Bulletproof Daughter escrita por Jéssica Sanz, Jennyfer Sanz


Capítulo 11
A verdade começa a ser revelada


Notas iniciais do capítulo

Capítulo pra aguentar o fim de semana sem atualizações (olha eu fazendo drama, nem é tão ruim assim).



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— Conta tudo, hyung! — Pediu Jimin, enquanto ele e Namjoon ajudavam Hoseok a sair do espelho d´água. Ele se sentou na beirada com as pernas para fora.

— Foi muito bom. Eles discutiram até o fim da minha parte.

— Excelente para um primeiro encontro — opinou Namjoon. — Como está o Dr. Sehun?

— Muito bem. Ele não mudou muito, continua um doce de pessoa. Ah, ele levantou todas as nossas fichas médicas.

— Isso é bom — notou Namjoon. — Muito bom.

— Gente, o julgamento — lembrou Jimin. — Tá na hora, já estamos atrasados.



O jantar estava sendo servido quando Jin decidiu perguntar.

— E então, trio, vão contar o motivo do atraso hoje?

— Um minuto e vinte e três segundos? — Perguntou Jimin. — Dá pra chamar isso de atraso?

— Bom, se vocês sempre chegam com quinze minutos de antecedência, sim — disse Taehyung.

— Vocês estão aprontando alguma — disse Jungkook, travesso.

— Só estávamos conversando — mentiu Hoseok.

— Tá — disse Yoongi, não convencido. — O líder e os videntes conversando a ponto de se atrasarem pela primeira vez. Não sei como conseguiram impedir a cara de “chupei limão” do Jimin, mas isso não vai colar.

— Deixa isso — disse .Seohyun — Se eles não querem contar, não deve ser nada importante.

— Talvez, seja algo muito importante, ajumma — respondeu Yoongi, respeitosamente. — Talvez um problema.

— Não importa — disse Jin, levantando a voz. Ele olhou para as mulheres no fim da mesa, e depois de novo para Yoongi. — Seja o que for, se decidiram não compartilhar, é porque estão conseguindo resolver sozinhos.

— Exatamente — disse Hoseok. — Wow, muito obrigado, hyung, conseguiu dizer tudo o que eu poderia dizer sobre isso. Estou cuidando de tudo, com a ajuda de Jimin e Namjoon. E não é nada demais, não há com o que se preocuparem. Como estão as encomendas, Yumii?

Yumii teve um leve delay com a rápida mudança de assunto, mas depois de alguns segundos, respondeu.

— Ah, estão indo bem. Saímos hoje para ver as roupinhas. Os móveis já encomendamos, devem chegar em até uma semana.

— Espero que não tenham escolhido rosa — disse Namjoon. — É capaz do Jin Hyung querer pegar tudo pra ele.

— Larga de ser bobo, Namjoon! — Disse ele, rindo.

— Não vamos impor uma cor favorita, ela vai escolher — explicou Jungkook. — Estamos comprando a maioria das coisas brancas. Outras com tons bem leves de azul, rosa e lilás.

— E brinquedos coloridos — acrescentou Taehyung. — Todas as cores.

— Tae Oppa está cuidando dessa parte — explicou Yumii, sorridente. — Fico feliz com a contribuição.

— Ah, mas estou tendo ajuda — lembrou Tae. — Não é mesmo, ajumma?

— Sim — disse Seohyun, com um sorriso. — Temos que ter cuidado com os brinquedos para cada idade, providenciar brinquedos que tragam algum aprendizado, etc.

— Falando em aprendizado — disse Namjoon. — Não tem uma escola aqui, tem, ajumma?

— Não, porque as crianças não crescem. Mas Sunghee certamente crescerá, e precisa ser educada. Principalmente porque é uma herdeira do Juízo.

— Ah, meninos, — disse Yumii — vocês sabem tantas coisas… Acho que poderiam muito bem educar nossa menininha. Tenho certeza de que cada um tem algo muito especial que pode ensiná-la, começando pelo Namjoon Oppa.

— Mas é óbvio — disse Jimin. — Ele é O intelectual do grupo.

— Vou ensinar inglês pra ela dizer que você não tem jams.

— Só inglês? — Perguntou Jungkook.

— Inglês, coreano, japonês, e quem sabe um pouco de latim. Vai aprender a compor músicas e fazer rap, vai ter o hábito de ler desde pequenininha, e um vocabulário gigante. Pra começar.

— Assim tá bom — disse Jungkook. — O restante, vamos começar a pensar em alguma coisa que possamos ensinar à nossa herdeira.



