Nova Geração de Heróis escrita por lauragw


Capítulo 9
Em nome do pai, filho e espirito santo?!


Notas iniciais do capítulo

desculpa a demora, mas deixa eu explicar o por que.

Bem eu tirei 7,8 em geografia, pra muitos isso quer dizer que eu fui bem... mas não pra minha mãe. As notas aqui em casa tem que ser a cima de 8,5. E eu consigo sempre e consegui esse ano em todas as matérias menos em geografia. Ou seja eu tenho 1h de computador por dia :/

Paciência, e eu dedico esse capítulo ao : MEU AMADO PROFESSOR DE GEOGRAFIA, CASTOR REDONDO... esse é pra você!



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- Boa percepção Lola – disse Clara, que já estava de volta.

 

Em nome do pai, filho e espirito santo?!

 

Junto com ela a inesquecível, Perséfone. Ela parecia mais tranquila do que antes, como se estivesse conformada. Isso foi estranho, mas deixei de lado.

 

- Vamos pular a parte dos elogios e vamos direto a próxima. – disse a rainha do Submundo – Certo, a Hipólita, tem um cinturão, muito bonito por sinal, vocês devem fazer com que ela lhes dê o cinto. E para variar, trazê-lo para mim. – todos assentiram. – Flávia Guess, você fica.

 

A decepção estava estampada no seu rosto.

 

- Por quê? – perguntou desafiadora.

 

- Simples, você manipularia os sentimentos dela tornando a missão simples demais.

 

 

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Lá estávamos nós, parados enfrente a uma casa, classicamente construída de acordo com os outros prédios da Mitologia. Não sabia o que esperar, essa foi uma das histórias que eu jamais havia escutado, seria para mim uma missão complicada. A porta foi aberta e uma moça a segurava. Tinha cabelos escuros, cacheados, vestia uma túnica com um cinto gracioso que prendia a túnica na cintura, tipicamente grega. Ela nos olhava como se estudasse cada centímetro.

 

- Então jovens heróis, entraram ou ficaram na porta? – a forma com que pronunciou as palavras era ameaçadora.

 

- Com licença. – disse, entrando seguida dos outros.

 

Depois de acomodados. Retomamos a conversa.

 

- Vejo que são meio-sangues, então o que podem me dizer sobre vocês? – percebi, que a ameaça era algo presente sempre em sua voz.

 

- Sou Clara Wyrda. Filha de Hades.

 

- Lola Lutz. Filha de Apollo. – disse e assim sucessivamente os meninos fizeram o mesmo.

 

- Interessante. – ela disse para si. – Acredito que saibam quem eu sou. Hipólita, filha de Ares. – explicado a forma com que ela falava. – Mas gostaria de saber qual o motivo de estarem aqui...

 

Engoli em seco, não gostaria de morrer assim, não pelas mãos de uma filha de Ares. Mas o medo me assombrava e se ela não gostasse nem um pouco do que fomos fazer?

 

- Senhora, acredito que a sinceridade é o melhor caminho. – começou o Daniel, em um tom formal.– Permita-me que lhe explique tudo.

 

- Com toda certeza. – respondeu, fitando-o curiosamente.

 

- Estamos em busca de seu cinturão mágico. – Me poupe, toda aquela formalidade para isso? Pensei.

 

- Hm... Bem vocês conhecem a história desse cinturão? – perguntou, negamos. – Permitiriam?

 

- Sim. – respondi com um fio de voz, me bati mentalmente.

 

- Sabe, esse cinturão é um presente de meu pai. Hércules já veio atrás dele, eu lhe cederia o cinturão facilmente sem problemas, mas Hera me avisou que ele me levaria consigo. Houve uma grande batalha e ele conquistou o cinturão. Mas agora anos depois ele voltou para mim.

 

- Complicado. – murmurou Clara.

 

- E agora vocês me pedem o cinturão de volta? – falou descrente. – Impossível.

 

A ameaça em sua voz era constante. Eu já considerava essa missão impossível, lutar com ela seria inútil, uma filha de Ares deveria se dar bem com lutas, e convencê-la a dar de bom grado já era uma opção nula. Além de nunca esquecer que tínhamos míseros seis dias, no sétimo nos apresentaríamos no Olimpo.

 

- Então se pudessem, gostaria que se retirassem da minha casa! – e apontou para porta que entramos.

 

Saímos não havia o que fazer, ela não daria o cinturão de bom grado.

 

- E agora, o que faremos? – disse desesperada.

 

- É complicado, até agora não nos debatemos com “humanos” – disse fazendo aspas – Apenas com animais. – concluiu Clara.

 

- Eu posso ter uma idéia. – falou presunçoso Daniel.

 

O que senti naquele momento eu não poderia explicar, o Dan me salvou, minhas ideias eram fracas afinal nunca havia ouvido aquela história era algo bastante desconhecido para mim. Ai, vocês dizem, mas você a ouviu contando a história, eu ouvi, mas mesmo assim eu não tinha a menor idéia do que fazer.

