Por favor escrita por lBruuHxD


Capítulo 7
Pressão


Notas iniciais do capítulo

Espero que gosteem~ ♥



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Haru admitia que gostava da companhia do garoto e não se importava por ele passar o dia praticamente todo em sua casa, mas o problema não era esse. O mais velho nunca tinha parado para questionar a situação abertamente com Rin.

— Você tá tendo algum problema na escola? – Haru foi direto ao perguntar. Estava sentado em sua cama, fazendo seu dever da faculdade enquanto vistoriava Rin fazer o dele.

Rin congelou no chão. Deitava-se de bruços, as pernas balançando enquanto tentava resolver o cálculo. O cabelo já havia secado depois do banho. Engoliu em seco antes de rir e responder.

— Hã? Por que estaria ruim?

Haru ergueu-se e se aproximou, sentando-se no chão ao lado dele. Rin abaixou o olhar. Odiava isso em Haru, ele parecia ler sua mente.

— O que está acontecendo?

— Nada! Eu já falei.

— Eu preciso saber. Além disso, onde estão seus pais?

— Para com isso! Por que quer saber isso?

Rin não o encarava. Suas emoções estavam começando a aparecer. Haru queria fazê-las transbordar. Assim saberia a verdade. Observara o garoto o suficiente para saber como provoca-lo a falar, apesar de ter ciência da crueldade do método.

 - Por que está tão sozinho?

— Eu não tô sozinho!

— Por que não tem amigos e por que seus pais só vão te buscar a noite na escola?

— Para com isso, Haru! – a voz começava a falhar. Haru viu o rubor na face dele crescer. Se pudesse ver seus olhos, confirmaria que as lágrimas davam seus sinais de nascer.

— Está cabulando aula, não é? Lá é tão ruim assim?

Foi a gota final. Rin ergueu-se de uma vez, prestes a correr para fora daquele quarto e casa, descalço e sem proteção para o frio, quando Haru segurou-o pela camisa e o puxou de uma só vez para seu colo. Abraçou-o, pronto para resistir aos socos e chutes do menino. No entanto, estes não vieram. Rin se encolheu nos braços do moreno e deixou o choro finalmente sair de seu peito.

Haru apenas ficou do seu lado. Não tinha como tirar nada dele naquele instante, mas o primeiro passo estava dado.

Num universo paralelo,

a mesma situação,

respostas diferentes.

Rin desenhava ao lado da terceira questão que em tese deveria estar respondendo. Deu uma olhadela para o garoto no chão de seu quarto, que escrevia sem parar. Suas únicas pausas eram para ler as questões.

Aquilo fez o mais velho se sentir ligeiramente inferior por um instante. Tsc, pensou.

Haru era inteligente. Tímido, mas surpreendentemente inconveniente de vez em quando. Quieto. Rin brincou com a caneta nos lábios, fitando-o, sério. A verdade era que não sabia mais nada sobre o moreno. O mistério que o envolvia intrigava o rapaz desde o início.

— Ei, eu tava me perguntando... Seus pais sabem que você tem passado os dias aqui?

Haru parou de escrever, hesitando por alguns instantes. Sua voz era baixa.

— Não.

— Então tá vindo aqui na marginalidade, hun? – Rin se ergueu, indo para o lado de Haru e se sentando preguiçosamente no chão. Encarou-o de cima.

Haru manteve seu olhar baixo, submisso. Ele emanava aquela aura branda de solidão que Rin, sem perceber, gostava. Era parecida com a sua, mas ao mesmo tempo diferente. O que era curioso e estranho. Só uma pessoa na sua vida carregara aquela mesma aura consigo.

— E quem são seus pais? – a curiosidade movia as perguntas de Rin. Ele estava quase surpreso consigo mesmo por finalmente ter deixado as interrogações que tanto queria fazer, saírem.

Quem diria... Rin, tão interessado em saber sobre uma criança. Não queria estar naquela situação de inquietude. Fingira indiferença para si mesmo e tentara deixar a vida do moreno de lado. Mas...

— São meus pais... – Haru respondeu, sem ter uma resposta melhor.

— Tá, e o que eles fazem?

Haru hesitou.

— Por quê?

— Porque eu quero saber. O que? Tá escondendo alguma coisa?

O mais velho viu a mão de Haru estremecer. Estava apenas blefando, mas Haru parecia mesmo estar escondendo alguma coisa. Rin franziu o cenho, mas agora com certa preocupação.

— Pensando bem... É muito estranho eles deixarem o filho deles voltar todos os dias só à noite pra casa. Eles não ficam preocupados?

Haru parou de responder.

— Haru, eu estou falando com você. – Mas Haru só abaixou mais a cabeça. – Haru!

— Acho que já vou – disse por fim, começando a se erguer.

Rin riu com sarcasmo, impedindo-o de ir ao agarrá-lo pela barriga e prendê-lo em seu colo.

— Até parece. Eu vou saber tudo sobre você hoje, moleque.

Rin esperou para olhar a reação do mais novo e se surpreendeu ao vê-lo se encolher em seu colo. Parecia até que implorava para ser abraçado.

— A verdade, Haru.

Silêncio. Rin foi paciente. Por mais que sua curiosidade o corroesse, esperou.

— Eu... Não quero contar agora.


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Notas finais do capítulo

:3 ♥



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