Hoseok não conseguiu pensar em alguma coisa para ensinar à herdeira, primeiro, estava preocupado em garantir que ela chegasse. Trabalhou a noite toda analisando os relatórios sobre anestesias, que sua mãe conseguira na ilha. Fez alguns testes, mas nada que pudesse ser considerado um progresso. Além de estar preocupado com isso, sua mente estava também em Yonseo e Sehun, e nos rumos da investigação. Com tantas variáveis possíveis, era difícil prever, e isso o deixava agitado. Dormiu poucas horas, mas tomou uma AS, uma pílula anti-sono. Era completamente diferente de seus remédios controlados: feito por ele mesmo usando poderes. Uma AS era suficiente para dá-lo a energia de uma noite de sono, e não o afetava. Com tantas coisas para fazer, ele iria precisar de muitas noites sem ser interrompido pelos outros Juízes.

Pela manhã, foi à ilha tecnólogica e conseguiu uma Instax branca. Perguntou se funcionaria para tirar fotos no primeiro mundo. O rapaz que o ajudava estranhou a pergunta, então ele explicou que conseguia se projetar.

— Não sei nada sobre isso — explicou o rapaz. — Mas você pode trocar por outra coisa se não funcionar.

Hoseok voltou para casa e participou de alguns julgamentos. Namjoon o liberou de algumas sessões que aconteceriam no almoço para que ele pudesse participar da discussão na casa de Jimin. Os outros ficaram desconfiados, mas as palavras de Jin na noite anterior se fizeram novamente presentes para garantir que Hoseok sabia o que estava fazendo.

— Ele é vidente — disse Taehyung, com tom de obviedade. — Se ocultar essa coisa que ele está fazendo fosse nos causar algum problema, ele certamente não o faria.

Hoseok trancou as portas da sala da Eva, entrou no espelho d’água e sentou. Passou a mão pela superfície da água e a ergueu com um gesto simples.

— Me mostre a Yonseo.

— Eu não aconselharia. Ela está tomando banho.

— Ah. Tá… Me… Avisa quando ela terminar?

— Não. Te aviso quando ela estiver pronta.

— Foi o que eu quis dizer, Eva.

Hoseok ficou sentado brincando com a água durante algum tempo, até que a imagem finalmente apareceu no painel. Não conseguiu ver muito, mas percebeu que ela estava colocando um laço vermelho no cabelo. Fez o procedimento para projeção. Quando respirou o ar do primeiro mundo, olhou ao redor. O quarto era pequeno, mas gracioso. Uma das paredes era azul com adesivos de pássaros, e estava cheias de post-its e fotos que Yonseo usava para organizar a investigação. A cama pequena e branca estava no canto, e a parte encostada na parede tinha um cercadinho. Estava cheia de almofadas, e também tinha a bolsa e o celular de Yonseo. No outro canto, havia um baú de plástico cheio de brinquedos, perto do espelho que ela usava para se arrumar.  Também havia um guarda-roupa pequeno ao lado de uma mala aberta, e um quadro da parede com a foto de um garotinho.

— Uma gracinha, né? — Perguntou Yonseo, finalizando o penteado. — É o quarto do meu primo… E meu quarto provisório.

— Não sabia que tinha saído de casa.

— Não tem como ficar lá, mesmo que eu quisesse. Não tenho trabalho, por enquanto, então não posso pagar pelo aluguel. Minha tia me deixou ficar aqui enquanto eu procuro um emprego.

— Por que não me disse? A investigação deve estar atrapalhando você.

— Não fala bobagem, Jung. Hoje mesmo fui fazer uma entrevista. Isso não toma tanto tempo quanto parece. Já deixei vários currículos, e fiz algumas entrevistas mas não tive respostas ainda. Minha tia está levando numa boa. Meu primo está dormindo no quarto dela.

— Ela sabe da investigação?

— Mais ou menos.

Yonseo não teve tempo de explicar. Ouviu uma buzina e seu telefone tocou logo em seguida, exibindo o nome de Sehun. Ela atendeu.

— Tô aqui na frente.

— Tô indo.

Ela desligou e o guardou na bolsa, enquanto Hoseok perguntava.

— Dr. Sehun também vai?

Yonseo respondeu enquanto andava pela pequena casa.

— Vai. Ontem à noite a Sra. Park me ligou pra confirmar o almoço, e perguntou como eu estava indo. Quando disse que Sehun estava ajudando, ela teve a ideia de convidá-lo também.

