Is real escrita por Emily Rhondes


Capítulo 29
Um mês


Notas iniciais do capítulo

Foi um hiatusinho bem curto, e eu estou de volta :)



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Lana abre os olhos abruptamente, e a primeira coisa que vê é a lâmpada de seu quarto. Não em Mumbai, mas em Ottawa. Seu coração acelera de surpresa, e ela se senta na cama. Tinham mesmo abandonado Max?
Ela vê Couty dormindo sentado na poltrona a seu lado. Sem acorda-lo, ela remexe no criado mudo, achando o caderno vermelho.
O mesmo que ela não tocava havia dias, e podia continuar assim, mas sabe que o que quer que fosse que estivesse se comunicando com ela, não iria parar tão cedo.
A última coisa escrita nele era "Sim". A resposta da sua pergunta que agora mudaria toda sua vida. Ela tinha super força. Super velocidade. Super audição. Três poderes. Uma kesearker com sangue de demônio e três poderes. Ela abraça o corpo.
Ela é poderosa. Completamente poderosa. Ninguém poderia para-la. Acharia Max, mataria Zod, mataria Fenhari e explodiria droga de Clã. Todos voltariam a serem felizes, mesmo carregando os fantasmas dessa guerra. Ela voltaria a sua antiga vida, feliz com seus irmãos e os novos amigos.
Nunca mais ouviria falar a palavra Zod, muito menos demônio.
Lana suspira, esfregando os olhos.
Seus pés tocam o chão.
Tinham muito trabalho antes disso ser possível. Ela estava sonhando. O melhor que poderia fazer agora é se descobrir.
Ela levanta, saindo do quarto. Eram 5:57 da manhã, os últimos resquícios de neve haviam sumido, mas aquela base continuava gelada e morta como sempre.
Ela entra no elevador, e aperta o andar da enfermaria. A ponta de seus dedos formigava. Abram logo. Ela pensa, inquieta, observando o elevador. Já havia sido atacada ali.
Agora, cada canto daquela base pareciam pedaços de memórias soltos que não pertenciam mais a ela. Ela saiu daqui achando que não voltaria com vida pra casa, cheia de inseguranças e ingenuidade. Não sabia o que era mais nada disso. Era completamente diferente.
Ela entra, parando na frente do quarto 7. Allen. Sua última esperança.
— Lana? - A voz de Avery a pega de surpresa.
— Avery. O que está fazendo aqui?
— Eu... Pra ser sincero, eu me perdi. - Ela sorri. Ele não fez absolutamente nenhum comentário sobre seus poderes. Sobre Max. Apenas estava ali, sorrindo como se ela ainda fosse a mesma. Queria que todos agissem assim, mas não era possível. - Mas acho que foi bom eu ter vindo parar aqui, porque Jordan, colocou seu irmão em isolamento. Ele teve uma recaída... Mas está estabilizado agora, precisa de um tempinho pra se recuperar.
Isso sim a pega desprevinida.
— E-Ele...?
— Não foi nada grave. Me disseram. - Ela encara o 7 mais uma vez, e toca a porta, antes de seguir pra perto dele. - Você está bem?
— Sim. E você?
— Também.
— A quanto quanto tempo chegamos?
— Chegamos ontem de noite. Saímos do prédio amanhecendo, e pegamos o vôo bem antes do almoço, depois de estabilizarem Noah.
— Ah, que isso, como ela está?
— Bem. Jordan ficou a madrugada toda em cirurgia com ela, e Alex conseguiu cura-la. - Eles vão juntos pro elevador.
— Alguma... Sequela? Como Hodge teve...
— Não permanente. Ela vai ficar na fisioterapia por um tempo, eu acho. Eles não parecem confiar plenamente em mim.
— Ah, eles são só cautelosos, sabe? Não se sinta ofendido.
— Não, eu entendo, fui cauteloso aqui. Tinha algumas suspeitas... Mas acho que não fazem sentido.
Lana franze as sobrancelhas.
— Que suspeitas?
