Itachi mantinha seu olhar direcionado a tela do computador. Sua mão esquerda, apoiada na mesa, segurava seu queixo enquanto observava os gráficos e os relatórios do período o qual havia ficado fora para sua viagem. Todos aqueles números, palavras e gráficos pareciam embaralhar-se em um mistura de símbolos indecifráveis. Essa era a sua nova situação desde que conversou com Hinata, há três dias. Ele não conseguia se concentrar em mais nada.

Esfregou os olhos e moveu-se na cadeira giratória para afastar-se do aparelho. Inspirou forte, apoiando os cotovelos na mesa de madeira para, em seguida, cobrir o rosto com as duas mãos. Arrastou-as pela face até que chegasse em seus cabelos e os puxou. Em seguida, deixou-se encostar nas costas acolchoadas da cadeira. Moveu a cabeça e mirou, com o seu olhar, o teto de sua sala. 

Ele sentia medo. Medo de que Hinata fugisse para outro lugar e que nunca mais a encontrasse e, também, por seu irmão. Com certeza, se ele sequer imaginasse que havia encontrado Hinata em sua viagem, acabariam brigando outra vez.

“O que eu devo fazer?” sussurrou a pergunta para si mesmo. Fechou os olhos com força e lambeu os lábios ressecados.

Este pequeno ritual o deixou mais tranquilo, fazendo-o pensar. Sua mente mergulhou em um mar de possíveis respostas. Descartou algumas e averiguou outras. Então, de repente, o Uchiha abriu os olhos e retornou a sua postura ereta na cadeira. Posicionou os braços no encosto braçal da cadeira giratória. Não tinha outro jeito, concluiu, todas as possibilidades tinham um resultado no mínimo catastrófico. Mas não se daria por vencido, por isso decidiu, com muita convicção, que faria o possível e o impossível para conquistar Hinata e depois veria como lidar com o restante.

Foi retirado de seus pensamentos ao ouvir o telefone tocar. Aproximou-se do aparelho e o pegou, levando-o ao ouvido.

“Pode falar, Konan.”

“A senhora Uchiha está na linha.”

“Transfira, por favor.” disse e antes que a ligação fosse encerrada, ele continuou. “Quando o representante da Novo Verão chegar, me avise.”

“Sim, senhor!”

O barulho da chamada sendo transferida ecoou e após alguns instantes a voz de sua mãe pôde ser ouvida.

“Filho! Fiquei sabendo que já voltou de viagem!”

“Voltei há três dias. Desculpe por não ter ligado, precisei estar a par do que perdi quando viajei.” Itachi deixou o peso de seu corpo ser amortecido pelas costas da cadeira.

“Não se preocupe, meu bem. Eu entendo! Não é culpa sua se seu pai te fez um fanático por trabalho.” Ao decorrer da frase, a voz calma e gentil de Mikoto foi se tornando um pouco melancólica. Itachi arqueou uma das suas sobrancelhas sem acreditar em seus próprios ouvidos e a curiosidade dentro de si, fê-lo abrir seus lábios para perguntar:

“Mãe, a senhora está bem?”

“Ah?” Aparentemente, Mikoto havia estranhado aquela pergunta, mas logo prosseguiu. “Claro que estou bem! Por que não estaria?” falou animando a voz. “Mas não foi para isso que liguei.”

Uma das coisas que Itachi Uchiha sabia sobre sua mãe era quando ela queria desconversar e mudar de assunto. E era isso o que ela estava fazendo naquele momento. Mas ela não iria conseguir, pelo menos não dessa vez.

“Mãe, aconteceu alguma coisa?” Houve alguns segundos de silêncio por parte de sua mãe. Essa resposta fez Itachi arregalar os olhos e desencostar da cadeira bruscamente. “Mãe, não me diga que a senhora…”

“Não, não, filho! Nada aconteceu!” Mikoto tratou de explicar antes que ele pudesse concluir qualquer afirmação. “Eu estou bem, eu juro!”

“Que bom!” Itachi se tranquilizou. “Onde ele está?”

“Está no escritório, sabe como seu pai é.”

“Sei muito bem.”

“Mas não é dele que quero falar. Eu liguei para confirmar sua presença no jantar para conhecer a namorada do Sasuke, lembra?”

