Sobre Rose Weasley escrita por Pudim de Menta


Capítulo 1
Único - Voz de veludo


Notas iniciais do capítulo

Sejam bem vindossss



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Rose Weasley era aquele tipo de garota que você questiona se ela é real ou se você a imaginou em algum dos seus delírios enquanto toma muita cerveja amanteigada

Eu me lembro da primeira vez que vi Rose Weasley, a lembrança era tão clara como se fosse há alguns minutos.

A minha família morava em um bairro bruxo, por coincidência ou destino ela morava no mesmo bairro e frequentávamos a mesma pracinha.

Nós tínhamos oito anos, ela estava com seu cabelo surreal ruivo chocolate em um rabo de cavalo e seus olhos azuis brilhantes fechados e sua blusa roxa três vezes maior que ela ondulando enquanto ela se balançava.

―Olá ― Chamei e os olhos dela se abriram, quando ela me olhou senti uma pontada no coração e em meus sonhos mais loucos e infantis eu imaginava nós dois mais velhos em um piquenique em uma campina.

A praça estava deserta e ela me devolveu o olá, sua voz era doce e foi outra coisa que fez questionar se ela era real.

―Vamos ver quem balança mais alto? ― Ela me desafiou.

―Sim. ― Sentei no outro balanço e começamos a balançar, Rose ganhou por pura sorte de principiante.

E quando ela venceu, ela deu o maior sorriso do mundo.

Geralmente eu era um cara competitivo, odiava perder, mas toda vez que Rose ganhava ela dava aquele sorriso enorme e se para ver aquele sorriso fosse necessário perder, eu perderia todas nossas competições infantis.

Dos meus oito anos aos onze anos eu perdi para Rose Weasley, nas competições de quem balançava mais alto, todas as corridas e tudo eu fingia perder, apenas para ela abrir aquele sorriso.

Eu não era apaixonado por Rose Weasley, apenas tinha certos delírios sentimentais, aqueles que temos na infância, que achamos que gostamos de alguém, mas ainda não entendemos o significado pleno da palavra.

Com 11 anos chegou minha carta de Hogwarts e carta dela de Beauxbatons, afinal, ela nunca quis Hogwarts, mas sempre a escola francesa de magia.

Mandamos cartas um para o outro no primeiro ano, ambos estudando longe e em um internato, mas essa comunicação que antes era toda semana.

Depois passou a serem uma vez a cada 15 dias, depois uma vez por mês, antes eram cartas com folhas e folhas, passaram a serem apenas frases.

Até pararem, eu pensei diversas vezes em mandar outra carta, mas eu sentia que estava incomodando e no verão, quando o ano letivo acabou e nossas férias chegaram, acabei nem passando em minha casa, já que minha família decidiu viajar até o Egito e não a vi e nem ela me viu, nunca soube se ela frequentou a pracinha ou não, se seu cabelo havia crescido ou não.

Veio os doze anos e no meu segundo ano em Hogwarts e não chegou nenhuma carta dela e acabei guardando no fundo do meu malão as cartas do primeiro ano e nos anos seguintes aquelas cartas permaneceram no meu malão em uma caixinha.

Veio o verão dos treze anos, daquela vez Rose Weasley viajou, se não me falhe a memória ela foi para Espanha com a família.

Passei o meu verão de treze anos em uma praçinha deserta, sentado em um balanço, lendo revistas em quadrinhos do Capitão-Poções e outras cheias de artigos de quadribol.

Logo depois veio o verão seguinte e meus quatorze anos, dessa vez ninguém viajou, mas também ninguém foi para a pracinha, eu corria pelo bairro e dependendo do horário, eu a via, já que me percurso incluía a rua da casa dela.

Uma vez ela estava no jardim, lendo os Miseráveis de Vitor Hugo, ela estava tão concentrada que não tive coragem de parar e dar um oi e Rose parecia tão presa no próprio universo particular que aposto que não deve ter notado minhas idas e vindas.

Duas semanas depois a vi novamente no jardim, dessa vez lia corcunda de Notre Dame e na outra lia o Conde de Monte Cristo.

Admito que me sentia idiota, ela estava lendo os clássicos enquanto eu estava fissurado nas revistinhas de Capitão-Poções.

Confesso também que depois joguei todas as revistas da minha estante fora e enchi dos clássicos, mas revelo com plena vergonha que não entendi uma palavra daqueles livros.

Depois me senti o maior idiota do mundo, nenhuma pessoa vale seus quadrinhos jogados fora, nem mesmo o amor da sua vida.

Dica do amiguinho Scorpius: Não mude seus Hobbies por alguém.

Depois veio o verão dos quinze, ambos viajamos, eu fui para o Japão e ela para Canadá.

