Soberanos de Aço - O Paradigma de Igelivel escrita por Michel Zimmer


Capítulo 5
Peaceful Execution


Notas iniciais do capítulo

AVISO IMPORTANTE: Os capítulos foram divididos novamente para melhor visualização, mas sem mudanças em seus conteúdos. Portanto, se você já é um leitor antigo, os 5 primeiros capítulos correspondem ao que antes eram prólogo + capítulo 01 e capítulo 02.
Boa leitura! Estou à disposição em caso de eventuais dúvidas!



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XIII. Fragmented Human Nature Pt. 2

Não havendo outra solução, o embate entre a Pacificadora e o homem misterioso era agora inevitável.
Jezebel investiu com agilidade, e fingindo preparar um golpe com seu sabre, abriu a guarda do homem para o golpe verdadeiro: um chute certeiro no estômago, afundando o pequeno salto de sua bota na carne pútrida do mesmo e o empurrando alguns centímetros para trás.

O homem não aparentou ter levado dano significativo e com destreza lançou seu corpo para frente, como uma fera descontrolada. Os braços serviam como armas e atacavam Jezebel com fúria, porém, os movimentos descontrolados e pesados tornavam a esquiva da pacificadora mais fácil.

Após uma esquiva perfeita, Jezebel percebeu uma brecha nos movimentos do homem, e, com um golpe vertical de seu sabre, abriu um rasgo na túnica do mesmo, assim como um profundo corte em seu peito respingando sangue escurecido em seu próprio uniforme branco.

Sem nem ao menos vacilar ao ser ferido, o homem surpreende Jezebel, acertando em cheio o rosto da moça com a parte de cima de sua mão. O impacto do tapa a jogou alguns metros para trás mas logo a pacificadora retomou a compostura, limpando o filete de sangue que escorria no canto da boca.

— Ahhhh… Esplêndido! - Comemorou o homem ao ser ferido por Jezebel. - A outra mulher, ou homem, ou seja lá o que era aquela pessoa, nem ao menos conseguiu me ferir! O que dizer então desse jovem arrogante que matei há pouco?

O misterioso homem arrancou o restante da parte de cima de suas vestes, revelando um físico forte, coberto em sangue e veias escuras, além de algumas áreas aparentemente apodrecidas em toda a extensão do tórax e braços.

A face era de alguém que já havia perdido a sanidade há tempos. Apenas um sorriso amarelo e olhos cada vez mais negros e dilatados. Era essa a face da substância secretamente desenvolvida pelos alquimistas de Igelivel e proibida pelo governo? Se um surto de infecção de Traxia eclodisse na capital, nem mesmo o exército imperial inteiro poderia conter a histeria e a violência nas ruas. Homens se tornariam animais irracionais, bestas sedentas de sangue feito o homem que Jezebel enfrentava.

— O que você esperava ao atacar um dos locais mais movimentados da capital? - Questionou Jezebel enquanto analisava o oponente, tentando desenvolver algum plano. - São esses os efeitos da Traxia no organismo humano?

O homem gargalhou de forma doentia. Lentamente e com seus braços abertos se aproximou da pacificadora.

— Seu amigo não estava errado em um todo, afinal. - Começou o homem - Eu sofria de fotossensibilidade desde que nasci. Passei a vida nas sombras, meu corpo definhou e minha mente se perdeu em trevas por todos esses anos. Até o dia em que aquele homem apareceu em minha porta e me ofereceu a salvação.

— Traxia. - Complementou Jezebel cerrando os punhos.

— Exatamente! - Exclamou o homem eufórico. - Olhe para mim agora! Meu corpo vibra com músculos e energia, já não sinto mais medo ou dor e minha fotossensibilidade desapareceu quase completamente! Posso me banhar na luz solar, sair nas ruas sem medo, posso fazer tudo o que quiser! Esse é o efeito dessa substância, nos livrar de nossas imperfeições e é isso que vim mostrar ao mundo aqui hoje!