Itachi, no mesmo instante, arqueou as duas sobrancelhas ao lembrar-se do evento que havia prometido comparecer antes de viajar para Salvador.

“Sim, acabei de lembrar. Quando será?

“Esta sexta-feira, às dezenove horas.”

“Então, está combinado.”

“Você tem que conhecê-la, Itachi. Sakura é uma mulher adorável, simpática e muito bonita!” Itachi imaginou sua mãe falando tudo aquilo com um sorriso no rosto. Sua mãe nunca escondeu dele ou de Sasuke o desejo de ter noras e netos, então era entendível toda aquela felicidade.

“Posso imaginar.” Ele falou por educação social somente. “Mas, a senhora precisa tomar cuidado para não se emocionar demais.”

“Eu sei, eu sei. Não seja um estraga prazeres!” Ela riu e isso fez Itachi segui-la com as gargalhadas.

Nesse momento, ouviu-se batidas na porta de madeira da sala de Itachi. Em seguida, Konan apareceu. Itachi pediu licença a mãe, colocou a mão na parte inferior do telefone e o afastou do ouvido para escutar o que sua secretária tinha a dizer.

“Senhor, o representante da Novo Verão já chegou. Vou buscá-lo na recepção do prédio.”

“Avise ao vice-presidente primeiro e depois vá recepcioná-lo.” Itachi viu Konan balançar a cabeça e sair, fechando a porta. Após isso, retornou sua atenção ao telefone para dizer:

“Mãe…” Ele logo ouviu a voz da sua mãe ecoar pelo aparelho.

“Tá, eu já sei, você precisa trabalhar.”

“Me desculpe, mas preciso receber um representante dos negócios que estou fazendo. Te ligo mais tarde.”

“Estarei esperando, tchau, meu bem!”

“Tchau.” 

Colocou o aparelho no encaixe do gancho e, com pressa, o Uchiha se levantou da cadeira e seguiu para um espelho, verificando sua roupa. Começou a arrumar a gravata e finalizou com o terno. Logo após concluir que se encontrava apresentável, ele saiu de seu escritório. Percorreu o curto corredor e ficou de pé na área de recepção do andar. Ele não ficou sozinho por muito tempo, pois seu irmão apareceu para fazer-lhe companhia.

“Quem está vindo, Itachi?” Sasuke perguntou parando ao lado do irmão mais velho, colocando as mãos nos bolsos de sua calça social.

“Uma pessoa que representa a Novo Verão.” Itachi já não se importava como o irmão o chamava dentro da empresa.

“Isso eu já sei, querido irmão.” O Uchiha mais novo fez questão de ironizar. “Quero saber o nome e o que faz.”

“Não sei ao certo, não fui informado de quem se tratava.”

“Que ótimo.” Sasuke disse, olhando para o irmão e dando pequenas risadas.

Com um suspiro, ignorou as intrigas do vice-presidente e atentou-se para a porta do elevador. Nele, destacava-se uma seta em direção de subida. Logo, o toque que indicava a chegada do elevador ao andar ecoou e, posteriormente, a porta de metal abriu. Notou-se o perfil de duas pessoas que se retiraram da máquina. Os olhos de Itachi arregalaram ao perceber quem estava ao lado de sua secretária. Não podia acreditar, pensou. Seus lábios, no mesmo instante, ergueram-se formando um pequeno sorriso de canto.

Hinata Hyuuga encontrava-se a alguns passos de distância de si. Observou-a rapidamente. Cabelos presos. Usava um conjunto social preto. O rosto transmitia serenidade e tranquilidade. E, por fim, os olhos perolados que o enfeitiçava pareciam mais intensos que da última vez. Suas pernas quase o fizeram correr até Hinata, mas sua mente avisou-o que seu irmão permanecia ao seu lado. Por isso, controlou-se como podia e olhou para Sasuke. Viu-o piscar várias e várias vezes, demonstrando a surpresa que foi ver Hinata outra vez. Logo depois, reparou-o girar a cabeça e direcionar a atenção para si. Sasuke cerrou os olhos e Itachi inferiu que não era nada bom.

