Reencontros, memórias e conselhos. escrita por Ravenclau


Capítulo 7
Confissões e culpa


Notas iniciais do capítulo

Bora reaparece, mas quais serão suas verdadeiras intenções?



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  -- O que?

  O rosto anteriormente impassível da moça se contorceu numa careta de raiva, tornando-se água, Juvia soltou suas mãos do aperto das mãos do homem ao seu lado.

  -- Como Bora-san pode pensar que é só aparecer na frente de Juvia e tentar jogar seu charme barato achando que ela ia cair nessa armadilha? Juvia já deixou de ser uma menina boba, agora ela é uma mulher que tem o amor e o respeito de toda uma guilda que é mais que uma simples guilda, é a sua família, já não é mais uma pessoa carente e facilmente enganável! Bora-san não tem mais poder sobre Juvia! - ela tratou de levantar-se, quando sentiu que ele agarrou seu vestido.

  -- Espere Juvia! Me deixe explicar! Me dê uma chance de me redimir… Eu sei que que não fui uma boa pessoa, estou tentando corrigir meus erros e o meu maior erro foi como eu tratei você. Nem todos os meus crimes se comparam, porque você não merecia isso. Eu gostava de você, só era muito idiota para não ver o quanto você é especial. Eu tive seis anos na prisão para pensar e reavaliar minha vida, veja - ele estende o pulso direito- Eu estou em liberdade, mas carrego esta pulseira que anula meus poderes, agora eu sou só um homem comum tentando fazer o que é certo!

   Ela parou por um momento e se permitiu olhar profundamente nos olhos do homem mais velho à sua frente. Os traços eram os mesmos, porém ele parecia desgastado, aquele ar orgulhoso já não estava mais lá, olheiras e marcas de expressão estavam presentes em seu rosto, mas o que mais lhe chamou a atenção foram os olhos. Os olhos escuros eram sinceros. Foi então que ela reparou em toda a figura do ex-mago da Titan Nose, suas roupas eram simples, não chegavam a ser miseráveis, mas estavam longe de ser o vestuário pomposo que ele gostava de usar antes, nada de jóias ou acessórios, seus cabelos azuis escuro estavam sem brilho, no geral havia um certo ar de descuido em seu jeito. O fato de o terem privado de seus poderes o haviam quebrado e Juvia pode ver o homem vulnerável que estava ali, pedindo o seu perdão. Naquele instante a raiva arrefeceu e deu lugar a uma certa piedade. Ela deu um suspiro e sentou-se novamente. Ouviria o que ele tinha a dizer, mas sua guarda estaria levantada, havia muita bagagem emocional para simplesmente esquecer de tudo.

   -- Está bem, Bora-san, Juvia vai te ouvir, pelos poucos bons momentos que nós tivemos.

   O homem respirou fundo, como se quisesse encontrar forças para enfrentar este desafio. Levantou o olhar que a pouco havia decaído e encontrou-se mergulhado nos profundos olhos azuis dela, parou, imerso naquele oceano, um soluço estrangulado escapou por entre os lábios finos e um pouco ressecados.

  -- Como eu fui estúpido… - disse baixinho- Juvia, eu passei anos na prisão por tudo de errado que fiz, eu maltratei mulheres, vendi minha magia por dinheiro fácil e por poder, afinal que perdi tudo. Quando me aproximei de você, quando ainda estava na Phantom Lord eu pensei em usar essa influência para chegar até Jose Porla, sua guilda era renomada, ele era como eu, faminto por poder, eu achei que conseguiria…  Você era bonita, um pouco estranha, tímida, uma presa fácil, meu bilhete de entrada nos negócios de Porla, mesmo se não fosse aceito na guilda, achei que eu conseguiria entrar em algum dos esquemas mais secretos do cara, suportar sua chuva era um preço baixo a pagar, ainda mais com o prêmio extra de ter a Juvia dos Grandes Oceanos ao meu lado, aos poucos consegui me aproximar de você e tive a felicidade de provar teus lábios, sei que foi seu primeiro beijo, mas eu era um inútil e não vi o valor de tudo isso. Quando me aproximei de Porla, a recepção que tive não foi das melhores, fui humilhado, minha magia foi desconsiderada totalmente, ele me jogou na cara o fato daquele tal de Totó alguma coisa ser muito melhor que eu, justamente naquele dia, eu estava furioso e você insistiu em me ver, não pensei duas vezes em te rejeitar, meu plano tinha ido por água abaixo. Ainda por cima tive de sair de Oak Town correndo por  causa daqueles seus amigos, eu pensei que ia morrer, mas hoje eu vejo que eu mereci cada golpe que me deram.

  Um longo silêncio se estabeleceu entre os dois. Juvia estava chocada com a confissão dele. As coisas tinham sido piores do que ela havia pensado, um arrepio correu por sua espinha por pensar que algum dia ela estivera apaixonada por esse lixo humano, náuseas a atingiram por lembrar de seu toque, de suas carícias inoportunas que ela tanto havia ansiado naquela época, por muito pouco ela não havia se entregado para aquele homem.


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Notas finais do capítulo

Pedir perdão não é o suficiente, mas prometo que um dia eu termino esta história. Peço apenas paciência. Obrigada e desculpem-me...



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