— Não sei. Noah, Violet e Malia me encaravam como se eu fosse uma... Uma.. Qual o nome daquelas coisinhas gelatinosas?
— Ameba? - Lana sorri.
— Sim, ameba, é, elas me encaravam assim. Sei lá, eu tenho um instinto sobre as pessoas.
— Hm. E qual seu instinto de mim?
— Sei que vamos nos dar bem. - Ele cruza os braços, sorrindo.
— Talvez.
A porta se abre, e eles saem direto na cozinha, vazia.
— Somos os únicos acordados? - Lana pergunta.
— Acho que vi alguém na sala de treinamentos. Os dois tinham cabelos loiros, eram altos, só não estou associando o rosto aos nomes.
— Ethan e Couty?
— O que? - Ele arregala os olhos. - Seus irmãos são... Gays... E inseto...
— Hein? - Lana gargalha, se apoiando na mesa. - Quem me dera, mas acho que eram Jordan e Kyle.
— Ah, tá. - Ele sorri. - Vou guardar os nomes.
— Kyle tem uma irmã, Kylan. Ela é super inteligente. Acho que... Zod matou seus pais na frente deles.
— Ah, que barra.
— Quer? - Lana pergunta, se esticando para pegar o cereal com o desenho de um tigre colorido na caixa. Avery assente, pegando duas tigelas e as enche de leite.
— São meus preferidos.
— Sério? Meus também. Mas eu como com açúcar. - Ela dá de ombros, e ele sorri. Os dois se sentam, um de frente pro outro, comendo.
— Posso perguntar...? De onde você vem? - Avery pergunta, receoso, se apoiando na mesa.
— Ah. É, acho que não tem problema te contar sobre mim, você vai ficar, não é?
— Eu espero muito que sim.
— Então ótimo. Bem... Eu não sabia sobre esse mundo até a um mês atrás. Sempre foi eu e meus irmãos. Nossa casa nos Estados Unidos era a melhor. Me pergunto o que aconteceu com ela, devem estar revirando-a com um mandato de busca. - Avery sorri. - Sempre fomos muito unidos, e tal, Cal cuidava de todos nós, mas sempre foram super protetores, e eu nunca entendi porquê. Até que... Eu fugi, teve um tiroteio numa festa e eu fui apagada... e Quando acordei estava aqui, confusa e agora entendo a proteção deles, Deus e o mundo estão atrás de mim.
— Estão mesmo. - Avery concorda. - Fenhai quer você. Zod quer você. Fui enviado da P.A.A.N da Coréia do Sul para te proteger por esse motivo.
— É, obrigada por isso. Mas acho que estou em boas mãos. E porque Zod fingiu que não me conhecia?
— Talvez não saiba quem você é, apenas que a P.A.A.N está escondendo quem ele quer. Porque pra ele é isso que as pessoas são: objetivos.
— Quando ele descobrir vai surtar.
— Ele não vai, não se preocupe. - Ela assente, focando em seu cereal. - E.... Sua mãe e seu pai...
— Minha mãe morreu quando eu era pequena, nem lembro dela. E meu pai foi morto por demônios, eu acho.
— Sinto muito.- Ela assente. - Mas o mome dele era.. Jovy?
— Como você sabe?
— Eu li muitos livros. E.. Não foram demônios que mataram seu pai. Foi Fenhai.
— O que? - Ela quase grita, largando a colher. - Por que ninguém me contou?
— Não sei.
— Que porre. - Lana cruza os braços, se encostando na cadeira.
— Família é complicado. - Avery suspira, mexendo o leite na tigela.
— Me conta de você, agora. - Ela pede, se esforçando para esquecer o fato. Se começasse a pensar, ia descobrir coisas que não quer.
— Bem... Eu não gosto muito de falar disso. Eu nasci na Coréia do Norte, mas meus pais são americanos. Minha mãe morreu, complicações no parto. E eu acabei me separando do meu pai, mas me ajudaram a encontra-lo, mas agora ele está na Coréia do Norte, e Zod não o deixa sair.
— Ah, sinto muito, Avery.
— É. Foi um dos motivos de eu ter entrado pra P.A.A.N.
— Vamos tirar seu pai de lá. - Ela dá um pequeno sorriso, e ele responde.
— Vamos. Max também.
Seu sorriso some.
