Os vampiros que se mordam 2 escrita por Gato Cinza


Capítulo 4
As aparências enganam




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— Vocês ficaram? – a pergunta de Caroline deixou Bonnie desconsertada.

Tinha acabado de entrar no Grill e estava distraída com os próprios pensamentos, avistou a amiga e se encaminhou até ela em um estado automático, a pergunta além de pegá-la desprevenida a assustou.

— O que? – questionou fazendo-se de desentendida, olhando ao redor.

— Damon, Bonnie, estou falando do Damon.

— Care, isso não é da sua conta.

— Claro que é. Não seria se eu não tivesse visto o que vi ontem, mas agora sua vida amorosa é a coisa que mais me interessa no momento. Por favor, Bonbon, o mais perto de romance que vou chegar este ano serão os literários, preciso parasitar um pouco.

— Parasite o namoro da Elena. E que diabos você pensa que viu ontem?

— Eu não quero Stelena, quero Bamon. E ele te olhava como se você fosse a chapeuzinho vermelho e ele o lobo mal, e você correspondeu com um olhar à lá modelo da Victória Secret. E não se atreva a negar, você nem apareceu na escola ontem, nem ligou ou atendeu o celular para dizer que estava tudo bem. Tem noção do quanto me preocupei?

— Não o bastante, Care, e eu respondi pelo menos cinco de suas vinte mensagens. Além de que eu estava em repouso.

— De quem estão falando? – perguntou Elena curiosa ao se aproximar das amigas.

— Matt! – a bruxa deixou que Caroline contasse a “novidade” em seus termos, tinha coisa mais interessante para fazer.

— Bonnie, estamos conversando.

— Depois a gente se fala, tenho negócios á tratar com Matt.

A bruxa ouviu um comentário malicioso de Elena sugerindo que fosse com Matt que ela estava saindo e uma negação de Caroline em tom horrorizado como se a ideia dela com o loiro fosse um absurdo.

Damon entrou no Grill onde bem sabia encontraria o irmão e seus novos coleguinhas, dois dias antes teria ido ali apenas para aporrinhar Stefan e a namorada, agora estava ali para poder talvez conversar com Bonnie. O reencontro na noite de quinta-feira fora breve demais para colocarem assuntos em dias, além de Caroline que realmente ligou dez minutos após ter sido deixada em casa, então concordou com a morena que conversariam no dia seguinte com calma, mas tudo o que ela fez fora enviar uma mensagem dizendo que ia tirar o dia para repousar e fazer uma faxina no seu guarda roupas.

Viu Elena e a loira inquieta, mas Stefan ainda não estava por ali. Olhou em volta e sentados bem afastado das outras pessoas, estavam Bonnie e o jogador da escola, a postura da dupla indicava que o assunto era confidencial, considerando o fato de estarem sentados lado a lado e com as cabeças tão próximas que dez centímetros ou menos poderiam se beijar. Eles falavam algo sobre um médico de confiança. O moreno deduziu que talvez fosse relacionado ao mal estar da garota na noite anterior e uma mescla de preocupação se instalou na sua mente. Infelizmente ele não escutou nada mais, por que Bonnie bebera toda água que tinha em seu copo e o virou de cabeça para baixo sobre a mesa dando duas batidas leves no vidro fazendo um ruído sibilante ressoar pelo recinto, inaudível para um humano e doloroso para um vampiro. Bonnie olhou na direção dele sem expressar nada além de uma pequena curiosidade como todos os outros clientes do pub que notaram quando ele cobriu as orelhas.

Bonnie só desvirou o copo quando a garçonete cujo nome Damon não lembrava, mas que tinha sangue tipo A+ se aproximou da mesa que ocupava. O jogador se levantou abraçando a garçonete, emocionado. Intrigado Damon não resistiu a tentar ouvir novamente, agora que o feitiço da bruxa fora desfeito. Mas tudo o que ouviu foi o rapaz dizendo que estava orgulhoso pela atitude da moça e que torcia para que ela ficasse bem e retornasse para casa limpa. Então ele entendeu, não era sobre o mal estar de Bonnie que falavam, era sobre internar Vicki em uma clinica de desintoxicação.

— Matt, eu não estou indo para o fim do mundo, logo eu vou voltar para casa.

— Eu sei – disse seu irmão adotando uma postura mais madura, como se os olhos cheios d’água fosse normal – Bonnie não me disse muito sobre o tratamento e nem sobre a clínica, mas se ela confia no tal médico e nos métodos dele, então eu também vou confiar.

O trio estava de saída quando o irmão de Elena os interceptou, olhando com curiosidade.

— O que aconteceu? – perguntou olhando para Vicki

— Estou saindo de Mystic Falls – respondeu ela com naturalidade.

— Saindo? Por quê? Para onde vai? Se meteu em problema e por isso vai embora?

— Desculpe Jeremy, mas estamos ficando atrasadas. Ainda tenho que visitar a vovó, vamos Vicki.

Vicki deu outro abraço no irmão, antes de sair ao lado de Bonnie que digitava uma mensagem no celular. Segundos depois Damon recebeu:

“Desculpe-me”.

A bruxa era o ser mais esquisito que ele conhecera em seus muitos anos de existência. Havia a conhecido quando era muito jovem e não tinha menor ideia do que lhe aconteceu nos últimos anos, talvez ela tivesse mudado. Decidiu que ia esperar que ela tomasse a iniciativa de falar com ele, quando estivesse pronta ou menos ocupada com coisas muito importantes. Voltou a atenção em seguida para as duas amigas que falavam sobre Bonnie.

— Andar na companhia de Vicki não é do feitio da Bonnie – comentou Elena em tom preocupado.

— Conhece a Bonnie, sempre querendo salvar alguém.