*****

Enquanto caminhava, Hinata encarou os dois homens a sua frente. Retornar àquele lugar, depois de tudo, era como voltar no tempo. Primeiro observou Sasuke e depois sua atenção passou para Itachi. Viu-o com os olhos arregalados. Quase deixou que um sorriso escapasse de seus lábios. Não tinha imaginado que sua presença o deixaria daquela forma, mas não negaria que aquela reação a alegrou. Refletiu se ele reagiria da mesma forma quando soubesse a razão dela estar ali.

"Boa tarde, senhores. Esta é a representante da Novo Verão, a senhorita Hinata Hyuuga." Hinata escutou a secretária de Itachi, Konan, anunciar para os dois homens ali presentes quando pararam de caminhar.

“Acho que uma apresentação formal não é necessária.” Sasuke foi o primeiro a falar. “A senhorita Hinata deve se lembrar de nós, não é?” continuou sem dar qualquer indício de desfazer sua pose. 

“Claro que sim.” Hinata concordou com a cabeça e sorriu. “Como vai, senhor Sasuke? Faz muito tempo.”

“É. Estou bem, na medida do possível.” Sasuke respondeu e Hinata notou que ele olhou, discretamente, para o irmão. Sentiu uma tensão pesada entre os homens, todavia não deu importância.

“Que ótimo!” A mulher respondeu e, logo após, voltou-se para Itachi. “Senhor Uchiha, como vai?”

“Estou bem.” respondeu simplesmente. 

“Então, você é a representante da empresa a qual estamos fazendo a aliança?” Sasuke perguntou e, mais uma vez, olhou para Itachi. Mas dessa vez o Uchiha mais novo não fez questão de disfarçar suas ações. E assim, Hinata compreendeu que realmente havia acontecido algo entre eles e, estranhamente, achava que tinha a ver consigo. Concluído seus pensamentos, ela dispôs a responder:

“Sim, fui designada a vir aqui pelo meu chefe, senhor Pain.” Ela ocultou o detalhe de que, intencionalmente, ela mesma tinha dito ao chefe que havia trabalhado na Zona Masculina para que Pain pudesse escolhê-la para aquele trabalho. Eles não precisavam saber, muito menos Itachi, pensou.

“E o que faz lá?” continuou o Uchiha mais novo.

“Sou analista de planejamento estratégico.”

“Interessante.” falou, tentando não demonstrar irritação em sua voz. “Para mim é uma surpresa que você trabalhe nesta empresa.”

“Bom ” Hinata deixou passar o comentário de Sasuke, anotando em sua mente que ele continuava o mesmo ser inconveniente de antes. “, creio que já sabem o motivo de eu estar aqui?”

“Sim, sim. Fui informado disso pelo menos.” Sasuke foi mais rápido em responder.

“Perfeito. Creio que terei de ficar aqui por mais dois dias. Acho que será o suficiente para observar o funcionamento de tudo.”

“Seja bem-vinda outra vez.” disse o Uchiha mais novo, novamente, adiantando-se na conversa. 

"Konan irá preparar tudo e te acompanhará para ver os outros departamentos." A voz de Itachi se fez presente naquela conversa. Depois do anunciado, Konan virou para si e lhe direcionou um sorriso no qual a Hyuuga retribuiu.

“Ótimo.” A Hyuuga disse e voltou-se para Itachi. “A propósito, senhor Uchiha, preciso discutir detalhes sobre o projeto de internacionalização.”

“Bom!” Sasuke disse, chamando a atenção de todos quando retirou as mãos dos bolsos e fez barulho ao juntá-las uma na outra. “Quero saber detalhes sobre o andamento do projeto.”

"Bem… Com licença." Konan percebeu que aquele era o momento de ir embora e se retirou.

“Sinto muito, senhor Sasuke, mas esses detalhes só dizem respeito às pessoas que estão diretamente ligadas ao projeto e ao acordo.” Hinata comunicou após a saída de Konan e deu ênfase a palavra diretamente.

“Eu sou o vice-presidente, também tenho o direito de saber sobre qualquer negócio que envolva a empresa.” argumentou.

“Certamente, mas o que eu quero dizer é que, o senhor não está a par dos detalhes do projeto, por isso, eu teria que explicá-lo ao senhor e isso tomaria muito do meu tempo. E tempo é o que eu não tenho hoje.”

