Life Or Death escrita por Veiga


Capítulo 3
Caça


Notas iniciais do capítulo

E aiiiiiii, obrigadinha a todos que continuam lendo a história. Acho que vocês vão se dar conta de que não demoro muito para postar, isso é porque estou bem entusiasmada com a história, espero que vocês também estejam!



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Não consegui me concentrar em mais nada. Eu estava literalmente faminta, tudo isso por causa do cheiro da humana que mais parecia com o meu inferno particular. Com certeza, se eu não fosse para o inferno, ela era meu karma, meu castigo pessoal por ser um monstro.

Eu matei a última aula, que era de Cálculo. Escolhi ficar no meio da floresta logo atras da escola. Eu não tinha tempo para me alimentar propriamente, mas tinha tempo para um... Petisco, por assim dizer. Haviam algumas lebres no pequeno bosque atrás da escola, que me manteriam razoavelmente forte por algumas horas. É claro que não era o suficiente, mas eu precisava voltar à escola, eu precisava trocar a minha matéria, porque eu não sabia se conseguiria me manter perto dela pelo resto do ano letivo.

Depois da 6ª lebre, tirei meu suéter que estava manchado de sangue, desfiz em pedaços e o joguei em vários lugares do bosque, ficando apenas com uma camisa azul bebê de botões.

Limpei meus dentes com a língua um por um, tentando garantir que não houvesse vestígio algum do meu... Lanche.
Depois de concluir que estava limpa, voltei para a escola correndo, diminuindo para passos lentos quando chegava perto do estacionamento.

Fui direto para a secretaria, onde não esperei mais de 5 minutos e fui atendida pela senhora que deveria ter cerca de 50 anos, pelos seus batimentos cardíacos, que eram fracos e lentos.

— Olá, querida.

Dei o sorriso mais doce que pude e li seu nome rapidamente na plaquetinha em cima da sua mesa. Alguma coisa em mim a chamou sua atenção, alguma semelhança com a sua filha, pois ela se lembrou na mesma hora que me viu. Seu sorriso foi ainda mais caloroso. Ela sentia saudades da filha, que morava em Nova York. Às vezes eu era curiosa demais, e se as pessoas soubessem o quanto eu invadia suas mentes, acho que se sentiriam observadas.

— Olá, Sra. Masterson.

— Posso ajudá-la, Srta. Cullen?

— Sim, eu gostaria de saber se há alguma aula no 4º horário que tenha espaço. Preciso trocar minha aula de Biologia para qualquer outra matéria.

— Oh, sim. Vou verificar para você, mas acredito que neste período do ano letivo seja difícil achar uma matéria com vaga.

— Eu insisto.

Falei, com uma cara de pidona. Ela sorriu e se posicionou na frente de seu computador. Digitou algumas coisas, aproximou um pouco do monitor antigo e empoeirado. Ela não encontrou nada.

"Nem em Química, nem em Literatura... Nada."

De repente, fui pega de surpresa. A porta atrás de mim se abriu e eu levei um susto. Não precisei olhar pra trás. Eu não pude ouvir seus pensamentos, isso me impediu de poder prever sua chegada na salinha abafada que tocava uma música irritante, que talvez tenha abafado os sons dos passos dela. Até porque, nunca prestei muita atenção nos sons e sim nas vozes no consciente de cada um.

Fiz uma careta assim que ela entrou, porque seu cheiro invadiu a sala. Era um aroma que me deixava com o olhar turvo e fazia meu punho se fechar contra a minha vontade.

— Só um minuto, meu bem.

Prendi a respiração e tentei me manter concentrada na senhorinha à minha frente.

— Desculpe, srta. Cullen. Receio que deverá permanecer na aula de Biologia, todas as turmas estão cheias, não há nada que eu possa fazer.

Eu tentei não ser grossa ou expressar minha indignação. Então só coloquei o cabelo atrás da orelha, um gesto muito humano, e sorri de leve para ela.

— Acho que... - olhei para Isabella de soslaio, que parecia frustrada ao saber que eu queria mudar de matéria, mas eu não tinha como saber se ela desconfiava que era por causa dela - Vou ter que engolir, então. Agradeço mesmo assim.

