Under The Chicago Sky escrita por Dayna


Capítulo 8
Capitulo 8


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas lindas que acompanham esta historia. Quero pedir mil desculpas pela demora e dizer que não há previsão de quando postarei capítulos. Estou com falta de tempo para os escrever. Mas conforme eu conseguir continuarei a história. Peço desculpas e segue a postagem de um capitulo a algum tempo já escrito.



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Acordo na manhã seguinte com uma dor de cabeça horrível. Me recordo consternada da noite anterior. Da carona que Connor me ofereceu. Estúpida, você tinha que beijá-lo? E agora? Afastei esses pensamentos de minha cabeça. Foi só um beijo e se eu não estava enganada ele queria me beijar. Mas foi você quem beijou-o Sarah, minha consciência recriminou.

Ele estava solteiro, Drew mesmo dissera que era uma fofoca que já corria no hospital. Você também perderia a chance de arriscar aquele momento por medo? E além disso, foi tão rápido o momento que com toda certeza nem contava como beijo. Peguei-me sorrindo recordando a sensação dos meus lábios nos seus, a boca macia e com gosto de maçã.  E o que você não daria para ser beijada por ele? Meu consciente me lembrou.

No que você havia pensado Sarah?

Havia o encarado, sem conseguir evitar, por boa parte da noite, sendo pega por ele algumas vezes. E ainda havia Maggie, eu deveria ter sido muito óbvia. Tenho quase certeza de que Maggie tinha percebido algo pela maneira como me olhou na noite anterior. Ela me flagrou olhando na direção de Connor e soltou um:

— Então Dra Reese? – o que também chamou a atenção de April.

Fui salva por Drew que chegara naquele momento.

Não planejava conseguir uma carona, nem sequer também que o álcool tivesse me deixado mais desinibida. Connor não se importaria, ao menos ele não parecia ser do tipo que se ofenderia com um selinho roubado. O que havia dado na minha cabeça? Ele era do tipo que gostava de pegar suas residentes? Balancei a cabeça novamente tentando afastar esses pensamentos, me dando conta de que eu procurara isso a noite toda e que ele deveria ter percebido. Lógico que Connor não era assim.

Fui até o banheiro e peguei um vidrinho com Aspirinas ingerindo duas de uma vez. Observei-me no espelho notando que haviam marcas sob os meus olhos. O casamento de Phoebe era este final de semana. Havia combinado de viajar apenas no sábado de manhã cedo. Com tempo de chegar para o almoço e assistir a cerimônia que seria no final da tarde. Fechei os olhos com força lembrando que Ryan havia dito que já havia me arrumado um acompanhante. Seu amigo e padrinho.

Ótimo. Revirei os olhos já imaginando mais um soldado colega de batalhão. Eu não duvidava de que ele seria lindo, mas o fato de que já “era comprometido” com o trabalho como o noivo de Phoebe já me deixava sem esperanças alguma. Eu não queria para mim uma vida assim.

Tinha pena de Natalie no hospital por esse mesmo motivo. Você nunca sabia se voltariam quando eles partiam.

Esperava que com Phoebe as coisas pudessem ser diferentes, que eles pudessem superar essa fase ou que a guerra acabasse. Pelo menos era essa a esperança dela. Fiz minha higiene matinal e voltei novamente para a cama. Era sexta-feira e hoje eu me daria o luxo de dormir e descansar, pensei olhando a pilha de livros arrumadas em minha escrivaninha.

 

(...)

Sigo para o aeroporto no dia seguinte, e ao embarcar no avião tento dormir um pouco antes da chegada, falei com minha mãe que me avisou que devido ao fato de eu estar chegando em cima da hora pediria a Thomas, meu primo mais velho, para me pegar no aeroporto.

Eu não estava levando muita coisa na bagagem, meu vestido e acessórios eram por conta de minha mãe, eu ainda estaria igual a mais outras madrinhas de Phoebe, não que eu duvidasse do bom gosto dela, mas estava com receio do que encontraria. O voo passou rapidamente, assim como minha semana de folga. Aproveitei o tempo para descansar, ler, ficar em casa.

