Descendants 2 escrita por America Jackson Potter


Capítulo 6
Restless Weekend




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E sou, sou o amigo que fala o que realmente está acontecendo, porque os outros tem medo de te machucar.

— Charles Red

...

— Estão atrasadas. — Disse a professora Wendy. — Sentem-se rápido em seus lugares. — A mais velha olhou por cima dos óculos simples e voltou seu olhar para o livro em suas mãos. — Onde estávamos? Ah sim, os materiais que vocês vão precisar estão nas bancadas, as instruções na página 126 e algumas observações no quadro.

Isabelle logo se sentou com a sua parceira de laboratório: Ally, loira oxigenada. Claro que a ruiva não queria isso, preferia ficar sozinha, mas nãããão, a professora Wendy insistia em que ninguém ficasse sozinho. Uma estava com Ariana e Kaya com Charles. Parceiros bem melhores que a loira ao seu lado.

— Não vai fazer nada? — Ally perguntou segurando um tubo de ensaio.

— Estou observando. — Isabelle sorriu. Ally deu de ombros e colocou a água oxigenada no frasco, logo depois o fígado de boi. Aquele cheiro não era bom, piorou quando começou a efervescer.

Ally fez todo o experimento sozinha, mas nem reclamou. Era melhor assim. Isabelle apenas observava e anotava alguma coisa quando a professora olhava para elas.

O sinal bateu e Isabelle saiu correndo da sala, não iria aguentar ficar mais algum tempo naquele cubículo com cheiro de carne crua.  Mas a garota nem percebeu que tinha esbarrado com alguém, só percebeu quando sentiu as mãos em sua cintura e seu rosto virado para o chão.

— Desculpe. — Max disse assim que teve certeza que ela estava segura no chão. — Você está bem? Está pálida.

— Estou... — Isabelle tentou respirar fundo e ajeitou a jaqueta no corpo. — Preciso de ar, está tudo cheirando carne...

— Quer que eu chame alguém? Seus amigos? Enfermeira? — Max perguntou segurando num ombro dela a levando para uma das grandes janelas. A ruiva apoiou as mãos no batente e respirou fundo, sentindo o leve aroma das flores e a brisa no rosto. — O que aconteceu?

— Carne crua. O cheiro me faz enjoar, só isso. — Ela respirou fundo mais uma vez. Tirou a jaqueta e prendeu seu cabelo em um coque.

Quando os corredores começaram a esvaziar, Gil e Kaya encontraram a garota na janela com Max. A de rosa não entendeu muito bem a cena, mas se aproximou.

— Está tudo bem? — Ela perguntou cruzando os braços.

— Está. — Isabelle respondeu forçando um sorriso. — Estou melhor agora.

— Vai dizer o que aprontou? Ou as fofocas nos explicam? — Gil sorriu passando o braço pelo ombro da amiga, que riu em resposta.

— Eu conto, mais tarde. — Os três começaram a andar, mas Isabelle se virou para Max. — Ob... quero dizer, a minha jaqueta...

— Ah, sim. — O chapeleiro estendeu a jaqueta para a garota. Ambos sorriram, mas o sorriso de Isabelle foi mais tímido.

...

Ally estava furiosa. Era raro ver a loira assim, mas às vezes acontecia. A garota entrou furiosa no refeitório e colocou o jornal da escola na bandeja de Ariana sem se importar muito se iria sujar ou coisa assim.

— É sério? — Ally fungou pelo nariz. Ariana demorou um tempo para perceber o que era, mas logo leu as letras chamativas.

— Queria o que? — A ruiva ergueu uma sobrancelha. — Primeira página?

— EU NÃO QUERO SER NOTÍCIA. — Ally falou pausadamente. Ariana revirou os olhos, fazendo com que a loira bufasse.

— Desculpe, mas Breno disse que você tinha concordado. Eu só apenas montei. — Ariana deu de ombros. — Antes que pergunte, sim, li tudo já. E por isso mesmo que deixei publicar.

— Ele está no segundo ano! — Ally revirou os olhos, se sentou na frente da ruiva, sem nem pedir licença para que Charles arredasse para o lado. — Achava que só...

— Desculpa, mas cale a boca, Ally. — Charles falou se irritando com a garota. — Pode falar que fui grosso e tudo mais, mas não seja infantil!

A garota olhou para Rose, esperava que a amiga concordasse, mas apenas se virou para o prato e começou a partir o pudim em sua frente. Então olhou para Ariana, mas ela apenas a encarou de volta. Ninguém ia ajuda-la, concluiu.

— Viu? — Charles ergueu uma sobrancelha para a menina, que cruzou os braços. — Agora, pare de chilique e aproveite o almoço.

— Pensei que era meu amigo... — ela murmurou.

— E sou, sou o amigo que fala o que realmente está acontecendo, porque os outros tem medo de te machucar. — Charles deu de ombros.

...

Como era sexta, Ariana podia ir para a encosta ver o mar. Aquele lugar a acalmava, a fazia pensar em uma vida que talvez nunca teria: viver em Atlântida com a família de sua mãe.

Assim que o carro a deixou na beira da areia, Ariana tirou suas botas, amarrou um cadarço de uma na outra, dobrou um pouco a calça e começou a andar pela areia. Fazia muito tempo que não sentia a areia em seus pés.

Apenas conseguia ouvir as ondas do mar se quebrando. Olhou para trás e viu o castelo de sua família brilhando bem perto da baia. Mais ao fundo, o castelo do Rei Fera estava banhando com uma luz dourada.

Andando mais um pouco, sentou-se nas pedras. Tinha uma visão de tudo: os castelos brilhantes e a barreira dourada da Ilha dos Perdidos.

