Damon e Elena - Casamento de Mentirinha escrita por Emma Salvatore


Capítulo 18
Na boate




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— Nós nunca jantamos aqui – comentei apontando para a grande piscina e para o jardim logo atrás de mim.

Damon apenas deu de ombros.

— Algo diferente para variar. Não gostou?

Abri um largo sorriso.

— Sempre venho aqui com Caroline e Bonnie. Adoro a parte de fora da casa. É ainda mais bonita do que a de dentro.

— Elena, como era a sua casa? – Damon perguntou, demonstrando certa curiosidade.

— Não era uma casa exatamente. Era um apartamento pequeno no centro da cidade. Agora, com o dinheiro todo que tenho recebido acho que poderei comprar algo melhor – respondi e Damon fez que não com a cabeça.

— Estou perguntando da sua casa quando ainda morava com seus pais – ele explicou. – Em Mystic Falls, certo?

Assenti. Fiz uma viagem no tempo em minha cabeça lembrando-me dos melhores momentos em que passei lá.

— Bom, a casa em que eu morava, a casa dos meus pais, não é exatamente grande e nem tampouco pequena. Acho que tinha o espaço ideal para todos nós. Tinha um balanço na varanda e um quintal onde brincávamos muito. Nós conhecíamos os vizinhos e eles nos conheciam – contei com um leve sorriso. – Liam era meu vizinho.

Falar em Liam não me deixava mal. Ele tinha se esquecido do que acontecera ou pelo menos, fingido. Era mais fácil dessa forma. Ele era meu amigo. Não iria deixá-lo ir assim.

— Eu sempre morei aqui – Damon falou abrangendo casa com um olhar nostálgico. – Como pode ver, é grande demais para uma pessoa só.

— Mas quando você tiver filhos...

— Já disse que não quero ter filhos – Damon falou decidido, soando um pouco grosso.

Pude perceber em seu olhar que ele realmente não desejava isso.

— Tudo bem – falei como não fosse nada. – Então, você não gosta de morar aqui?

Ele deu uma risada.

— Ah, eu adoro morar aqui! Não consigo pensar em outro lugar para viver. Gosto de casa grande. Só que, às vezes, fica grande demais. Vazia demais.

Toquei sua mão.

— Bom, você pode me chamar quando se sentir assim depois que eu for embora – falei com um sorriso. – E, claro, eu trago Bonnie, Caroline, até mesmo a minha família da Virgínia...

— Muito engraçado, Elena – ele falou irônico, tirando sua mão da minha com delicadeza.

Eu ri. Era um bom plano.

— Mas – Damon retomou. – Chamar você não foi uma má ideia. Lembrarei disso no futuro.

Eu sorri. Era bom saber que eu o fazia bem.

— Elena, você está muito cansada? – ele perguntou de repente.

— Não. Por quê? – perguntei desconfiada.

— Porque eu estava pensando em ir para a boate agora... – Damon nem terminou de falar e eu já bufei irritada.

— Claro. Pode ir. Não sou eu que vou te impedir, não é? – minha voz transbordava irritação e raiva. Estava bem claro isso.

A conversa com Hayley ontem voltou à minha cabeça seguida pelas minhas próprias repressões. Idiota, era isso que eu era.

— Na verdade, eu estava pensando em ir com você— ele completou, olhando-me com um pouco de entusiasmo e apreensão.

Quase engasguei com a minha própria saliva.

— Como?

— Você disse que eu nunca me divirto com você. Vou provar que está errada – ele falou displicente.

— Damon, quando exatamente eu disse isso? – perguntei com calma, revirando em minha mente cada detalhe de conversas que possam ter passado em branco.

Sua expressão mudou na hora. Dava para ver que tinha falado coisa que não devia e eu logo percebi. Falei isso na noite de bebedeira.

— Acho... Devo ter me confundido – ele falou em voz baixa. Imaginei que estava envergonhado.

Eu sabia exatamente que não tinha se confundido. Mas decidi deixar para lá. Algo me dizia que se eu descobrisse o que acontecera naquela noite não iria ser nada bom.

— Você quer que eu vá à boate com você – voltei ao tópico da conversa e Damon relaxou. – Por quê? Realmente Damon, não estou muito a fim de ver você dando em cima das mulheres. Acho que passo.

Damon balançou a cabeça.