Sem contatos mesmo com Drew que estranhamente estava muito quieta sobre a noite passada. As coisas deveriam ter de alguma maneira se encaminhado com ela.

Desembarquei com a minha bagagem de mão em Atlanta e sai da ala de desembarque para encontrar Thomas e Fred me esperando na saída do aeroporto, os dois mais parecidos com dois ursos enormes estranhamente deslocados no meio de tanta gente.

— Como vai nossa pequena bee? - Thomas disse à guisa de bom dia me apertando num abraço esmagador.

— Ótima - disse um tanto sufocada, mal podendo me impedir de sorrir. Eu odiava esse apelido desde quando éramos crianças, da época dos escoteiros, eu adorava quando tinha 6 anos, mas depois de um tempo ficou ridículo. Mas sabe como é: quanto mais se odeia um apelido, mais ele pega.

— Desse jeito eu fico com ciúmes - Fred também me abraçou enquanto Thomas pegava a minha bagagem. Nem precisava me virar para ver que devia estar sendo um espetáculo meus primos e eu no saguão de saída.

— Como está a casa de Tia Marie? - eu disse enquanto começamos a caminhar. - Imagino que minha mãe já tenha mudado também...

— Tia Stela mora lá em casa desde que você foi embora para Chicago. - Eu observei Fred dar de ombros notando que ele e Thomas mal haviam mudado muita coisa. Os cabelos loiros cortados ao estilo militar, musculosos de prática diária de exercício, meus primos seguiam uma vida saudável invejável e que eu deveria me esforçar mais para ter do que as poucas vezes que eu acompanhava Drew no taekwondo.

— Vocês dizem como se eu tivesse me mudado para Marte. Além disso, é a mesma distância e tempo de vôo daqui para Chicago, vocês podem ir também. Meus horários são malucos, mas eu sempre tenho uma hora ou duas por semana. - eu disse ironicamente.

— Você devia ter entrado para o ramo da família - Thomas disse e eu suspirei. Advogados. Minha família tinha um escritório de Advocacia no centro da cidade.

— Você e Julian são as ovelhas negras da família. - Fred acrescentou. Julian assim como eu havia optado por outra carreira, engenharia, mas atualmente estava junto com Ryan na unidade de Rangers no exército, o negócio continuaria com meus outros três primos.

— Com o acréscimo de que Julian colaborou para que o seu amigo entrasse pra família - eu alfinetei. – Aliás, quando vão me convidar para o casamento de vocês?

— Nossa tarefa é vigiar você agora - Thomas disse descaradamente. - Somos muito novos para nos amarrar.

— Deixa eu adivinhar: os dois levaram um chute de alguém?

— Thomas terminou com a Tara - Fred disse rindo - Se bem que a Tara o deixando, porque não suportava os horários dele, foi um espetáculo.

— Sério? Como isso aconteceu? - eu disse penalizada. Eles formavam um casal lindo e promissor. Tara trabalhava no escritório também. Talvez isso fosse um fato confirmado: relacionamentos no ambiente de trabalho dificilmente davam certos.

— Estamos dando um tempo. - Thomas disse dando de ombros enquanto chegamos na área de estacionamento e entramos no seu carro.

— Eu sinto muito - eu sussurrei assim que Fred assumiu a vaga de motorista.

— Aliás priminha nada de se engraçar com o padrinho - eu revirei os olhos para meus primos. Achavam que a minha vida deveria girar em torno de minha vida sentimental.

— Eu mereço… Devo perguntar se Phoebe precisa de ajuda?

— Decididamente não! Isso se você preza a sua sanidade mental. - Fred riu com gosto.

— Ela faz a noivazilla parecer ser fichinha. Com todos os detalhes de cor, lugares em que vai colocar os conhecidos, os sócios, amigos de Ryan, amigos da família, pessoas que não devem chegar perto uma da outra...

