Os vampiros que se mordam 2 escrita por Gato Cinza


Capítulo 2
Dias de um futuro esquecido


Notas iniciais do capítulo

Desculpem o sumiço. Boa leitura.



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Aquele ano letivo estava começando mal. Pressentimentos, sensações e calafrios inesperados. Bonnie não estava se sentindo bem, e nem tinha noção dos motivos. O tempo todo nos últimos anos ela tinha a inexplicável certeza que estava esquecendo algo muito importante, algo não, alguém. Caroline sugeriu que talvez ela tivesse desenvolvendo algum tipo de TOC, mas a jovem não estava certa se era isso, não era como se ela ficasse verificando tudo duas ou mais vezes ou ficasse contando e colecionando coisas aleatórias ou tivesse a compulsão de que tudo deveria ser perfeito. Era muito menos simples que isso, ela tinha sonhos das quais não conseguia recordar, acordava no meio da noite gritando de medo e não sabia o porquê, sentia vontade irracional de abraçar as pessoas sempre que se afastava delas como se não fosse mais vê-las a qualquer momento e o mais torturante de tudo era seu recente fascínio por olhos azuis, era uma sinistra obsessão procurar por algo em todos os olhos azuis que cruzava seu caminho. E para variar tinha o novo interesse romântico de Elena e Caroline, o misterioso Stefan Salvatore que lhe perturbava em um grau sobrenatural.

Ouviu o toque familiar da campainha informando o final da aula, olhou o redor, seus colegas estavam indo embora e então percebeu que passou todas as aulas do dia vagando em seus próprios pensamentos, ia pedir o caderno de Caroline emprestado quando viu que tinha feito suas próprias anotações, ainda que não tivesse consciência de ter feito nada daquilo. Encontrou as amigas no pátio, Caroline e Elena discutiam á respeito de Stefan.

— Inacreditável Elena, eu deixei claro meu interesse pelo Stefan e você me ignorou agora que estou com Damon você resolve que não posso? Quem pensa que é para escolher por mim com quem eu deva dormir?

— Não é isso Care, mas o Damon é perigoso. Você nem o conhece e está agindo de modo estranho desde que ficou com ele. Bonnie me ajude aqui.

— Não me importo com isso Elena. Na verdade não dou a mínima para suas vidas amorosas e seus dramas adolescentes. Eu te avisei para ficar longe do Salvatore e se a Care se envolveu com o irmão malvado do Stefan a culpa é sua. Na verdade tudo de ruim que acontece ao seu redor é culpa sua.

— Bonnie, o que há com você hoje? – questionou Caroline

— Há que estou de saco cheio de ouvir Elena Gilbert choramingando dos problemas que acontecem. Oh! Meus pais morreram devo chorar e todos devem sentir pena de mim. Isso foi há quatro meses, a fase de luto já passou, pare de bancar a garota frágil que não sabe lidar com a perda. E Caroline eu te adoro por ser a pessoa mais forte que eu conheço, mas, por favor, pare de tentar agir como se pudesse moldar o mundo á sua vontade. As duas, minhas melhores amigas, me deixem em paz. Eu não aguento mais ter que equilibrar a minha vida para que possa viver a vida de vocês enquanto estão ocupadas demais pensando em garotos para notarem que meu mundo não lhes pertence.

Ela respirou profundamente, relaxou os ombros e deu as costas para as colegas. Damon, por que seu coração acelerou e suas mãos começaram a suar quando mencionou o irmão de Stefan á quem tinha certeza de não conhecer? E por que tinha a estranha sensação de que o novo quase namorado de Elena estava os ouvindo do estacionamento? Não, talvez ele estivesse apenas observando elas. Mas quando passou por ele para entrar no seu carro sentiu calafrio e não evitou querer cobrir o pescoço. Talvez Caroline tivesse razão e ela estivesse ficando maluca.

