A Senhora da Sorte escrita por Ana Letícia
Mais tarde depois da aula de educação física, Andrômeda começou a se perguntar se não tinha exagerado na vingança contra Lana. Confirmou a teoria depois do jantar quando logou no facebook e viu várias pessoas compartilhando a foto horrível de Lana sem maquiagem, a cara dela era realmente cheia de marcas de espinhas e de novas espinhas.
Com a legenda, “eu sou uma grande vadia”, vários garotos comentavam dizendo, “não acredito que eu era afim de você”, e as garotas comentavam “propaganda enganosa ein, Lana”.
Andrômeda lembrou-se do quanto a sede de vingança tomou posse dela quando ela estava no vestiário. Ela escrevera a primeira nota:
“Cuidado, Lana, eu sei de tudo!”
E já estava pra sair do vestiário quando se deu conta de que Lana merecia mais que aquilo, por todas as vezes que a machucara e culpara por tudo.
Então escreveu um novo bilhete:
“Aonde foi parar a sua pulseira de ouro branco? Espero que ela não tenha caminhado até a loja de onde você a roubou! Fica esperta, Winters.
— G.B”
Andrômeda usou as iniciais G.B, que significava Great Bitch, ou seja, grande vadia em inglês, era como Lana chamava a maioria das meninas da escola em seus diários.
E então pegou emprestada a pulseira roubada de Lana e deixou outro bilhete no banco.
“ Quer a sua pulseira de volta, Winters? Então posta no seu facebook uma foto sua sem maquiagem, sem filtro e sem photoshop, com a legenda “eu sou uma grande vadia” e deixe lá por uma hora. Só assim saberei o quanto você a quer de volta. Ou devo devolver para a loja? Você tem até às 19h.
— G.B ”
Andrômeda não esperava que Lana realmente postasse a foto como exigia o bilhete, afinal ela tinha o anel, se alguém a acusasse de algo ela poderia simplesmente dizer o contrário.
Andrômeda tentou relaxar. Ela iria devolver a pulseira da Lana, mas estava mesmo era se sentindo culpada por Pablo.
O garoto não saia da cola dela, e ela prometera à Daniel que resolveria isso.
Mas tinha a sensação de que não devia terminar com ele ainda.
No dia seguinte era sábado, e Andrômeda planejava ficar em casa fazendo vários nadas como de costume, mas já era tarde da noite quando recebeu uma mensagem de Pablo.
— Quer vir aqui em casa amanhã ?
— Pra quê?
— Podemos comer, assistir …
— Ah.
Andrômeda não via motivo para fazer isso na casa dele quando fazia isso muito bem em casa.
— Vai ser legal – ele insistiu.
— Tá bem, se meus pais deixarem eu vou.
Isso era genial,porque ela sequer iria pedir aos pais.
Pablo estava digitando,e Andrômeda simplesmente pegou no sono.
Acordou no ida seguinte, e tinha algumas mensagens de Pablo em seu celular.
— Falei com sua mãe, não precisa se preocupar em pedir, ela deixou você passar o dia aqui.
E outra que dizia:
— Passo aí pra te buscar às 9h.
Andrômeda olhou o relógio do celular, 8:35.
Pegou a almofada, apertou no rosto e deu um grito de frustração. Ela não queria passar o dia com Pablo.
Sem saída, ela arrancou a roupa e foi para o banho.
Quando desceu para falar com sua mãe, a ouviu falar no telefone.
— Mas você tem certeza disso? Eu nunca sequer o vi! - disse a mãe dela.
— Meu Deus! - disse ela depois de alguns segundos.
Curiosa, Andrômeda pegou o outro telefone fixo para escutar a ligação, e ouviu a voz de sua avó.
— Claro que tenho certeza, o colar devia ter sido nosso, devia ter sido seu, e agora de Andrômeda.
— Como a senhora só descobriu agora? - perguntou a mãe.
— Achei uma antiga carta da minha avó, e ela contou do colar mágico e como ele dá sorte, ele devia estar em nossa família há décadas, mas foi roubado. - disse a avó.
— Por quem?
— Pelos Torres.
— Torres? Não conheço ninguém com esse sobrenome. - exclamou a mãe.
— Nem eu, mas vou descobrir quem roubou a nossa herança de família, quem roubou a nossa sorte.
— E será que é verdade? A lenda da Senhora da Sorte?
Andrômeda colou ainda mais o telefone no ouvido.
— Se essas joias existem, aposto que a lenda é verdadeira também. - disse a avó.
— Queria poder usá-las.
— Só Andrômeda pode usá-las. Ela não pode saber disso!
— Por que não?
E nesse momento a campainha tocou, e Andrômeda odiou Pablo mais que nunca.
Andrômeda devolveu o telefone pro lugar com cuidado e foi abrir a porta.
Pablo estava com uma cara de pateta, e um sorriso bem idiota.
— Vamos? - disse ele.
— Vamos. - disse Andrômeda.
E ao se virar para fechar a porta e gritar “tchau, mãe”, ela revirou os olhos.
***
Andrômeda não podia acreditar no que estava acontecendo. Então o colar sempre pertencera à sua família, e ela deveria tê-lo recebido como herança como Lana recebeu o anel de sua mãe, mas foi roubado pela família Torres.
Será que a família de Pablo roubara da família de Andrômeda? Ou roubara da família Torres? Só tinha um jeito de descobrir.
Minutos depois eles chegaram a casa de Pablo, ela mal ouvira o que ele tagarelou o caminho inteiro.
Eles entraram na casa. Andrômeda nunca tinha ido a casa dele, ele grande e bonita, na sala de estar havia um grande quadro com o retrato da família Hinostroza, Pablo, seus pais e seu irmão mais velho, Lorenzo.
Andrômeda olhou ao redor e haviam mais quadros na parede, Pablo notou que ela os olhava.
— Essa é minha bisavó. - ele apontou para o retrato de uma senhora com aspecto brincalhão, ela estava com trajes de festa antigo, e com o colar no pescoço.
— O colar foi dela também?
— Sim, o colar já era da minha mãe quando o retrato foi tirado, mas ela o achava tão bonito que pediu para ser fotografada com ele, ela morreu alguns meses depois.
— Sinto muito. - disse Andrômeda pensativa.
Se a bisavó de Pablo possuíra o colar, então a família dele poderia ter roubado mesmo.
Andrômeda precisava perguntar sem parecer suspeita.
— O colar sempre foi dela? Ou foi da mãe dela também?
— Ah, sim, foi da mãe dela, ela, hum, o comprou, eu acho.
— Entendi.
— Como ela se chamava? A sua bisavó?
— Carmem. - Pablo riu.
— Por que está rindo?
— Ah, era que a minha bisa gostava de ser chamada pelo nome de solteira, ela nunca usou o sobrenome Hinostroza. Tinha orgulho demais dos ancestrais, a mãe dela também não mudou o sobrenome.
— E qual era?
— Torres.
— Ah, Torres. É um belo sobrenome.
Andrômeda apertou com força a própria mão, enfiando com força as unhas na carne.
Então estava namorando um garoto da família ladra de colares mágicos.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Desculpem a demora kk