 

- Pode explicar? Eu estou meio perdida sabe... – meu orgulho sempre me manteve refém, provavelmente genética, então minha voz era baixa e envergonhada.

 

- No momento certo, sabichona. – piscou Dan. 

 

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A noite já chegara e nós continuávamos no quintal da Hipólita, ela tinha consciência disso, mas por algum motivo não nos colocou para fora. Talvez, mas só talvez, por pena. Apenas o Daniel sabia do plano, só que eu não havia decidido ainda se isso era bom ou ruim. O clarão que iluminava o gramado deu lugar à escuridão, as luzes estavam sendo apagadas. O Dan nos chamou com sinais apenas fazendo com que sentássemos em um circulo.

 

- É simples – sussurrou. – Quando estávamos lá dentro eu percebi que a janela da cozinha permanece aberta ou seja uma pessoa passaria por ali.

 

- Seu ladrãozinho! – brinquei. Ele apenas riu com uma cara de orgulhoso.

 

– Mas ouçam, eu sou grande demais para passar por aquela janela! – voltou a falar.

 

- Eu também, sou maior que você. – falei

 

- Nem olhem para mim, sou mais alto que a Lola. – completou Liam.

 

Os três pares de olhos se viraram bruscamente para a Clara. Que olhava a todos com a cara de ferrou .

 

- EU ODEIO SER PEQUENA – ralhou mantendo o tom de voz baixo. – O que eu tenho que fazer? – perguntou.

 

- Entre pela janela da cozinha e vá até o quarto pegue o cinturão e volte é uma missão sem erros, vamos estar cuidando você pelas janelas, afinal elas não tem cortina. – explicou o Daniel.

 

- Vocês vão fazer isso comigo mesmo? – disse Clara.

 

- ALÔ! Garota você me fez ficar de baixo de um leão e agora ta com medo da Filha de Ares? – zoei, fazendo-a revirar os olhos.

 

- Certo. – concordou.

 

Andamos vagarosamente até a bendita janela, infelizmente o Daniel esqueceu de mencionar o fato da janela ter quase dois metros de altura e a Clara mal ter um metro e meio. Obviamente ele subiu nos meus ombros, o problema seria do outro lado, como ela faria para subir, mas isso víamos depois.

 

Ela conseguiu manter o silencio enquanto andava até a primeira janela, a da sala. Caminhou na ponta dos pés até a entrada do quarto, ali seria um campo minado, por mais que seus roncos, fosse mais altos que os passos da minha lenhadora de bonsai, nós não tínhamos certeza se seu sono era pesado. Ela entrou no quarto e foi em direção ao guarda roupa abri-lo foi fácil e lá estava dois cintos, o que ela usava hoje pela manhã e um com aparência de cinturão de luta livre, ela olhou para nós e encolheu os ombros em claro sinal de duvida.

 

- Então o que acham? – perguntei.

 

- O cinturão. – falou Daniel.

 

- O cinto. – disse Liam.

 

Isso permaneceu por um bom tempo.

 

- CHEGA! – berrei, quando notei o que fiz tapei a minha boca. Olhei para dentro da casa.

 

Merda ralhei-me, ela tinha acordado. Não havia me visto na janela, mas a Clara estava lá dentro se preparando para sacar a espada. Fiz um não desesperado com a mão e com a cabeça, quem me visse diria que sou maluca. Felizmente ela se fechou dentro do armário sem barulho alguém. Mas isso não passou despercebido ela foi à direção ao armário, eu não podia deixar. Fiz o sinal da cruz e comecei a bater na janela, os meninos saíram correndo mas pelo menos ela se virou, veio em direção da janela. Não daria tempo para eu sair correndo, só deu tempo de me abaixar. Ela abriu a janela e um frio percorreu a minha espinha. Colocou a cabeça para fora e olhou para os lados, a minha sorte é que havia um parapeito na janela, se não minha inútil vida tinha tomado um fim. Desistiu e voltou a trancar a janela.

 

Pensei que ela deitaria na cama, mas ao contrario ela foi assistir televisão. Agora não teria muita opção tínhamos que tirar a Clara usando o que for e ainda escolher o cinturão que ela deveria trazer. Isso daria bastante trabalho e era algo que eu deveria começar agora mesmo. Fui até a lateral da casa onde os meninos estavam sentados e escorados como se tivessem corrido a maratona.

 

- Muito bonito. – falei dando um susto neles.

 

- Concordo! – disse o Dan desfiando, brincando assim que me viu.

 

- Como tiramos a Clara de lá? – perguntei, meu tom de voz sai preocupada.

 

- Mantemos o combinado... – falou o Daniel dando ombros.

 

- Seria perfeito, se a ... a ... aquela coisa não estivesse assistindo televisão! – ralhei

 

- Temos que pensar em outra coisa... – concluiu Liam

 

Eu já estava cansada de pensar, já tinha me sentado ao lado dos meninos. O sono estava quase me derrubando, eu sentia meu corpo amolecer e meus olhos estavam pesados e as piscadas já demoravam. Uma brisa batia, refrescando do calor, exceto por um papel que bateu na minha cara. Era um panfleto de propaganda, propaganda de um vendedor de.. espera aí, tão zoando comigo?