O fanatismo do homem era sem precedentes. Seria preciso ir a fundo no caso, frente a tal evidência inegável dos estragos que a substância fazia no corpo humano. Nas mãos erradas - ou até mesmo nas certas - essa droga poderia fácilmente incitar guerras e causar resultados catastróficos. Quem era o desgraçado que estava disseminando a substância pela cidade? Certamente tanto esse homem quanto os demais casos de infectados eram apenas experimentos para algo maior. Muito maior.

— Você não percebe que é apenas uma cobaia? Um rato de laboratório? - Indagou Jezebel após a explicação do infectado. - Seja lá quem lhe ofereceu essa cura, não lhe avisou do preço a ser pago por ela.

Jezebel se curvou calmamente, juntando um fragmento de vidro que repousava entre os escombros e o lançando em direção ao homem, que o pegou no ar por reflexo.

— Veja você mesmo. - Concluiu a pacificadora. - Esse foi o preço.

O homem trêmulo levou o fragmento até a altura do rosto, o apelo de Jezebel à qualquer resquício de humanidade do mesmo havia surgido efeito. O coração do infectado havia disparado e após muito tempo, sentiu o abraço do medo e da dúvida novamente. Resolveu encarar a realidade uma última vez e observar seu reflexo pelo fragmento de vidro:

— Mas… O quê? - Indagou o homem fitando o pedaço vidro em sua mão direita - Esse vidro não reflete nada!

— Exatamente. - A voz fria de Jezebel selou o destino do infectado.

Aproveitando da distração do homem, a lâmina de Jezebel atravessou o vidro o fragmentando em inúmeras partes e penetrou completamente na testa de seu oponente, atravessando o crânio em uma morte rápida e limpa. Com um movimento rápido, Jezebel retirou o sabre enterrado na cabeça do homem e o balançou em direção ao chão limpando assim o sangue de sua lâmina e a devolvendo à bainha.

O corpo sem vida do infectado foi ao chão com um baque seco, e logo uma poça de sangue escurecido se formou em torno do mesmo.

— Sinto muito, Reese, Joanne… - Lamentou Jezebel, se culpando por todo aquele sofrimento. - Farei de tudo para descobrir quem está por trás disso, custe o que custar.

Jezebel permaneceu em silêncio sozinha no saguão por mais alguns momentos, a cabeça baixa escondia as lágrimas que insistiam em tentar brotar e externalizar seus sentimentos.  Não era hora para isso.

Nunca era hora para ela.

• • •

XIV. Acht Säulen

O brilho alaranjado do pôr do sol penetrava pelo grande vitral de uma importante sala de reuniões nos andares mais elevados do castelo imperial de Cathastrophe. A sala era espaçosa e seu centro acomodava uma longa mesa retangular feita de mármore negro, a qual apenas metade era banhada pela luz laranja que atravessava a janela.

Quatro luxuosas cadeiras em tons escarlate repousavam do lado esquerdo da mesa, enquanto outras quatro em tons azul marinho decoravam o lado direito. Apesar dos oito assentos, apenas quatro generais imperiais haviam comparecido àquela reunião de emergência: Uhlich VanderWaal, Algarth Steincross, Monique La’ Aiolia e Felix Aldrich II.

A ponta da mesa que ficava de frente para a janela jazia um trono dourado e, sentado nele, um soberano nada satisfeito.  

— Isso é um desastre total, Uhlich! - Esbravejou o velho imperador sentado ao trono, batendo o punho enrugado contra a mesa. - Você garantiu que seus Pacificadores resolveriam essa situação sem maiores incidentes!

Sentado no primeiro acento dos quatro azuis ao lado direito do imperador, um homem massageava as têmporas enquanto era repreendido por seu soberano.

— Vossa Majestade, peço desculpas pelo infortúnio, mas uma de minhas agentes retornou com informações novas e importantes sobre o caso Traxia, além de neutralizar o inimigo de forma sutil mantendo o corpo infectado praticamente intacto para pesquisa. Sem maiores envolvimentos.