— Parece promissor.

Yonseo abriu a porta, saiu da casa e a trancou, deixando Hoseok do lado de dentro, o que ele achou bastante compreensível. Como ela iria explicar pra Sehun que estava educadamente esperando o espírito passar? Ela foi para o carro enquanto Hoseok atravessava a porta e se jogava no banco de trás. Não tinha parado pra prestar atenção a Sehun, mas quase tomou um susto quando viu sua imagem no retrovisor. Era até difícil chamá-lo de doutor com aqueles óculos escuros substituindo seus tradicionais óculos de grau redondos. O som do carro estava bem alto e em ritmo frenético.

— Que música é essa? — Perguntou Yonseo, alto para ser ouvida.

— Bang Bang Bang, do BigBang. Se quiser eu posso tirar.

— Não, não, eu gostei.

— Eu também — disse Hoseok.

Sehun dirigiu até a casa dos Park. Eles foram atendidos pelo Sr. Park, que os recebeu com carinho. Apresentou-se a Yonseo e cumprimentou Sehun. Desejou boas-vindas e os levou até a cozinha, onde a Sra. Park colocava as coisas na mesa.

— Ah, aí estão vocês.

A Sra. Park cumprimentou os dois e pediu para que se sentassem. Os primeiros minutos do almoço tiveram um clima gostoso de um encontro que já deveria ter acontecido há muito tempo. Conversaram sobre coisas boas enquanto se serviam. Hoseok ficou feliz com aquela cena. Era muito bonito ver que aquelas pessoas, que não pareciam ter nenhuma relação umas com as outras, mas que estavam ligadas pelos meninos, finalmente haviam se unido e estavam confraternizando, lembrando-se deles e dos tempos bons. A senhora Park contava sobre a amizade deles como se os sete tivessem ido na esquina e fossem voltar a qualquer momento. Aproveitou aquela oportunidade para testar sua Instax. Tirou algumas fotos de ângulos diferentes, sem esperar que a imagem aparecesse. Depois, finalmente se lembrou de verificar se funcionava, mas as fotos ainda estavam brancas, mesmo depois de passado algum tempo.

— Que pena — disse ele, olhando as fotos. Depois, deu uma olhada rápida para Yonseo e viu a careta dela, então explicou-a. — Não posso contar para os meninos agora. Estou tentando tirar fotos para que eles tenham uma ideia de como foi, quando eu contar a eles no futuro. Mas parece que a máquina não funciona aqui.

Yonseo acenou positivamente, olhando para Sehun, que já contava sobre a experiência do dia anterior.

— Analisamos caso por caso com cuidado, do primeiro acidente de Jin até a overdose de Hoseok. Conseguimos fazer algumas suposições, mas nada que seja realmente revelador. Mas eu queria fazer uma pergunta a vocês, especificamente sobre o Jin. Yonseo contou que vocês… não sabiam que ele sobreviveu ao primeiro acidente.

— Não —  confirmou o Sr. Park. — Como não temos o hábito de assistir televisão, tudo o que soubemos naquela época foi o que nosso filho nos contou. Ele ligou pra gente e disse que Jin tinha morrido. Eu me lembro como se fosse ontem — o clima começou a pesar na sala de jantar. — O telefone tocou, e quando eu atendi, ele estava muito abalado. Pela voz, parecia ter chorado há pouco tempo. Eu fiquei apavorado! Nunca tinha visto meu filho assim. Ele demorou muito pra conseguir verbalizar a ideia. No começo só dizia “Appa”, e eu perguntava a ele o que tinha acontecido. E eu o ouvi chorar um pouco. Vocês são jovens demais para entender, mas quando você tem um filho, você deseja protegê-lo, e eu senti a agonia dele, aquilo estava acabando comigo! Mesmo assim, eu tentei manter meu tom calmo, e ficava perguntando, pedindo que ele falasse, até que finalmente conseguiu. Ele disse “Appa, o Jin Hyung morreu”. Não usou nenhum eufemismo. Não disse “ele se foi”. Ele disse “ele morreu”. Não tem como encarar isso de outra forma!

— Então Jimin não sabia — concluiu Yonseo. — Jimin achava que Jin estava morto, e se ele achava, os outros meninos deveriam pensar a mesma coisa. — Disse isso olhando para Hoseok, que acenou positivamente.

— Quão terrível é isso? — Perguntou Sehun, incomodado. — Seis amigos não saberem que o outro sobreviveu ao acidente de carro? Se foi isso mesmo, sua teoria pode estar certa, Yonseo.

