Nova Geração de Heróis escrita por lauragw


Capítulo 44
Irmãos, Irmãos, Inimigos à parte.


Notas iniciais do capítulo

aah eu demorei, desculpa desculpa, mas a boa noticia é que acabaram as provas e eu sou livre agoooora!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/72476/chapter/44

Afastei-me e o olhei de longe. Assim como Flávia, apenas nós duas mantínhamos uma cara assustada. 

Eu tinha lido esse livro. Sabia como as coisas acabavam...

- Você está.... com sede? – forcei as palavras a saírem pela minha garganta.

- É. Estou . – ele disse calmamente.

- Sede de quê? – perguntei ainda receosa com as mãos no pescoço.

- Sede é de que, Lola? Dá pra me dar o que eu quero logo?- ele disse irritado.

- O que seria isso? – foi a vez da Flávia.

- Sei lá. Néctar, água, refrigerante, leite, qualquer coisa! – ele disse emburrado.

- Ufa! – murmurei, não queria que ele ouvisse.

Olhei pra Clara. Ela entendeu e destrancou a porta do vagão.

- Flávia vem me ajudar! – disse apontando pra porta do vagão.

- Aonde a gente vai? – Flá perguntou pra Clara.

- Buscar as coisas no vagão... temos que conseguir néctar pro vampiro. – Clara brincou e apontou para o Liam.

Liam ergueu uma sobrancelha e olhou pra mim. Bateu de leve a mão do lado dele e fui até o seu lado. Dan fez menção de sair, mas Liam foi mais rápido.

- Fica. Pela segurança da Lola, se não sou capaz de matá-la. – pude ouvir o sarcasmo na sua voz, vi que estava encrencada.

Dan sorriu e sentou na cadeira perto da porta.

- Lola. – Liam falou perto do meu ouvido. – Você achou que eu era vampiro?

- Sim? – disse insegura.

- Hm. Por que achou isso? – ele perguntou novamente.

- Por que você foi mordido por uma e quando acordou disse que estava com sede e queimações. – sugeri, agora um pouco mais confiante.

- E nunca passou pela sua cabeça. – deu um beijo no meu pescoço. – Que eu podia estar apenas com dor, por que eu tinha um CORTE NA GARGANTA? – aumentou o tom de voz.

- Er... não? – disse sorrindo.

- Péssima resposta, Lola. – ele comentou. – Então você achou que eu te morderia? – ele agora me fez olhar nos seus olhos.

O tom deles não era o escuro, que me davam arrepios pela espinha. Eram roxos, daquele tom que pareciam relampejar toda hora, que me davam medo, principalmente quando eram usados pelo Sr. D, o pai de Liam.

- Sim. Mesmo a Clara me avisando que você não era um deles eu fiquei receosa. – respondi sinceramente.

- Hm. Mas eu nunca seria capaz de fazer isso, algo na minha mente, ou melhor toda minha mente me lembraria o quão importante você é para mim. – ele disse sorrindo.

- Own. Então quem você morderia? – perguntei divertida.

- Vamos ver... a Clara é muito importante para você né? – assenti – A Flávia sempre nos ajuda, então vou precisar dela durante um bom tempo. Acho que o Dan, seria o primeiro. – ele comentou.

- Hey cara! Pensei que nosso relacionamento fosse acima do seu e da Lola! – debochou Dan, nos fazendo rir.

- Era segredo, cara! – Liam piscou pra ele.

- Oh! Desculpe. – disse colocando a mão na boca.

Eu acabei rindo tanto dos dois que lágrimas saiam dos meus olhos. Quando a Clara e a Flávia voltaram, nos olhavam curiosas. É certamente a coisa não tava dando certo, ou não fazia sentido. Dan ria abertamente e sua risada era um tanto escandalosa, eu ria e chorava ao mesmo tempo e Liam apenas ria.

- Certo. Eu trouxe o néctar. E se me disserem que não precisa mais. Vai todo mundo pro tártaro. – Clara disse séria.

Estendi a minha mão e ela colocou uma garrafa térmica. Tirei a tampa que seria mais tarde o copo, e girei a outra tampa. Servi um pouco e entreguei pra Liam. Se ele tomasse muito, teríamos apenas pó, então cuidei ao máximo para deixá-lo vivo.

