"— Onde está Rony? — perguntou Harry. — Onde está Hermione?

— Já devem ter subido para o Salão Principal — falou o sr. Weasley por cima do ombro.

— Não os vi passar — respondeu Harry.

— Eles disseram alguma coisa sobre um banheiro — disse Gina — pouco depois de você sair.

— Um banheiro?

Harry atravessou a sala a passos largos em direção a uma porta que abria para fora da Sala Precisa e verificou o banheiro além. Estava vazio.

— Você tem certeza de que eles disseram banh...?"

— Harry Potter e as relíquias da morte.

Cap 30 – A demissão de Severo Snape.

— Hermione, é isso! O banheiro! Como não pensamos nisso antes? — Rony disse um tanto animado com a descoberta que fez.

— Banheiro? Do que está falando? — ela perguntou antes dele puxá-la pela mão, forçando-a a levantar e correr junto com ele — Ron, espera do que está falando?

— As Horcruxes! Precisamos destruí-las! — ele respondeu enquanto ainda corriam.

Eles fizeram várias curvas bruscas pelos corredores do castelo, Hermione quase tropeçando tentando acompanhar as passadas rápidas de Rony, mas ele parecia decidido, não iria parar até que chegassem ao destino.

— Isso já não era meio óbvio? — ela perguntou com dificuldade devido à energia que correr estava lhe tomando.

— Não, Hermione, você não me entendeu!

— Então me explique!

Os dois correram mais um pouco até chegarem no banheiro que Rony desejava: o banheiro da Murta-Que-Geme. Os dois entraram e só então o ruivo soltou sua mão e passou a explicar tudo pra ela.

— Não adianta encontrarmos as outras Horcruxes sem ao menos conseguirmos destruir a que está conosco!

— Ok... Mas isso nos traz até aqui por quê...?

— Não é óbvio, Mione? Vamos entrar na câmara secreta e pegar algumas presas de basilisco! Com elas conseguiremos destruir qualquer Horcrux!

Os olhos de Hermione arregalaram-se no mesmo instante. A ideia de Rony era lógica e brilhante! Como não haviam pensado nisso antes? Agora que estavam em Hogwarts, destruir as Horcruxes seria muito mais fácil, afinal, veneno de basilisco era o que não faltava ali. Mas tinham um pequeno problema...

— Como vamos abrir a câmara secreta? Harry não está aqui, vocês me disseram que precisaram de ofidioglossia! Acho melhor irmos buscá-lo e...

— Espere! Espere! — ele pediu — Acho que consigo abrí-la!

— Você sabe ofidioglossia?

— Não! Mas eu posso tentar. Tentar imitar o Harry!

Hermione lhe lançou um olhar incentivando-o a fazer o que ele tinha mente. E em algumas tentativas a câmara começou a se abrir, e ela imediatamente agarrou o braço dele um pouco assustada.

— Eu vou primeiro e você fica...

— Não vou ficar aqui sozinha! — protestou antes que ele terminasse de falar.

— Calma! Eu vou primeiro pra pegar você lá embaixo, ok?

— Ok... — respondeu aliviada por não ter que ficar sozinha.

— Eu te aviso quando puder descer, tá? — ela assentiu concordando.

Rony escorregou pela entrada da câmara e logo depois gritou para que Hermione fizesse o mesmo, e logo ela estava nos seus braços depois de ter gritado enquanto escorregava.

— Obrigada! — ela disse quando ele a colocou no chão novamente.

— Vamos! — ele segurou na mão dela e puxou-a consigo novamente.

Quando encontraram o esqueleto do Basilisco os dois ficaram um tanto assustados, mas prosseguiram caminhando até chegarem ao crânio dele.

— Vamos levar várias, assim se perdemos alguma já teremos outras como reservas! — ele disse e os dois passaram a arrancar as presas do animal.

Rony conseguia arrancá-las com mais facilidade que Hermione por ser mais forte. Quando os dois encheram os braços com elas, Rony pediu para que Hermione destruísse a taça logo.

— Aqui está! — ela disse entregando a taça nas mãos de Rony depois de colocarem as presas no chão novamente.

— Você vai fazer! — ele disse.

— Eu não consigo.

— Consegue sim!

— Eu não posso...

— Por que não?

— Tenho medo. Você e Harry disseram que essa coisa tentou lutar com vocês... Se ela tentar comigo eu não vou...

— Ei! Você é da Grifinória, não é? Me diga qual é a característica mais forte de um Grifinório?

— Coragem. — respondeu depois de soltar um longo suspiro.

— Ótimo! Não tenha medo! Lembre-se do que Harry disse: você tem algo pelo qual vale à pena lutar. Pense nisso que tudo vai dar certo, ok?

Rony depositou a taça no chão e ajoelhou-se frente a ela e Hermione fez o mesmo. Entregou uma das presas de basilisco nas mãos da garota e lhe ofereceu um olhar confiante, incentivando-a a destruir aquela horcrux. Notou que ela estava nervosa e as mãos dela tremiam.

— Eu estou aqui com você. — ele disse e ela encarou seus olhos, e no segundo seguinte ela cravou a presa na pequena taça.

A Taça vibrou e soltou um grito estridente. Os dois abraçaram-se com força, fecharam os olhos para não verem o horror de toda a situação e um tempo depois estavam encharcados de água.

Foi Rony que abriu os olhos primeiro, e tentou acalmar Hermione que tremia aterrorizada, encolhida contra seu corpo, o rosto  enterrado em seu peito e os olhos ainda bem apertados.

— Está tudo bem, já passou! Ela está destruída, você foi muito bem! — o próprio Rony se surpreendeu com a calma que ele tentava passar para ela.

— Menos uma. — ela disse com a voz trêmula.

— Isso! — lhe ofereceu um leve sorriso e ela lhe abraçou pelo pescoço.

— Está acabando, Ron.

— Sim, está!

— Agora temos como destruir às outras! Você foi brilhante, Ron! Brilhante! Nenhum de nós pensaria nisso... E você...

— Você e Harry teriam pensado em algo melhor.

— Não, claro que não! Não saberíamos como destruí-las, você foi incrível! — ela o abraçou novamente e mesmo com o corpo encharcado ele sentiu-o aquecer.

Tê-la em seus braços enquanto o elogiava era algo que ele nunca acreditaria que fosse acontecer. Abraçou-a com força e sentiu o cheiro dos cabelos molhados da garota e soltou um suspiro. Ela era tudo o que ele sonhou, e sentiu-se mais próximo dela do que nunca, mas também sentia-se triste por estarem em guerra e saber que a chance de não ter um futuro ao lado dela era enorme.

Apertou um pouco mais o abraço entorno da cintura da garota e desejou com todas as suas forças que aquele momento parasse. Que se tivesse que morrer aquela noite, que morresse naquele segundo com ela em seus braços. Queria poder confessar seus sentimentos por ela, mas sabia que aquela não era à hora para fazê-lo.

— Vamos pegar as presas, temos que voltar. — ela disse desvencilhando-se dele.

— Ok.