O Misterioso caso Prescott escrita por PiotrGawronski


Capítulo 2
Na Mansão Barker


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!



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CAPÍTULO II

Na Mansão Barker

 

 

Saíram do edifício e andaram até o passeio.

- Você sabe onde fica isso? - disse Thomas lendo o papel. - St. Essex, Mansão Barker 189?

- Não.

- Então é melhor pegarmos outro táxi, assim chegaremos mais rápido.

Piotr concordou e chamaram um táxi.

No decorrer da viagem Thomas perguntou o que Piotr achava sobre o crime e se as mortes tinham alguma ligação, mas ele não respondeu estava absorto em seus pensamentos.

Thomas o cutucou.

- Hum, sim?

- Estava lhe perguntando sobre o que acha do caso e se possui alguma relação às duas mortes.

- Talvez. Não posso te dizer muita coisa nada. Preciso de mais detalhes - E tornou a voltar aos seus pensamentos.

Quarenta e cinco minutos depois chegaram ao local desejado estava quase anoitecendo. Olharam pela janela, viram uma casa enorme, na fachada havia um muro com grades e através dela se via um pequeno jardim. A casa era bastante velha e precisava de uma reforma.

Dentro do carro Thomas murmurou ao motorista duvidoso.

- Tem certeza que é aqui senhor?

Mas Piotr encostou a mão em seu ombro e com o dedo apontou para os dois policiais parados na porta.

- É aqui mesmo - atalhou Piotr. - Obrigado.

Pagou a condução e saíram.

Ficaram uns instantes parados olhando a casa.

- Isso está muito estranho. Jim não disse que Simeon era um homem rico? - disse Thomas ainda olhando para a casa.

- Sim ele disse. Mas pode ser que ele gostasse de sua casa assim ou fosse avarento ou qualquer outro motivo, porém isto não interessa agora, vamos entrar.

- Não acredito que alguém goste de uma casa assim.

Foram até os guardas, se apresentaram e passaram pelo portão. A porta da casa estava aberta, eles entraram já na sala que era bastante ampla, seus moveis eram simples e não ocupavam todo o espaço. Também possuía algumas portas, uma escada que levava para o andar superior, um corredor para a sala de jantar e uma cozinha contígua.

- Deve ser lá em cima - disse Piotr se dirigindo à escada. Thomas o acompanhou a cada passo a escada rangia.

Ao termina a subida Thomas olhou para os lados e viu uma grande quantidade de portas.

- Vamos demorar um pouco para achar o quarto certo.

Piotr balançou a cabeça, depois disse:

- Eu irei por aqui e você vai por ali.

Ele andou até uma porta e a abriu, havia uma sala e um corredor com varias outras portas.

No outro lado Thomas abria as portas, muito enfadado e pensava:

"Isto se parece mais com uma pousada e não uma casa, qualquer pessoa se perderia por aqui".

"Não aguento mais. Essas portas nunca acabam!"

Depois continuou sua procura.

Após algum tempo ele de um grito que ecoou pela casa.

- Aqui Piotr achei!

Quando Piotr chegou ao quarto, Thomas já estava dentro.

 - Muito bom meu amigo, estava me cansando abrir tantas portas.

Eles olharam o grande quarto pintado em uma cor desagradável, o chão era de madeira, havia uma pequena janela que dava para o quintal e alguns moveis dentre eles uma estante com fotos da família, uma penteadeira, um guarda-roupa, um quadro pendurado na parede, dois criados mudos com abajures em cima e uma cama de casal.

Thomas pegou suas luvas, mas Piotr lhe disse que não havia necessidade. Começaram as buscas, Thomas se distraiu com as fotos, Piotr o olhou, mas não disse nada, tinha aberto o guarda-roupa e observado que as roupas estavam amassadas e os cabides foram postos todos, para um canto.

- Estranho - ele comentou.

- O que é estranho? - disse Thomas que largou o retrato e colocou-se ao lado de Piotr.

- Essas roupas, esta vendo? Thomas as olhou, mas, não compreendeu.

- O que há com elas?

- Estão desarrumadas.

Thomas continuava sem compreender.

- Explique-se melhor, por favor.

- Olhe bem, estão postas de uma forma como se alguém estivesse se escondido aqui. Vou entrar para você ver melhor - ele entrou e ajustou-se no guarda-roupa. - Esta vendo?

- Estou. Mas que importância tem isso?

- Por enquanto quase nenhuma, mas depois do inquérito iremos fazer algumas perguntas aos moradores daqui.

Thomas deixou-o no guarda-roupa ecaminhou até a penteadeira, tirou sua caderneta do bolso e anotou o que Piotr lhe disse, mas para ele não fazia nenhum sentido. Ele sentou-se, abriu as gavetas à procura de pistas, achou um bilhete rasgado ao meio, escrito num papel amassado e envelhecido, leu-o e em seguida mostrou a Piotr sua grande descoberta.

- Olhe Piotr, olhe - ele esticou o braço, Piotr o pegou e colocou seu pince-nez.

"... Não aguento mais

essa vida, vai ser melhor para

todos nós eu ir embora.

Adeus"

Contudo não demonstrou nenhum interesse depois disse:

- Você encontrou o outro pedaço?

- Não. - Thomas pegou de volta o papel. - Este bilhete deve ter sido escrito pelo morto para se despedir!

- É deve ser.

Após dizer isso, Piotr foi ver um dos criados-mudos.

Thomas ficou um pouco desapontado, achou que Piotr não deu muita importância a sua descoberta e caminhou para o outro criado-mudo.

- Está vazio - disse Piotr.

- O meu não, nele há apenas uma caixinha com alguns comprimidos, acredito que são para dor de cabeça, já tomei alguns desse um tempo atrás. Não deve ser importante.

Estava guardando-o, quando Piotr o pediu. Ele observou a caixinha, havia compartimentos com pílulas, cada compartimento estava escrito as letras iniciais dos dias da semana, de Domingo a Sábado. O compartimento de Domingo estava vazio.

- Domingo - Piotr fez um esforço, tentando recorda-se de algo. - Domingo foi quando Mr. Prescott suicidou-se.

- Ahn?

- Disse que Domingo foi o dia que Simeon se suicidou e aqui esta vazio, isto é ele as tomou.

- Ou alguém pegou - completou Thomas.

 - É verdade. Tome, guarde - disse Piotr entregando-lhe a caixinha e levantando-se.

- Mas ainda falta algo Piotr.

- Não já olhamos tudo.

- Sim, mas não achamos nada com que o homem possa ter se suicidado - Thomas continuou pensando e depois sugeriu. - As pílulas?

- Não, ele só tomou as de domingo como acabamos de ver, essa quantidade não é suficiente - fez uma pequena pausa. - Creio que o pessoal da Scotland Yard tenha levado.

- Ahh é verdade! - ele olhou para o relógio. - Está ficando tarde é melhor irmos embora.

Amanhã vamos ao inquérito e descobriremos a causa da morte. Desceram à escada, saíram da casa e atravessaram o portão, ainda havia dois policiais no portão, mas não eram os mesmos.

Chamaram um táxi que estava próximo e entraram. No fim da viagem Thomas lembrou-se.

- Minha bengala.

 - Que tem sua bengala?

- Eu a esqueci no quarto quando fui colocar as luvas.

 - É melhor você voltar outro dia - aconselhou Piotr. - Está tarde.

- Tem razão.

Saíram do carro e dessa vez quem pagou o taxista foi Thomas, após alguma resistência de Piotr. Despediram-se e foram para suas casas.

 


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Notas finais do capítulo

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