- Chegaremos em dez minutos. Eu já perguntei. – disse Flávia.

- Que horas são? – perguntou Dan.

- Seis. – Clara olhou para o relógio do vagão.

Encostei minha cabeça no ombro de Liam levemente e olhei para os outros que estavam acima de nós, por estarem sentados nos bancos. Então é isso. Ali começava a missão que eu tanto tentara adiar. A missão que eu evitei pensar nos últimos dias, mas que não me livrou de nada. Apenas fez com que tudo voltasse com força total.

Saímos do trem. Estávamos em uma pequena estação. Segundo o horário que fora colado, com durex do tempo da brilhantina, um ônibus passaria as oito e nos levaria até a cidade.

Parei no meio do caminho e me virei para os meus amigos.

- Para onde vamos? – perguntei curiosa.

- Não sei. Mas pra uma lanchonete me parece uma boa. – disse Dan.

- Por mim. – dei de ombros.

Saindo da estação e andando alguns metros para norte. Segundo um morador havia uma lanchonete. Fomos naquela direção. Era por volta de uns seiscentos metros. Eu conseguia avistar a lanchonete e um pouco antes uma casa enorme. A lanchonete contava com um hamster gigante que balançava o braço indicando a lanchonete. A casa ocupava todo o acostamento da estrada. O que era realmente estranho, mas parecia que ninguém que passava por ali se importava muito com isso.

Passamos pela casa e não demos bola alguma. Assim que chegamos à lanchonete eu podia ver a risada de alguns homens, provavelmente caminhoneiros pela frota de caminhões que estava do lado de fora. Antes de entrar olhei para os outros, perguntando se estavam seguros daquilo. Todos assentiram então entrei pela porta dupla, que parecia de um faroeste.

Lá dentro em um dos cantos um toro mecânico, no qual um marmanjo, vestido com botas de cowboy, calça jeans justa e uma blusa xadrez, se equilibrava, vez que outra balançando o chapéu. Ridículo. Flávia parecia que ia ter um ataque a qualquer momento, pela roupa que as pessoas usavam. Algumas mulheres ainda usavam calças com franjas. Dan e Liam, sim o Liam estava junto, olhavam para as outras, que usavam mini saias e decotes enormes.

Clara e eu olhávamos tudo com um desgosto único. Fui até o balcão emburrada, com um Liam atrás de mim dizendo que ele não tava olhando nada e que não era pra eu ficar assim. Olhei pra ele de soslaio e vi que seus olhos eram sinceros, então o perdoei.

- Posso ajudar? – falou uma das garotas de mini saia, só que essa trabalhava no bar.

- Um hambúrguer com batata frita e uma coca cola média. Pode trazer também um milk-shake. – pedi olhando a placa com o cardápio atrás dela.

Ela me olhou um pouco assustada, mas mesmo assim anotou o pedido.

- E você, querido? – disse sorrindo abertamente para o Liam.

- O meu namorado vai querer a mesma coisa que eu. – respondi por ele.

Ela assentiu e saiu para atender a Clara, Dan e Flávia. Quem estava com o dinheiro era o Dan então pedi para que ela cobrasse dele.

- O que ela fez, amor? – Liam perguntou virando o banco alto em que eu estava.

- Se faça de inocente e finja que não viu nada. – estreitei meus olhos. – Você é um completo idiota.

- Eu também te amo. – disse me dando um selinho e me fazendo sorrir. – Sabe você fica linda com ciúmes, mas mais bonita quando sorri. – revirei os olhos.

- E você é um babão apaixonado. – brinquei com ele.

- Pela garota mais cabeça dura e chata da face da terra. – ele respondeu.

- Mais bonita e querida também. – respondi mostrando a língua.

- Esqueceu da modéstia e humildade. – disse dando um tapa na testa e soltando uma gargalhada.

- Aprendi com o melhor. – dei um soquinho no seu ombro. – Mas nós dois esquecemos da inteligência, eu sou uma garota inteligente.

- Eu também. – disse como se fosse obvio.

- Uma garota inteligente? – disse brincando. Ele revirou os olhos.

- Clara. Flávia. – ele chamou minhas amigas. – E você também Dan, eu sou inteligente não? – eles assentiram.

- É você e a Lola são as pessoas mais nerds que eu conheço, não sei por que não nasceram filhos de Athena. – exagerou Clara.

