A Senhora da Sorte escrita por Ana Letícia


Capítulo 12
O bracelete




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Andrômeda precisava ser rápida. Fuçar o quarto dos pais de Pablo não estava nos seus planos, mas rapidamente ela encontrou um cofre atrás de um quadro de cãezinhos fofos.

O cofre era fechado a chave, e isso era um problema. Andrômeda procurou um grampo de cabelo e apertou firme o colar, ela precisava de sorte.

Ela cutucou a fechadura com o grampo como viu várias vezes nos filmes, e por sorte, o cofre se abriu, lá dentro haviam pequenas caixas e dinheiro. E ela pegou a caixa mais antiga, era feita de porcelana e tinha o nome Torres. Ela a abriu e encontrou um bracelete de ouro com pedras verdes por toda a roda contornadas por ouro branco. Sem pensar, Andrômeda colocou o bracelete em seu pulso e pensou em algo que não sabia, e de repente diversas informações eletrizaram sua mente, lendas mexicanas, toda a história dos EUA, sua cabeça latejou e ela arrancou o bracelete. Nada de usar até ter certeza de como funcionava.

Com muita agilidade, ela trancou o cofre e pôs o quadro de volta no lugar, apagou a luz e fechou a porta.

Ela enfiou o bracelete dentro da bota e pegou o telefone para ligar para os pais de Pablo enquanto jogava o resto do chá dele na pia da cozinha.

— Senhora Hinostroza? - ela tentou parecer desesperada e apertava a pedra do colar com força.

— Andrômeda? O que aconteceu?

— O Pablo, ele bateu a cabeça e desmaiou. - Andrômeda forçou um soluço.

— Ah, meu Deus, manda o Lorenzo levar ele ao hospital, já estamos indo.

— O Lorenzo não está em casa.

— Então estamos indo para casa, não vamos demorar, tente acordar ele.

Andrômeda desligou e um sorrisinho brotou em seus lábios.

Ela já não sentia mais culpa, aquela família tinha roubado a sua sorte, então ela roubara o cérebro deles.

***

Cinco minutos depois, Lorenzo escancarou a porta do quarto de Pablo. E Andrômeda tratou de fazer uma cara de preocupação.

— Ele não acorda. - disse ela.

— Ele parecia bem quando saí. - disse Lorenzo sacudindo o irmão.

— Podemos tentar respingar água fria no rosto dele. - disse uma voz encantadora.

A garota era alta, olhos de um azul extremamente forte, nariz arrebitado e cabelos negros na altura dos ombros. Lamína usava um vestido branco casual decotado e parecia tranquila. Seus cílios estavam cobertos por uma generosa camada de rímel e a boca bem desenhada estava levemente avermelhada.

— Talvez funcione. - disse Andrômeda.

— Eu pego a água. - disse Lamína.

Lamína saiu do quarto, e Lorenzo parecia muito preocupado.

— Há quanto tempo ele está assim? - ele quis saber.

— Uns 10 minutos.

— Isso não é bom. A pancada pode ter sido grave.

— Não foi muito forte, doeu mais pelo susto. - Andrômeda começou a ficar assustada.

Será que ela causara algum dano na cabeça do coitado do Pablo? Ela estava com raiva dele, mas por causa da família dele, ele não merecia aquilo.

Lamína voltou com a água.

— Me dá aqui. - pediu Lorenzo.

Ele bebeu a água. Lamína e Andrômeda franziram a teste, mas ele deixou um pouco e jogou na cara de Pablo.

Pablo abriu os olhos e pôs as mãos na cabeça.

— O que deu em você, Lorenzo?

— Ele vai viver! - disse Lorenzo.

Nesse momento o senhor e a senhora Hinostroza entraram no quarto.

— Ainda bem que ele acordou, eu estava tão preocupada! - disse a senhora Hinostroza.

— Sorte a nossa Lamína ter a ideia de jogar água fria nele. - disse Andrômeda.

E só então eles notaram que a jovem estava ali parada perto da porta.

— Ah, Lamína. - disse o sr Hinostroza. - Ouvimos falar muito bem de você.

Lamína deu um sorriso encantador.

— É um prazer conhecê-los. - disse Lamína.

— Igualmente, mas precisamos levá-lo ao hospital, venha Pablo. - disse a senhora Hinostroza.

— Eu compreendo. - disse Lamína.

E então, o senhor e a senhora Hinostroza carregaram um Pablo sonolento para o carro.

— Por favor, me mantenham informada. - pediu Andrômeda.

E nisso, Andrômeda ficou lá com Lorenzo e Lamína.

Lorenzo era muito parecido com Pablo, mas tinha um corpo mais definido e um rosto mais marcante, Andrômeda também seria louca por ele como todas as meninas da escola, mas ela gostava de rapazes loiros, e os cabelos de Lorenzo eram negros com cachos abertos.

— Vou pegar um refri e esquentar pizza, vocês tão afim? - disse ele.

— Pode ser. - disse Andrômeda.

— Tem refri light? - perguntou Lamína.

Lorenzo sorriu e foi para a cozinha.

— Então você namora o Pablo? - perguntou Lamína.

— Sim. - disse Andrômeda desconfortável.

— Namoram há muito tempo?

— Hum, não.

Lamína a encarava de um jeito estranho, como se quisesse ver através dela. Andrômeda não estava gostando disso. De repente ela sorriu de forma enigmática.

— Colar bonito.

— É, obrigada.

— Onde o comprou?

Andrômeda apertou e pedra, e Lorenzo voltou com os refrigerantes.

— Me ajuda a pegar a pizza, linda? - disse ele à Lamína.

— Claro. - disse ela.

Andrômeda abriu uma lata de refrigerante e começou a beber. Ela precisava dar o fora dali logo. Enquanto eles não voltavam, Andrômeda pôs o celular para despertar dali a cinco minutos. Ela o guardou assim que os outros voltaram para a sala, e colocou o colar por dentro da roupa.

— Espero que goste de calabresa, Andrômeda. - disse Lamína.

— É a minha favorita. - ela sorriu.

Andrômeda pegou uma fatia de pizza e começou a comer devagar, mastigando lentamente para não dar brecha para mais perguntas, só precisava ficar ali mais alguns minutos e…

O celular tocou. Era o alarme, mas ela fingiu atender uma ligação.

— Mas agora? - disse ela. - Está bem.

E fingiu desligar o celular.

— Desculpa, gente, eu tenho que ir, minha mãe precisa de mim pra uma coisa, me liga assim que tiver notícias, ok? - pediu ela.

— Claro, até mais. - disse Lorenzo.

— Foi um prazer, Andrômeda.

— Igualmente, Lamína.

Andrômeda olhou a hora, estava quase na hora de deixar a pulseira de Lana no local marcado, na noite anterior ela enviara um torpedo anônimo para Lana, dizendo que a pulseira estaria em uma das árvores da praça a partir das 15h.

O bracelete estava incomodando conforme Andrômeda andava, e ela resolveu tirá-lo da bota e experimentar novamente. Feito isso, um milhão de informações cruzaram sua cabeça, várias ideias se formavam.

Para quê continuar esse jogo com Lana? Qual a graça em se esconder atrás de um pseudônimo? Ela deveria fazer Lana sofrer e assinar seus feitos bem na cara dela. Andrômeda respirou fundo, sabia que aquelas ideias vinham do bracelete e não dela, mas se o bracelete da super inteligência sugeriu aquilo, quem era ela para discordar?

Ela devolveria a pulseira de Lana pessoalmente.


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