— Sim. E... Zod disse uma coisa a mim. Ele me chamou de Lana sei lá o que, um nome muito estranho, nem me lembro. E disse "tome conta dos meus filhos."
Avery larga a colher que cai num baque na tigela, fazendo um enorme barulho. Sentiu a ponta de seus dedos ficarem dormentes, e o "O" em sua boca aumentar.
— Avery?
— V-Você tem certeza?
— Sim. Absoluta. - Ela franze o cenho.
— Merda, Lana. Isso muda tudo.
(...)
— Cal? - A voz rouca de Noah o chama. Ela olha ao redor, vendo a cama de hospital na qual estava deitada, em meio a cobertores e travesseiros. O monitor cardíaco a monitorava com "bips", e Cal estava esparramado na poltrona branca a seu lado. - Cal.
— Oi. - Ele se levanta, desorientado, e limpa a baba que escorria de sua boca. Noah ri, cruzando os braços. - Noah? Você está bem?
Ele se apoia na cama, puxando a cadeira pra perto.
— Sim. - Seu sorriso se desmancha, focando em suas pernas. - Quais as sequelas?
Cal engole em seco, e ela sente os olhos se encherem de água.
— Não conseguirá andar sem muletas... Mas depois da fisioterapia pode ser que volte ao normal. - Cal segura sua mão.
— Sou um demônio supremo, isso é idiotice. Cicatrizo mais rápido. - Ela aperta os punhos, se virando para levantar, e quando o faz, instantaneamente cai nos braços de Cal. - Isso não está acontecendo. - Ela nega, com lágrimas começando a rolar. Pela primeira vez em anos.
Cal a abraça, mantendo-a erguida e colada a ele.
— Tudo vai ficar bem.
— Cal... Meu pai...
Ele se afasta um pouco para fiar seus olhos violetas.
— O que tem ele?
— Ele pode me curar.
— O que? - Cal arregala os olhos, e ela fecha os dela. Ele respira fundo, colocando-a de volta na cama. - Okay... Me explica isso.
— Ele... Pode concertar os cristais dos demônios... Mas não o faz para manter a linha. Comigo... Ele iria me concertar. Ele é meu pai.
— Noah... - Ele respira fundo. - Okay, Noah... Nós não podemos confiar nele, certo? Nós... Eu. Iria te perder.
— Eu sei. Não quero te perder também. - Ela murmura, analisando as unhas. Cal sorri. - Pode chamar Violet e Malia?
— Claro. Se precisar, me chame. - ele beijou o topo de sua cabeça, antes de sair pela porta. Depois de um tempo, as duas entraram.
— Noah... Sentimos muito mesmo. - Malia segura sua mão com os olhos cheios de lágrimas, e Violet senta ao seu lado.
— Tudo bem, eu estou bem. - Ela sorri, com lágrimas ainda se formando.
— Estamos aqui por você, okay? - Violet acaricia seu rosto.
— Mesmo?
— É claro. - A morena entrelaça seus dedos.
— Então me levariam até meu pai? - As duas arregalam os olhos, a fitando completamente assustadas.
— O que? - Violet arranja forças para perguntar.
— Ele pode me curar.
— Ai meu Deus, Noah... - Malia passa as mãos pelos cabelos. - Isso é loucura.
— Não é. Vamos dar uma chance a essa... fisioterapia humana... e se não der certo... Não posso ficar numa cadeira de rodas para sempre, entendem?
— Sim. - Malia responde, e Violet a encara.
— Não, não, seu pai nunca deixaria você voltar... E eu não posso voltar pro Clã... Não consigo...
— Eu sei, ninguém falou em vocês entrarem comigo, tão loucas? Nunca faria isso com vocês... E eu vou fugir depois. Nenhuma outra dimensão me segura, eu já fugi uma vez, posso fugir de novo.
— Mesmo? - Malia pergunta, apreensiva.
— Sim.
— Você não pode garantir que vai conseguir.
— Violet....
— Não. Eu não posso apoiar isso. Sinto muito, Noah, eu não posso te perder.
Ela se levanta, deixando o quarto.
— Eu confio em você. - Malia sussurra.
— Um mês.


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