Avante Invocadora! escrita por Himle


Capítulo 6
Café da manhã noxiano e uma decisão precipitada.


Notas iniciais do capítulo

Não sou boa com cenas de ação, então isso aqui está virando um romance. Bom, espero que gostem. Beijinhos.



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Sara acordou cedo. O barulho do treinamento dos soldados não a deixou fechar os olhos depois do amanhecer. Ela desistiu de ficar na cama quando um dos soldados veio avisa-la que ela era esperada para o café da manhã. Como não tinha muitas roupas, ela havia dormido com o vestido, então foi só sair da cama, calçar as botas e pentear os cabelos para poder ir tomar café. Do lado de fora da tenda que foi disponibilizada para ela, era possível ver o movimento dos soldados pelo acampamento. Sara se espreguiçou já do lado de fora, feliz por não estar mais sentindo nenhum desconforto.

— Bom dia. – Ela desejou aos dois guardas que estavam na porta da tenda dela.

Nenhum deles respondeu, mas não importava. A garota seguiu tranquilamente pelo acampamento, até achar o refeitório. Havia comida disposta por longas mesas de madeira e em uma menor, mais reservada, estava Darius e mais dois soldados que pareciam ter patente alta. Sara procurou pelo lugar até encontrar Graves e Twisted Fate já comendo em uma das grandes mesas. Ela ia seguir para lá, até que um dos soldados que antes estava do lado de Darius entrar na frente dela.

— Por aqui, Invocadora.- Ele ordenou.

Sara franziu a testa, mas não protestou. Ela queria ficar junto de Graves, mas não queria desfazer da boa vontade de Darius. Ele havia mandado montar outras duas tendas só por causa dela, uma para ela e uma para os dois antigos foragidos. Sara seguiu para a mesa menor e se sentou no lugar que havia sido guardado para ela. Frutas e pães foram servidos, assim como um copo de vinho. O cálice parecia ser feito de prata. Aquilo era lindo.

— Como foi sua noite? – Darius perguntou educadamente.

— Confortável, obrigada.

—  Em quanto tempo poderemos partir? – Darius se voltou para um dos soldados.

Sara pegou uma ameixa sobre a mesa e deu uma mordida no pão. Estava quentinho e delicioso, sem sal, mas delicioso. Darius havia comentado que ele voltaria para capital de Noxus naquele mesmo dia. Incrivelmente, ele era um homem centrado. Bruto, mas centrado. Ele tratava Sara com respeito e ela tinha que admitir que a forma humana dele era bem mais charmosa que a versão animada do jogo. Era fácil ver porque ele havia alcançado uma patente tão alta. Todos ali o respeitavam pela sua coragem e principalmente pelo seu valor como líder em batalha. Noxus não parecia tão ruim quanto ela pensava. Finalmente fazia sentido os amigos dela gostarem tanto daquela nação.

— Em quanto tempo você estaria pronta para partir? – Darius perguntou para Sara.

Ela estava até então concentrada no pão e nas frutas. Ouvir o guerreiro se dirigir a si fez com que ela interrompesse uma mordida. Ela estava sendo expulsa do acampamento?

— Como assim? – Sara perguntou, confusa.

— Se for necessário, posso mandar que alguém coloque suas coisas em sua carruagem.

— Que carruagem? – Sara perguntou, mais confusa ainda.

Eles haviam dado uma carruagem de presente para ela?

— Como não faremos paradas, tomei a liberdade de preparar uma carruagem para que a Invocadora possa dormir confortavelmente durante a viajem. – Um dos soldados a respondeu.

Sara abriu a boca para responder, mas logo em seguida a fechou. Ela não havia falado nada sobre ir com eles. A ideia ainda era ir até o porto e pegar um navio para Piltover... Né? A garota olhou para TF e Graves que ainda comiam ali perto. Eles estavam sabendo daquilo?

— Minhas coisas já estão arrumadas, então se meus amigos estiverem prontos, nós podemos partir a qualquer momento.

— Seus amigos não são bem vindos.- Dessa vez, quem falou foi Darius. – Já é muito eles estarem aqui, vivos.

Sara sabia que Darius falava a verdade. Os dois criminosos mais procurados de Runeterra haviam ganhado o perdão de Noxus por causa dela, mas ela não conseguia não deixar de se sentir ultrajada. Se o pai dela não era bem vindo em algum lugar, ela também não era. Com o nariz torcido, Sara pegou o prato com o pão e as frutas e se levantou da mesa. Ela se dirigiu a passos firmes até onde Graves e TF estavam e se sentou entre eles. Os entenderam o que havia acontecido no momento que a garota se aproximou. TF fez questão de olhar para a mesa com os altos oficiais e dar o seu melhor sorriso de chacota. Graves por sua vez se limitou a sorrir para ela e começar a planejar como seria a viajem deles dali em diante.  Sara estava louca para descobrir como era viajar de navio e ela não se importaria de ter que andar mais alguns dias para isso.

— Então Noxus não nos quer por lá. – Graves falou, se divertindo com isso.

— Eles devem estar com medo que nós limpemos os cofres dos nobres deles. – TF comentou. – De novo.