— Misericórdia. - eu disse pra Thomas. Phoebe deveria ter entrado no modus operandi de advogada minimalista. Ela tinha um verdadeiro dom para ser intermediadora, o que era o seu campo de atuação no escritório: trabalhando em conciliações. Se ela estava realmente preocupada, eu sabia que a vida dos meus dois primos tinha sido ouvir e ouvir a minha prima. Não adiantava reclamar. Eu sorri com esse pensamento de como sentia falta deles, fazia quase ano desde a última viagem que fiz para casa.

Era estranho pensar na palavra casa. A casa em que cresci fora vendida a 5 anos atrás, logo após o funeral do meu pai. Christopher Reese era um juiz, marido devotado e pai maravilhoso. Ainda sentia falta dele todos os dias, e concordei com minha mãe quando ela a quis vender.

— Sério Sarah! Nem pergunte sobre os preparativos se não quiser ver a Phoebe quase próxima às lágrimas.

— Anotado.

Fomos do aeroporto para a casa de minha tia em North Druid Hills. A pequena viagem durou  45 minutos pois o trânsito ficou pesado no viaduto da estadual 20 com a 85. O casamento ia ser no clube de golfe de Druid hills e pelo que Fred e Thomas me contaram, tudo já estava preparado e, apesar de eu ter faltado aos dois ensaios da cerimônia no mês passado, meus primos disseram que não havia segredo algum. Desconfiavam que os ensaios eram na verdade mais por caprichos da mulher responsável pela empresa organizadora  do casamento que queria valorizar seu próprio serviço. Até o pastor que haviam escolhido tinha faltado aos ensaios.

A casa de minha tia ficava num bairro nobre de Atlanta e era tão grande que comportava toda a família. Todos os anos de serviço na firma de advocacia de Atlanta e o  trabalho na  Universidade Georgia School of Law renderam muito conforto à nossa família.

O sol brilhava e quando o vento batia pela janela do carro eu sentia o cheiro das folhas dos olmos e bordos que enchiam as colinas de North Druid Hills.

— Querida! - Minha mãe quase me sufocou no tamanho do abraço que meu deu assim que desci do carro. - Estavamos aguardando você.

— Também estava com saudade. - eu disse também abraçando minha tia e tio que juntamente com minha mãe nos aguardavam na varanda da casa.

— Desse jeito acreditaremos em você. - Tio Philip disse repreendendo-me. - Tanto tempo sem nos visitar...

— Tio Phil, tia Marrie, vocês sabem que eu preciso estudar dobrado para me manter em minha residência.

— Não entendo o porque você precisou cruzar o país para fazer faculdade em Chicago querida - Tia Marrie novamente comentou o que já era discurso dela e de minha mãe nos últimos 6 anos. - Temos universidades melhores do que a Chicago University, e você poderia morar em casa, estar conosco...

— Sarah você bem que poderia vir morar conosco. - mamãe disse novamente, eu me sentia tentada tanto quanto das outras vezes em aceitar o convite. Seria muito mais fácil, principalmente com relação a alimentação. Eu era um terror na cozinha. Talvez seja exagero, mas a falta de tempo era outro fator determinante: acabava sempre comprando comida pronta ou fast food. Eu tinha uma genética muito boa porque do contrário já estaria imensa de tanta “porcaria” que já comi durante a faculdade de medicina. Fora lavanderia, cuidados com a casa.

Connor…

Pensar em Connor me deixou com a sensação de frio na barriga, eu parecia uma adolescente com seu primeiro crush. Seja racional Sarah. Ele está em Chicago, longe, pare de se preocupar com segunda feira e aproveita o fim de semana em casa.

— Vocês sabem que quero provar sozinha o meu valor. - Eu disse afastando o pensamento e vi tio Philip concordar, ele entendia os meus motivos para tentar algo por meu próprio mérito.