Virei as costas para a Sra. Masterson e segui em frente sem olhar para a humana que me irritava sem nem me conhecer. De propósito ou não - eu sinceramente não sei - esbarrei no ombro dela com uma leve força e saí da sala o mais rápido que um humano conseguiria ir andando, tomando cuidado para não exagerar na velocidade, coisa que acontecia regularmente comigo.

Quando cheguei no estacionamento, continuei com a respiração parada. Eu pude sentir minha garganta tão seca que quase arranhava novamente. A vontade que eu tinha era de gritar, mas eu não sabia nem de teria voz para isso. Minha visão estava turva e eu tinha algum problema para me concentrar. Caminhei quase que cega até meu carro, tentando não encarar ninguém ou agir de modo estranho por causa da sede.

Pressionei os lábios quando vi meus irmãos me esperando pacientemente do lado do meu Volvo. Alice fez uma careta e pude ver o que estava pensando. Ela teve uma visão há cerca de uma hora, uma visão minha dentro da sala da secretaria tentando mudar de turma, só que na visão dela, eu ficava enfurecida e quebrava a mesa.

— Tá tudo bem. - respondi secamente.

— Tem certeza? - Emmett perguntou, de fato preocupado - O que houve?

— Explico no carro. Rose, pode dirigir pra mim?

Ela assentiu e entreguei as chaves na mão dela. Todos entramos no carro, Rosalie no banco do motorista, Emmett no passageiro e eu atrás com Jasper e Alice, sentada atrás de Emmett, no lado direito do carro.

Minha irmã deu a partida e quando ficamos um pouco distante da escola, eu comecei a ponderar sobre as palavras que usaria para descrever o que acabara de acontecer.

Seus pensamentos eram curiosos e cheios de dúvidas, o que me complicou um pouco para formar frases conexas.

— A garota nova. Ela está na minha turma de Biologia.

— Oh, ela está na minha de Trigonometria. - disse Alice - Parece bem interessante, mas o cheiro... - ela suspirou - Isso incomodou Jasper um pouco.

— De fato é um aroma incomum, mas nada que eu não pudesse me controlar hoje. - completou Jasper.

Eu olhei para minhas mãos pálidas como de um cadáver e observei a pista, refletindo novamente em como continuar. Dessa vez pude organizar a minha mente.

— O cheiro dela é um tanto... Inebriante demais para mim. Ela está sentada do meu lado. Eu não achei que fosse forte o suficiente. Por um momento, eu...

Os pensamentos de Emmett completaram minha frase. Ele pareceu se lembrar de um momento da sua vida a qual ele não aguentou também e atacou.  Fechei os olhos como se isso fosse fazer a visão da lembrança dele ir embora, o que não funcionou, obviamente.

— Sim, Emmett. Eu quis matá-la ali mesmo. Ou atraí-la. Matei a última aula e fui caçar apenas algumas lebres atrás da escola. Eu não conseguiria, eu não... Então ela reapareceu na secretaria quando tentei mudar de matéria. Dessa vez eu estava com um pouco menos de sede, mas a sensação foi a mesma. Minha garganta secou e eu quis matá-la de novo.

— Edythe, o cheiro dela é como se fosse do seu prato preferido? - perguntou Emmett.

Não gostei muito da analogia, mas concordei.

— Sim. Eu me senti meio acabada. Como se não tivesse me alimentado há um tempo. Eu estou simplesmente... Morrendo de sede. Não vou poder ficar ao lado dela enquanto eu não me manter bem alimentada.

Rosalie acelerou, furiosa com algo que ela estava tentando me esconder em pensamentos. Jasper me analisou antes de pronunciar as palavras que eu já sabia que ele ia dizer.

— Mate-a.

— Sim, enquanto é tempo. - concordou Rosalie sem pensar duas vezes - não pode se alimentar o dobro do que o normal só para poder aguentar uma humana. Ou a gente sai, ou você a mata.

As duas ideias me deixaram triste. Eu não queria ir embora. Trocar de cidade era cansativo até para nós, que sempre precisávamos recomeçar e fingir ser mais novos do que realmente éramos. Principalmente Emmett que foi transformado com 20 anos e tem que fingir ser bem mais novo.