— Mas a Vicki? Ela está desperdiçando tempo tentando ajudar uma viciada, espero que seja isso em vez do contrário.

— O que? Acha que a Vick vai tornar a Bonnie viciada? Elena, é da nossa melhor amiga que estamos falando, eu acho que perceberíamos se tivesse algo errado com ela.

— E não há? Ontem ela desmaiou, hoje nem apareceu na escola, e agora saiu sem nem acenar. Vai saber a quanto tempo ela está andando com a Vicki e o que anda fumando...

— É isso que pensa da minha irmã Elena? – Matt que tivera a intenção de cumprimentar as colegas estava agora chocado com aquelas palavras.

Ele sabia que a irmã tinha problemas e que todos na cidade sabiam e muitos falavam coisas terríveis sobre o assunto, mas não esperava nunca ouvir de sua mais querida amiga e ex-namorada algo tão cruel.

— Matt, eu não percebi que estava atrás de mim.

— Por quê? Costuma opinar sobre as pessoas apenas quando elas não estão ouvindo?

— Eu não queria ter dito aquilo, não daquela forma.

— Claro que não, só estava querendo dizer que se a Bonnie está em companhia da Vicki então é uma viciada. Eu nem deveria estar surpreso, já que Jeremy vive atrás da Vicki era de se esperar que para você todos nós em volta dela sejamos viciados.

— Não, Matt. Eu nunca pensaria uma coisa dessas de você.

— Se pensou que sua melhor amiga o fosse, por que não eu? Elena, o assunto que a Bonnie tem com a Vicki não é da sua conta. Pare de se meter na vida dela e tente cuidar do seu irmão – finalizou olhando para Jeremy que saía acompanhado de dois viciados, com quem passava muito tempo.

Elena fora atrás de Jeremy ou apenas sentira-se muito ofendida e saiu do pub. Matt se juntou á Tyler que questionou o que estava acontecendo, sobrara apenas Caroline que revirou os olhos e saindo quando sua mãe entrou minutos depois.

— Para onde está me levando? – questionou Vicki estranhamente consciente do que era Bonnie.

As coisas ficaram estranhas para a bruxa na manhã anterior quando resolveu ir procurar por Zach Salvatore que ela se lembrava de ter uma estufa de verbena secreta ia dar algumas daquelas flores para seus amigos, assim que abriu a porta o homem a reconheceu e surpreso a chamou para dar uma volta pela propriedade por que estava com visita em casa, referia-se ele aos tios-avôs vampiros. Bonnie deixou claro ter conhecimento do fato que ambos os rapazes eram vampiros e que sabia que ele cultivava as flores, ficou surpresa por ele não ter ficado surpreso, então lembrou que antes de ter a memoria apagada alguns anos antes, ela fora até ele com perguntas á respeito dos Salvatore e lhe deu um buque de verbena, o feitiço de sua avó só surtia efeito nela e no vampiro de olhos azuis. Após discutirem sobre os recentes ataques “de animais” que ocorriam pela região, ela garantiu que cuidaria do problema sem se fazer necessário recorrer ao conselho da cidade, então Zach a surpreendeu dizendo que tinha algo que talvez fosse interessar á ela, uma Bennett confiável. No canteiro, onde cultivava verbena, havia uma gaveta e dentro desta uma caixa de metal e dentro um livro de capa dourada com páginas pretas.

— Não sei exatamente o que é eu não reconheço o idioma e a coisa mais parecida com as inscrições foi um artefato exposto no museu nacional de Tóquio.

— Artefato?

— Sim, a Lança de Ferro. Talvez as inscrições sejam algum dialeto arcaico japonês.

Bonnie abrira o livro e as letras vermelhas reluziam como brasa.

— É um livro de bruxas, senhor Salvatore, apenas praticantes de magia podem ler. Como ele veio parar aqui?

— Da última vez que Damon estivera aqui ele trouxe esse livro, me lembro dele ter entrado em casa á noite e deixar o livro sobre o sofá, subiu, fez as malas e foi embora sem dizer uma palavra. Quando ele voltou remexeu a casa toda eu pensei que estivesse atrás do livro, por isso o escondi. Um livro de magia antigo nas mãos dele não devia ser para algo bom.

Bonnie teria feito mais perguntas, mas Damon acabava de voltar de sabe-se lá onde e estava chamando por Zach em um tom particularmente amigável, o homem sussurrou que ia ocupa-lo para que ela saísse, assim que ele saiu do porão Bonnie ficou invisível.

— Vai saber logo, não se preocupe.

A bruxa havia passado o dia de sexta-feira sem saber o que fazer com o Livro da Luz, decidiu fazer uma cópia de feitiços de seriam uteis á longo prazo incluindo um similar á hipnose usada pelos vampiros, e enterrou o livro na caixa de metal em um lugar onde tinha absoluta certeza que nem mesmo um elfo seria capaz de localizar, se um dia cruzasse o caminho de Lumina entregaria o livro a ela, caso contrário ia fazê-lo se perder para sempre. Enquanto pesquisava sobre a Lança de Ferro para saber sobre as tais inscrições que Zach citara mais cedo, aparentemente alguma coisa tinha acontecido com a Lança e toda a comunidade de arqueologia ficara obcecada pelo artefato que da noite para o dia ganhara inscrições em uma linguagem desconhecida. Então ela teve a ideia insana de que precisava reaver a arma antes que alguém cometesse a estupidez de ressuscitar Q’rey. Infelizmente não podia pedir ajuda para Klaus, estava tentando não mudar muito nos acontecimentos futuros, temia as consequências, foi nesse momento que percebeu que Vicki podia ser útil, já que ia salvar a vida dela – pelo menos ela não seria vitima de um Salvatore – ela poderia retribuir, mas a humana ia precisar de ajuda.


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