Saint Seiya - O Deus da Guerra escrita por Vegeto Sparda


Capítulo 2
O inferno do Morcego


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo! esse deu trabalho pra escrever, caso queiram comentar por favor fiquem a vontade, espero ver vocês no próximo capitulo, estou gostando muito de escrever essa historia. Em fim, boa leitura!



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Capítulo Narrado por Saori

— Está louco ou o que? A armadura de câncer? Você ao menos já viu algum cavaleiro de ouro?

Seiya se mostrou surpreendido assim como todos nós, fazer um pedido daquele tamanho deixou todos sem reação. O olhar de Kazuya ainda era o mesmo, calmo e mirava apenas a mim esperando uma resposta o mais rápido possível, Seiya como sempre muito emotivo continuava tentando argumentar com o garoto, mas era totalmente ignorado. O fitei por mais alguns segundos e me rendi a curiosidade sobre aquele pedido.

— Bom cavaleiro, farei o que puder para ajuda-lo, mas saiba que para isso você precisará vencer o torneio.

— Então quando que eu vencer, por favor me leve até o santuário e a casa de câncer.

— Certo, Tatsumi leve-o para um quarto para que possa descansar, o torneio vai ser amanhã à noite e é melhor você estar bem descansado.

— Sim senhorita Saori, o levarei agora mesmo. Venha garoto!

Enquanto Tatsumi levava Kazuya para seu quarto eu voltava minha atenção para os outros cavaleiros, Seiya ainda estava confuso assim como eu também, mas não poderíamos perder a atenção agora, precisávamos fazer alguma coisa sobre o cosmo que havia sentido ontem, ou problemas maiores poderiam surgir e talvez até ameaçar os humanos e a Terra.

— Cavaleiros, sei que vocês adorariam ver a guerra galáctica que irá acontecer amanhã, mas preciso que cada um de vocês viaje para diferentes continentes do planeta para tentar reunir informações.

— Saori, não acha que pelo menos um de nós deveria ficar aqui caso algo acontecesse?

— Você tem razão Hyoga, bom por favor meus cavaleiros peço que se dividem entre si e escolham diferentes destinos, precisamos dessas informações o mais rápido possível.

— Saori, se me permite eu ficarei com você

Seiya como sempre muito gentil comigo e sempre tentando me proteger, aquela ação me fez abrir um pequeno sorriso no meu rosto, acenei com cabeça acompanhada de um sorriso aprovando sua escolha.

— Bom eu vou procurar me irmão, e depois irei atrás de alguma coisa – Disse Shun demonstrando muita força de vontade, provavelmente pelo fato de que ele poderá ver seu irmão novamente.

— Nesse caso vamos primeiro decidir para onde cada um de nós irá e depois podemos partir

— Tenho uma ideia Shiryu, vamos todos até a minha casa e decidimos isso por lá – afirmou Seiya

— Por mim tudo bem

— Então não vamos perder tempo, Saori vejo você amanhã! Até mais

Seiya saiu correndo e logo foi seguido pelos outros cavaleiros, assim o jardim ficou apenas com a minha presença, o som dos pássaros que se banhavam no chafariz aparecia como uma bela melodia, os jardineiros que trabalhavam no local molhavam as plantas com as mangueiras e por um momento as coisas ficaram calmas novamente. Encarei o céu enquanto pensava no torneio de amanhã, acho que eu deveria fazer os preparativos finais para que tudo já estivesse pronto.

.......

Havia passado a tarde inteira preparando as coisas para as lutas de amanhã, tudo estava pronto, só faltava esperar a hora para começarmos, enquanto uma parte de meus pensamentos estavam no torneio, outra parte não parava de pensar na grande energia de cosmo que havia sentido ontem, o que mais estava me deixando curiosa era a estranha sensação de que eu já havia sentido esse cosmo antes. Porém não conseguia me lembrar de nada, tentar me perder em pensamentos sobre isso era uma total perda de tempo.

Finalmente estava de volta em casa, já era de noite e estava quase na hora do jantar, um dos meus empregados havia me recebido e me levado até a mesa. Tatsumi havia preparado um verdadeiro banquete e a mesa estava uma beleza.

