Obliviate - Dramione escrita por Bruna Fernandes


Capítulo 3
Memórias de Hermione - Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Acho que por enquanto teremos capítulos todos os dias! Estou bem empolgada! Ouvi um viva?
Esse capitulo, assim como o seguinte, será flashes de memórias. Esses flashes serão bem rapidinho, apenas mostrando o que ela está lembrando. Espero que gostem!



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Só podia ser brincadeira, a Professora McGonagall insistia que Malfoy merecia uma segunda chance. Hermione não concordava. E como poderia? Ela havia sido torturada na casa dele! Ele era um maldito Comensal. Droga, ela o odiava com todas suas forças, odiava o modo que ele a chamava de “ Sangue ruim”, odiava as implicâncias que ele tinha com Harry e Ron. Odiava tudo que ele acreditava, tudo que ele havia feito, tudo que ele representava. Odiava ter gostado dele no primeiro ano. Como era uma criança burra!

Mas ser monitora era o seu sonho! Algo que Malfoy não ia ter o prazer de lhe tirar. Ela seria a melhor monitora que a  Grifinória, ou melhor, que toda Hogwarts teve. A professora McGonagall ia se orgulhar dela e seu currículo estaria ainda melhor para ingressar em um cargo bom no Ministério. Ela poderia aguentar Malfoy por um ano.

Poucas pessoas haviam voltado para completar o último ano, ela podia ver. Não via muitos sorrisos, muitas brincadeiras. Via lagrimas fruto das saudades e lembranças que aqueles corredores geravam para algumas pessoas, principalmente para ela.

Mas ela sorriu ao ver Gina entrar na sala comunal. As duas se abraçaram por mais tempo do que era habitual, poderia fingir que as coisas ainda continuavam igual, como antes da guerra.

— Eu queria que eles também estivessem aqui – Gina disse assim que saiu do abraço. Hermione também sentia falta de Harry e Ron, mas devia respeitar a escolha deles. Ela e Ron também haviam dado um tempo, seria um ano afastados, e ela não acreditava em relacionamento por correio-coruja, mas eles prometeram, prometeram que recomeçariam de onde pararam depois da formatura.

— Como está você e o Harry?- Hermione perguntou para Gina enquanto subiam para o quarto.

— Estamos bem. Ele começou a trabalhar no Ministério, está gostando muito. Concordamos em nos falar todo o dia, escrever todo o dia. Diferente de você e Ron, nós acreditamos que o amor aguenta uma distância pequena.

Hermione riu. A amiga nunca deixava o romantismo de lado.

— Soube que virou monitora! Parabéns! – Gina exclamou sentando na cama.

— É como um sonho. Mas o meu sonho está acompanhado de um pesadelo.

— Que pesadelo? – Gina perguntou curiosa.

— Começa com “Mal” e termina com “ Foy”

— Verdade! Eu soube que ele voltou! – Exclamou Gina se aproximando ainda mais da amiga.

— E agora ele é o monitor da Sonserina, e de acordo com McGonagall, nós devemos trabalhar juntos todos os dias para o funcionamento das nossas casas. – Hermione contou com a testa franzida e dando ênfase na parte que dizia “ juntos”.

— Oh Merlin! – Exclamou a ruiva. Depois abriu um pequeno sorriso cheio de malicia.- Se Malfoy não fosse aquele Malfoy de sempre e o Ron não fosse meu irmão, mesmo que o menos favorito... Eu diria para aproveitar ,querida, porque eu vi ele chegando e está um gostoso! Merlin, me ajuda! Sou muito bem comprometida.

Hermione gargalhou se deitando na cama. Seria um longo ano.

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— Você poderia não ter chegado tão atrasada- Malfoy reclamou parado no corredor da entrada da sala comunal da Grifinória. Gina não havia exagerado, Malfoy estava muito mais bonito do que ela se lembrava. E ele já era alguma coisa. Seus cabelos agora tinham um corte mais despojado e um pouco mais de cor. Sua pele, antes pálida, agora também havia seguido o mesmo caminho do cabelo e adotado um outro tom. Sua barba estava por fazer, o que dava um charme a mais, na opinião da garota, e seu corpo... Bem, parecia que alguém havia gostado mesmo de uma boa academia.

— E você poderia ser menos insuportável, Malfoy – Ela exclamou caminhando pelo corredor, sua primeira ronda como monitora.

— Que bom te ver também, Granger! – Ele disse a acompanhando pelos corredores. Ela sentiu o olhar dele sobre ela, ele realmente estava a encarando.

— Perdeu alguma coisa? – Ela perguntou o olhando rapidamente com a testa franzida, levantou uma das sobrancelhas.

— Talvez a Granger antiga. – Ele disse e ela acompanhou o foco do seu olhar, estava preso em suas pernas.

Homens. Hermione revirou os olhos. Espera! Não era um homem qualquer que olhava para uma mulher na rua e fazia piadas sem graças. Era Draco Malfoy e ele nunca a olhara assim, ele não podia.