— Hm... oi. — Uma voz soou atrás da ruiva, que saltou da pedra de susto. Virou-se para trás e encontrou Harry. A garota suspirou, meio aliviada, mas não baixou a guarda.

— O que está fazendo aqui? Sozinho, ainda por cima! — Ele ergueu as mãos e sorriu fraco.

— Jay disse que eu podia vir.

— Estava me seguindo?

— Não! Pensei que estaria sozinho. — Ele deu um passo para trás. Ariana relaxou os ombros. — Não queria te perturbar.

— Só mesmo Jay para deixar um dos novatos se aventurarem por aí sozinhos... — A garota balançou a cabeça e voltou a se sentar nas pedras. Harry ficou imóvel ao lado dela, a ruiva achou graça nisso. — Pode se sentar, as pedras são públicas.

Ambos ficaram em silencio, apenas se ouvia as ondas quebrando e o bater das assas de alguns pássaros.

— Já esteve lá? — Ariana perguntou olhando para a Terra do Nunca. Harry demorou a entender o que a garota estava se referindo.

— Não que me lembre.

— Tem vontade de conhecer?

— Claro. E você? Já visitou?

— Sim, várias vezes. — Ariana sorriu. — Nas férias de verão, meus pais mandavam minha irmã e eu para lá, mas não éramos as únicas: Audrey, filha da Aurora, Jane, filha da Fada Madrinha, Chad, filho da Cinderela, o Rei Ben, e muitos outros. Era divertido ir para lá, Peter Pan é um ótimo guia turístico.

Ela percebeu como Harry estava meio incomodado, na verdade não sabia o que ele estava sentindo. Mas teve uma ideia, simples e boa ideia que talvez animasse ele:

— Peter disse uma vez que a Terra do Nunca não era a mesma coisa sem o Capitão Gancho. — O loiro se virou para ela. — Lá precisa de alguém para perturbar a ordem, se não, não tem muita graça.

— Talvez vá para lá, sabe? Seguir os passos do meu pai. — Ele riu. Ariana se levantou, deixou as botas perto das pedras e caminhou até o mar. Mais uma vez, Harry ficou sem saber o que fazer.

A ruiva entrou mais um pouco no mar, sua calça já estava molhando, mas ela não importava.

— É mais fácil você ir para lá, do que eu ir para Atlântida. — Ela sussurrou, esperava que ele não entendesse ou até ouvisse. Mas sentiu a mão dele em seu ombro, a virando-a para encara-lo.

— O que disse?

— Devemos voltar, já está ficando tarde. — Ela olhou para o sol, que estava começando a desaparecer.

...

Kaya estava ainda aprendendo os poderes de tele transporte. Nunca havia conseguido fazer aquilo na Ilha, mas claro, a Ilha tinha uma proteção mágica, fazendo com nenhuma magia funcionasse.

— Por que precisa de mim? — Gil perguntou quando os dois estavam no topo de uma colina, as luzes da escola davam iluminação para o lugar onde eles estavam e isso era bom, pois não precisavam de lanternas.

— Porque não posso ir muito longe. E se algo sair errado? — Kaya ergueu uma sobrancelha.

— Não era melhor Uma ou Izzy?

— Estão tentando entender o baralho. E Harry sumiu, Jay disse que estava na praia, mas até agora não voltou. Você é o único que sobrou. — A de cabelos rosas sorriu. — Não reclame. Você aceitou a vir comigo.

— Certo. O que eu preciso fazer?

— Ir até o lago e me esperar lá. — Kaya falou apontando para a parte de baixo da colina.

— Não poderia ter me falado isso antes de subirmos? — Gil ergueu uma sobrancelha.

— Não, porque pensei nisso agora. Vamos, eu vou estar te ajudando a manter a forma.

— Pirralha. — O garoto revirou os olhos e começou a descer a colina.

— Sou apenas dois meses mais nova que você! — Kaya gritou para ele.

Quando o viu lá em baixo, Kaya se imaginou ao seu lado. Relaxou os ombros, fechou os olhos, respirou fundo, conseguiu se transformar numa gata rosa pastel e pulou a colina, sumindo. Por um segundo estava tudo bem, mas algo deu errado. Abriu os olhos e viu caos e confusão, árvores queimadas e pássaros esqueléticos.

Fechou os olhos de novo, quando os abriu estava de volta a Auradon, pode ver o céu estrelado e o rio do seu lado. Sentia frio e suas roupas estavam pesadas. Ela estava molhada?

— Kaya? — Ouviu a voz de Gil a chamar, tentou se mover, mas seu corpo ardia. Depois a imagem de Gil em sua frente apareceu, o rosto do garoto estava meio borrado. — Está me ouvindo?

Ela tentou responder, mas não teve forças, apenas balançou a cabeça. Sentiu os braços de Gil em seu corpo, ele também estava molhado.

— Fique com os olhos abertos — ele pediu. Demorou algum tempo para cruzar a floresta e mais um tempo para Gil leva-la a enfermaria.

...

— O que aconteceu? — A Fada Madrinha apareceu, com um robe azul claro, ne enfermaria. Viu Kaya dormindo na cama, Gil encostado em uma parede, Uma e Isabelle no chão perto da garota e Harry na porta.

— Ela estava tentando se teletransportar, mas, não sei, algo deu errado. — Gil falou coçando a nuca. — Quando eu a vi, ela estava se afogando.

A Fada olhou para a enfermeira que estava sentada aos pés da cama passando uma bucha com água para limpar as feridas. A mais velha sibilou um feitiço e mexeu a varinha, os ferimentos de Kaya melhoram.

Kaya se remexeu um pouco, Isabelle se aproximou da amiga e viu que ela sibilava alguma coisa. Se aproximou mais para ouvir o que ela queria dizer.

— O País... das Maravilhas... v-vive.


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