E a ideia de matá-la era pior ainda. Eu não queria ser um monstro. Não queria mesmo ceder às condições que meu corpo queria me impor. Eu era dona dele e eu seria capaz de controlar meus instintos, não importa o que aconteça.

Alice pegou minha mão e apertou de leve, depois me deu um sorriso encorajador.

— Você não vai matá-la. Mesmo se quisesse, não conseguiria.

Então, pude ver.

Ela estava certa. Pude me ver em posição de ataque, ela me olhava com medo e ciente de quem eu era, pela sua expressão. Estava deitada no chão, sem saída. E eu estava pronta para atacar, mas minha face se suavizava e eu não conseguia. Logo em seguida, eu corria para longe dela.

— Seria um risco. Alice viu. Se eu chegasse ao ponto de enrascá-la, estaria exposta a ela. Mas não iria conseguir.

— Por que?

— Eu não sei, Rose.

Nós permanecemos em silêncio enquanto Emmett me dava um desabafo mental. Pelo que pude compreender, ele havia passado por isso. Duas vezes. E nas duas, ele não foi capaz de resistir. Uma vez foi pior que a outra.

De certa forma, fiquei aliviada por saber que não era a única a ficar tão atraída assim por um humano em específico. Já era ruim demais não poder ler a mente dela.

Chegamos em casa e Rose nos deixou sair antes de guardar o carro na garagem. Eu não esperei meus irmãos, entrei em disparada e vi minha mãe, Esme, lendo um livro, sentada no nosso sofá.

— Edythe!

Ela me deu seu sorriso doce que derretia e acalmava qualquer coração morto e de pedra, como o meu. Esme notou minha preocupação, talvez os meus olhos estivessem pretos.

— O que houve, querida?

— Ah, uma certa... Complicação na escola.

Ouvi Carlisle do escritório dele. Ele veio correndo até nos e passou o braço pelos ombros de Esme. Sorri para ele forçadamente. Olhei ao redor e todos os meus irmãos estavam reunidos agora na sala de estar. Todos estavam sentados, com exceção dos meus pais. Era claro que todos estavam bem alimentados, porque estavam calmos e seus olhos estavam bem dourados. Minha garganta parecia arder em brasa. Eu arfei e minha mão foi de encontro ao meu pescoço.

Carlisle fez uma careta para mim e eu pude ver toda a sua preocupação.

— O que houve, filha?

Comecei a ficar inquieta, minha visão involuntariamente ainda turva.

— Desculpe, eu... Eu preciso caçar. Emmett?

Ele deu um sorriso malicioso e me saiu de perto de Rosalie para me acompanhar. Jasper refletiu antes de vir, porque estava relutante em deixar Alice em casa, mas decidiu nos acompanhar também.

—  Norte. - falei.

Nós três saímos sem falar nada, correndo. Não demorou nada até estarmos na floresta densa que ficava atrás da nossa residência.

A essa altura, acho que qualquer animal que cruzasse nosso caminho morreria, porque minha sede parecia crescer a cada segundo. Emmett pensou na floresta como um mapa mental, e subiu em uma árvore com a intenção de ver melhor e se orientar. Eu o acompanhei, fincando meus dedos no tronco e subindo o mais rápido que pude.

Parei por apenas alguns segundos. Fechei os olhos e ouvi um som de pumas. Um grupo de três estava banqueteando um veado adulto bastante forte. Meus irmãos também sentiram mas me deixaram ir atrás dos felinos, até porque sabiam que eu estava com uma sede torturante e que eu sempre preferi os felinos grandes.

Emmett e Jasper ficaram para trás observando a floresta, à procura de ursos, enquanto eu fui pulando de galho em galho nas copas das árvore altas. Passei por um grupo pequeno de cervos, mas eram dois filhotes acompanhando a mãe. Nesse tipo de situação não era agradável nos alimentar destes, porque além de ser pequeno e não nos sustentar, eles também viriam a crescer e reproduzir futuramente.

Senti o cheiro de longe e finquei meus dedos em um tronco para parar. Eu cheirei e vi de cima os três pumas mastigando calmamente a carne de um veado que estava no chão.