— Tatsumi, por acaso você chamou o Kazuya?

— Hã? Na-não senhorita, nós levamos o jantar dele até o quarto dele então não achei necessário.

— Você precisa parar de tratar os cavaleiros dessa forma, não se esqueça que eles que protegem a Terra Tatsumi

— Sim senhora, me perdoe

— Por favor, me leve até o quarto dele, gostaria de falar com ele

— Como quiser senhorita.

Após o jantar Tatsumi me levou até o quarto em que Kazuya estava, um quarto pequeno e no primeiro piso da mansão bem próximo do jardim, me pergunto se ele estava confortável naquele pequeno quarto que mais parecia ser um dos quartos pequenos para os empregados. Me aproximei da porta e bati três vezes antes de entrar.

— Com licença?

Assim que entrei me deparei com Kazuya deitado na cama olhando para o teto, ele não estava dormindo parecia estar apenas perdido em seus próprios pensamentos, não demorou muito até ele perceber que eu estava ali, seu rosto virou para minha direção e seus olhos permaneciam exatamente da mesma forma quando o vi da primeira vez, calmos e frios.

— Tatsumi nos deixe a sós por favor

Assim que pedi meu mordomo olhou desconfiado para o garoto mandando um sinal como se estivesse dizendo “se fizer alguma coisa eu te mato”, como se ele tivesse alguma chance. Após acenar com a cabeça ele saiu e me deixou sozinha com ele.

— Desculpe incomoda-lo, espero não estar atrapalhando em nada

— Quanta cordialidade Atena, não precisa agir assim comigo, sou apenas um cavaleiro de bronze – O garoto se levantou e sentou na cama e aproveitei para pegar uma cadeira e coloca-la na sua frente para que pudéssemos conversar mais confortavelmente.

— Não é cordialidade e você é um cavaleiro de bronze e mesmo eu sendo a reencarnação de Atena não devo trata-lo sem educação.

— Isso é engraçado vindo de alguém que usava e abusava dos órfãos que foram destinados a proteger você

Por um momento me assustei e deixei essa emoção escapar no meu rosto, o olhar de Kazuya era de reprovação, mas não era nada com que eu já não havia sentido isso, eu realmente era uma péssima pessoa com todos quando era pequena, mesmo sendo criança eu me sentia responsável por tudo que fiz. Mas como ele sabia de tudo isso, eu sabia que ele não era um dos cavaleiros que estavam treinando naquela época.

— Eu sei que o que fiz na época foi errado, mas isso já faz parte de um passado muito distante e é um assunto muito pequeno se comparado a tudo que já aconteceu

— O que você veio fazer aqui Atena?

— Eu quero me conte sobre você, quem é, de onde veio, como conseguiu a sua armadura e porque sua obsessão pela armadura de câncer

Eu realmente estava bastante curiosa sobre ele, pude sentir que ele realmente era um cavaleiro de bronze de Atena, mas não sabia nada sobre ele. Eu o encarava e ele permanecia com o mesmo olhar de antes, frio e demonstrando que de certa forma ele não me queria ali, não sabia dizer o que estava em seu coração que ele tanto tentava esconder com aquela personalidade de pedra. A luz da lua iluminava o quarto enquanto um silêncio tomou conta do local, Kazuya fechou os olhos por uns segundos e voltou a abri-los.

— Pois muito bem, vou lhe contar já que querendo eu ou não sou um cavaleiro que serve a você.

Suas palavras eram ásperas e seu tom de voz era agressivo, aos poucos eu conseguia sentir a raiva que ele transmitia, só não sabia dizer o porquê daqueles sentimentos.

— Eu era uma criança que morava em um pequeno vilarejo perto de Florença na Itália junto com a minha família, era um vilarejo de classe baixa, todos eram bem pobres, mas conseguíamos fazer o suficiente para que todos ali não passassem fome. Era bem difícil viver ali, mas conseguíamos mesmo assim conseguíamos deitar no chão com nosso colchão de papelão e dormir com um sorriso no rosto, pois apesar de não termos dinheiro tínhamos tudo pois estávamos juntos, eu, meu pai, minha mãe e minha irmãzinha.