— Você não entendeu, Elena. Quero ir com você. Quero me divertir com você— ele afirmou e um tremor passou pelo meu corpo. Será que ele estava falando daquele tipo de diversão?

— Damon, você sabe que jamais acabaria...

— Eu sei. Na verdade, nem quero – ele apressou-se em explicar. – Vamos lá, Elena. Você já me mostrou muitas coisas suas. Deixe-me mostrar algo meu agora.

Suspirei.

Ele tinha razão. Era sempre eu quem mostrava para ele coisas novas. Acho que eu também poderia ser mais aberta.

— Tudo bem – concordei com um sorriso.

*

— É aqui? – perguntei arregalando os olhos.

O motorista havia parado em um beco deserto onde não havia nenhum sinal de boate ou algo do tipo.

Damon apenas sorriu.

— Esteja aqui à meia-noite – ele ordenou a Maurice saindo do carro e me puxando junto.

O motorista apenas assentiu. Já estava acostumado, percebi.

— Damon, onde estamos? – perguntei novamente, inspecionando o beco com o olhar.

— Bem, essa não é uma boate muito conhecida. Quando era solteiro, ia a uma no centro da cidade, bem movimentada. Mas está daqui é mais discreta – ele apontou para uma porta preta atrás de si.

Foi então que eu percebi uma placa velha com letras em vermelho pendurada na porta.

— Você tem certeza que é uma boate? Parece mais um balcão abandonado – comentei.

Damon sustentou o seu sorriso.

— Bem, vamos ver – ele me estendeu a mão e eu a segurei com segurança.

Ele nos conduziu para dentro e confesso que me surpreendi. Era mesmo uma boate.

Muito animada por sinal! E maior do que eu pensava!

— E então? – Damon perguntou olhando para mim. – É um balcão abandonado?

Não pude evitar uma risada.

— Definitivamente não.

Percebi que nossas mãos ainda estavam entrelaçadas e com um sorriso, Damon me conduziu para o centro da boate.

— Para onde estamos indo? – perguntei, embora já soubesse a resposta.

— O que você acha? Dançar! – ele exclamou.

— Não! – neguei na hora. – Vamos... Tomar alguma coisa primeiro.

Percebi que Damon ficou um pouco desapontado, mas concordou. Ele tomou caminho rumo ao bar e durante o nosso trajeto, pude notar olhares de algumas mulheres em cima de mim. Elas visivelmente não gostaram da minha presença aqui. Isso me fez sorrir. Damon seria meu por essa noite.

— Dois uísques – Damon pediu quando chegamos ao bar.

Ele seguiu o meu olhar e percebeu que as mulheres estavam nos encarando.

Rapidamente, elas incorporaram um sorriso sedutor.

Tive que segurar um riso. Elas eram muito caras-de-pau! Queriam seduzir o meu marido na minha frente!

Damon deu um sorrisinho e acenou e logo se virou para mim como se nada tivesse acontecido.

— Elas estão com raiva de mim – comentei sem dar nenhuma importância.

Damon deu de ombros.

— Elas têm que entender que são segunda opção.

O uísque chegou bem na hora e eu tomei em um gole só.

Se elas eram segunda opção, então a primeira opção era... Era eu?

"Ele gosta de você".

Um sorriso brotou em meus lábios, mas logo desapareceu.

Duas morenas incrivelmente bonitas aproximaram-se de Damon em movimentos sensuais.

— Ei! Você sumiu, não foi? – uma delas perguntou, alisando o peito de Damon por cima da camisa.

— Sentimos sua falta – a outra murmurou em sua orelha, alisando seu cabelo.

Eu olhava a cena pasma! Elas sabiam que eu era a esposa dele! E mesmo assim, estavam aqui, dando em cima dele. Na minha frente!

Mas felizmente, Damon não teve problemas em se livrar das duas. Ele tirou as mãos da morena que estavam em sua blusa e logo em seguida, afastou a outra que alisava seu cabelo.

— Estou acompanhado – comunicou olhando para mim.

As morenas seguiram seu olhar e me avaliaram da cabeça aos pés. Óbvio que eu não tinha nem a metade da beleza delas.

— Ela não se importa, não é mesmo? – uma delas falou com superioridade.

Isso me deixou com raiva.

