Isabella PDV

Edward era um maluco e eu não sabia. Eu estava desconfiada ainda sobre aquele papo que Emmet me contou por telefone, mas não era isso que me deixava agoniada. Era o Edward. Apenas o Edward. Ele era visualmente perfeito demais e isto me inibiu de uma forma que eu não esperava.

Subi naquela moto sentindo todos meus músculos tremerem, ridiculamente. Tentei evitar todo contato possível com aquela perfeição que era o corpo dele. Céus! Como um garoto normal pode ter um corpo tão... Tão... Através de sua camisa eu podia vislumbrar seu peito definido e, atrás, suas costas perfeitas. Era tão lindo que eu tinha medo de tocar. Porém, quando ele demonstrou seu lado um pouco insano, fui obrigada a me agarrar a ele com toda força que eu possuía.

(OHOH, que sacrifício não é?).

Edward praticamente voou pela estrada. Eu não conseguia enxergar bem pela rapidez que íamos. Minha vontade era de gritar infinitamente, mas eu não poderia fazer o maior papelão de “Bella, a covarde”.

Então, a saída para eu não pirar completamente foi me segurar o máximo possível em Edward... Nossa! Era uma sensação incrível: ele era quente, confortável. Realmente tranquilizador. Deu até vontade de ficar ali pelo resto da tarde, mas, infelizmente, chegamos. E eu só fui perceber isto quando a vibração e o som da moto cessaram senão, caso contrário, eu ficaria abraçada a Edward de olhos fechados até... O infinito e além talvez!

Olhei em volta. O lugar, a final, era um espaço aberto, depois de uma rua a margem da estrada. Um pouco dentro da floresta. Desci da moto com as pernas bambas, completamente abobalhadas. Quase fui ao chão, mas Edward estava me segurando. Tirei o capacete e em seguida coloquei meu boné que eu havia prendido no cós da calça.

− Você está bem, hum? – Ele perguntou docemente, tirando o capacete de minhas mãos e o colocando junto ao dele.

Edward passou a mão pelo cabelo, e em seguida tirou uma mecha do meu de meu rosto. Apenas respondi que sim com a cabeça. Eu odiava quando ele me deixava embasbacada deste jeito.

O cara era um sedutor nato. Preciso admitir. E eu que o achava apenas um metido a cavalheiro ridículo! Nossa! Eu estava completamente cega mesmo.

− Edward... – Minha boca falou na minha frente. Foi basicamente como se eu houvesse dito: “chega mais perto”.

Logo, ele estava realmente junto a mim. Meu corpo agia quase que por conta própria. Eu sequer enxergava o jipe de Emmet em algum lugar por perto, ou via os outros caras olhando para nós dois, provavelmente.

− Você é linda Bella... – Edward sussurrou perto de meu rosto, antes de alcançar minha boca.

Não foi o que ele disse, pois eu não fiz esforço para entender as palavras que ele pronunciou, mas foi o seu cheiro, a sua proximidade: isto tudo me fez ceder a ele um dos melhores beijos da minha vida.

Isto poderia estar ficando um pouco estranho, admito: Edward e eu nos beijarmos, hora sim, hora não, quando dava na telha. Mas a verdade é que eu estava acumulando coragem para falar com ele justamente sobre isto. Precisávamos achar um tempo para esta conversa, pois eu não me sentia a vontade sem entender o que ele poderia estar pensando. (OK, um pouco a vontade eu me sentia sim!).

− UHUUUU... – Os garotos uivaram.

Edward e eu nos afastamos um pouco e caminhamos em direção aos demais, que até já estavam espalhados pelo campo: Emmet, Tyler, Mike e Eric. Para disfarçar mina timidez, me coloquei logo a falar:

− Certo. Cadê o Jass, está faltando ele!

− Logo atrás de você! – Mike falou, apontando a direção.

Virei junto com Edward e vi o carro de Jasper estacionando. Ele saiu primeiro e deu a volta para a porta do carona. De lá, Alice saiu. Usava uma saia franzida por cima de uma calça colada e tênis All Star. Estava uma fofura. Depois, pensei que eles já viessem se juntar a nós, mas não. Jasper correu para a porta traseira e a abriu. De lá de dentro saíram Ângela, normalmente de jeans e camisa, e, surpreendentemente Jessyca e Rosely, porém, elas estavam diferentes. Além de estarem de mãos dadas (o que nunca, NUNCA, acontecia), ambas usavam saia jeans, um pouco curtas para meu gosto, blusas baby-look e botas de marca, o que era um tremendo exagero.

Senti os músculos de Edward se contrair ao meu lado. Logo, minhas suspeitas voltaram.

De qualquer forma, sorri ao ver praticamente minha turma toda aqui novamente. Jasper veio logo em minha direção. O abracei feliz. Depois, abracei Alice, a final, não havia motivos para não abraçá-la. Abracei Ângela sem problema algum. Depois, foi a parte mais difícil.

Da última vez que pensei em Rosely foi o quanto eu queria matá-la por ter bolado aquele tosco plano que deu errado. Porém, já fazia tanto tempo que eu havia desistido de querer enforcá-la. Mas alguma coisa havia de muito errado na expressão dela. Ela trazia aquele seu sorriso amarelo, o qual ela só usava com quem ela não ia com a cara, ou com Emmet, às vezes. Mas comigo? Por que comigo?

E, depois, ainda tinha Jessyca. Tudo bem que Jasper tenha ido buscas Alice, pois é até bem coerente. Ainda era coerente Alice trazer Ângela, pois, que eu saiba, elas eram colegas. Agora, que Ângela andou um tempo com Jessyca, eu também sabia, mas não era motivo suficiente para ela vir junto. Ela não era bem enturmada com ninguém, muito menos com a “minha galera”. Contudo, eu até poderia relevar... Se ela não estivesse com Rosely. Isto era bizarro demais!

− Rose, oi! – Falei educadamente cedendo a ela um abraço.

Percebi que ela me retribuiu da mesma forma que ela faz com as pessoas que não a interessam. Depois, acenei um oi para Jessyca, que ficou mais concentrada em si mesma.

Rosely passou por mim e deu um prazeroso abraço em Edward. O que me fez entender tudo como uma bomba! Cheguei perto da tragédia da segunda guerra mundial! Deus, como eu pude ter esquecido! Rose era afim de Edward, e só eu sabia disso, mas isto desapareceu completamente de minha memória.

(Por que eu não estou me sentindo tão mal...?).

E isso explica mais ainda: se ela percebeu o beijão que Edward e eu demos ainda a pouco, ela deve ter entendido claramente o que estava acontecendo. E, com isso, droga, eu acabo me tornando inimigo número um da lista dela. Rosely tem três regras fáceis:

1 – Os garotos continuam sendo meus, mesmo depois que eu não querê-los mais.

2 – Os garotos que eu quero, eu consigo.

E, mais importante:

3 – Qualquer garota que se aproximar deles, antes ou depois de eu consegui-los, e independente de quem seja, com certeza pode se considerar minha inimiga incondicional.

(OHOH, eu sei, parece exagero, mas vocês não entendem: Rose tem certo dom malíguino para ser exatamente o que ela diz!).

Eu não sabia no que aquele rolo todo ali ia dar, mas sentia cheiro de confusão no ar.

Continua...