Os dois amigos riram provavelmente por causa de uma lembrança. Sara não sabia o que eles haviam feito, mas agradeceria muito se eles não se metessem em confusão com ela por perto. Assim que ela descobrisse como voltar para casa, eles poderiam voltar a fazer todos os roubos mirabolantes que quisessem.

 - Vocês dois realmente não tem jeito. – Sara concluiu, preocupada.

— Ora, seu pai sabe se cuidar. – Graves fez questão de dizer.

Sara não queria ver o pai em perigo, mas sabia que ele não iria mudar, não importasse o que acontecesse. Tudo que ela podia fazer era rezar para que ele continuasse tendo sorte. Com TF do lado dele, pelo menos boa parte da sorte era garantida. Falando no mago, ele já havia terminado de comer e estava brincando com as cartas entre os dedos. A destreza com que ele fazia isso deixava Sara encantada, tanto que ele percebeu. Casualmente, ele fez uma carta sumir no ar e depois reaparecer entre os dedos da mesma mão. Sara sorriu com o pequeno truque. Aquilo era muito interessante. Rapidamente ela deixou a comida de lado e toda a atenção dela estava nos truques de cartas que Twisted Fate fazia. Cada vez mais, mais elaborados os truques se tornavam, até que o mago fez um baralho todo sumir jogando as cartas de uma mão para a outra, para logo depois fazer com que as cartas reaparecerem, vindo dos cabelos de Sara. Esse ela aplaudiu alegremente, admirada. TF fez uma reverencia de agradecimento, como um magico depois de se apresentar.

Tá. A jovem tinha um poder magico enorme por simplesmente existir naquele mundo. Mesmo assim ela achava truques como aqueles divertidos, uma vez que ela sempre foi uma sonhadora irremediável. Podia ser bobo, mas era parte dela.

  - Vamos embora. – Graves a puxou pelo braço para se levantar do banco. – É melhor sairmos o mais cedo possível para chegar na próxima cidade antes de anoitecer.

Sara ficou confusa com aquela ação tão repentina, mas se levantou. Acenando em despedida para TF, ela seguiu com Graves até onde as tendas de habitação estavam armadas. Depois de dar um beijo de despedida no pai, Sara seguiu para a própria tenda para se certificar que todas as poucas coisas que tinha estavam no lugar. Quando ela terminava de amarrar o fecho da mochila, ela ouviu alguém entrar. Sara se virou para a porta e lá estava Darius, mas dessa vez ele não usava a armadura. Eram roupas normais, ou quase isso. Bom, na verdade pareciam muito com roupas que ela via os rapazes usarem na faculdade e ela tinha certeza absoluta que aquela calça era de jeans preto.

— Posso ajudar? – Sara perguntou.

— Qual o seu relacionamento com os dois ladões?

Gente... Que homem direto.

— Eles são meus amigos. – Sara respondeu, casualmente.

Com toda certeza não era essa a resposta que ele procurava, mas seria mais fácil se em vez de ele ser direto, ele fosse mais explicativo.

— Foi me dito que você beijou Graves antes de entrar em seus aposentos.

Sim, ela tinha beijado, mas não desse jeito. Finalmente ela entendeu a pergunta. Ele queria saber se ela tinha algum envolvimento romântico com ele. Sara riu. que diferença faria para Noxus ela tinha ou não envolvimento romântico com alguém?

— Ele é meu pai. – Sara respondeu, ainda rindo.

— E o outro? Twisted Fate.

— O que te faz pensar que eu teria alguma coisa com ele? – Sara rebateu, ainda achando graça.

Darius olhou para ela com um olhar duro. Sara se manteve em silêncio, mas ainda sorria. Ela estava de bom humor. Aquele dia tinha tudo para ser um ótimo dia.

— Então ainda não escolheu seu noivo. – Darius concluiu.

Sara sabia quando estavam flertando com ela, e aquilo definitivamente não era um flerte. Era quase um tapa na cara com um bilhete escrito “Eu quero casar com você.”

— Eu sou muito nova pra esse tipo de coisa. –Sara explicou.

— Você é uma invocadora.

— E o que isso tem a ver?

— Noxus é uma grande nação. Juntos nós poderíamos ter o mundo inteiro.

— Eu tenho só 19 anos. Sou nova de mais para escolher alguém para a vida toda.

— Invocadores vivem milhares de vidas humanas. Será um piscar de olhos para você, mas podemos fazer algo grande. Algo que será lembrado para além dos tempos.

Sara pensou sobre isso. Pensou sobre viver além de tudo aquilo que ela via ao seu redor. Ela sabia que por ser uma invocadora ela seria a aliada perfeita, mas não conseguia se imaginar casando. Quando ela pensava em casamento, pensava em estar com alguém que a fizesse sorrir por coisas simples, alguém que a quem pudesse se abraçar e desabar quando precisasse chorar, ou alguém por quem estivesse disposta a dedicar a vida a fazer essas mesmas coisas.

— Eu não conseguiria me casar com alguém por conveniência. – Sara respondeu verdadeiramente.