“Você não precisa me explicar. Também entendo sobre gestão de projetos.” 

“Acho que não fui direta o suficiente com o senhor.” Hinata virou-se em direção a Sasuke. “A sua presença não é necessária, compreendeu agora?”

Sasuke cerrou seus olhos e os manteve em direção a Hinata. Ela estava diferente, muito diferente, concluiu. Depois, tratou de olhar para seu irmão e a raiva se acendeu dentro de si. Sasuke sabia muito bem de que assuntos ele iria tratar com ela e isso não iria custar barato para Itachi.

“Realmente, eu não me lembrava de que você fosse tão indelicada.” Sasuke pronunciou, retornando a atenção para Hinata em uma tentativa de demonstrar a falta de educação que ela praticou consigo.

“Desculpe minha ríspidez, mas estou aqui para tratar de negócios para a empresa que trabalho. Lembre-se de que não trabalho mais aqui.” Hinata explicou com mais serenidade, em seguida, direcionou-se a Itachi. “Por favor, vamos começar logo. Tenho outros assuntos a resolver depois daqui.”

*****

Itachi pousou sua mão na maçaneta da porta para abri-la. Durante o trajeto até sua sala, ele raciocinou sobre o que havia acontecido alguns instantes atrás. Realmente Hinata queria falar consigo, senão ela teria deixado Sasuke acompanhá-los. Uma faísca de esperança se acendeu no coração de Itachi. Ainda não estava perdido, concluiu.

"O que aconteceu com ele?" Foi a única pergunta que veio em sua cabeça quando virou-se para ver Itachi. Hinata estava um tanto nervosa. Encontrava-se em uma área em que Itachi se fazia predominante em seus pensamentos onde quer que olhasse.

Itachi arqueou a sobrancelha enquanto ainda mantinha a mão na maçaneta. Não esperava que ela fizesse aquela pergunta. Virou o rosto para observá-la e notou que ela também o fazia consigo. Sua atenção foi direcionada para os lábios avermelhados pelo batom. Imaginou-se beijando-a e um formigamento percorreu todo seu corpo, deixando a respiração um pouco desregulada. A garganta estava seca o que o fez buscar por saliva para umidecê-la. Pediu calma a si mesmo. Não queria estragar tudo como da última vez.

Assim que conseguiu voltar a um estado mais ameno de suas sensações, o Uchiha se pôs a caminhar e parar em frente a Hinata.

“Quer se sentar?” Itachi falou.

"Prefiro que fiquemos de pé." Hinata viu-o manter-se onde estava. "Você ainda não respondeu a minha pergunta."

“Você quer mesmo falar sobre ele?” Itachi se perguntava onde Hinata queria chegar com tudo aquilo. Na verdade, ele estava confuso demais para concluir qualquer coisa. Tinha sido uma grande surpresa vê-la chegar. Estar ali tão perto de si. Ele não estava acreditando. Há três dias, ela não o queria por perto. E agora, ela estava em sua sala.

“Eu quero." Hinata disse e Itachi quase levou um susto, achando que ela estava sincronizada com os seus pensamentos. No entanto, percebeu que ela só respondia a sua pergunta.

Depois disso, o silêncio dominou o ambiente. Nenhum dos dois falou absolutamente nada. Eles apenas se observavam. Era óbvio que Hinata não queria falar sobre Sasuke, mesmo tendo pedido. Pois o assunto que deveriam conversar se tratava de outra coisa e ambos sabiam disso. Todavia nenhum deles tiveram a coragem de iniciar a conversa.

Para Hinata deveria ser simples já que ela mesma decidiu vir. E mesmo assim, nada estava saindo como planejado, refletiu. Ela deveria estar pedindo explicações e não ficar ali parada, olhando para ele.

Itachi já imaginava o que estaria por vir. Ele enxergava a expressão séria de Hinata e a única coisa que ele pedia era para que ela não dissesse que ele não a procurasse mais. No entanto, era aquilo que ele enxergava nela. E vendo que era inevitável adiar aquela resposta por muito mais tempo, ele começou:

“Hinata, por que…”

“Por que eu estou aqui?” Hinata terminou a pergunta dele. Ouvi-lo começar a incentivou a falar também. Deveria falar de uma vez por todas. “Estou aqui para conversar com você. Não dá mais para continuar assim. Querendo ou não, vamos estar juntos, agora.”