O general alvo da repreensão era Uhlich VanderWaal, O Mediador. Conhecido por sua habilidade em “finalizar conflitos antes mesmo de começarem”, ele havia envisionado uma subdivisão específica para mediar confrontos e apenas em última instância engajar em medidas violentas. Tal grupo fora batizado de Pacificadores.

Uhlich era um homem de meia idade, não aparentando mais que quarenta anos. O cabelo castanho já puxado para o grisalho era cuidadosamente penteado para trás e um bigode igualmente bem cuidado combinava com as costeletas, sua marca registrada. Um pequeno óculos redondo repousava sobre o fino nariz de Uhlich, dando um toque intelectual ao homem.

— Sem maiores envolvimentos, Uhlich? - Debochou outro homem, este, sentado diretamente em frente a Uhlich, na primeira das cadeiras escarlate do lado esquerdo da mesa. - Os relatórios da guarda real mostram duas baixas civis e outros cinco civis feridos, além da baixa do soldado Reese Alvin do 7º batalhão sob o comando do General Luvox e a internação em estado grave de Joanne Steinburg, do seu próprio batalhão.

— Steincross! - Exclamou o general Uhlich, ajeitando o pequeno óculos em sua face - O que você espera com essas acusações? Meus agentes resolveram a situação da melhor maneira possível dada a situação! E quanto às baixas, eu irei pessoalmente acompanhar o processo de indenização de retribuição das famílias.

— O que eu espero com isso? - Respondeu o general Steincross com um sorriso malicioso enquanto alcançava cópias do relatório citado para os demais ali presentes - Dissolver seu grupinho incompetente e mostrar que a segurança da capital deve voltar para a jurisdição dos meus Executores.

Algarth Steincross, conhecido pela alcunha de O Juiz, era a antítese de tudo o que Uhlich representava e nunca perdia uma oportunidade sequer de contrapor seu rival, tornando as reuniões dos Acht Säulen verdadeiras guerras ideológicas.

O general Algarth também era um homem de meia idade, apesar de sua aparência desgastada mostrar o contrário o envelhecendo bruscamente. Os cabelos curtos e negros penteados para trás juntamente com a barba cheia - caracterizada pela ligação total entre costeletas, cavanhaque e bigode - ajudavam em um visual intimidador.

— Certamente parece um ponto válido, general Steincross. - Comentou timidamente um jovem sentado diretamente ao lado de Algarth. - E-Eu acredito que os Executores faziam um bom trabalho.

O jovem loiro sentado ao lado de Algarth pareceu constrangido em apoiar as ideias do companheiro, evitando contato visual com os demais ali presentes após se pronunciar.

— Finalmente alguém aqui agindo com a razão! - Comemorou Algarth ironicamente, batendo no ombro do jovem general ao seu lado. - Sabia que poderia contar com seu apoio, Felix.

— A criação dos Pacificadores foi um erro. Todos sabemos disso - Algarth procurou finalizar o argumento anterior. - Os números no relatório falam por si só.

A criação dos Pacificadores pelo general Uhlich foi uma resposta do próprio imperador às ações violentas da facção que cuidava da segurança da capital anteriormente: O infame grupo de assassinos comandados por Algarth Steincross, os Executores. Enquanto Uhlich e seus agentes preferiam o diálogo e medidas preventivas, Algarth e seus assassinos executavam friamente toda e qualquer ameaça ao império criando um clima de submissão e medo entre os cidadãos de Cathastrophe.

O imperador Alphonsus Marich Hollischen não governava através do medo e os Executores tiveram um fim rápido como esperado.

— Apenas um deslize não desqualifica meu esquadrão, Algarth. - Retrucou Uhlich, retomando a compostura. - Sei que as vidas que se perderam ontem não podem ser reparadas, mas continuarei fazendo o possível por essa cidade. Você deveria fazer o mesmo pela região a qual é governador ao invés de criar atritos nas regiões sob jurisdição alheia.

O ódio tomou conta de Algarth ao ouvir tais palavras, seus profundos olhos negros perfuraram o olhar sereno do Mediador.