Enquanto ele falava, eu prestava atenção atentamente, os olhos que antes estavam demonstrando frieza agora pareciam ter amolecido e sua voz que antes eram em tom agressivo também havia ficado mais calma de doce, como uma deusa e ele como meu cavaleiro eu estava começando a conhecê-lo e isso me deixava feliz por dentro, enquanto isso ele continuava.

— Não era fácil, não tínhamos nada, mas eu me sentia completo .... Até aquele dia ...

— Aquele dia? – Perguntei curiosa

— Uma noite quando trazíamos lenha para nossa casa, eu e meu pai ouvimos gritos que vinham do vilarejo, gritos de socorro, outros eram pedidos de piedade e outros de dor e angustia. Deixamos a lenha para trás e corremos até nossa casa. O local estava sendo atacado por uma quadrilha de ladrões e assassinos, casas eram roubadas e depois queimadas, homens e mulheres estavam sendo assassinados e isso inclui algumas crianças também. Era uma cena do inferno!

Meu coração começou a apertar, serrei os punhos tentando imaginar a situação, mas era impossível, no mundo existem coisas que nunca mudam, os mais fracos e oprimidos são roubados por aqueles que se dizem “fortes” e até hoje isso nunca mudou e parece que nunca vai mudar. Baixei a cabeça por um instante enquanto olhava para o chão do quarto iluminado pela luz que vinha do céu e logo o garoto continuou.

— Meu pai me puxava pela mão e corria em direção a nossa casa, onde encontramos o corpo da minha mãe jogado ao chão. Um dos bandidos tentava tirar da mão dela o anel que ele havia recebido de presente do meu pai como uma aliança de casamento. Uma das mãos dele segurava uma faca e outra estava encharcada de sangue. Meu pai paralisou por um momento até que finalmente ele correu em sua direção, naquela hora tudo parou e ficou em câmera lenta para mim. Meu pai socou o assassino, o desarmou e o esfaqueou bem no peito. Porém outros capangas chegaram e mataram meu pai com tiros de armas de fogo. E eu? Paralisado por causa do medo. Não fiz nada e não consegui nem dar um passo à frente para ajuda-los. E como podia? Eu só tinha 8 anos certo?

Seu olhar não estava mais em mim e sim de volta naquele momento, era como se ele estivesse revivendo tudo a sua frente, ele falava mas parecia que conversava mais consigo mesmo do que comigo, parecia que eu não estava ali. Aquilo devia tê-lo traumatizado por ele ter sido muito novo quando tudo aconteceu, aos 8 ele virou órfão e logo da pior forma possível. Por um instante eu tentei levantar meu corpo da cadeira e tentar levantar seu rosto para tentar lhe dizer alguma boa mensagem, de que tudo estava bem agora. Mas parei no mesmo momento em que pensei que isso poderia ser inútil vindo de mim.

— Era uma aliança de aço barato, estava enferrujado e acho que não valia nem a nota de dinheiro mais barato da cidade. Mas valia muito para minha mãe a ponto dela mesmo esfaqueada e morta não o ter soltado. E meu pai, ao ver minha mãe sangrando no chão correu para lutar com o maldito mesmo sabendo que iria morrer. E ainda tem como piorar.... Procurei a minha irmã por todos os lugares até que a encontrei. Ela estava segurando um bebe no colo correndo de homens que riam enquanto corriam em sua direção. Infelizmente ela tropeçou por seu corpo já está muito cansado e machucado, ela tentava levantar mais um dos bandidos pegaram o bebe e outro segurava a minha irmãzinha pelo cabelo. Os desgraçados riam da situação, riam dizendo coisas malignas que diziam que iam fazer com ela. Naquela hora lágrimas de desespero desciam pelos meus olhos. Ela conseguiu morder a mão daquele que o segurava e ao invés de fugir ela tentou resgatar o bebê. Da para acreditar nisso? Ela só tinha 5 anos ....

