Amor proibido escrita por Bora ser feliz


Capítulo 26
Capítulo 26


Notas iniciais do capítulo

Olaaa!! Feliz ano novo pessoinhass!!! Espero que gostem do capítulo :3



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Dias frios e inexpressivos permearam aquelas últimas semanas. Principalmente os dias obscuros e fechados de Alaric.

Ele olhou para os homens a sua frente com os pensamentos caóticos demais para se concentrar no exercício da manhã dos seus soldados.  

Deveria estar pensando em formas de encontrar o responsável pelo ataque de Roslyn.

Roslyn... Roslyn…

Aquele maldito nome que não saía da sua cabeça.

Tudo remetia a ela. Se olhava para o céu e via estrelas, lembrava-se de suas sardas. Se via arranjos de flores, lembrava-se do cheiro de sua pele fresca. Se olhava para a malha de sua camisa de um azul envelhecido, lembrava-se dos olhos cristalinos e brilhantes.

Era como fugir de uma sombra. Impossível despistá-la, já que ela sempre continuava em seu encalço, independente de quantas vezes fugisse.

Alaric quis lhe contar sobre Rachel e suas descobertas que poderiam ajudar na captura do agressor. Contudo, a postura fria e distante de Roslyn o impedia de falar mais do que um quantidade ínfima de palavras. Sempre com uma desculpa na ponta da língua, Roslyn escapava dele como se fosse água entre seus dedos. Escorregando para cada vez mais longe dele.

E Marion, com aquele jeito prático e materno, sempre a ajudava a se livrar de sua presença.

Não entendia o que estava acontecendo, nem por que Roslyn o evitava a todo custo, se esquivando de sua presença e de seus toques como se ele fosse a própria lepra.

Alaric não queria admitir. Mas, aquele distanciamento  estava o  matando  lentamente a cada dia que passava sem poder tê-la comprimida contra seu peito, sem poder tocar as madeixas ruivas e suaves.

No início, pensou que Roslyn havia recobrado a racionalidade e passado a evitá-lo. Contudo, parecia que havia algo muito maior envolvido. Foi pensando naquilo que Alaric encerrou as lições.

Nem ao menos parou para reclamar a desorganização clara dos homens com as armas, quando rumou impaciente e irritado para fortaleza. Nenhum deles se interpôs em seu caminho. Obviamente já conheciam o senhor das terras o suficiente para saber quando deviam evitá-lo a todo custo.  

O ar pareceu mais espesso a medida que Alaric andava em direção a uma das saletas escondidas da fortaleza.  Tentou controlar o gênio irado que parecia lhe dominar nos últimos dias, porém, quando irrompeu na pequena habitação fria e repleta de poeira, sentiu seu peito rugir irado ao ver a cena que se desenrolava a sua frente.

Edward estava debruçado sobre a cadeira em que Roslyn estava sentada, lendo em voz alta um pergaminho que ela havia estendido sobre o colo. Eles pareciam estar se divertindo e foi isso que mais o irritou, além da distância pequena entre os rostos irritantemente felizes. Saber que Edward conseguia fazê-la rir e ele não o aborreceu profundamente. Além do fato de que Alaric sabia, que daquela posição, Edward tinha uma perfeita visão privilegiada do colo farto de sua mulher.

Apesar de haver soldados do lado de fora da saleta, como ele havia ordenado, Alaric permitiu uma concessão a Roslyn e confiou em seu julgamento. Somente por isso, não pegou Edward pela gola e o arrastou para longe daquele cômodo. Para longe da sua Rosie. Porque se o fizesse, sabia que iria não só magoá-la. Iria acabar com qualquer chance de reconciliação, por mais pequena que fosse, que poderia haver entre eles.  Mesmo que ele não soubesse o que havia feito de tão errado para afastá-la daquela forma.  

— Vejo que estão desfrutando da companhia um do outro. — Não conseguiu conter a pequena indireta.

Foi com verdadeira prazer que viu o rubor tomar conta do rosto de Roslyn.

— Muitíssimo. — Edward respondeu, ainda debruçado sobre ela.  

Bastardo.

— Poderia nos dar licença? Quero trocar algumas palavras com a minha esposa.

Edward pareceu hesitante em deixar a saleta, mas Roslyn se ergueu, ainda com o pergaminho em mãos.  

— Pode nos deixar, Edward.

Alaric odiou ainda mais quando o homem acatou a ordem como um cãozinho pronto para agradar o dono. Edward pegou o pergaminho de suas mãos e deixou sobre uma das várias mesas que ocupava aquela saleta, abarrotada de prateleiras antigas que resguardavam relíquias passadas de outras gerações.

Alaric lançou um olhar mortífero para loiro quando este passou ao seu lado.

Não poderia perder Roslyn. Não perderia o seu pequeno anjo.

Ele caminhou a passos lentos até a mulher, com medo de assustá-la. Não obstante, ao olhar para o ângulo de seu queixo e a postura ereta, soube que o último que conseguiria era provocar tal reação nela.

— Como está? — Ele indagou suavemente correndo o olhar pela face abatida.

Alaric franziu o cenho ao notar sulcos escuros embaixo dos olhos brilhantes e bochechas secas que antes carregavam risonhas covinhas.

— Estou bem. Por que pergunta? — Alaric quase estremeceu ao ouvir a desconfiança clara na voz feminina.