Fazia cerca de trinta minutos que ela estava sentada em seu carro na frente da casa dos Gilbert, Elena estava decidida a fazer com que ela visse Stefan com bons olhos, mas Bonnie ainda não tinha certeza se queria mesmo se tornar amiga do misterioso novo habitante da cidade, contudo, jantar com eles talvez fosse o meio mais rápido de chegar á uma conclusão sobre Stefan, não que ter certeza de que tipo de pessoa ele era fosse mudar qualquer coisa. Deu de ombros, ia acabar logo com aquilo e limitar de uma vez por todas o quão perigoso poderia realmente ser seu colega lindo e estranho.

Sem nenhuma surpresa Elena havia pedido o jantar, arrumado a mesa e estava com aquele olhar estupido de garota apaixonada toda vez que Stefan dizia alguma coisa. A conversa estava sendo guiada pelo visitante que era instruído bem demais para alguém tão jovem, então a campainha soou e Elena se levando observando que o jantar tinha chegado antes que o previsto.

— O que faz aqui? – o tom de Elena era uma combinação de surpresa e irritação.

Então ouviram a voz de Caroline perguntando se não iam convida-los á entrar. Quando o casal passou pela porta Stefan franziu o cenho em desagrado e se aproximou da namorada. Uma garrafa de Bourbon fora entregue para a anfitriã por alguém que estava parcialmente oculto pela porta ainda aberta. Somente quando Elena se afastou para que Caroline e seu acompanhante passassem foi que Bonnie o viu. Os olhos azuis que ela tanto procurava sem ter noção do porque estava parado á um metro de distancia a fitando com algum reconhecimento, a expressão zombeteira e desafiadora do visitante desapareceu dando lugar á completa confusão.

— É você? – perguntaram junto, como se esperassem por aquele momento á tempo demais.

Bonnie se levantou da poltrona e correu para os braços abertos de Damon. Passaram os últimos três anos com a sensação de que lhes faltava alguém, eles sabiam que estavam esquecendo e não importava o esforço que fizessem era impossível recordar. De repente, um olhar, e lembranças de poucas semanas retornaram com força, as memorias e os sentimentos nutridos um pelo outro. Mas restava o autocontrole, e se contentaram com um apertado abraço e muitas perguntas não verbalizadas cujas respostas eram incapazes de formar. Como haviam se esquecido? Por quê? Não fazia sentido. Bonnie se afastou de Damon respondendo as perguntas de Elena e Caroline que queriam saber de onde se conheciam e por que nunca havia falado dele para elas. A contra gosto foi arrastada para a cozinha, antes que pudesse trocar mais do que poucas palavras de lamento e consolo pelo tempo perdido.

— Não acredito que toda essa implicância com Stefan é por causa do Damon – disse Elena assim que entraram na cozinha – Achei que fossemos amigas e que apoiávamos uma a outra independente de com quem saíssemos.

— O que? Elena, eu não implico com Stefan, me sinto mal na presença dele. Nunca pensei em descrever a morte em uma sensação, mas quando ele está por perto sinto como se a morte estivesse também. E eu nem me lembrava do Damon até vê-lo.

— Como é que se esqueceu daqueles olhos lindos? – questionou Caroline fazendo uma careta em seguida – Oh! Meu Deus. Era por isso sua obsessão por olhos azuis, esqueceu-se dele exceto dos olhos.

Bonnie teve que concordar que fora aqueles olhos que a fizera recordar de quem era o irmão de Stefan,  e naquele momento entre Caroline e Elena foi que o resto de sua memoria voltou, como um quebra cabeça invertido. O feitiço dela por cima do feitiço da avó como uma proteção provisória para que quando se reencontrassem soubesse quem eram. Damon vampiro a olhando assustado. Damon desaparecendo junto com outra Mystic Falls, de um futuro perdido. O livro da luz cheia de feitiços complexos. Criaturas imortais manipuladoras de fogo. Klaus... e tudo mais que ela viveria nos anos seguintes. As imagens romperam em sua mente como a terra se abrindo durante um terremoto...

— Bonnie? Bonnie! – a voz de Caroline e Elena se misturavam á varias outras vozes que lhe chamariam ou chamou, ela já nem sabia mais qual era o certo. Tinha todas as lembranças de coisas que ainda não aconteceram. Ela gritou para que aquilo parasse e vidros quebraram ao seu redor, a ultima coisa que sentiu foram braços a aparando.


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