Fiquei esperando até o momento certo, quando os três estivessem de guarda baixa, apesar de eu ter forças para matar os três de uma vez.

Me inclinei, agachada no tronco. Mostrei os dentes e pulei daquela altura, que deveria ser cerca de uns 15 metros, em cima deles.. Um deles quebrou o pescoço embaixo de mim, os outros dois reagiram rápido até, começando a correr.

Se eu fosse humana, eles teriam atacado. Porém, até mesmo os animais não são tolos e são afetados pela nossa espécie. Nosso cheiro é sentido de longe por eles, que eu penso ser meio... Doce demais. Para os humanos era um aroma tentador, porque eles eram nossa presa natural. Os animais tinham algo como um mecanismo de defesa para nós. Isso às vezes deixava as coisas interessantes. Porque afinal de contas, caçar era divertido demais para nós.

Corri atrás das duas que corriam na mesma velocidade, lado a lado. Puxei uma pelo rabo e soltei um rosnado involuntário quando cravei os dentes com força nas costas da outra. Senti o sangue jorrar e dei alguns goles, depois me virei e quebrei as costelas do que eu segurava pelo rabo antes de me endireitar e arrastar os dois de volta para o outro puma.

Quando reuni os três corpos imóveis, eu me inclinei para me alimentar melhor. Comecei pelo que eu já havia mordido. Beber sangue de animais não era tão apetitoso quanto o de humanos, isso sempre foi óbvio. Porém, depois de tanto tempo sem experimentar uma gota de sangue humano, era fácil me contentar só com animais, que também eram gostosos. O puma, por exemplo, tinha um gosto doce, diferente de alguns outros animais que tinham o gosto amargo, azedo ou apenas ruim. Outra diferença além do gosto era a sensação. Tomar sangue de animal não era impossível de parar. Porém, o sangue humano nos dava uma vontade de não parar. Isso complicava as coisas, pois bastava uma mordida, uma gota do sangue humano, e você não seria capaz de parar. Por isso a profissão de Carlisle é difícil. Eu sei que milhões de vezes em um passado bem distante ele já quis matar todos que estavam sob seus cuidados, mas eu também sabia que seu esforço era maior que a sua sede. Com o passar dos anos, após muita prática, Carlisle dominou a sua sede. Ele não precisa mais prender a respiração quando atende um humano, não sente uma vontade selvagem de beber seu sangue. Ele é capaz de manipular seus instintos. E isso era o que eu mais admirava no meu pai.

Senti que o sangue do primeiro puma estava no fim, terminei e passei para o próximo. Vi que minha camisa iria para o lixo sem dúvidas alguma, eu já estava cheia de sangue. Na boca, mas mãos, na camisa. Geralmente eu não gostava de me sujar, mas na situação atual, não me importei muito.

Lembrei do cheiro dela, do bloqueio e da forma que ela me atraía. Eu sinceramente não sabia explicar, e isso me deixava desconfortável e inconformada. Não era possível que depois de quase um século eu fosse conhecer alguém que me atraía de forma tão... Forte. Agora, eu estava começando a me sentir mais alimentada.

Estava terminando com o último felino e respirei fundo. Pude me sentir voltar ao normal. A sede nos deixava inquietos, sem poder nos concentrar muito em alguma coisas. E pensar em como Isabella Swan havia afetado minha sede me deixou furiosa. A vontade de ir atrás dela voltou, mas dessa vez eu queria confrontá-la, gritar por respostas. Ri infeliz no meio da floresta. Como se ela tivesse como responder às minhas perguntas.

Ouvi Emmett e Jasper se aproximando de mim.

"Wow. Parece que alguém fez uma festa e não convidou ninguém..."

Involuntariamente eu rosnei para Emmett antes dele se aproximar de mim, com a boca ainda ocupada com o puma.

Jasper riu para Emmett, que se afastou um pouco.

"Eu não mexeria com a faminta aqui."

Quando terminei, quase me vi como um espelho na mente dos meus irmãos. Estava simplesmente coberta de sangue. Envergonhada, olhei para baixo.

— Perdão.

Os dois riram.

— Todos nós já nos sujamos de sangue, Edythe. - disse Jasper.