— Não existem casamentos por conveniência, só noivados.

Sara encarou Darius, pensativa. Era possível que alguém tivesse descoberto como despertar o amor propositalmente naquele mundo?

— Venha comigo para a capital. – Darius pediu.

— É realmente possível? – Sara perguntou. – Escolher por quem se apaixonar?

Ele afirmou com a cabeça. Aquilo foi o suficiente para Sara saber que ele falava a verdade. Ninguém nunca explicou como Ashe e Tryndamere haviam se apaixonado, sendo que eles haviam se conhecido por razões politicas e também haviam se casado pela mesma coisa. Finalmente fazia sentido. Darius estendeu a mão para Sara, literalmente pedindo a mão dela.

— Nós forjaremos nosso amor e então, o mundo será nosso.

Sara continuo o encarando, mas agora em duvida. Se realmente fosse verdade, aquilo era um verdadeiro sonho. Darius não parecia ser do tipo de homem que daria um marido ruim. Ele também era um guerreiro poderoso e uma pessoa dedicada a aquilo que acreditava. Se realmente existisse amor entre eles, um amor de verdade, realmente nada os pararia. Quem nunca sonhou em amar e ser amado? Ele não a oferecia o mundo como tanto dizia, ele a oferecia aquilo pelo que qualquer pessoa morreria. Ainda hesitante, Sara estendeu a mão. Ela ainda não entendia como era possível despertar um amor propositalmente, mas sabia que era possível. E por todos os Deuses, ela queria amar alguém e ser correspondida. Aquele não era o mundo dela, mas era algo que ela não tinha certeza que conseguiria em outro lugar.

Pouco antes de ela tocar a mão de Darius, ela sentiu a presença de outra pessoa dentro da tenda. Darius também pareceu perceber e subitamente golpeou o lugar onde essa pessoa estaria. Sara viu Twisted Fate desviar do golpe e puxar três cartas de dentro da manga, pronto para também atacar. Antes que aquilo pudesse virar uma luta, Sara se colocou entre o Mestre das Cartas e a Mão de Noxus. Seria no mínimo interessante ver os dois lutando de igual para igual, uma vez que Darius estava sem armadura, mas Sara sabia que qualquer que fosse o final da luta, TF ia precisar de uma poção de cura. Para que gastar uma poção quando se pode evitar os ferimentos? Uma daquelas poções poderia ser a diferença entre a vida e a morte.

— Como entrou aqui? – Darius perguntou entre os dentes.

— Desde quando soldados noxianos são obstaculo?. – TF implicou.

Darius colocou uma expressão de ódio no rosto e só não partiu para cima do mago porque Sara estava entre eles. Twisted Fate realmente tinha que ser irritante justo naquele momento?

— Cala a boca TF! – Sara o repreendeu.

— O que ele veio fazer aqui? – Darius perguntou, dessa vez para Sara.

— Você deu ordens para que ninguém entrasse ou saísse da tenda da Invocadora. O que acha que eu vim fazer? – TF falou, com ironia.

Darius deu um ultimo olhar de ódio a TF, para depois dar as costas e sair da tenda. Quando Sara ficou sozinha com TF, ela se virou para ele e esbravejou:

— Enlouqueceu Tobias?!

— Você realmente ia aceitar ser noiva dele? – O mago perguntou parecendo indignado.

Não foi necessário mais nenhuma palavra para Sara entender que ele estava a espiando.

— Isso não é da sua conta! – Ela esbravejou. - Não acredito que você estava me espiando. Graves vai descer a mão na tua cara quando eu contar pra ele!

— Realmente acha que eu vi por querer? Malcolm não queria partir sem você e achou que você estava presa aqui!

Sara torceu o nariz, mas o mago estava certo. Darius com toda certeza havia dado uma ordem para que ninguém o interrompesse. O fato de ele estar sem armadura também fazia sentido, já que ele queria que fosse algo pessoal. Era fofo da parte de Graves ter falado tanto na cabeça do amigo até que ele aceitasse ir até ali para ver se Sara estava bem. Outra coisa era que TF gostava de brincar com a própria vida. Era mais do que esperado ele querer irritar Darius. No fim das contas, tudo havia sido exatamente como o esperado. Sara pegou a mochila em cima da cama, amarrou a capa de viajem no pescoço e partiu para a saida da tenda.

— É, talvez eu vire noiva dele. – Ela falou casualmente. – Mas antes eu quero conhecer Runeterra e aproveitar meu pai ao máximo. Obrigada por me salvar de uma decisão precipitada.

Twisted Fate ficou em silêncio, mas a seguiu para fora. Os dois andaram pelo acampamento até chegarem onde Graves esperava.

— Eu achei que não fosse mais vir. – Graves falou para ela. – Fiquei preocupado.

Sara sorriu para ele e o abraçou. O atirador a abraçou com carinho de volta e logo os três estavam na estrada, em direção ao porto.


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Notas finais do capítulo

O próximo capitulo, será algo mais relacionado a Sara conhecendo o mundo e também resolvi focar um pouco no Twisted Fate, como preparação para os proximos acontecimentos.Até o proximo capitulo :*



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