— Ok querida, não vamos discutir com Sarah, ela certamente está cansada da viagem.- Tio Philip disse para minha tia e mãe que pareceram se conformar por hora. Não que eu duvidasse que no domingo, antes de minha partida, elas me bombardeariam de pedidos e argumentos para que eu ficasse em casa.

— Phoebe! - eu exclamei assim que adentrei no quarto de minha prima após deixar minhas coisas no quarto em que eu ficaria.

— Sarah! - ela disse me olhando pelo espelho enquanto uma equipe cuidava de suas mãos, pés e face. Pelo que eu via do estúdio de tia Marie eles haviam montado um centro de beleza para atender a noiva hoje. - Quanto tempo sem dar notícias! Estava preocupada em ter que trocar a madrinha.

— Eu não prometi que viria hoje?

Ela me conhecia o suficiente para saber que eu não perderia algo tão importante para ela. Éramos muito unidas sendo as duas únicas garotas na nossa família.

— Prometo que não vai se arrepender, o padrinho do Ryan é um gato! - Phoebe disse animada e eu arqueei uma sobrancelha duvidosa.

— Não me diga que minha mãe já está dando uma de casamenteira?! - eu disse nem um pouco chocada. Minha mãe queria uma família grande outra vez, genro, netos… E, pelo que parecia, quanto mais rápido melhor.

— Ela fez Caroline trocar de par com Josh. Sabe o filho de Gail? - me lembrava que Gail era irmã de tio Philip, - Meu primo, então ele seria meu padrinho juntamente com você. Mas a sua mãe armou pra coitada da Caroline, como você e Josh não se davam muito bem na infância....

— Jura que D. Stela usou isso? Faz uns mil anos desde os escoteiros e o Josh me infernizava no colégio com o apelido de Bee…

— Pois o Ryan não foi capaz de dizer não pra tia Stela.

— Minha mãe é ainda uma boa advogada.

— Das boas viu. O Ryan mal pôde dizer um  “A” sem mencionar a sua mãe e os casos que resolveu no escritório de amigos soldados ou como as ideias dela são sempre boas. É sério, eu fiquei realmente com ciúmes da sua mãe.

— Cuidado viu, que uma senhora de 60 anos ainda rouba o seu namorado de 27 anos. - eu caçoei. Ryan era maluco por Phoebe desde que se conheceram ainda no ensino médio. Ele era amigo de Julian, meu primo do meio, e passava muito tempo com ele jogando  videogame na casa deles. Do jeito que os três eram ciumentos com minha prima, Ryan teve sérios problemas quando a história toda foi descoberta. - Se lembra quando Julian descobriu que você namorava Ryan?

— Ryan aprendeu a nadar forçadamente na piscina daqui de casa por isso - ela e eu rimos com a lembrança. Eles haviam aprontado um bocado com Ryan, que foi persistente e agora iria fazer parte da família.

— Bons tempos os que os meninos pregavam peças. Se lembra quando pintaram meu cabelo de azul?

— E você teve que ir tirar foto do anuário no final da turma para que ninguém reparasse no seu cabelo? E quando eles nos trancaram em casa para não irmos à festa de primavera no nosso primeiro ano?

— Nem lembre disso - eu disse me lembrando que havíamos feito uma corda utilizando lençol para descermos do primeiro andar de minha casa. - Eles ficaram chocados e contaram pra tia Marie que junto com minha mãe deixaram nós todos de castigo.

— Como se eles fossem se livrar facilmente por ter nos trancado para início de conversa.

— Verdade. Mas eles tiveram o troco deles outras vezes,

— Por falar em troco, você é a próxima - ela disse me olhando de cima a baixo para o que eu vestia.

— O dia é da noiva...

— É sério mesmo que você vai tirar fotos comigo com o cabelo assim? - ela disse apontando para meus cabelos ondulados. Eu olhei incredulamente para ela. Ela tinha que admitir que eu tinha feito um bom trabalho neles. - Não leve a mal: você está linda Sarah, mas para o casamento minha madrinha tem que caprichar!