Dava para ver que ele segurava as próprias emoções para não se emocionar ali mesmo. Enquanto o olhava não pude deixar de derramar um lagrima que acabou molhando meu vestido, eu nunca esperei ouvir uma história tão triste como essa. Muitos dos meus cavaleiros também tiverem suas famílias e entes queridos, mas não o perderam dessa forma tão trágica. Enxuguei rapidamente meus olhos e voltei a escuta-lo.

— Ao ver aquilo meu corpo finalmente resolveu se mover, corri ainda com lágrimas nos olhos até sua direção, mas um deles conseguiu acertar me acertar um soco me levando ao chão. Minha irmã gritou meu nome e veio até mim, minha visão ficou turva e não conseguia enxergar direito, só pude ver que um deles puxou uma arma que parecia ser uma arma branca, ele mirou em mim, mas minha irmã se colocou na frente. Logo ela foi ao chão .... Minha visão estava turva, mas eu podia ver seu rosto. Eu tentava levantar, mas não conseguia, eu olhei para ela e ela dizia que estava tudo bem. Ela olhava para mim sorrindo repetindo a mesma frase sem perder o sorriso. E então eu desmaiei. Quando acordei estava de manhã, eu estava com a cabeça doendo e ainda tonto, com muita dificuldade eu me levantei e quando minha visão finalmente havia voltado ao normal, eu vi todos os desgraçados caídos ao chão, mortos com os olhos sem cor, parecendo que eram corpos sem alma. Foi quando eu vi um homem com uma armadura dourada torturando os poucos assassinos que ainda estavam vivos. Meu coração naquele momento se encheu de ódio e raiva e ele notou. Ele se apresentou como Máscara da Morte o cavaleiro de ouro de câncer. Eu não entendi direito o que ele quis dizer, mas notei que ele foi atrás de alguém, um dos assassinos, mas não era qualquer um. Ele estava com uma faca ensanguentada e pelos gritos de socorro dele eu percebi que era aquele que machucou a minha irmãzinha. O cavaleiro de ouro me deu a faca e quebrou as duas pernas do homem para que ele não fugisse. Ele queria que eu o matasse, queria que eu me vingasse.... E foi o que eu fiz. Com um golpe no coração. Mas minha raiva não passou. Eu gritava e gritava de dor, pensando no quão covarde eu fui ... Máscara da morte decidiu me levar para o monte Etna para treinar junto com seu pupilo Mei de cabeleira de Berenice. Como eu não tinha ninguém eu aceitei e com a morte de Mei, e de meu antigo mestre, eu quero receber a sua armadura.

As coisas começavam a fazer sentido, era incrível que Máscara da Morte havia escondido seu pupilo de todos, talvez pela história que ele teve. Conhecendo o cavaleiro de câncer era de se imaginar o porquê de tê-lo aceito, pois para ele o ódio era uma fonte de força que deveria ser usada em batalhas para aumentar o cosmo e derrotar seus inimigos e Kazuya era a fonte de ódio que havia acabado de se formar e ele se aproveitou disso.

— Eu consegui a armadura de Morcego graças ao treinamento intenso que tive com ele. Um dia ele me falou que sentia que eu poderia substitui-lo como cavaleiro de câncer, se graças a meu ódio eu conseguisse aumentar o meu poder. Eu não pensei duas vezes e dobrei o meu treinamento diário, por vários dias desafiei a morte e me tornei o que sou hoje. Mas não podia deixar de ouvir as coisas que eram ditas por muitos outros cavaleiros. Coisas do tipo de que meu mestre não merecia a armadura, que era um dos cavaleiros de ouro mais fracos e isso me afetava. Quando ele morreu, eu mesmo decidi que seria o futuro cavaleiro de câncer. E isso é meu objetivo de vida

Eu baixei a cabeça em um ato de sentir pena, mas não por sua história com a família e sim por encontrar mais um cavaleiro com ódio em seu coração. A expressão calma de Kazuya só escondia o que ele realmente sentia dentro de si e me fez me sentir na obrigação de ajuda-lo com todo esse ódio da mesma forma que ajudamos Ikki quando ele havia voltado da ilha da rainha da morte. Mas se ele acha que vai conseguir ser um cavaleiro de ouro somente com a força do ódio está enganado, infelizmente acho que Máscara da Morte não teve tempo de ensinar isso a ele.

