Amor proibido escrita por Bora ser feliz


Capítulo 36
Capítulo 36


Notas iniciais do capítulo

AHAHHAHA Saudades peoples!! Gente sem comentários sobre o meu sumiço, eu sei que dá muita raiva quando a pessoa demora um século pra postar, e eu peço desculpas de todo o coração por isso. A explicação sempre a mesma de todos os sumiços kkk, eu me metendo em um monte de projetos da faculdade, me atolando até o pescoço e sem tempo de respirar. Mas, cá estou eu, de novo kkkk.
Espero que gostem :3



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Roslyn arfou. Os seus dedos viajaram até os seus lábios para conter o soluço de horror que se formou em sua garganta.

            Seu pai vivo era como um pesadelo que vinha apavorá-la depois de acordar de um sonho particularmente bom. Só de imaginar ouvir aquela voz novamente, todo o seu corpo estremecia de repulsa. De repente, lembranças ruins dominaram seus sentidos a fazendo cambalear para trás.

            Alaric rapidamente a amparou. A mão em seu cotovelo, quente e protetora, a fez piscar.

            – Respire. – Alaric sussurrou suavemente.

            Só então Roslyn voltou a engolfar o ar com os lábios entreabertos. Seu peito expandiu e se comprimiu em um movimento rápido.

             – Como sabe? – Ela indagou com o rosto branco pelo choque.

            – A cova dele estava vazia.

            Ela estreitou os olhos.

            – Profanou terreno sagrado.

                – Não. – Alaric negou lentamente, cruzando os braços na frente do peito amplo.  – O seu pai fez isso ao cavar uma cova vazia. Eu somente a encontrei. Isso não importa agora, Roslyn.

            Ela afastou uma mecha de cabelo do rosto. Seus dedos se demoraram nos fios, rugas de preocupação nublaram suas feições. Seus joelhos cederam minimamente sobre seu peso.

            – Tem razão. Isso não importa, por que ele vai me achar. Aonde quer que ele esteja. Ele vai me encontrar. – Ela sussurrou. As lágrimas mal contidas se acumulando nos olhos azuis. – E quando isso acontecer, talvez seja tarde demais.

            – Ele não vai chegar perto de você. Não vou permitir.

            – Ele já fez isso antes. – Ela umedeceu os lábios secos. – Era ele. Agora, eu sei. Naquele dia no corredor, a voz dele...

            Roslyn recuou até trombar contra algo sólido e duro. Seus joelhos se dobraram e a madeira fria a recebeu com braços gélidos. O calor que se desprendia da lareira não a alcançava, nem mesmo a voz de Alaric.

            – Tem certeza disso?

            Os dedos gordurosos em seu pescoço eram iguais aos dedos que constantemente apertavam o seu braço quando era pequena. E o hálito azedo inconfundível, de cevada e terra morta, era o mesmo que a perseguia todos os dias antes da invasão.

            – Tenho.

            Com os dedos comprimidos em seu regaço, Roslyn fechou os olhos. A sua saliva desceu rasgando quando ela tragou em seco, a língua pesada no céu da boca e os cílios úmidos a baterem contra suas bochechas salientes.

            Não podia acreditar que o seu pior medo estivesse se concretizando. O seu pior pesadelo em caracteres reais, a se desenharem em formas assustadoras em sua mente.  A escuridão a envolvê-la como uma corda forte e desesperadora.

            Alaric sentou ao seu lado, mas nem mesmo a sua presença conseguiu confortá-la.

            – Céu... – Ele envolveu suas mãos enormes nas dela. Os dedos dela cederam sobra a pressão dos dedos calosos, deixando que ele a confortasse com o seu calor, com a sua força. – ...Estou aqui. Vou protegê-la até o último dos meus dias, não duvide disso nem por um momento.

            Ela assentiu com a garganta fechada, os olhos cerrados.

            – Eu fracassei naquele dia. – Alaric falou com a voz dura. Era impossível não notar como ele se repreendia por isso. – Mas, aquilo não irá se repetir. Não irá. – Repetiu mordaz.

            Roslyn abriu os olhos, suas mãos acariciaram as de Alaric em um agradecimento mudo por suas palavras.

            Alaric se aproximou ainda mais, seus dedos puxaram a nuca de Roslyn, enredando-se nos fios ruivos, seus lábios buscaram os dela, tão frios. Ele queria poder sugar, com aquele beijo, todo o medo e dor que a atormentava, mas ele não podia fazer mais do que segurá-la entre seus braços e garantir, que nada, nem ninguém, iria machucá-la, nem mesmo encostar um dedo em um de seus preciosos fios.

            Ela escalou sobre ele, o envolvendo como uma criança assustada, mesmo que seu corpo sobre o dele não se assemelhasse a nenhum contato fraternal. Suas respirações se misturaram, as mãos dela embalaram a face de Alaric, a ponta do nariz congelado e sardento encontrou a ponta do dele.

            – Sabe por que eu não gosto do inverno?

            Ele negou. Ela se afastou.

            – Por que parece que ele não tem fim. – Uma ruga se formou em sua testa transparecendo a sua angústia. Alaric a encarou. – Faça ter um fim. Por favor.

************

             Alaric fechou e abriu o punho. A espada pesou em sua mão. Gotas de suor deslizavam por sua face e por suas costas. O frio e o cansaço pareciam incapazes de fazer o rosto vulnerável de Roslyn deixar sua mente.

            Sebastian acompanhou suas pisadas em direção a Fortaleza. A neve parecia ceder cada vez mais sobre os seus pés, como lama, engolindo a bota de couro.

            – Roslyn disse que o homem, naquele dia no corredor, era seu pai. – Comentou quando passaram pela arcada que separava a parte central do clã das pedras antigas da Fortaleza.

            – Ela tem certeza?

            Alaric assentiu.

            – Não acredito que ele estava tão perto de nós e não o pegamos.  – Sebastian resmungou alguns impróprios quando passaram pelo enorme salão. Seus dedos fizeram um caminho até os fios loiros, antes de jorrar em poucas palavras as suas suspeitas. – Noite passada havia uma fogueira depois das muralhas. No alto das colinas.

            Alaric parou, seu olhar se deteve no alto das escadas que levava até os quartos. Ele fez um sinal mudo para que Sebastian o seguisse até uma das saletas mais afastadas do salão. Só depois de fechar a porta com a fechadura, ele permitiu que o amigo prosseguisse.

            – Mandei um dos homens até lá. Quando chegaram, o fogo já estava apagado. Nenhum sinal de acampamento e nem de armas, somente o fogo apagado. Parecem estar sempre um passo a nossa frente. – Sebastian grunhiu em pura frustração.

            – Não por muito tempo. – Alaric sussurrou. Ele olhou para além dos campos recobertos de neve do clã e seu olhar se deteve na enorme muralha. – A hora dele irá chegar, enquanto isso quero que prepare os nossos homens o mais rápido possível. Quando eles vierem para nós, estaremos preparados.

Sebastian sorriu em expectativa, o olhar refletindo todo anseio por aquela guerra que estava prestes a explodir, como uma granada, em meio ao clã.


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Notas finais do capítulo

Bjssss e mil abraços!!! S2



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