Ele tinha razão. Era quase impossível não nos sujar. Emmett, por exemplo, estava com a boca escorrendo um pouco de sangue. Ele riu e se lembrou do urso que ele havia atingido pelas costas, a boca voando direto para o pescoço dele.

Me preocupei em limpar minha boca com as costas da mão, que também estava vermelha, coberta de sangue. Porra, pensei. Arranquei um pedaço da barra da camisa, a única parte que não estava tão suja, e limpei minha boca, sabendo que ainda estava suja, mas não me importei muito.

Nós voltamos juntos para casa, correndo. Me perdi um pouco nos pensamentos de Jasper. Ele parecia curioso quanto à humana, mas era capaz de compreender o que ela era para mim. Ele não se sentia assim o tempo todo quanto aos humanos, mas teve experiência também. Já Emmett se lembrava claramente dos dois episódios de sua vida que o deixaram sem alternativa.

Suspirei quando entrei dentro de casa. Antes de me reunir aos meus irmãos, corri até o banheiro do meu quarto. Tomei um banho rápido, limpei minha boca e vesti roupas limpas.

Quando desci as escadas, minha calça de moletom fez Alice dar uma careta.

"Ah, não, Edythe..."

— Estou em casa, Alice, não preciso me vestir como se fosse para um desfile.

Ela bufou de impaciência.

Sentei-me ao lado de Rosalie e notei que todos ficaram aqui parados esperando voltarmos da nossa caça, que só agora me dei conta de que havia levado horas, porque já era tarde da noite.

— E então? - disse Rosalie - Conte o que aconteceu.

Eu respirei fundo e comecei a relatar para Carlisle o que havia acontecido naquele dia, deixando todos os detalhes explícitos.

Esme ficou preocupada. Aparentemente, ela também já esteve em uma situação igual, mas foi forte o suficiente para não ter assassinato a mulher que era apetitosa demais para ela em particular.

— E você não pode ler a mente dela, você disse. - refletiu Carlisle.

— Não. Eu não consegui nem estando ao lado dela. Era simplesmente... Nada.

— Quanto à imunidade dela, Edythe...

Alice me mostrou uma visão sua. Parecia recente e era sobre Isabella. Pude ver claramente a garota sentada comigo em uma mesa no refeitório da escola. Algumas pessoas encaravam mas deixavam passar. Nós estávamos conversando, nos encarando.

— Você pode vê-la. - conclui.

— Sim. E eu sinceramente não sei por que você não pode.

Carlisle refletiu um pouco, pensando sobre tudo que já vivera até agora. Ele respirou fundo e pôs a mão no queixo.

— Bem, eu já encontrei uma vampira há muitas décadas, ela era capaz de formar um escudo contra as habilidades da nossa espécie. Mas não eram fortes o suficiente para Aro.

Sua mente se encheu de lembranças que me deixaram incomodada. Aro Volturi estava arrancando a cabeça de uma mulher, enquanto Carlisle desviava o rosto. Os Volturi eram o clã mais antigo, e de poder absoluto, dos vampiros. Sempre que Carlisle pensava neles, eu sentia a agonia dele por ter vivido algumas décadas ali.

— Eu não entendo por que ainda estamos discutindo isso. Se você ficar perto dela, poderá perder o controle e simplesmente nos expor. - Rosalie expressou sua indignação com a minha teimosia de me recusar a matar a humana.

— Eu não vou matá-la.

— Concordo com Edythe. Já encontrei alguém que era muito apetitoso para mim, e não precisei matar.

A compaixão de Esme me acalmou. Eu relaxei quando Carlisle também disse que me apoiava, mas ainda assim, Rosalie não concordou.

Por fim, chegamos à conclusão de que eu poderia conviver com a tentação, até que isso se tornasse um problema para mim. Mas Jasper e Emmett concordaram em se alimentar comigo se houvesse a necessidade.

Agora, eu estava satisfeita, mas não tinha certeza se seria capaz de aguentar no dia seguinte. Eu passei a noite esperando ansiosamente pelo dia seguinte, curiosa para saber como eu reagiria à humana.


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Notas finais do capítulo

Lembrando que a fic também está sendo postada no Spirit Fanfics. Link: https://spiritfanfics.com/historia/life-or-death-7990165