— Quase não nos falamos mais, já que sempre está empenhada em embrenhar uma fuga para longe de mim. — Esperou Roslyn desmenti-lo, mas ela permaneceu em silêncio. As mãos recolhidas na frente do vestido de corte baixo. — Só quero saber como está, se não for exigir muito de você.

Não conseguiu controlar o deboche em sua  voz. Mas, toda aquela impotência o estava enlouquecendo. Roubando cada fio de sanidade que formava o seu juízo.

— Já disse que estou bem. — Roslyn falou exasperada, dando um passo atrás, porém a enorme cadeira a impediu.

Alaric rapidamente a apanhou e a trouxe contra o peito, antes que caísse nos estofado.

E então os dois paralisaram por alguns instantes.

Aquele modesto contato, mesmo que pequeno e efêmero, trouxe sensações prazerosas de reconhecimento aos corpos desejosos.

Aquela pequena linha onde os corpos se tocavam era uma linha tênue e perigosa. Naquele instante, eles pareciam estar sobre uma camada fina de gelo prestes a rachar. Cada passo, cada respiração e cada movimento mal dado faria rachar como cristal, o gelo, dando fim àquele momento precioso.

Alaric não se atreveu a se mexer. Por breves segundo se permitiu desfrutar do calor que despregava do corpo diminuto de Roslyn, do cheiro de rosas que exalava do seu cabelo, e da suavidade da pele dela em contato com a sua. E praticante fechou os olhos para apreciar aquele contato. Estava parecendo um rapazote tendo o primeiro contato com uma mulher. Mas, a verdade é que Alaric não conseguiu impedir que as mãos circundassem a cintura esguia e que o nariz desenhasse um arco elegante do pescoço feminino.

Tão suave e doce.

No entanto, um par de mãos pequenas e obstinadas se plantaram em seu peito e o afastaram bruscamente.

Alaric a olhou surpreso. Sem entender o que estava acontecendo ao olhar a expressão magoada e triste de Roslyn.

— Por que? — Ela indagou em um sussurro quebrado com lágrimas brilhantes nos olhos.

E sem mais inteiras e nem meias palavras, ela chamou pelos guardas e foi escoltada para longe da saleta. E mais importante, para longe dele.

♥♥♥

Alaric rondou pelo corredor mais vezes do que foi capaz de contar quando finalmente a velha porta rangeu e a senhora rechonchuda saiu.

Marion girou sobre os calcanhares e paralisou diante da visão daquele homem enorme, resguardado pelas sombras, com o olhar brilhante que pareciam refletir as chamas do inferno.

Não entendia como a sua menina podia ter tanta afeição por aquela criatura sanguinária. Porém, reconhecia que aquele homem se transformava quando se tratava de Roslyn. Seu olhar se tornava suave e caloroso e as feições relaxavam, desfazendo a crônica careta que ostentava no rosto a todo instante.

— Meu senhor deseja algo? — Indagou um pouco assustada, ainda com a mão agarrada na maçaneta pesada da porta, prestes a gritar por socorro se fosse preciso.  

Roslyn era uma excelente arma contra aquele homem. Muito melhor do que venenos e espadas.

— Se desejo algo?! — Ele rosnou, a pegando pelo braço e a arrastando para longe do quarto onde Roslyn estava. Marion reprimiu um som afogado de terror. — Desejo que me explique o que infernos há com Roslyn!

Ela o olhou em choque, tentando reprimir os instintos primitivos que a ordenavam para correr o mais rápido que pudesse para longe dele.

— Fale. — Ele sussurrou lentamente, aproximando a face retorcida de ódio, agarrado Marion com força. — Agora.

— O que quer que eu fale? — A pobre mulher tropeçou nas palavras, desesperada para se livrar daquele agarre de ferro.

— Quero que me explique exatamente o porquê de Roslyn estar fugindo de mim como se eu fosse o próprio monstro que a persegue em seus pesadelos.

— Eu também não sei meu senhor.

— O maldito inferno que não sabe! — Marion praticamente pulou de terror quando ele exclamou colérico. — Conte-me.

Marion estava prestes a falar a verdade. Contar tudo, no entanto, no último segundo,  se controlou. Não poderia trair a sua senhora daquela forma. Ela odiaria ver a mágoa em seu olhar quando descobrisse que fora ela que contará para ele sobre a traição. Por isso se conteve.

— Não há nada a contar meu senhor. Minha senhora só tem andado indisposta esses dias. — Ela tentou soar firme, mas Alaric não acreditou nem por um instante.

— Velha teimosa. — Ele falou entredentes, a largando logo em seguida. — Eu descobrirei por mim mesmo o que está acontecendo. E quando isso acontecer é melhor não estar sobre minhas vistas.

E quando o Alaric saiu tempestuoso pelo corredor escuro, Marion rezou por estar tomando a decisão certa.


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Notas finais do capítulo

Comentemm e deixem uma autora super feliz rsrs.
Estão achando o Alaric bem fofinho ou non?! Acho que a Roslyn está irritando alguns, mas não se preocupem o papo reto entre esses dois vai acontecer logo, logo, e vocês daqui a pouco estarão vomitando arco-íris com esse casal birrento rsrs.
Bjss e até o próximo capítulo!!