- Dã! Ele é burro! – resmunguei  - Eu sou mais inteligente.

- Sempre, Lola. – Flávia disse me cortando.

- Hm... to com fome. – ele disse mudando completamente o assunto. – Você não vai comer tudo aquilo né?

- Quer apostar? – perguntei presunçosa.

- Nunca apostaria contra um filho de Dionísio. Jogos são a nossa praia. – ele disse.

- Nunca apostaria contra uma filha de Apolo. Profecias são a nossa praia, sabemos do futuro. – ergui uma sobrancelha.

- Na verdade. – disse Dan se intrometendo. – Eu não apostaria contra um filho de Hermes. Nós roubamos, mas acho que contra vocês também serve.

Depois de rir bastante do Dan. Conversar com as meninas. Xingar o Liam por estar olhando para as pernas e decotes das garotas dali, acabamos de comer.  O Dan pagou a conta com o resto do dinheiro que tínhamos. Estávamos passando pelo touro mecânico quando o Dan resolveu comentar.

- Fazer isso é mole. – apontou para o cara montado.

Mas como sorte de meio-sangue é única o filho da mãe que estava ali por perto ouviu.

- Você acha, cara? Que tal você montar? – propôs.

- Não, obrigada. – disse Flávia puxando o Dan antes que nos metêssemos em confusão.

- Pode ser. – disse o Dan se desvencilhando da Flá. – Por dinheiro? – disse com os olhinhos brilhando.

- Feito. Você não dura nem dois minutos ali em cima. – falou o cara colocando cinqüenta dólares na mesa de apostas.

- Eu digo que duro. – Dan colocou cinqüenta dólares nossos, dinheiro que tínhamos acabado de conseguir por trocarmos algumas dracmas.

Então o cara que estava montado desceu do maldito touro. Dan pulou em cima de toda aquela aparelhagem inflável e subiu no touro. Eu tava vendo meus cinqüenta dólares sendo perdidos.

O touro começou devagar mas aos poucos a velocidade foi aumentando. Dan se segurava com apenas umas das mãos e parecia firme por enquanto. Mas a velocidade ia aumentando e consequentemente os movimentos em cima do touro iam dificultando. Eu vi a mão dele escorregando por inúmeros momentos e ele ia trocando a mão também por que ia suando e ela ficava mais escorregadia.

O som da campainha me deu um alivio. Os dois minutos se passaram e o Dan saltou de cima do touro. Sua pose ainda era de galã, como se tudo que tivesse feito fora um ato muito heróico. Flávia o olhava com admiração. Ele saiu do colchão inflável passou na mesa pegou os cem dólares, deu um tapinha nas costas do caminhoneiro.

- Nunca duvide de mim. – ele disse risonho.

- Nunca aposte contra um filho de Hermes... – murmurei perto do ouvido do Liam que soltou uma gargalhada sonoramente perfeita.

Estávamos caminhando de volta. Conversando e rindo sobre algumas coisas eram dez pras oito e tínhamos que nos apressar pra não perder o trem. Estávamos na frente da casa, quando ouvimos um grito. Não era fino, como de uma garota. Parecia mais um urro.

- Vamos – disse Dan, subindo as escadas da casa até a porta.

- Ta maluco? – chiei – Ainda morremos com um tiro! – o lembrei.

- Claro. “Lola, a garota que enfrenta monstros mas tem medo de um tiro.” – Dan falou como se aquilo fosse impossível.

- Você viu o que você acabou de falar? – comentou Clara. – Caso você não sabe, o vampiro é o Liam, o único que não morre com um tiro é ele. – disse fazendo brincadeira.

Liam o olhou apenas a olhou como se a fuzilasse.

- Não quero ser comparado a um gay que brilha. Que não tem vida por que vamos combinar, dizer que uma garota é a sua vida... ô vida sem graça. – ele comentou.

Cruzei os braços e o encarei séria.

- Sem vida? Vida sem graça? – falei entre dentes.

- Er... É que a garota não é uma montanha russa que nem você, Lolinha. – ele disse como se pedisse desculpas.

- Cheia de curvas? – disse Dan.

- Não. Uma mistura de emoções. – debochou Clara.

- Você está me saindo melhor que a encomenda, Liam. – disse séria. Mas na verdade tudo era fingimento.