O que me consolava é que eu sabia que não era apaixonado por ela, apenas sentia falta sem motivo algum e ficava imaginando o dia que eu teria coragem de dizer oi ou que nos encontraríamos , isso não era paixão?

Talvez ela fosse apenas aquela pessoa que a gente tem um sentimento platônico e sonha acordado, mas não espera ser correspondido.

O verão dos dezesseis anos, eu falei com ela, por que ambas as famílias foram convidadas para um baile ministerial.

Eu estava sozinho, com um canapé na mão e ela me viu, seus cabelos ruivo-chocolate estavam soltos e maiores, os olhos azuis com um que especial de magia estavam destacados com maquiagem escura.

Eu estava há anos sem ver Rose Weasley, chega não acreditei, ela vinha em minha direção, serão que eu havia comido muitos feijões mágicos.

O seu vestido azul escuro esvoaçava e por um momento pareceu que toda a luz do ambiente estava concentrada nela.

―Scorpius Malfoy? Lembra-se de mim? ― Ela perguntou assim que se aproximou, sua voz estava mais doce e de veludo do que eu me lembrava, meu cérebro travou, a única coisa que eu processava era o cheiro do perfume dela.

―Não! ― Respondi sem perceber a tamanha bobagem que estava fazendo. ― Você é?

O jeito foi continuar com o papelão.

―Rose Weasley. ― Ela me respondeu, arqueei minha sobrancelha e estava com uma vontade enorme de me jogar de um penhasco e depois pedir para alguém passar com um caminhão por cima do que sobraria de mim, por que eu tinha certeza que estava fazendo papel de bobo e minhas bochechas deviam estar mais vermelhas que os cabelos dela. ― A garota que brincava com você na pracinha do bairro e depois foi para Beauxbatons.

―Ah, me lembrei, vagamente, mas lembrei! ― Menti, eu lembrava cada detalhe.

Ela narrou às aventuras de infância, contou nossas piadas internas, depois a pista de dança foi aberta e eu a chamei para dançar e conversamos sobre tudo de política a astronomia, de astronomia a História e de História a questionamentos infantis, como “por que o céu é azul?”.

Também descobri que ela queria estudar moda e era aficionada pelo Capitão-Poções.

Eu me apaixonei por ela em algumas minutos de conversa.

Mas uma hora o evento acabou e a conversa também, trocamos cartas escassas no ano seguinte, mas um dia o assunto acabou também e com isso as cartas.

No verão dos dezessete anos, ambos havíamos nos formado em nossas escolas, ela viajou para visitar a futura faculdade que faria e eu fui com meus avôs para o Uruguai.

No outro ano, ela foi a Paris, para a faculdade, eu fui para Honduras fazer trabalho voluntário e descobrir o que eu queria da vida.

Mais um ano passou e eu me decidi pelo jornalismo e fui cursar em Londres e me arrumei por lá.

As cartas dela que antes eram especiais foram parar no sótão dos meus pais, as lembranças se tornaram apenas o que sempre foram, lembranças e permaneceram assim por um longo tempo.

Por um tempo encarei a incógnita Rose Weasley apenas como a garota que eu tivera uma queda na adolescência.

Na faculdade conheci Amber Nott.

Namoramos por um tempo, chegamos até noivar, eu estava apaixonado por Amber.

 Rose se tornou apenas passado, mas um dia o relacionamento com Amber terminou.

Dois anos depois do termino, eu estava em uma banca, analisando uma revista, com a matéria de capa sendo a minha, até uma mulher ruiva ― e era a mulher mais bonita que eu já havia visto na vida ― parar ao meu lado.

―Por favor, um jornal. ― Ela pediu ao dono do local e eu reconheci aquela voz aveludada e adocicada e todas aquelas lembranças voltaram.

―Rose? ― A cutuquei, meu coração batia em um ritmo que ele só batera aos meus dezesseis anos naquele baile ministerial e eu me senti novamente aquele garoto bobo e apaixonado.

―Você é? ― Sua voz era como eu me lembrava, poética e com aquele que de maturidade.

―Scorpius Malfoy, seu vizinho de infância e dançamos juntos em um baile ministerial. ― Expliquei e ela não me reconhecer doeu muito.

Não importa quantos anos se passassem ou à distância, tenho certeza que eu ia ser sempre apaixonado por Rose Weasley.

Eu podia ignora-la e fingir que ela nunca existiu, me relacionar com outra pessoa, mas bastaria apenas olhar para Rose  que os velhos sentimentos voltariam.

―Podemos jantar um dia desses? Por a conversa em dia? ― Perguntei com as mãos nos bolsos tentando disfarçar minha insegurança, eu estava suando, mesmo a temperatura estando agradável e ela parecia ponderar a resposta.


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Notas finais do capítulo

Beijos ♥



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