Tudo termina bem quando acaba bem escrita por Lostanny


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Para quem leu minha apresentação no grupo Café com Letra deve estar se perguntando porque tentei fantasia, já que não é um dos gêneros que eu mais domino. Eu ia tentar terror (que eu também não domino k), mas taí... até que me deu vontade de arriscar na fantasia? A Anna Carolina disse na apresentação dela que também gostava desse gênero... espero que goste ^^ Boa leitura para quem também quis se aventurar por aqui ♥



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— Ah, não, não é possível... — Friedrich disse, colocando as mãos na cabeça, sem saber o que pensar.

— Hum? Qual o problema, hein? — Layla disse, esfregando um dos olhos, usando a mão livre para se sentar no chão em que estava.

— Deve ser nada, sabe como o Fred fica quando não toma o leite morno dele de manhã... mais chato que o normal. Ignore ele, é o que eu digo. — Anna Carolina disse, com a voz sonolenta, ainda deitada.

— Isso é sério, Anna! Layla! — Friedrich disse, franzido as sobrancelhas para a despreocupação das amigas. — Fomos roubados!

— Quê? — As duas disseram ao mesmo tempo, ambas ficando em pé num pulo.

Anna tentou pegar uma flecha de sua aljava, mas nem a flecha, a aljava ou o arco estavam mais consigo. Droga, ela gostava da coruja naquela aljava! Mesmo que fosse mal desenhada!

Layla, crente de que sua espada estivesse presa em sua cintura, puxou a lateral de sua veste. O movimento não foi o suficiente para aparecer sua região íntima, mas foi o bastante para dar a guerreira um susto e causar vergonha em Friedrich, que escondeu o rosto entre as mãos, com uma cor vermelha tingindo a face até as orelhas. Anna Carolina apenas suspirou para o comportamento dos amigos até que teve a realização de algo e disse surpresa:

— Espera! A Ágata não está aqui! — Anna disse, olhando ao redor deles.

Haviam apenas árvores, e mais árvores, e chão. Algumas criaturas também os espreitavam a distância, mas deviam ser ninfas e fadas que procuravam não se relacionar muito com humanos. Nenhum sinal de que Ágata ao menos estivesse com eles.

— Meu dragão! Esses desgraçados! — Friedrich disse, com o rosto ainda vermelho, só que dessa vez de raiva. — A Layla precisa acabar com eles!

— Ué? Mas você é um mago! Se só eu ficar brigando você não vai ganhar experiência! — Layla disse sem entender.

— Não ligo! Eu sou apenas um curandeiro medíocre! — Friedrich disse infeliz.

— Ei... já deve ser mais do que na hora de um café da manhã! — Anna disse, ignorando o drama do amigo. Aquela não era a primeira e nem seria a última vez que ele viria com aquela história. — Se nossos ladrões são humanos como nós, devem estar pensando no mesmo!

— E se não forem? — Layla questionou com curiosidade.

— Bem, ainda podemos conseguir nosso café da manhã... se alguém for bondoso de dividir algumas sobras. — Anna disse pensativa.

— Não! — Friedrich disse, esticando a última vogal. — Eles não devem ter leite morno. É um item supervalorizado!

— Só se for para você. — Layla disse, balançando a cabeça.

— Vamos! Quem sabe conseguimos alguma informação, pelo menos. — Anna disse, seguindo na direção que achava ser o norte. — Como dizia um gnomo amigo meu: só se consegue algo na vida tentando!

— Se for o mesmo gnomo que caiu no buraco depois de deixar aquela pousada... — Layla disse, balançando a cabeça outra vez.

— É esse mesmo. — Friedrich disse, prestativamente.

— Haha... que a rainha tenha rezado por mim. — Layla disse, com o humor sombrio. — Aquela espada tinha sido encantada com o espirro de um unicórnio! Onde vou conseguir outra?

— Hum... já considerou desistir por questões de higiene? — Friedrich disse incerto.