- Certo, vamos logo. – Dan disse indo bater na porta.

Ele bateu e som nenhum veio. Apenas o mesmo barulho abafado de alguns urros. Ele tocou a mão na maçaneta e girou. A porta estava aberta.

- Entramos? – perguntou a Flávia.

- Acho que não custa tentar. – disse Dan.

- Certo. – falou Clara indo à frente.

Lá dentro tinha uma escada e duas portas no térreo.

- Por onde? – perguntei.

- Lola e Liam. Olhem aqui em baixo. – falou Dan. – Nós três vamos lá em cima.

Entramos na primeira porta. Era uma cozinha. Estava abastecida e a geladeira tinha luz, assim como se apertássemos o interruptor também. Era limpa e clara. Ainda tinha uma janela aberta por onde entrava o vento.

- Nada. – comentei virando e saindo da cozinha.

- Lola. – ele disse atrás de mim.

- Quieto! – botei a mão na boca. – Era brincadeira, fica quieto agora! – disse já prevendo o que ele diria.

- Certo. – ele disse andando atrás de mim.

Na outra porta eram as duas salas. Uma parte ampla, com uma televisão de tela plana, dvd, som, cd’s entre outras coisas. E atrás de um dos sofás uma mesa enorme de carvalho ou nogueira não sei bem ao certo. Cadeiras forradas em estilo vitoriano.

Saímos da sala e subimos as escadas assim que chegamos ao topo pudemos ouvir um grito.

- Lola! Liam! Aqui! – dizia Flávia.

- Aqui onde eu estou você não está! – respondi.

- Terceira porta a esquerda – ela respondeu.

Corri até lá com Liam no meu encalço. Primeira porta. Segunda porta. Terceira porta. Estava fechada. Tranquei minha respiração e girei a maçaneta. Lá dentro os três estavam de costas para nós virados para a parede. Tudo ali era pintado em tons claros e uma luminária pendia no teto. Eles se afastaram e ali pude ver o que olhavam.

Uma garota estava sentada. Deveria ter a idade de Percy. Cabelos castanhos frizados batiam na altura dos seios. As pernas eram longas. Os braços fortes e o rosto curioso. Os olhos castanhos escuros, pelo menos acredito que fossem dessa cor, eram ameaçadores. O nariz era longo e fino, empinado de forma arrogante. Tinha dois pequenos cortes no supercílio e no lábio inferior Nada mais se destacava nela. Exceto a aparência cansada.

Ao seu lado, um garoto igualmente alto, porém maior que ela. O corpo era musculoso era possível ver pela blusa que usava. Os cabelos dourados eram curtos e arrepiados. Os olhos azuis significativos. Ele mantinha um sorriso no rosto enquanto me examinava assim como eu fazia com ele. Tudo nele parecia simpático ao contrário da garota, tudo parecia tranqüilo e perfeito, por mais cansado que estivesse.

- Seus amigos me falaram que vocês são meio-sangues. – ele falou, sua voz era rouca e sexy.

- Sim. – respondi. – Você também.

- Não. – respondeu a garota rudemente. – Somos o Piu-Piu e o Frajola, prazer. – disse carregando na ironia.

- Não liga pra ela, depois ela melhora. Por baixo do mau humor tem uma boa garota, né Clarisse? – ele disse simpático.

Ela revirou os olhos e deu de ombros.

- A propósito, - ele se levantou. – Sou Michael Yew, prazer, sou de Apollo, a gatinha ali é de Ares – ele falou sinalizando pra Clarisse.

- Prazer - Liam estendeu a mão na minha frente. – Liam, sou de Dionísio. Namorado da Lola. – disse passando o braço na minha cintura.

Michael assentiu e olhou pra mim.

- Lola, sua irmã. – disse sorrindo.

A atitude de Michael me foi inesperada. Ele me abraço erguendo-me um pouco do chão.

- É tão bom ver os irmãos. – disse me largando no chão. – Me chame de Mike.

- Claro. – respondi.

Então um estrondo veio da janela, duas figuras bastante conhecidas para mim apareceram.

- Ora, ora. Depois do momento família...

- Que tal resolvermos nossas pendências? – completou o outro.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

beijão galera. reviews? desculpa mais uma vez.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Nova Geração de Heróis" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.