Três amigas e o amor. escrita por calivillas


Capítulo 31
Sílvia - Assim que as coisas funcionavam para todo mundo.




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O prédio onde Artur morava era simples e antigo, ficava em um bairro próximo ao dela, subiram em um silêncio um tanto constrangedor no velho e barulhento elevador, ele tentou amenizar o clima denso com uma conversa banal. Abriu a porta do apartamento para deixá-la entrar e acendeu a luz iluminando o ambiente da sala quase espartana, mas arrumado e limpo. Os poucos móveis eram antigos, provavelmente, sobras do casamento terminado, alguns doados por amigos e familiares, ou comprados em lojas baratas, portanto não combinavam.

— Sente-se. Quer beber alguma coisa? – Artur perguntou, ela se sentia inibida, aflita com a perspectiva do que viria a seguir.

— Sim, o que você tem? – Sabia que precisaria da falsa coragem do álcool.

— Vinho branco – Artur já se preparava há algum tempo, para esse momento, ansiado e, muitas vezes, adiado.

— Sim, obrigada – Silvia estava sentada no sofá, tornozelos cruzados como uma moça bem recatada.

Artur serviu duas taças e sentou-se ao lado dela, entregando uma delas a Silvia.

— Vamos brindar ao nosso encontro – Artur improvisou, Silvia sorriu, acanhada e acompanhou o brinde.

— Bom esse vinho – ela elogiou para quebrar o silêncio, depois de tomar um grande gole para aplacar sua garganta seca.

— Obrigado, escolhi especialmente para você – confessou, a encarando, ela sorriu, sem graça, não sabia o que fazer agora.

Imaginou que se fosse com Pedro, ele diria direto: “Vamos para cama”! E estaria tudo resolvido, mas com Artur era diferente, como em um jogo, que ela desconhecia as regras, tateando o próximo passo em um terreno desconhecido, com cuidado.

Enfim, Artur tomou a iniciativa, aproximando-se, lentamente, para beijá-la de leve nos lábios, depois, aumentou a pressão, segurou as mãos delas, se aproximando mais, passo a passo, testando, como se andasse em um campo minado, não querendo que tudo fosse pelos ares. Ele a envolveu em um abraço frouxo, depois a trazendo mais para perto de si, ela se deixou levar, sentindo seu corpo contra o dele, mais magro e fino que Pedro, beijaram-se por um longo tempo.

— Vamos para o quarto, Silvia – ela ouviu a frase conhecida, dita com a voz rouca de desejo, assentiu com a cabeça.

Ele a puxou pela mão, a levando pelo corredor.

— Artur, eu nunca dormir com outro homem, a não ser com o meu ex-noivo – ela mentiu por sua insegurança, visto que o homem desconhecido de Paris não contava, foi apenas um lapso, que tentava manter escondido bem no fundo da sua memória, assim que chegaram no quarto, ele sorriu compreensivo.

— Eu serei paciente – ele afirmou, quando pararam ao lado da cama de casal antiquada forrada com lençóis estampados com flores azuis, começou a desabotoar o seu vestido, com calma, depois o tirou, Silvia se sentiu exposta na frente dele, só de sutiã e calcinha.

— Como eu imaginava, você é muito bonita, Silvia – ela a apreciou, passando as mãos de leve sobre os seus seios, chegando até as costas, para desabotoar o sutiã. Seus seios pularam livres, ele olhou satisfeito com a visão a tanto aguardada, inclinando-se para beijá-los e sugá-los, com ardor, depois desceu a calcinha, a acariciou. Naquele momento, ela estava completamente nua na frente de outro homem, que a apalpava e a beijava, sem nenhum pudor, com volúpia, ela sentiu a ereção dele a cutucar entre as suas pernas, era tudo muito estranho, diferente de Paris onde era apenas uma falsa prostituta.

Artur a deitou na cama e começou a se despir, ficou nu. Ele era diferente de Pedro, sua ereção era maior, seu corpo mais magro, ela estava mais curiosa do que excitada. Ele pegou uma camisinha na mesinha de cabeceira e a colocou, depois deitou sobre ela, a beijou na boca, mais ardente e a penetrou, movimentando-se, primeiro, com calma, depois mais depressa, Silvia tentou acompanhá-lo, queria sentir algo, mas nada aconteceu. Ouvir o arfar e os gemidos dele no seu ouvido, sentindo o sobe e desce do corpo de Artur sobre o seu, deixou-a mais desesperada, tentou, mas não conseguiu sentir prazer, mesmo assim, fingiu, não queria Artur ficasse chateado, por fim, rolou para o outro lado da cama, ofegante.

— Foi bom para você? – quis saber, com o corpo largado, olhando para ela e sorrindo, à espera de aprovação.

— Foi – Silvia mentiu, com um sorrisinho meigo.

Assim, Silvia conheceu mais um homem da sua vida. A relação deles não era, exatamente, um namoro, não queriam, que os outros da escola soubessem, ainda. No entanto, seguiam uma rotina, todos os sexta e sábados, eles saiam para restaurantes ou cinema, depois, Silvia ia até o apartamento de Artur, onde transavam e, na maioria das vezes, ela fingia ter prazer, para não o aborrecê-lo ou deixá-lo constrangido, pensava que era assim que as coisas funcionavam para todo mundo.


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