— Kazuya, me responda, qual era o nome da sua irmã?

Kazuya voltou a olhar para mim com seus olhos frios novamente, a pior parte da história já tinha passado e ele aparentemente estava normal pelo menos por fora, mas sei que por dentro ele estava péssimo, me senti com pena dele por um momento e com um pouco de raiva de mim mesma por tê-lo feito reviver tudo aquilo em palavras, mas era necessário.

— Nome dela era Tomo

— Não sei o que você passou para chegar até aqui e sei que nem se eu tentasse eu conseguiria sentir um pouco do que você passou, mas sei de uma coisa, Tomo jamais iria gostar de saber que você estar com tanto ódio em seu coração.

Falei em quanto me levantava, talvez assim eu o pudesse fazer prestar mais atenção naquilo que eu tinha para falar para ele, não era a primeira vez que eu havia encontrado um cavaleiro assim, mas foi uma das histórias que mais mexeram comigo e me senti na obrigação de dizer que aquele sentimento de raiva não o faria bem de forma alguma, nem para ele nem para pessoas próximas a ele. Kazuya voltou a olhar para mim com olhos frios e raivosos por eu estar falando da sua irmã.

— Escute Kazuya ser um cavaleiro de ouro não é apenas ser forte, mas sim sentir a sua constelação, cosmo e o amor da justiça perto de você, sei que em seu coração o mundo é feio cheio de ódio e raiva, mas para ser um cavaleiro de ouro você precisa abrir os olhos e ver a beleza do mundo, da humanidade e ver o quanto a vida é maravilhosa e então lutar por isso.

— Atena acho que já falei o que você queria saber. Não quero saber da sua opinião sabendo de quem você era no passado, uma garota mimada pelo avô adotivo que sempre teve tudo o que queria. Nesse caso pode pegar minha armadura e levar para a arena da guerra galáctica e me deixe descansar.

Tudo era em vão. Tentar ao menos me comunicar com ele, mesmo sendo Atena ele não ligava, seria muito difícil faze-lo abrir os olhos daquele jeito. Não importava oque ou quem eu era, Saori ou Atena ele não ligava, tanto que se deitou na cama de novo e praticamente me ignorou. Bufei de frustração, mas ainda não desisti, eu ainda me sentia ligada a ele por ele ser meu cavaleiro de bronze. Apenas pedi para Tatsumi entrar e pegar a armadura e leva-la para a arena, meu mordomo precisou de ajuda de outro empregado para tirar a armadura do chão e leva-la para fora do quarto. Voltei meu olhar para Kazuya que estava deitado com os olhos fechados que praticamente me pediam para ir embora, eu o respeitei naquele momento e me virei de costas para ele e fui em direção a porta.

— Pode me chamar de Saori, um dia eu com a ajuda dos outros cavaleiros tirarei esse ódio de seu coração pelas pessoas. Eu lhe prometo.

Dito isso abri a porta do quarto e a fechei, meus pensamentos estavam na história que eu tinha acabado de ouvir, realmente fui atingida pelo que tinha acabado de escutar, mas agora tinha que me preocupar com Seiya e os outros, saber se eles já tinham escolhido para onde cada um iria. Poderia pedir ajuda a minha fundação Graad, mas pelo cosmo que senti seria como mandar homens a morte, eu não podia confiar em ninguém exceto meus cavaleiros.

Fui andando até o quarto e quando cheguei ele estava como de costume, com minha enorme cama bem arrumada, com o chão brilhando e refletindo a lua e as estrelas, com uma enorme varanda particular que dava para ver o jardim, era o momento perfeito para descansar. Amanhã era o dia em que o torneio que meu avô criou iria começar. Joguei minhas sandálias longe e me troquei e coloquei meu pijama e me joguei na cama, fechando meus olhos e tentando esquecer por um momento o cosmo gigante que havia sentido ontem e a história que acabei de ouvir, meus olhos abriam e fechavam durante a noite toda, até que após horas me revirando na cama eu consegui finalmente cair no sono.