 

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- Ai! Liam deixa disso, ficou ... fofo – disse sorrindo.

 

Eu havia trocado a roupa dele, o jeans surrado e desbotado, mas principalmente sujo, deu lugar a um limpinho que ele tinha na mochila. O cabelo fora “lambido” com um pote de gel que o Dan carregava e os tênis eram um par All Star branquinho, igualmente do Dan. Faltava apenas alguma coisa, tombei minha cabeça de lado para saber o que seria.

 

- Já sei! Tira a camisa do acampamento. – ele hesitou – Vamos Liam, eu não mordo! – mas bem que podia, meu deus que pedaço de mau caminho era ele sem camisa. – Dan me empresta tua flanela?

 

Entreguei a flanela para o Liam e fiz ele abotoar até em cima.

 

- Perfeito! Só falta o produto. – comentei.

 

- Que seria? – perguntaram os dois.

 

- Uma Bíblia! – eles me olharam descrentes. – Eu sempre carreguei uma pequena, mas acho que agora não faz tanto sentido. Então é o seguinte, Liam você vai e vende a Bíblia. – disse a entregando – Daniel você tira a Clara de lá!

 

- E você Lola?

 

- Eu, Dan, vou ficar na retaguarda do Liam. – respondi. – Se ele for atacado ou reconhecido, o que eu acho difícil pois ele perdeu os cachos característicos.

 

Depois de tudo explicado, fui para detrás de um arbusto e o Liam tava nervoso, mas mesmo assim tocou a campainha, e o Dan tava dando a volta pela casa.

 

- Oi Senhora. – falou com uma voz bem diferente da dele.

 

- Oi... O que fazes aqui? – perguntou com um pouco de raiva.

 

- Desculpe bater esta hora da madrugada, mas é que me perdi e estou sem dinheiro para pegar um ônibus.

 

- E eu com isso? – falou grossa.

 

- É que você poderia comprar a minha bíblia? – perguntou docemente, sinceramente isso era hilário.

 

Ela estava bufando de raiva e lá atrás o Dan ia a direção ao quarto, não sem antes parar e dançar um pouquinho como deboche. Eu estava quase gargalhado, só não fazia isso por que colocaria tudo água a baixo.

 

- Entre e a gente vê. – disse bufando.

 

- NÃO! – falei alto demais.

 

- O que houve? – perguntou, se virando.

 

- NÃO! Precisa senhora, estou acostumado a viver sem confortos, pelo senhor. – e aponto para o céu, depois de ter puxado ela para que não visse o Dan.

 

- Ok. Mas agora eu estou vendo televisão! Volte mais tarde quem sabe eu ajude.

 

- Mas a senhora quer arder no inferno? – ela encolheu os ombros – Então, ajude ao próximo em nome do Senhor! – deuses! Ele já parecia um beato! E a cena tava hilária.

 

O Dan estava passando já para a cozinha, eu fui saindo em direção aos fundos da casa para ajudá-los. Só que eu tropecei num tronco.

 

- Tronco infeliz! – praguejei.

 

- Pois não? – disse Hipólita confusa.

 

- Troco! Eu não tenho troco! – falou tentando consertar.

 

Mesmo dos fundos da casa era possível ouvir eles. A Clara saiu primeiro sem nada e o Dan. O Dan ficou entalado!

 

- Poha! Igual a outra vez! – falou.

 

- Deuses se você sabia que ficava entalado, por que saiu por aí? – perguntei.

 

- Pela porta não tinha emoção, a chave tava na fechadura! Pela janela é mais... Ladrão! – eu mereço!

 

 

Já na frente.

 

- Mas eu não disse que compraria. – falou ela.

 

- Mas eu sei que vai ajudar o senhor! A moça, parece solidária! – e no fim ela jogou dez dólares nele e estava voltando. Fui até a janela e abanei para que ele enrolasse ainda tinha que tirar o Dan dali. Enquanto eu e a Clara puxávamos, eu ouvia o Dan.

 

- Ah! Deixa-me ler minha parte favorita! – falou

 

- Não é preciso. – disse puxando a bíblia.

 

- Mas senhora, eu faço questão, foste tão boa para mim, preciso retribuir.

 

- Não é necessário. – deu um puxão mais forte e eu fiz o mesmo.

 

- Tem certeza? – perguntou.

 

- Sim! – e bateu a porta.

 

O problema é que o Dan continuava pendurado e ela foi à direção a cozinha e viu as perninhas balançantes do Dan.

 

- QUE ISSO? MEIO-SANGUE ATREVIDO! ONDE ESTÁ O MEU CINTO? – ela foi correndo até o quarto.

 

Percebi que o Dan segurava na mão os dois cintos.

 

- Vamos gente! – berrou a Clara. – No três... TRÊS! – puxamos com força e o Dan passou.

 

- Ai, o que aconteceu com o um e o dois – perguntou acariciando a barriga.  


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Notas finais do capítulo

obrigado por ler. bjbj comentem!