— Na verdade, me importo sim – falei indo para os braços de Damon, agarrando-me a ele.

Meus dedos cravaram em seu pescoço ao mesmo tempo em que suas mãos puxavam minha cintura para mais perto dele.

Percebi raiva no olhar das morenas e, sem falar mais nada, viraram para trás e saíram de cabeça erguida.

Eu ri. Damon me acompanhou na risada. Logo depois ele me olhou com um pouco de admiração.

— O que foi? – perguntei.

Ele olhou para baixo e disse com um sorriso:

— Nada.

— Tudo bem, vou acreditar nisso.

Nós rimos. Peguei seu uísque e tomei num gole só. Desbancar aquelas mulheres foi a melhor coisa que aconteceu esta noite. Por enquanto.

— Será que agora podemos dançar? – Damon perguntou olhando para o copo vazio em minha mão.

Concordei.

Deixe-me ser guiada por Damon e nós começamos a dançar. Claro, de um jeito bem diferente do que costumamos fazer.

Nossos corpos não se encaixaram dessa vez. Estávamos bem próximos, mas a música não permitia uma aproximação maior. Lamentei por isso.

Fui empurrada por uma loura que se jogou em cima de Damon fazendo movimentos sensuais. A mulher subia e descia com seu corpo colado no dele. Felizmente, meu marido a dispensou da mesma forma que fez com as outras.

Ele voltou para o meu lado em poucos instantes e, dessa vez, eu pus meus braços ao redor de seu pescoço e colei nossos corpos.

As mãos de Damon foram da minha cintura até o topo da minha bunda, temendo avançar mais. Confesso que gostei do toque. Nossos olhares se encontraram com um pedido silencioso.

Pedido este que Damon prontamente atendeu.

Ele me beijou com intensidade e eu retribuí.

De repente, não existiam mais mulheres loucas, não existia mais boate, só existia Damon e eu. Nossos corpos colados e nossas bocas entrelaçadas.

Era um momento perfeito.

*

Chegamos em casa aos tropeços e rindo muito. Não tínhamos bebido tanto, mas com certeza nos divertimos.

Depois da loira, outras mulheres tentaram me tirar do caminho para ficar com Damon, mas ele conseguia se livrar delas facilmente. E elas acabaram virando piada para mim.

— Foi ótimo hoje – falei com um sorriso já no primeiro degrau da escada. – Boa noite, Damon.

— Elena – ele me puxou antes de eu continuar meu caminho. Percebi que tinha certa urgência. – Você... Quer dormir comigo?

QUÊ?!

— Damon! – repreendi-o em choque.

— Não. É só dormir mesmo. Não vou ultrapassar os limites – ele prometeu rapidamente. – Só não quero ficar longe de você essa noite.

"Ele gosta de você".

Minha respiração parou por um momento.

"Não quero ficar longe de você".

Eu também não queria ficar longe dele. De jeito nenhum.

— Só vou colocar o meu pijama.

Ele sorriu.

— Estou esperando.

Nós subimos para os nossos respectivos quartos o mais rápido que conseguimos.

Comecei a varrer o meu armário à procura do pijama ideal. Apesar de não ser a primeira vez que dormiria com Damon, a perspectiva de fazer isso de livre e espontânea vontade me assustava um pouco. Por isso, achava melhor ficar preparada antes que eu sucumbisse aos meus próprios desejos.

O pijama que escolhi era uma combinação de uma calça e uma blusa de manga comprida, feito especialmente para o inverno. E para me afastar de Damon.

Caminhei até o seu quarto lentamente, embora estive ansiosa. Abri a porta devagar e percebi que ele não estava dentro. Devia estar no banheiro.

Sentei-me na cama para esperá-lo. Passei as mãos pelos lençóis macios e acidentalmente minha mente viajou ao lugar onde eu não queria.

Quantas mulheres já devem ter passado por aqui? Quantas mulheres já devem ter sentido essa textura macia?

Levantei-me imediatamente, enojada. Foi no mesmo momento em que Damon saiu do banheiro.

— Você não dorme assim – ele comentou, observando meu pijama.

— Você também não dorme assim – retruquei.

Ele vestia uma calça de pijama e uma blusa de manga curta.

— Você não iria gostar do jeito que eu durmo – ele avisou.