Quando acordei já era quase 12:00, havia dormido muito mal na última noite e acordei no susto graças aos toques na porta e a voz de Tatsumi me chamando para almoçar. Respondi e rapidamente fui tomar um longo banho para correr para a arena, por mais que as lutas só começassem de noite, eu teria que chegar o mais cedo possível pois com certeza a essa hora o coliseu já estava começando a encher de pessoas, pois elas vinham de todas as partes do mundo para acompanhar o embate entre os cavaleiros de Atena.

Almocei o mais rápido que pude e quando fui em direção ao carro eu vi que Seiya estava esperando do lado de dentro. O recebi com um enorme sorriso no rosto e alivio por vê-lo ali, sabia que ele queria muito acompanhar as lutas e ver se haveria alguns cavaleiros que poderiam tentar ir para o santuário para treinarem e substituírem os cavaleiros de ouro que se sacrificaram no muro das lamentações, aquele torneio era de extrema importância no momento, pois o santuário estava fragilizado após a batalha com Hades, então não poderíamos perder tempo, entrei no carro ao lado de Seiya e fomos em direção ao coliseu.

— Saori está tudo bem?

— Sim Seiya, só estou preocupada com os outros, me diga o que decidiram?

— Cada um deles foi para diferentes continentes, Shun foi para a América do sul, Hyoga para América do norte e central, Shiryu vai procurar na Ásia e Ikki na Europa e depois na África.

— Espero que a gente consiga alguma coisa, estamos fragilizados pelos cavaleiros de ouro não estarem mais com a gente, então ...

— Calma Saori, eu prometo que nada irá acontecer, se houver algum problema nós iremos resolver, eu lhe prometo

Nossos olhares se encontraram e o olhar de Seiya nunca mudava, era sempre bem determinado e esforçado, aquilo me fazia me sentir segura e sei que sempre poderia contar com ele. Sorri ao ouvir suas palavras e acenei com a cabeça, estávamos quase chegando.

O local já estava lotado e cheio de pessoas, entramos pelos fundos e fomos recebidos pelos meus seguranças na área de estacionamento especial do coliseu, Seiya saiu e abriu a porta para mim e fomos juntos para dentro da arena aonde era possível ver os cavaleiros que iriam participar do torneio, eram eles: Kazuya de morcego, June de camaleão, Ichi de hidra, Ban de leão menor, Jabu de Unicórnio, Nachi de Lobo, Geki de urso e Mii de golfinho.

As batalhas serão divididas em quartas, semis e a grande final, a batalhas e seus adversários diferentemente da última vez será sorteada no telão do coliseu na hora da batalha.

Estava tudo pronto e só precisávamos esperar a hora para as lutas começarem, estávamos no corredor onde os cavaleiros estavam se preparando para entrar e ser recebido por todas as pessoas que lotaram o coliseu. Fui bem recebida por todos ali, todos vieram me cumprimentar e ver como eu estava, exceto claro Kazuya que estava afastado de todos, o encarei por um momento tentando fazer contato visual, mas fui ignorada. Não restava mais nada a não ser esperar a competição começar.

Subi junto com Seiya para o camarote especial onde Tatsumi havia recebido a gente, o local era lindo, com poltronas confortáveis, um enorme buffet, com uma TV transmitindo a luta em um canal aberto e com uma ótima visão da arena, o coliseu estava cheio, era possível ver bandeiras de várias nações, era tudo lindo e melhor ainda era ver a multidão indo a loucura com a entrada dos cavaleiros, todos ali entravam em ordem em quanto o narrador do torneio começava a falar.

— Boa noite a todos! É hora da Guerra Galáctica! São ao todo 8 lutadores com armaduras de bronze, onde o prêmio é ter a chance de treinar no santuário! Então vamos a primeira luta!

O telão começava a rodar com dos espaços para diferentes nomes e oponentes, a multidão se calou e até eu estava um pouco nervosa, Seiya estava do meu lado e também estava bem nervoso, quase suando pelo rosto, os nomes passavam rápido, até que finalmente os dois nomes escolhidos apareceram na tela e o narrador deu continuação.

— E o primeiro combate vai ser entre Jabu de unicórnio e Kazuya de morcego!  


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