— E onde está Caroline? - eu argumentei já sabendo por onde ir para rebater seu argumento.

— Caroline está num spa com a mãe de Ryan - ela disse indiferente - Gerard depois você cuida da Sarah.

Eu bufei observando ela falar com um homem careca de uns 35 anos que terminava de colocar uma máscara no rosto de Phoebe e que me apontava uma cadeira. Observei a expressão de desafio de Phoebe me encarando, era inútil tentar fugir, já que tinha aceitado vir agora me restava participar de todo o resto junto com ela.

Chegamos na portaria do Clube de Golfe de Druid Hills às 17:00h em ponto. Meu vestido era de cetim branco com tons róseos e os braços eram descobertos, usava luvas brancas que vinham até os cotovelos e iria segurar uma pequena cesta de vime com buquê de flores aromáticas e coloridas. Estava usando o pingente de safiras e opalas azuis, que fora o ultimo presente do meu pai, em meu pescoço. Admito que fiquei desconfiada quando Gerard começou sua arte em meus cabelos, mas ele realmente sabia o que estava fazendo. Nunca antes meu cabelo havia ficado tão bonito, nem mesmo quando fui ao salão em Chicago. Com poucos retoques, ele fez a minha aparência chegar em outro nível. O ápice foi quando me vi no espelho,  ainda no quarto de Phoebe e já com o vestido, usando a guirlanda de pequenas margaridas junto com as tranças presas que Gerard havia bolado para as madrinhas: eu realmente estava bonita.

Após entregar as chaves para o manobrista, Tio Phil me ajudou a descer do carro, e minha mãe e tia Marie,  que obviamente estavam muito bonitas já que eram as anfitriãs da festa de Phoebe, ficaram um tempo me olhando.

—Está muito bonita Sarah! - disse tia Marie - Se estivesse em um vestido branco diria que é a noiva!

— Que é isso tia Marie? Ainda bem que Phoebe não está aqui para ouvir isso. Ela está lindíssima.

— Ora, eu sei menina! Mas falo isso porque eu e sua mãe estamos vendo o quanto você cresceu. Aquela garotinha espoleta que corria pra lá e pra cá já é uma mulher!

Revirei os olhos para as duas, mas não pude deixar de sorrir. Amava minha família. Tio Phil se juntou a nós e começamos a entrar pelo Lounge da casa maior do clube. Encontramos então um dos funcionários guias do buffet  que nos indicou e acompanhou pelo caminho pelo saguão até o átrio dos fundos da mansão onde haveria a pequena estrada até o gramado principal onde seria realizada a cerimônia. Minha mãe me agarrou pelo braço e disse:

— Seu pai estaria muito orgulhoso de você Sarah.

Percebi os olhos marejados de minha mãe e os sorrisos de meus Tios. Não há coisa melhor que a família que nos ama e nos apoia.

— Ai! D. Stella, se a senhora começar a chorar aqui eu também vou e vamos borrar a maquiagem e Phoebe ficará possessa. Não quero ser apontada como a que arruinou a perfeição do casamento dela.

— Stella, Marie, Philip? - Uma loira alta e esguia chegou ao nosso lado, vestida num terninho azul clarinho.

— Rachel! - Mamãe cumprimentou - Esta é minha filha Sarah!

— É você a outra madrinha? - ela perguntou com um sorriso no rosto. Percebi ela procurar com o olhar algo pelo salão, vendo um rapaz moreno de terno com um pequeno comunicador no ouvido chegar próximo a nós - Por favor Greg, acompanhe Sarah até onde está a outra madrinha e padrinhos para repassar com ela a parte inicial da cerimônia.

Greg ouviu e falou algo no seu rádio-comunicador se dirigindo a mim.

— Queira me acompanhar pois os padrinhos vão ficar na fila de cadeiras perto do gazebo lá na frente antes do cerimonial. Tenho que te levar pra lá agora, antes da noiva chegar, para prepararmos os afazeres dos padrinhos e madrinhas.

