Sara estava na sala de convivência. O turno havia sido cansativo, não via a hora de ir para casa, ver Eli e Arthur e depois se jogar em sua cama para uma bela tarde de sono enquanto seu marido trabalhava.  

— Você está péssima. 

Alguém entrava na sala e aquela voz ela conhecia bem, era seu maravilhoso marido com suas frases irônicas. Ele serviu um grande café bem forte para sua esposa e largou sobre a mesa. 

— Ainda falta uma hora pro seu turno. – Ela comentou. 

— Eu sei, deixei os meninos com a preceptora, tinha uns relatórios para finalizar do turno anterior. 

— Papéis, que mágico. – Ela falou irônica. 

Ele estava saindo da sala quando voltou-se para ela. 

— Sara, eu sei que anda difícil de a gente se encontrar. – Ele soltou um sorriso amarelo. – Mas acha que conseguimos nos ver no fim do meu turno? Estou precisando falar contigo. 

— É algo sério? 

— Não muito. Pode esperar. – Ele sorriu. – Só queria sua opinião. – Ele piscou. 

Greg vinha chegando quando ouviu o final da conversa. 

— Oh não acredito. O chefinho pedindo opinião de alguém para decidir alguma coisa. Não é que as coisas mudaram mesmo senhor Grissom. – Ele riu. 

— Cala boca Greg. – Sara e Grissom falaram uníssonos.  

— Não está mais aqui quem falou. – Greg levantou as mãos como rendido. – Sara, tem uma visita para você lá na recepção. 

— Quem? 

— Elizabeth Wynard. 

— Ela me pegou em um ótimo momento. – Suspirou. – Hoje não vou ficar para falar com vocês. Estou exausta e vamos ver o que a Elizabeth quer...  

... 

— Desculpe ter te buscado no emprego, mas eu queria lhe fazer uma pergunta que não poderia deixar para depois. 

A senhora e Sara haviam ido para o mesmo café do dia em que se conheceram. Sara colocou um óculos escuro, ainda era final da tarde quando saiu e tinha um pouco de sol, porém o óculos, na verdade, eram para esconder as olheiras de sono. Ela pediu um café bem forte e Elizabeth um cappuccino. 

— Não tem problema. – Na realidade tinha, ela estava morrendo de sono. – O que a senhora deseja? 

— Bem é que eu irei voltar para minha cidade no final da próxima semana, Los Angeles. E confesso que parte do meu coração ficará com Arthur aqui em Vegas. Eu sei que pode parecer meio maluco, mas por que vocês não voltam comigo? Sara, tenho todo o suporte para manter você e Arthur em minha casa, ele teria por perto os tios, avós, e toda sua família. 

Sara demorou mais que alguns segundos para entender o que Elizabeth estava lhe propondo. Aquilo era impensável, para não dizer absurdo. 

— Desculpe-me senhora Wynard. Isto está fora de cogitação. Grissom, Arthur e eu somos uma família. Fora que tudo que Arthur sempre conheceu como família está aqui em Vegas. Obvio que podemos pensar em uma viagem para que ele possa conhecer a parte da família do pai dele, durante as férias escolares, mas não iremos sair daqui. 

— Sara, eles não são a família de verdade de Arthur. Nós somos. Os Wynard são. – Elizabeth se alterou. – Arthur não é um Grissom, seu marido não é o pai do meu neto. 

Enfática então a mulher saiu deixando o dinheiro da conta paga. Sara no momento não preferiu falar nada, sabia que a mãe de Taylor assim como ela estava um turbilhão de emoções e acreditava que dentro de uns dias elas conversariam e combinariam uma viagem nas férias escolares dos meninos para poderem ir conhecer o resto da família Wynard.