O mundo começa dando pequenas marteladas em minha mente, fazendo com que os meus músculos se movam com cada toque que eu escuto. De tantos toques e movimentos aleatórios eu não poderia esperar outra coisa... em algum momento, tudo isso explode, e desse ponto é que começam as situações desesperadoras da minha vida.

As ondas do mar começam a se movimentar numa harmonia visual e sonora, e os ventos que o oceano traz encostam no meu rosto e em minhas roupas. Minha saia gira em perfeita sincronia com meu casaco naquele lugar quase escuro. Escuto vozes, e começo a me desesperar. Não quero mais escutar, mas sou curioso e olho ao redor. Minha cabeça fica muito confusa, mas olho direto para frente para tentar me orientar.

Perco o controle da situação, e não sei para onde ir. As ondas me confundiram, e minha mente começa a girar mais. Me agrupo para tentar deter a ansiedade, mas tudo se dispersa. O silêncio já não existe mais.

Vejo mais pessoas ao meu redor, todas exalando os estados de desconfiança, insegurança e medo. Olhamos para as ondas do mar que se formam novamente, e elas ficaram mais fortes. Fomos levados por aquela harmonia hipnotizante, sedutora. Talvez a melhor situação fosse deixar um de nós domar a situação do grupo, e ele tentou bravamente nos ajudar. E mesmo falhando, estampava um sorriso no rosto.

Meus ossos deixaram de se enrijecer quando uma dupla de anjos veio para conter todas essas emoções. Mas durante sua performance, as ondas começaram a se revoltar, e o mundo começou a girar novamente. Sem muito o que fazer os anjos chamaram a atenção para si, e fizeram com que todos repetissem sua performance para conter toda aquela angústia.

O silêncio quase voltou com a presença dos anjos, mas as coisas ruins a nossa volta eram violentas demais...

Todos se desnorteavam mais uma vez, querendo encontrar uma saída de toda aquela situação. E bem ao fundo, um dos guerreiros do grupos se dispôs a ajudar. Era o guerreiro calado, mas sério e bem instruído. O grupo tentava se reorganizar, mas tudo parecia piorar, mesmo com o guerreiro tentando com todas as suas forças. Não indo sozinho enfrentar todo aquele desespero, outro do grupo resolveu se sacrificar. Apesar de um pouco confuso, ele fez o máximo que pôde.

Os anjos se mostraram mais uma vez, cada um mostrando seu brilho individualmente. O primeiro anjo sofria mais, estava desesperado, mas tentava a todo custo resolver essa violência que afligia o grupo. O segundo anjo era mais engajado, e com mais energia que seu companheiro. Em certo momento, conseguiu o foco de toda essa revolta do ambiente para si.

Nesse foco, conseguiu fazer com que toda a angústia e sofrimento se expandissem mais. O grupo começou a seguir o fluxo da violência para tentar sobreviver. E dentre todos, o mais velho surgiu para amenizar a dor do coletivo. Ele não era um anjo, mas fazia uma performance como tal. O mundo foi diminuindo, se condensando ao máximo. Começou a se perceber os últimos sinais da desgraça. Ela estava indo embora. Durante esse turbulento extinguir da mal, pode-se notar os sintomas iniciais em todos ali presentes.

Mas sempre o mal repousa onde menos se espera... E então eu abro os olhos e escuto mais uma vez o sinal do colégio.