Despedi-me de minha mãe e no mesmo momento apareceu outro funcionário do buffet e levou meus tios embora, provavelmente para esperar a noiva antes da sua entrada triunfante.

O jardim estava lindíssimo. A equipe responsável havia se superado em recriar uma atmosfera romântica com ar de casamento no campo. Haviam sido montados pergolados em toda a extensão da área com cadeiras para convidados que formavam uma cobertura verde arrematada com flores brancas e amarelas. O caminho para o Gazebo era todo iluminado com velas e pétalas de rosas. Onde estava o altar dos noivos havia uma profusão de rosas brancas e orquídeas. Minha prima teria o casamento de contos de fadas com que sempre sonhara.

O rapaz levou-me até onde estavam bancos de  madeira acolchoados com almofadas brancas e lá já estavam Josh e Caroline.

Caroline estava com o mesmo estilo de vestido que eu, e a mesma guirlanda de margaridas no cabelo mas usava um colar de pérolas combinando com os brincos. Meus cachos, alourados, contrastavam com o cabelo pretíssimo como de um corvo que ela possuía. A cesta que ela levava continha também buquês de flores perfumadas. Josh estava com um belo terno escuro bem cortado.

— Olá. Há quanto tempo não os vejo! - disse ao me aproximar, assim que interromperam a conversa e olharam para mim.

— Ora ora ora, se não é a bee. - disse Josh  e eu sorri a contragosto. Como eu ainda odiava a implicância denotada em sua voz - Como tem passado Sarah? Faz anos que não te vejo. Quase não te reconheci.

Dei um sorriso forçado como aprendera a fazer.

— Olá Josh. E olá Caroline.

Caroline me mediu com o olhar (uma atitude que sempre me irritou desde que a conheci) e disse talvez fingindo empolgação - Olá Sarah! Que bom que chegou a tempo.

— Sim peguei o vôo esta manhã. Não podia de jeito nenhum faltar ao casamento da minha prima favorita. Fiquei sabendo que estava em um spa?

— Oh sim, arranjei um spa muito bom para mamãe e eu relaxarmos antes do casamento.  Muito caro. Foi lá mesmo que arrumaram o meu cabelo - disse ela ajeitando afetadamente  a guirlanda de flores nos cabelos . Depois mirou-me novamente de cima a baixo. - Uhm. Acho que não tem spas em Chicago, não é Sarah? Acho que você não tem tempo de ir com a sua profissão.

Caroline era uma mestra na arte do morde-e-assopra. Dei-lhe um sorriso amarelo de desdém velado e aprontrei-lhe uma resposta ácida.

— Não tenho tempo mesmo. Mas não preciso de muito para ficar bonita não é?  - e eu estava bonita. Caroline era uma morena bonita, de olhos verdes, porém era parecida com o irmão. Ela odiava parecer quase gêmea de Ryan. Não ia deixar-me abalar por seu entojamento.

— O que você quer dizer com isso Sarah?! - ela respondeu perdendo toda a graça, fazendo seu ar ir de esnobe a hostil em milisegundos.

— Nada, eu só disse que…

— Olá Sarah! Estou muito feliz que tenha chegado a tempo! Phoebe telefonou-me e disse que você já estaria aqui estaria aqui. E a propósito quero que conheça seu acompanhante, meu padrinho - Quando me virei fiquei sem palavras: era Ryan vestindo o melhor terno que um noivo jamais vestiu em todo o seu porte militar. Havia chegado de mansinho pelas minhas costas trazendo o padrinho.

Meu queixo caiu quando Connor adiantou um passo ao lado de Ryan, sempre com suas mãos para trás olhando-me nos olhos e mostrando aquele  meio sorriso sexy no seu rosto.

O que podia ser pior que isso

— Sarah esse é o Connor, meu amigo e seu acompanhante. – Ryan disse alegremente enquanto eu era estranhamente tomada pela sensação de que milhões de borboletas voavam pelo meu estomago.


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