenções alheias. Mamãe está me ajudando a aprender inglês, mais do que o básico da escola. Eu adorava e adoro aprender o idioma  e tem um motivo, eu vou ter de conversar em inglês com meus irmãos e irmãs. É claro que eles sabem espanhol, mas espanhol e português são línguas diferentes embora tenham algumas semelhanças.

Assim como francês e português também é um pouco parecido, que aprendi ano passado e retrasado, mas não é a mesma coisa. E italiano e português também é. Saber francês também me ajuda a entender algumas palavras em inglês que foram influenciadas pelo idioma, principalmente o inglês europeu, britânico. Esse papai me ensina. As duas versões de inglês na mesma casa e os dois se entendem super bem. Já superaram o estranhamento e a dificuldade inicial de comunicação. (se é que houve.)

Não sei qual é o sotaque britânico que tanto ouço falar mas imagino que seja algo parecido com a diferença entre o português de Portugal e o português brasileiro – papai está há tanto tempo na América que não parece falar tão diferente de mamãe. E a diferença entre o inglês americano e o europeu deve ser como os dois idiomas portugueses dos dois lados do Atlântico. As línguas podem ter a mesma base, mas evoluíram cada qual ao seu modo.

— Pode assoprar as velas, querida – Esme me chama de meus pensamentos de volta à realidade.

Penso no meu desejo e assopro as velas de cima do bolo que formam o número 16.

— O que você pediu, filha? – pede mamãe, obviamente não esperando que eu lhe responda por que ela sabe que se eu disser não se realiza. Mas eu respondo mesmo assim, porque não é nenhum segredo que tem de ser guardado a sete chaves.

Eu sei que terei de guardar segredo sobre a existência dos vampiros quando eu for uma, assim como agora eu guardo esse segredo. Eu sei muito bem diferenciar o que devo ou não falar. Posso parecer, mas não sou idiota. Sou ingênua, mas isso não quer dizer que sou boba.

— Não é nenhum segredo, eu posso contar. Afinal o que eu quero envolve você e papai. Eu pedi para ser vampira.

— Não tenha tanta pressa, querida.

— Você vai ser, criança. Apenas nos dê algum tempo para aproveitar enquanto você ainda é humana.

— Papai, eu sei. Nós já falamos sobre isso. Mas eu não tenho todo tempo do mundo como vocês.

— Sim, querida. Nós sabemos, você já disse isso. Nós estamos ciente e prontos para qualquer eventualidade que ocorra durante esse ano que vem.

— Ah! Mal posso esperar mais um ano para viver para sempre. Não ter medo de morrer a cada segundo. Vocês não sabem como é isso...

— Posso entender.

— Eu sei que vampiros podem ’morrer’, mas mesmo assim não é um temor constante como é para nós humanos. A espada de Dâmocles está sobre as nossas cabeças. Eu sinto. Sabemos que vamos morrer cada vez que respiramos.

— Querida, você não precisa mais ter medo de morrer, eu e sua mãe não deixaremos você morrer.

— Eu não quero morrer – imploro. Quantos anos de vida me restam? Sessenta? Setenta?

— Você não vai morrer, filha – Esme diz.

— Vamos sempre vigiar você, não se preocupe com isso, criança – diz Carlisle.

— Agora é hora dos presentes - diz Esme. – O meu presente é algo que você  queria muito. Não é exatamente uma coisa, mas sei que vai deixá-la mais feliz. Literalmente vai melhorar seu sorriso. Eu sei que você nunca teve os dentes brancos como quase todas as pessoas têm e isso a deixava mais retraída, por isso meu presente é um tratamento de clareamento dos dentes.

Esse era um dos motivos para eu querer ser vampira: eu queria ter os dentes mais claros. Isso não quer dizer que agora não quero mais ser vampira, não. O motivo dos dentes não é mais proeminente mas tem outros motivos.

— Ai, mamãe muito obrigada – digo com os olhos marejados de lágrimas.

Só mesmo alguém tão sensível como Esme para ter percebido isso. Não sei se pela profissão ou porque ela é mãe, o que importa é que ela acertou.

— Amanhã mesmo podemos ir ao dentista para ele dar uma olhada e marcar os horários das suas consultas.

— Obrigada mais uma vez, mãe. Sabe como isso era importante para mim – lhe abraço e dou um beijo no rosto.

— Agora MEU presente – diz Carlisle. – Na verdade nós dois escolhemos os dois presentes juntos.

— Papai... você também? Pensei que vocês dois tivessem combinado um presente só. Apenas o tratamento já bastava. Tem mais? Eu não esperava... Nunca ganhei dois presentes em outubro por causa do dia das crianças e meu aniversário. Ou era um presente ou nenhum. Assim vocês vão me deixar mal-acostumada...

Esme e Carlisle se entreolham e sorriem.

— Sim, eu também tenho algo para você. Eu pedi para o joalheiro fazer especialmente para você.

Joalheiro?! Então deve ser uma joia. Se for como a que compramos para mamãe... Carlisle é famoso pelos presentes caros. Se for um colar, só vou usar daqui um ano, pois tenho medo de perder. Vai ser caro e não é bom perder uma coisa dessas. E os ladrões? Eles não me exporiam assim ao perigo...

Carlisle me entrega uma caixinha de presente que eu analiso rapidamente e é pequena para um colar... A não ser que esteja enrolado... Quando eu abro fico admirada e muito feliz ao ver um bracelete parecido com o da mamãe.

— Agora que você é uma Cullen, filha, achei justo que você deveria ter sua própria joia com o brasão da família. Sei que é antiquado, mas...

Lhe dou um beijo na bochecha e um abraço.

— Não, pai, eu adorei. Não é antiquado, terei o maior orgulho em usar. Mas... – ele me estimula a falar. – eu ainda não sou uma vampira, posso usar?

— Claro que sim, filha.

Fico tão contente que deixo ele colocar em mim sem me importar com suas mãos frias. Na verdade, eu já estou me acostumando, e ano que vem não vou perceber mais essa sensação pois nós três teremos a mesma temperatura.

...XXX...


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