— Que teoria? — Perguntou a Sra. Park.

— Yonseo acha que, se Jimin ficou tanto tempo na banheira a ponto de ter uma hipotermia, ele devia estar muito triste.

— Isso faria sentido —  concordou a Sra. Park. — Meu filho pensava que o amigo estava morto. Ele… costumava tomar banho quando estava pensativo.

— Yoongi me disse que o isqueiro dele estava do lado de fora da banheira — lembrou o Sr. Park. — Junto com umas coisas queimadas. Fotos e papéis.

Yonseo e Sehun se entreolharam.

— Se ele estava triste pela suposta morte de Jin, pode ter queimado algumas lembranças ruins — disse Yonseo.

— Provavelmente — disse Sehun, e olhou para os Park. — O que acham?

— Isso é… Bem a cara do Jimin — confessou a Sra. Park.

— Podemos assumir que é isso, por enquanto — sugeriu Dr. Sehun. — E tem outra suposição sua que me incomoda, Yonseo. Se os seis realmente não sabiam, alguém deve ter dito isso pra eles.

— Pode ter sido qualquer pessoa — supôs a Sra. Park. — Até mesmo quando foram ao píer ver o que estava acontecendo, algum paramédico ou perito pode ter dado uma informação errada, vocês não acham.

Hoseok balançou a cabeça, discordando.

— Não teria tanta certeza — disse Yonseo, notando-o. — Esse tipo de erro costuma acontecer, Sehun?

— É bem raro, mas é possível — quando Sehun disse isso, Hoseok lentamente levou a mão à testa, o que incomodou Yonseo profundamente. — Geralmente, se não tem uma informação confirmada, eles dizem que não sabem.

— Exatamente! — Disse Hoseok, já começando a ficar irritado com o fato de eles não saberem sobre Chung Ho.

— Não acha que cometeriam essa irresponsabilidade em um caso tão grave — disse Yonseo, tentando levar a conversa para o rumo que Hoseok queria. — Um caso que estava sendo coberto pela imprensa. Geralmente eles são bastante cuidadosos em uma situação dessas, não?

— Sim, mas… Yonseo… Não dá pra ter certeza. Você está se deixando levar pela sua desconfiança.

— Já ouviu falar em instinto feminino?

— Ah, que legal, agora eu sou um instinto feminino! — Reclamou Hoseok, fazendo Yonseo querer que ele calasse a boca.

— Do que vocês estão falando? — Perguntou o senhor Park.

— Pensem comigo — disse Yonseo, antes que Sehun tomasse a palavra. — Vocês acham que os meninos deixariam por isso mesmo? Sinceramente, eu não acho que esses profissionais dariam uma informação equivocada para a imprensa. Duvido muito que tenham dito alguma coisa para os meninos, principalmente porque àquela hora o caso do Jin era um completo mistério.

— Então você acha que… — perguntou o Sr. Park, sem conseguir entender aonde ela queria chegar.

— Eles devem ter ido atrás de informações. E alguém deu informações erradas a eles.

— Por que alguém daria informações erradas? — Perguntou a Sra. Park. — Só se tiveram a intenção de confundi-los.

— É o que eu acho — disse Yonseo. — Acho que alguém teve a intenção de manter Kim Seokjin oculto, longe das vistas deles.

— E quem faria isso? — Perguntou ela.

— Bom, quem os meninos procurariam? Duas opções: ou a família, ou o médico responsável.

— Não fale assim! — Pediu Hoseok, desesperado. — Eles não vão acreditar!

— Yonseo, isso é muito sério — disse o Sr. Park, um pouco tenso. — Pela sua proposta, fazendo uma análise de conjuntos… Você está acusando o Dr. Kim Chung Ho.

— Isso não pode sair daqui — ela disse. — Não temos como ter certeza de que foi isso, mas é o que eu acho.

— Acreditamos em você — disse Sra. Park, surpreendendo os três visitantes.

— Acreditam? — Perguntou ela, com voz baixa.

— Sim — disse ela. — Porque quando fomos visitar o Namjoon no manicômio… Ele disse tudo o que você está dizendo agora. Talvez Namjoon não estivesse tão louco assim.


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Notas finais do capítulo

Parece que alguém(s) está abrindo os olhinhos, que orgulho.
Por enquanto é isso, crianças. Até semana que vem, com muito mais mistério!
Pra deixar na curiosidade, o próximo capítulo se chama "A devoradora de açúcar".
Então, o que acharam da capa nova?



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