— É, ele pegou você dessa vez, Algarth. - Debochou uma exuberante mulher ruiva sentada na última cadeira azul do lado direito, as belas pernas esticadas sobre a mesa em uma postura relaxada.

— Calada, La’ Aiolia! - Vociferou o general Algarth, exaltado com a dupla que se opusera a ele. - Diferente de vocês eu prezo pela segurança do meu povo! Imaginei que ao menos Vossa Majestade compartilhasse da mesma visão que eu…

— Já chega, vocês todos! - Esbravejou o velho imperador Alphonsus. - Temos uma crise batendo à nossa porta e vocês insistem em perder tempo em disputas tolas? Enquanto meus outros quatro pilares estão ausentes da capital, preciso que vocês estejam mais unidos do que nunca para o bem de Cathastrophe! Se a capital ruir, logo todo o império seguirá o mesmo rumo.

Um silêncio mórbido pairou no ambiente por alguns instantes. Após uma breve pausa o imperador Alphonsus continuou:

— Steincross… - Chamou o imperador.

— Vossa Majestade. - Respondeu o general com a cabeça baixa.

— Você tem minha permissão para reorganizar os Executores, mas dessa vez irá trabalhar em conjunto com o general Uhlich, providenciando reforços tanto na investigação do caso Traxia, quanto na patrulha na capital. Sem violência desnecessária. Compreendido?

Os generais Uhlich e Algarth trocaram um olhar descontente, mas aceitaram a ordem de seu soberano, não lhes restando muita opção.

— Felix Aldrich II, O Ressonante. - O imperador voltou sua atenção ao jovem general.

— V-Vossa Majestade. - Respondeu o jovem com certo nervosismo.

— Sei que é sua primeira reunião como membro dos Acht Saülen, mas acredito que você seja um homem forte e leal feito seu pai foi.

O jovem nada respondeu, apenas assentiu com a cabeça. O imperador continuou:

— Você viajará para Lowel em breve, não?

— A cidade onde meu pai foi covardemente assassinado… - Balbuciou o jovem Felix com os punhos cerrados sobre os joelhos. - Sim, pagarei uma visita a Lowel em breve.

— Será sua primeira viagem oficial como governante daquela região. Espero que não deixe seus sentimentos falarem mais alto e arruinarem o arranjo diplomático que temos com os nobres de Lowel.

— Lioncourt e Zummarch, farei uma visita em especial para essas duas casas nobres. - Felix ergueu o olhar em direção ao imperador Alphonsus, as íris azuis repletas de desgosto. - Não cometerei os mesmos erros de meu pai, isso posso garantir.

Não contente com a retórica do jovem, Alphonsus tornou à Algarth em busca de apoio:

— Steincross, certifique que seu pupilo não fará nenhuma bobagem que manche a imagem do império.

— Certamente, Vossa Majestade. - Respondeu Algarth com uma curta reverência.

A reunião seguiu seu curso com os generais presentes - exceto Felix Aldrich II - reportando a situação em suas determinadas áreas de influência.  Após os relatos, foram revisados alguns documentos e repassadas novamente as medidas de segurança que seriam adotadas na capital enquanto a fonte da substância Traxia não fosse descoberta e erradicada. A situação não parecia boa e Alphonsus temia que seus Acht Saülen - seus “Oito Pilares” - não suportariam o peso do império por muito mais tempo. O imperador Alphonsus já estava velho e cansado e nem de longe via alguém preparado para carregar o fardo de comandar o império. Seus filhos eram mimados e arrogantes de forma insuportável para ele próprio, e seus oito generais possuíam visões completamente distintas sobre o futuro de Igelivel.

Estaria seu legado de paz e prosperidade chegando ao fim com o surgimento da substância Traxia? Se isso fosse um indício do começo do fim, ele se recusava a aceitar.

• • •

XV. Two-Faced Dolls

Ao término da reunião, Algarth fora o último a deixar a sala, sendo pacientemente aguardado por uma esbelta figura ao fim do longo corredor que levava ao elevador central:

— Monique La’ Aiolia, A Trovejante. Eu deveria imaginar. - Comentou Algarth maliciosamente ao se aproximar da mulher que o aguardava de costas para a parede. - Alguma acusação que gostaria de fazer a sós comigo?