Por um momento, Itachi pensou que Hinata podia estar falando sobre os dois ficaram juntos, todavia percebeu que ela se referia a empresa. Respirou fundo, tentando não perder o controle de si mesmo e levar Hinata junto consigo para qualquer outro lugar.

"Hinata, você já sabe como me sinto. Nada mudou." Colocou as mãos nos bolsos para conter o impulso de tocá-la.

"Você realmente sente amor por mim?" Hinata estreitou os olhos, tentando enxergar qualquer expressão que demonstrasse contradição no Uchiha.

Itachi se irritou com aquela pergunta. Que diabos aquela mulher tinha? Será que ela não conseguia enxergar? Seu corpo tremeu inquieto pelo que acabara de ouvir. Não se contendo, Itachi pronunciou:

"Você não percebeu o meu desespero quando te encontrei naquele dia?" Itachi balançou a cabeça, retirando as mãos dos bolsos. Girou o corpo e, de perfil para Hinata, pôs a mão direita em seus cabelos para puxá-los. Em seguida, voltou-se para a mulher. "Você não está percebendo que estou me contendo para não fazê-la fugir de mim como da última vez? Eu te amo."

Hinata levou os braços até o próprio tronco e abraçou-se enquanto desviava o olhar de Itachi para o teto. Inspirou todo o ar que podia, fechando os olhos ao mesmo tempo. Foi a primeira vez que o escutou dizer que a amava e era uma sensação muito superior ao que havia imaginado durante todos esses anos de amor platônico. Seus olhos arderam e uma lágrima percorreu sua bochecha. O sentimento de alegria explodiu em seu coração e ela não podia segurar. Outra lágrima desprendeu-se de seus olhos e um tímido soluço apareceu, assustando-a com o quão forte aquela situação tinha lhe afetado. Sentiu o polegar de Itachi encostar em sua bochecha e traçar o mesmo caminho que a gota de sua lágrima fez, isso fez que Hinata abrisse os olhos.

"Eu sinto muito." Itachi sussurrou, olhando para a feição chorosa de Hinata.

"Não sinta." Hinata inspirou, provocando um ruído em seu nariz. Permitiu que Itachi continuasse a lhe acariciar o rosto. "Você disse que me ama." Afirmou.

"Disse." Itachi confirmou.

"E o que espera que eu faça?" Hinata sorriu antes de se recompor e perguntar.

"Eu espero que você me aceite. Me aceite como seu namorado, noivo e futuro marido." Itachi se aproximou da Hyuuga.

Aquele homem estava testando o seu coração. Se fosse isso, ele estava fazendo um ótimo trabalho. As palpitações eram rápidas em seu peito e Hinata pensou que fosse desmaiar ali mesmo. Seu pulmão fazia esforço para capturar o ar, já que ela não detinha mais o controle de seu corpo. Isso fez a mulher enfraquecer a forças que distribuía pelas pernas. Para não perder o equilíbrio, ela segurou-se em Itachi, aproximando os corpos. O cheiro dele dominou o seu olfato. Notou como seu corpo reagiu quando as mãos do Uchiha a tocaram, rodeando sua cintura para confortá-la em seu peito.

"Eu sonhei tanto com essas palavras." Ela sussurrou envolvida pelo tecido macio do terno de Itachi. "Itachi, diga que não é mentira, por favor."

"Não é." Itachi levou uma das mãos aos sedosos cabelos negro-azulados dela. "Hinata, eu te amo."

Hinata se derramou em lágrimas, sem acreditar em seus ouvidos. Seus braços delgados percorreram o tronco de Itachi para apertá-lo forte, encostando-o mais em si. Os soluços se tornaram mais intensos. Seu corpo tremia em paralelo da sequência e intensidade de seu choro.

"Eu só quero que você me aceite, Hinata." Itachi pousou a sua mão direita nos cabelos negro-azulados de Hinata. "Diga que pode me dar uma chance."

"Eu quero ficar ao seu lado." Ela dizia em meio ao choro. "Eu quero estar sempre ao seu lado."