— Herege! — Layla disse, apontando o dedo indicador para o rosto do amigo.

— Oh...! Parece que estamos quase no fim da floresta! — Anna disse, um pouco mais longe dos amigos, animada, para depois começar a correr. — Meu arco e flecha, aí vou eu!

— Minha espada, aí vou eu! — Layla disse, seguindo a amiga na corrida.

— Hum... se estávamos quase fora da floresta, por que acampamos aqui? — Friedrich se questionou, mas as amigas já estavam longe para ouví-lo.

 

Ágata estava bem, tanto que até mesmo estava guardando os pertences que haviam sido roubados dos amigos em baixo de si. Uma camponesa que morava no vilarejo contou a eles sobre o episódio: Ágata não havia sido sequestrada, mas sim tinha seguido os ladrões enquanto lançava bolas de fogo, o que rendeu algumas calças queimadas. Por sorte, não tinha causado danos a ponto de que não pudessem pagar com o dinheiro recém adquirido que tinham.

Tudo termina bem quando acaba bem. Anna ficou feliz por poder retornar a aljava ao ombro. A falta de seu equipamento lhe dava uma sensação de vazio ingrata. Sempre estavam juntos, como pão e azeite, como espada e guerreiro!

Bem, pelo menos, era uma situação que se mantinha desde um incidente com aranhas gigantes invadindo a taverna que seus pais trabalhavam. Havia tido sorte que Friedrich e Layla — mais Layla que Friedrich — estavam lá para salvar seus pais e ela do ataque, uma vez que Anna tinha ficado paralisada na hora pelo medo que tinha das criaturas.

Era grata aos amigos. Depois do que tinha acontecido, Anna não poderia deixá-los irem embora sem que pagasse a sua dívida, o que acabou a motivando a viajar junto com eles. Tinha conhecimento de arco e flecha, então, achou que poderia ser útil... e como foi! Chegou ao ponto que naquele momento os amigos deviam mais a ela que ela a eles. Isso era especialmente interessante para Anna em momentos de vigília em que poderia dormir mais que os outros dois.

Bom... talvez essa tenha sido uma das causas para que eles fossem roubados em primeiro lugar, uma vez que Friedrich era o que mais ficava acordado entre elas. Dessa forma, uma infeliz coincidência, porém não seria estranho que o garoto tivesse acabado cochilando sem querer. Entretanto, não era ela que iria lembrar os outros disso. Afinal, a situação já estava resolvida! Fim dos problemas por hora... ou era o que pensava.

— Mariposas gigantes! — Layla anunciou, com uma voz tremida, para as criaturas que se aproximavam pelo lado oposto do vilarejo.

— Justo pelo lado que a gente ia seguir viagem! — Anna disse, aflita.

— Será que elas ficariam satisfeitas se eu fizesse brotar algumas cenouras? — Friedrich tentou.

— Mas eu pensava que você era um curandeiro? — Anna disse, sem entender.

— E mariposas não comem, “gênio”! — Layla disse, cada vez mais apavorada com a proximidade das mariposas.

— Ágata! — Os três recorreram ao dragão-fêmea.

Contudo, depois que eles tiraram seus pertences debaixo de Ágata, ela tinha ido tirar uma soneca pelo tempo de vigia.

— Droga! — Os três voltaram a dizer ao mesmo tempo. Pegaram o dragão e, segurando bem os seus pertences, correram para longe dali.

Quem sabe um desvio não faria tão mal...


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Notas finais do capítulo

Sobre o caso das mariposas não se alimentarem: http://www.megacurioso.com.br/animais-sinistros/71861-5-curiosidades-bizarras-sobre-as-mariposas.htm

De início, eu tinha pensado em fazer nesse texto um romance com fantasia, mas acabou que não rolou?? qq

"Friedrich", só eu acho esse nome difícil de escrever?

Tchau, tenham um bom dia ♥