A bela ruiva de longos cabelos cacheados apenas sorriu, internamente nauseada pela colocação maliciosa de Algarth:

— Essa atitude defensiva diz muito sobre você, sabia?

A feição do general mudou de um sorrisinho petulante para uma seriedade repentina:

— O que você está insinuando afinal?

— Seu teatrinho com Uhlich nos últimos tempos pode ter convencido Alphonsus e os demais generais. - Acusou Monique, pressionando o botão que chamava o elevador. - Mas eu estou de olho em vocês dois e já faz algum tempo que venho percebendo algumas peculiaridades.

— Você deve estar louca! - Algarth riu, tentando não dar nenhuma brecha para a ardilosa Monique desconfiar ainda mais de si. - Nunca por vontade própria eu cooperaria com aquele homem desprezível.  

O elevador finalmente chegou, quebrando o clima tenso entre os generais:

— Depois dessa reunião, - Monique entrou rapidamente no elevador, pressionando o botão de fechar as portas e deixando Algarth para trás - Eu diria que minha desconfiança está em torno de sete por cento. Pense bem antes de tentarem qualquer tolice, pois estarei de olho em cada passo de vocês dois.

O elevador se fechou, deixando Algarth sozinho com seus pensamentos:

“Mulher maldita. Se quer jogar esse jogo comigo é melhor estar preparada para as consequências.”

• • •

XVI. Two-Faced Dolls Pt. 2

As últimas vinte e quatro horas haviam sido turbulentas para Jezebel, o que deveria ser uma simples missão acabou se tornando um pesadelo. A morte violenta do recruta Reese ainda estava fresca em sua memória, sua companheira de equipe estava internada em estado grave e Jezebel ainda não havia encontrado tempo para a visitar, mesmo a ala médica sendo no mesmo bloco que os dormitórios dos oficiais do exército.   

Jezebel havia passado parte do dia sendo interrogada pela guarda imperial, e outra parte consolando Rosalind e dando explicações aos demais Pacificadores.

Estava exausta.

Os corredores do dormitório dos Pacificadores estavam desertos, alguns colegas aproveitavam o tempo livre na vida noturna de Cathastrophe, outros permaneciam trancados em seus respectivos quartos, mas ninguém parecia querer interagir entre si após aquele longo dia. Certamente Jezebel também não.

Retirou as botas, luvas e o quepe ao entrar em seus aposentos, os atirando na entrada no quarto. Soltou o cinturão de couro e respirou fundo, deixando o ar entrar e sair vagarosamente de seus pulmões. O sabre de prata fora jogado em cima da cama.

Abriu alguns botões da túnica militar branca, apanhou uma pequena chave dourada na gaveta da escrivaninha e seguiu para o closet no fundo de seu quarto.

Com um giro da chave a reforçada porta se abriu quase que inteiramente sozinha, revelando não apenas o closet como o santuário pessoal de Jezebel.

A moça entrou e sentou frente a uma velha penteadeira, encarando seu reflexo abatido no espelho da mesma.

— O que infernos eu estou fazendo aqui? - Questionou a jovem pacificadora, obtendo apenas um silêncio inquietante como resposta.

Após alguns instantes se observando, Jezebel deslizou as mãos testa acima em direção aos cabelos, retirando cuidadosamente a peruca loira que usava e a encaixando em um dos vários suportes que haviam sobre a penteadeira.

A mão direita da jovem alcançou o espelho, acariciando seu próprio reflexo:

— Quem é você realmente?

A cabeça da jovem era raspada, com uma grande cicatriz transversal que agora era dedilhada vagarosamente pela mesma. Não demorou muito para as lágrimas tomarem conta de Jezebel e um vazio mortal preencher seu peito.

Naquele momento, ela desejou ter tido o mesmo destino de Reese: a morte.


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Notas finais do capítulo

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