Dei um sorriso amarelo. Olhava para a cama imaginando um jeito de sair da situação em que havia me metido. Não queria dormir no mesmo lugar em que Damon tinha feito... Coisas com outras mulheres.

— Sei o que você está pensando – ele falou de repente.

— Ah, é? – arquei uma sobrancelha. Provavelmente ele sabia.

— Você está pensando nas mulheres em que trouxe para cá – ele afirmou com segurança.

Baixei a cabeça. Será que Damon conseguia ler mentes ou eu estava deixando muito na cara?

— E na verdade, você será a primeira mulher a deitar-se nessa cama – ele revelou.

— Quê?! – exclamei em choque.

— Eu levo as mulheres para outro quarto. Este é meu. É a minha privacidade. Não é qualquer pessoa que pode entrar assim – ele explicou.

Fiquei feliz em perceber que eu era importante o bastante para invadir sua privacidade.

Sorri.

Damon tirou os lençóis de cima e deitou-se na cama.

— E então? – ele lançou um olhar convidativo para mim.

Sem hesitar, joguei-me a seu lado. Aninhei-me em seus braços, repousando minha cabeça em seu peito. Confesso que estava muito confortável nessa posição. Ele passou seu braço pelas minhas costas, incentivando-me a não ficar longe.

Ficamos um momento em silêncio, apenas apreciando a companhia. Eu gostava de ficar sozinha com Damon. Gostava muito. Imaginei como seria daqui a quatro meses, quando nos divorciarmos. Apertei-me mais contra ele tentando afastar esse pensamento. Eu ainda tinha tempo.

— Ei! Tudo bem? – ele perguntou acariciando o meu cabelo.

Apenas assenti. Ele suspirou.

Depois de um longo minuto de silêncio, Damon recomeçou a falar:

— Elena, sobre mais cedo. Acho que dei a impressão de estar sendo grosso quando disse que não queria ter filhos. Mas é porque eu realmente não quero.

— Posso saber por quê? – perguntei hesitante. Não sabia se Damon compartilharia isso comigo.

— Porque eu não sei como ser pai – ele confessou. Senti uma pontada de dor na sua voz. – O meu pai... Acho que você sabe muito bem.

— Não ter tido um bom pai não significa que você não será um – afirmei. – Tenho certeza que você seria um ótimo pai.

Ele negou com a cabeça.

— Não quero condenar uma criança inocente ao mesmo destino que eu tive. Ninguém merece isso, Elena.

Suspirei. Lamentava muito pelo seu medo. Damon seria um ótimo pai. Se ele conhecesse a mulher ideal.

Notei que seu corpo ficou mais tenso depois dessa revelação. Beijei seus lábios com intuito de acalmá-lo, mas acho que não deu certo.

— Por favor, não faça isso – ele pediu de olhos fechados.

— Quê?

— Estou lutando contra toda a minha vontade de te tomar nos meus braços e de te fazer minha. Se você ficar me beijando, não sei se vou resistir – ele confessou ainda de olhos fechados.

Tirei minhas mãos de seu rosto no mesmo instante. Coloquei-as para baixo esfregando-as freneticamente.

— Desculpa – murmurei.

Ele finalmente abriu os olhos e olhou para mim. Acho que estava corada. Ele tocou minhas bochechas com suavidade.

— Você é tão linda, Elena. É difícil um homem resistir.

— Se você quiser, eu vou embora.

Se Damon não pudesse se controlar, talvez eu também não conseguisse. E não estava pronta para perder minha virgindade.

— Não. Fique. Prometo que vou me comportar – ele pediu em tom de súplica.

Apenas assenti. Acho que perdi minha capacidade de falar.

Damon me puxou para seus braços, me fazendo voltar para a posição inicial. Ele beijou meus cabelos e sussurrou no meu ouvido:

— Não pretendo te desrespeitar em momento algum. E não pretendo deixar ninguém fazer isso.

Suspirei contra seu peito, aliviada. Sabia que ele não estava mentindo.

— Você já dormiu com alguma mulher? Digo, só dormir? – perguntei.

— Não. Você é a única – ele respondeu.

Abri um sorriso pequeno em seu peito. Eu era a única. E se Hayley estivesse certa, era também a única em sua vida.

A única em seu coração.

"Ele gosta de você".


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Notas finais do capítulo

E então, gente?? O q acharam???
Amanhã, postarei mais!!!



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