Ela resolveu acreditar que foi só na sua imaginação e continuou a ronda. Não havia nenhuma pessoa fora da cama em toda a escola. Hermione imaginou que ainda não se sentiam confortáveis com a atmosfera daquele lugar, só de imaginar todos as pessoas que ali foram mortas...

Assim que chegaram no salão principal Hermione travou. Sua mente ilustrou uma de suas últimas cenas vividas em Hogwarts: A guerra havia acabado, todos os sobreviventes se reuniam naquele salão, a maioria se despedindo dos mortos estendidos no chão. Hermione pode ver todos ali estendidos. Sua respiração travou, suas pernas se tornaram bambas e um arrepio atravessou seu corpo como a energia de um raio.

Draco parou um pouco mais a frente, voltando para encara-la.

—Granger, está tudo bem?- Ele perguntou, mas ela não respondeu. Sua voz não saia.- Granger?

Ela apenas assentiu com a cabeça deixando-se desmoronar no chão. Draco se abaixou para ficar na altura dela, Hermione não levantou o olhar para ele. Suas lagrimas desciam como uma cachoeira e não tinham previsão de parar. Ele então se sentou ao seu lado e a puxou na direção do seu peito. Para sua surpresa, ouvindo os batimentos ritmados do coração de Draco e molhando a camisa dele com suas lagrimas, Hermione pode dizer que se sentia segura.

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— Lá vamos nós de novo! – Draco desencostou da parede assim que Hermione saiu do quadro. Ela sorriu, não estava acostumada a fazer isso na presença dele, mas foi algo involuntário. Ela havia percebido uma mudança clara nele: Malfoy agora era como um outro qualquer, se misturava a multidão de alunos, preferia ficar em seu canto – Ela até mesmo o havia encontrado na biblioteca lendo em alguns dias – e as vezes, cada vez mais comuns, o via soltar um sorriso. As implicâncias, ou piadas, envolvendo ela ou seus amigos não eram mais ditas pelos avermelhados lábios dele.

— Vamos! – Ela disse enquanto eles seguiam o mesmo caminho de sempre na ronda. A novidade dessa vez foi que incluíram o jardim.

— Ar fresco – Ele disse se sentando ( se jogando) na grama coberta de finos traços de gelo que marcavam o inverno.

Hermione olhou para o céu estrelado daquela noite de dezembro e resolveu sentar ao lado dele. Draco estava apoiado nos cotovelos, parecia relaxado enquanto abria e fechado os olhos lentamente. Hermione se permitiu observar calmamente os traços fortes do rosto dele, desde o queixo até os penetrantes olhos cinzas.

Ele virou a cabeça para que seus olhos encontrassem os dela e deu um sorriso lateral. Ela prendeu a respiração. Por que fez isso?

— Me diga, algum plano para o Natal? – Ele perguntou despreocupado.

— Não. – Hermione encarou a grama congelada. Desde a guerra contra Voldemort, retirou a memoria de seus pais e agora... Bem, agora estava sozinha. Gina havia dito para passar o natal com sua família na Toca. Mas Hermione queria passar sozinha, só ela e as lembranças que possuía dos pais, dos natais com os avós.

— Está tudo bem? – Perguntou Draco a encarando preocupado. Com toda a delicadeza ele tirou o cabelo que insistia em cair no rosto da menina.

— Antes da batalha final, eu apaguei a memória dos meus pais. Queria protege-los, mas até hoje não consegui reverter o feitiço.

Draco a observava com... Carinho?

Tocou a mão de Hermione com calma. Em seguida a segurou com firmeza, como se quisesse dizer a ela que poderia ser seu ponto seguro, a garota podia vir a acreditar.

— Tudo vai dar certo – Ele garantiu depositando um doce beijo em sua mão. Hermione travou com o toque íntimo. Nunca, em toda sua vida, poderia imaginar receber aquilo de Draco, um carinho capaz de mexer com tudo dentro dela, a fazer duvidar de tudo que havia acreditado em todos os 8 anos.

Hermione fechou os olhos com o toque, sentiu então a respiração nada ritmada dele perto demais, abriu os olhos e viu que ele se aproximava cada vez mais. O que ele queria fazer? Sua mente dizia para ela se afastar! Aquilo não era certo! Hermione, para! Ele é Draco Malfoy! Hermione, não!

Mas era tarde demais, quando sentiu os lábios dele sobre os seus tudo que existia ao redor deixou de existir. Só o que importava era o beijo suave e a queimação que a pele dele provocava na sua. Ele seria sua perdição, ela não tinha dúvidas.


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Notas finais do capítulo

Até que enfim!!! Lhes apresento o casal que fez vocês virem ler essa fanfic!
Espero que tenham gostado dessa primeira lembrança, e não esqueçam, ainda tem a parte 2. Acho que devo dizer, até amanhã.



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