A Senhora da Sorte escrita por Ana Letícia


Capítulo 10
Herança de família




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Mais tarde depois da aula de educação física, Andrômeda começou a se perguntar se não tinha exagerado na vingança contra Lana. Confirmou a teoria depois do jantar quando logou no facebook e viu várias pessoas compartilhando a foto horrível de Lana sem maquiagem, a cara dela era realmente cheia de marcas de espinhas e de novas espinhas.

Com a legenda, “eu sou uma grande vadia”, vários garotos comentavam dizendo, “não acredito que eu era afim de você”, e as garotas comentavam “propaganda enganosa ein, Lana”.

Andrômeda lembrou-se do quanto a sede de vingança tomou posse dela quando ela estava no vestiário. Ela escrevera a primeira nota:

Cuidado, Lana, eu sei de tudo!”

E já estava pra sair do vestiário quando se deu conta de que Lana merecia mais que aquilo, por todas as vezes que a machucara e culpara por tudo.

Então escreveu um novo bilhete:

Aonde foi parar a sua pulseira de ouro branco? Espero que ela não tenha caminhado até a loja de onde você a roubou! Fica esperta, Winters.

— G.B”

Andrômeda usou as iniciais G.B, que significava Great Bitch, ou seja, grande vadia em inglês, era como Lana chamava a maioria das meninas da escola em seus diários.

E então pegou emprestada a pulseira roubada de Lana e deixou outro bilhete no banco.

Quer a sua pulseira de volta, Winters? Então posta no seu facebook uma foto sua sem maquiagem, sem filtro e sem photoshop, com a legenda “eu sou uma grande vadia” e deixe lá por uma hora. Só assim saberei o quanto você a quer de volta. Ou devo devolver para a loja? Você tem até às 19h.

— G.B ”

Andrômeda não esperava que Lana realmente postasse a foto como exigia o bilhete, afinal ela tinha o anel, se alguém a acusasse de algo ela poderia simplesmente dizer o contrário.

Andrômeda tentou relaxar. Ela iria devolver a pulseira da Lana, mas estava mesmo era se sentindo culpada por Pablo.

O garoto não saia da cola dela, e ela prometera à Daniel que resolveria isso.

Mas tinha a sensação de que não devia terminar com ele ainda.

No dia seguinte era sábado, e Andrômeda planejava ficar em casa fazendo vários nadas como de costume, mas já era tarde da noite quando recebeu uma mensagem de Pablo.

— Quer vir aqui em casa amanhã ?

Pra quê?

— Podemos comer, assistir …

— Ah.

Andrômeda não via motivo para fazer isso na casa dele quando fazia isso muito bem em casa.

— Vai ser legal – ele insistiu.

— Tá bem, se meus pais deixarem eu vou.

Isso era genial,porque ela sequer iria pedir aos pais.

Pablo estava digitando,e Andrômeda simplesmente pegou no sono.

Acordou no ida seguinte, e tinha algumas mensagens de Pablo em seu celular.

— Falei com sua mãe, não precisa se preocupar em pedir, ela deixou você passar o dia aqui.

E outra que dizia:

— Passo aí pra te buscar às 9h.

Andrômeda olhou o relógio do celular, 8:35.

Pegou a almofada, apertou no rosto e deu um grito de frustração. Ela não queria passar o dia com Pablo.

Sem saída, ela arrancou a roupa e foi para o banho.

Quando desceu para falar com sua mãe, a ouviu falar no telefone.

— Mas você tem certeza disso? Eu nunca sequer o vi! - disse a mãe dela.

— Meu Deus! - disse ela depois de alguns segundos.

Curiosa, Andrômeda pegou o outro telefone fixo para escutar a ligação, e ouviu a voz de sua avó.

— Claro que tenho certeza, o colar devia ter sido nosso, devia ter sido seu, e agora de Andrômeda.

— Como a senhora só descobriu agora? - perguntou a mãe.

— Achei uma antiga carta da minha avó, e ela contou do colar mágico e como ele dá sorte, ele devia estar em nossa família há décadas, mas foi roubado. - disse a avó.

— Por quem?

— Pelos Torres.

— Torres? Não conheço ninguém com esse sobrenome. - exclamou a mãe.

— Nem eu, mas vou descobrir quem roubou a nossa herança de família, quem roubou a nossa sorte.

— E será que é verdade? A lenda da Senhora da Sorte?

Andrômeda colou ainda mais o telefone no ouvido.

— Se essas joias existem, aposto que a lenda é verdadeira também. - disse a avó.

— Queria poder usá-las.

— Só Andrômeda pode usá-las. Ela não pode saber disso!

— Por que não?

E nesse momento a campainha tocou, e Andrômeda odiou Pablo mais que nunca.

Andrômeda devolveu o telefone pro lugar com cuidado e foi abrir a porta.

Pablo estava com uma cara de pateta, e um sorriso bem idiota.

— Vamos? - disse ele.

— Vamos. - disse Andrômeda.

E ao se virar para fechar a porta e gritar “tchau, mãe”, ela revirou os olhos.

***

Andrômeda não podia acreditar no que estava acontecendo. Então o colar sempre pertencera à sua família, e ela deveria tê-lo recebido como herança como Lana recebeu o anel de sua mãe, mas foi roubado pela família Torres.

Será que a família de Pablo roubara da família de Andrômeda? Ou roubara da família Torres? Só tinha um jeito de descobrir.

Minutos depois eles chegaram a casa de Pablo, ela mal ouvira o que ele tagarelou o caminho inteiro.

Eles entraram na casa. Andrômeda nunca tinha ido a casa dele, ele grande e bonita, na sala de estar havia um grande quadro com o retrato da família Hinostroza, Pablo, seus pais e seu irmão mais velho, Lorenzo.

Andrômeda olhou ao redor e haviam mais quadros na parede, Pablo notou que ela os olhava.

— Essa é minha bisavó. - ele apontou para o retrato de uma senhora com aspecto brincalhão, ela estava com trajes de festa antigo, e com o colar no pescoço.

— O colar foi dela também?

— Sim, o colar já era da minha mãe quando o retrato foi tirado, mas ela o achava tão bonito que pediu para ser fotografada com ele, ela morreu alguns meses depois.

— Sinto muito. - disse Andrômeda pensativa.

Se a bisavó de Pablo possuíra o colar, então a família dele poderia ter roubado mesmo.

Andrômeda precisava perguntar sem parecer suspeita.

— O colar sempre foi dela? Ou foi da mãe dela também?

— Ah, sim, foi da mãe dela, ela, hum, o comprou, eu acho.

— Entendi.

— Como ela se chamava? A sua bisavó?

— Carmem. - Pablo riu.

— Por que está rindo?

— Ah, era que a minha bisa gostava de ser chamada pelo nome de solteira, ela nunca usou o sobrenome Hinostroza. Tinha orgulho demais dos ancestrais, a mãe dela também não mudou o sobrenome.

— E qual era?

— Torres.

— Ah, Torres. É um belo sobrenome.

Andrômeda apertou com força a própria mão, enfiando com força as unhas na carne.

Então estava namorando um garoto da família ladra de colares mágicos.


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Notas finais do capítulo

Desculpem a demora kk



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