Três amigas e o amor. escrita por calivillas


Capítulo 9
Sílvia – Uma grande ideia




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A vida de Sílvia continuava na sua incessante rotina, sem que nada de extraordinário acontecesse, mas era melhor desse jeito. O grande momento da sua rotina diária, era os poucos minutos em que conversava com seu noivo, na maioria das vezes era ele que falava, contando-lhe com detalhes os fatos do seu dia. Nesse momento, Sílvia viajava junto com ele, imaginando o que seria viver uma aventura como aquela, morar e estudar um tempo longe da sua casa e de todos que a conheciam, visitar lugares novos e desconhecidos, conhecer pessoas interessantes e diferentes, contudo tinha a certeza que nunca teria coragem para fazer algo parecido.

Em uma manhã, durante uma conversa com Pedro, Silvia o achou um pouco estressado e parecendo bem irritado, com pressa de terminar a conversa. Ela havia percebido sutis mudanças nele, que iam aumentado com o passar do tempo, deixando-a cada vez mais preocupada com o noivo. Sua angústia aumentava, ao mesmo tempo que uma ideia original florescia na sua cabeça, até se encorpar e criar vida. Precisa contar para alguém, revelar seu plano e a escolhida foi sua amiga Ana.

— Ana, tive uma grande ideia! Vou fazer uma surpresa para Pedro, indo visitá-lo e passar algum tempo com ele na França – entusiasmada, Silvia declarou, em um único folego, como se não quisesse perder a coragem. – Assim, ele não se sentirá tão sozinho. – A primeira reação da amiga foi de total espanto, ao ouvir aquele seu plano audacioso.

— Pode ser boa ideia, Silvia – Ana considerou, sem tanta empolgação. – Mas será que ele vai gostar, que você vá até lá?

— É claro que vai gostar! Depois de tanto tempo sozinho, será ótimo para ele, ver um rosto amigo, ter uma companhia – Sílvia retrucou, sem se deixar abater.

 - Mas, não vai sair muito caro? E você vai precisar de passaporte - Ana observou o lado prático

— Eu sei, mas eu tenho trabalhado tanto e economizei algum dinheiro. Além disso, achei Pedro um pouco diferente nesses últimos dias. Talvez, sinta-se meio deprimido por estar tanto tempo, sozinho, e eu queria alegrá-lo um pouco.

— E quando você iria?

— Em poucos meses, preciso esperar o recesso escolar do meio de ano. Enquanto isso, terei tempo para fazer meu passaporte e comprar a passagem. Vou chegar de surpresa, ele vai levar um susto, e aí, poderemos ficar uns 15 dias juntos. Vai ser maravilhoso, Ana! – Silvia explicou, animada.

— Tenho certeza que será – Ana incentivou a amiga, pois era a primeira vez que Sílvia tomava algum tipo de iniciativa por conta própria e se aventurava desse jeito. -  E se precisar de ajuda, é só falar comigo.

— Pode deixar, mas eu já planejei tudo. Mesmo assim, muito obrigada, Ana.

A partir daquele instante, cheia de energia, Sílvia começou a se preparar para viajar, tirou o passaporte, comprou passagem, planejou tudo nos mínimos detalhes e com muito cuidado. E mal conseguia conter a sua empolgação durante a sua conversa diária com Pedro. Porém, a cada dia que se passava, notava que seu noivo estava mais apressado, estranho e distante, ela imaginava que o coitadinho devia estar muito deprimido e exausto, abarrotado de trabalho e estudo para agir assim.

E em uma manhã, Pedro não entrou em contato, Sílvia ficou preocupada pois era algo que jamais ocorreu. Por isso, durante o resto do dia, ficou aflita, achando que poderia ter acontecido algo com ele, mal conseguiu se concentrar no trabalho. Chegou em casa à noite, correndo, foi direto para seu quarto e sentou-se na frente do computador, já que por ser mais tarde lá, provavelmente, ele estaria em casa, dormindo. E ela estava certa, porque Pedro atendeu com a cara amassada de sono.

— Sílvia, o que houve? – perguntou, com a voz arrastada, sonolento e um tanto assustado, por ser acordado abruptamente no meio da noite.

— O que está acontecendo? Por que você não se conectou hoje pela manhã?

—Ah, isso! Desculpe-me, mas ando muito ocupado, não consegui falar com você hoje, tive que sair mais cedo – ele explicou, apesar de parecer meio aborrecido pela cobrança.

— Pedro, eu fiquei preocupada o dia inteiro. Você nunca fez isso antes.

— Silvia, as coisas aqui estão difíceis. Eu tenho muito trabalho para fazer e, algumas vezes, terei que sair mais cedo de casa, não poderei falar com você todas as manhãs - ele parecia ainda mais aborrecido por se justificar.

— Mas, e à noite? – insistiu, desolada.

— A diferença de fuso horário é de 5 horas, quando você chega em casa à noite, provavelmente, eu já estarei dormindo. Não vai dar para ficar acordado esperando por você, pois, no dia seguinte, ficarei muito cansado. Sílvia, preciso dormir, estou exausto. Boa noite! – Ele falou, sem paciência

— Boa noite, querido! – despediu-se, em um tom suave.

Foi o que Sílvia pensou que o pobrezinho devia estar estudando muito, mas, em breve, ela estaria com ele e isso lhe daria mais ânimo.


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