Descendants 2 escrita por America Jackson Potter


Capítulo 20
Feelings of Different Flavors




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Sabe, eu sempre quis fazer piquenique perto da Árvore de carvalho branco.

— Ariana Mermaid

...

Alguém batia muito forte na porta do quarto de Mal. A garota resmungou e virou-se para o lado, colocando a coberta branca por cima da cabeça, tentando voltar a dormir.

Mas os barulhos não pararam. E fizeram com que Mal tivesse que se levantar a abrir a porta.

Se fosse uma das criadas do castelo, elas abririam a porta – mesmo que a loira já tivesse reclamado para o namorado que não gostava disso. Mas não era, era apenas Evie e Jane, arrumadas e encantadoras, batendo na porta. Evie teve uma surpresa ao ver Mal ainda de pijama e voltando para a cama fofinha.

— Você está ficando preguiçosa aqui — a melhor amiga disse pegando a outra pelos pulsos e a levando para o banheiro. — Sabia que se você ficasse no castelo, iria ficar assim.

— Eu não estou entendendo nada — a loira esfregou os olhos. Evie a mandou tomar um banho rápido para acordar. — O que vocês querem em pleno sábado?

— E bobinha, estou vendo que esqueceu! — A de azuis comentou fechando a porta do banheiro e indo para o closet de Mal escolher alguma coisa apropriada para a namorada do rei vestir.

— É a audiência do Conselho hoje — Jane disse pela primeira vez desde que estava ali. — Os sucessores vão e você tem que ir.

— Por que eu tenho que ir? — Mal abriu a porta enrolada em uma toalha. Havia alguns fios loiros que estavam úmidos, mas não se importou.

— Porque você é a namorada do rei, lembra? — Evie ergueu uma sobrancelha indicando o biombo para Mal se vestir. — Você está sendo considerada a futura rainha, sabe?

— Mas eu não sou!

— Bem, vocês têm quase dois anos de namoro, as pessoas começam a especular coisas sobre casamento — Jane comentou vendo Mal pronta. — E não se preocupe, o Conselho não é algo tão ruim assim.

— E outra: não é uma reunião de verdade. — Evie sorriu puxando as duas para fora do quarto.

...

— Devo achar estranho você aparecer aqui e agora? — Harry perguntou ao ver Ariana na porta de seu quarto.

— Me sinto ofendida assim — a ruiva disse fazendo um biquinho.

— Eu que deveria. Acho que você tem vergonha de mim. — Harry cruzou os braços apoiando na porta. — Então, o que aconteceu?

— Olha primeiro eu não tenho vergonha de você, só quero ir com calma. Segundo, eu apenas queria ficar com você, já que hoje é sábado e não vai ter quase ninguém na escola, e meus amigos estarão na reunião do Conselho de Segurança — ela sorriu delicadamente passando os braços ao redor do pescoço de Harry.

— Ok, me convenceu. — Harry beijou a ruiva.

— Ah, qual é! Não preciso ter detalhes do seu namoro secreto! — Gil gritou tacando uma almofada no casal, que se separou rindo. Ariana colocou a cabeça no peito de Harry e virou-se para Gil.

— Bom dia, LeGume — ela o cumprimentou.

— Ainda não vi nada de bom hoje — murmurou o garoto indo para um canto do quarto onde tinha uma pequena academia montada. — O ruiva, você disse Conselho de Segurança, o que é isso?

— O Conselho é formado por pessoas importantes e ativas no reino de Auradon. Como chefes da Guarda, principais famílias reais... coisas assim. Claro, o rei também participa. E o Conselho que decide aprovar ou não as proclamações reais, apesar de o Rei Ben ser o último a dar a palavra. Hoje está sendo o comitê mensal, estão discutindo progresso na economia, educação, saúde... assuntos políticos que os futuros reis e rainhas terão que lidar. Por isso a escola está vazia.

— Dos seus amigos, quem ficou?

— Max e Ally. Mas acho que o Max foi ajudar o pai... — Ariana deu de ombros. — Rose volta depois das cinco, se isso te ajudar.

— Sua mãe deve estar nesse Conselho, por que não foi? — Harry perguntou puxando a garota para fora do quarto, deixando Gil em paz.

— Não vai ser minha função. Melody que será rainha.

— Ah — o loiro não sabia o que dizer, mal sabia como Ariana se sentia sendo a segunda na linha de sucessão. Ele logo tratou de mudar de assunto. — O que quer fazer? Temos quase que toda a escola para nós.

— Sabe, eu sempre quis fazer piquenique perto da Árvore de carvalho branco.

...

Alice e o Chapeleiro estavam no jardim dos fundos da loja de Chás conversando. Quando Max e Ally chegaram, Alice fez uma careta de raiva, não gostava de atrasos e os dois jovenzinhos estavam atrasados, muitos atrasados.

— Tempo é relativo. — O garoto falou, sentando-se à mesa e tirando sua cartola. Seu pai passou uma xícara e serviu-lhe o chá.

— Não use frases de seu pai comigo. — Alice disse jogando os cabelos para trás dos ombros. Max tomou o chá segurando o impulso de dar uma boa resposta para a mais velha. — Como foi a semana de vocês?

— Péssima. Descobri que terei de fazer um trabalho com a Isabelle de Copas! — Ally resmungou pegando um bolinho. — Não teria como você falar com Professora Wendy, mamãe?

— Isabelle parece não ser tão ruim. — Chapeleiro se pronunciou. — Ela vem à loja muitas vezes. A última ela estava com você, não foi Max?

— É, Izzy não é tão ruim, ela só quando está irritada — o garoto defendeu a amiga.

— Não acho que é da mesma pessoa que estamos falando. — Ally murmurou.

— Se é a filha da Rainha de Copas, não deve ser boa. E muito menos alguém que minha filha possa socializar — Alice olhou feio para Max. — Acho que nem você deveria.

— Olha, concordei com o noivado em troca de você não opinar na minha vida. Não é minha mãe para saber o que é bom e o que é ruim para mim. — Max comentou bebendo o chá logo depois. Escutou um grunhido da loira e recebeu um olhar de seu pai. — Não tinha a intenção de ferir seu ego — completou.

— Olhe bem como fala comigo, mocinho! — Alice o repreendeu. — Voltando a sua questão, querida, vou olhar com Wendy o mais rápido. Não se preocupe.

Max mordeu o lábio. Queria dizer para Ally parar de ser tão mimada assim, que deveria aprender a trabalhar com novas pessoas. O garoto revirou os olhos ao escutar o comentário da garota sobre o pessoal da Ilha, abriu a boca para falar, mas seu pai disse primeiro:

— Não sei o porquê vocês estão assim. São apenas crianças.

— Não lembra o que aconteceu ano passado, querido? Quase que destruíram Auradon e deixaram Malévola à solta. — Alice resmungou. — Não sei como vossa majestade ama uma vilã. Espero que terminem logo. Imagina, a filha de Malévola governando Auradon?

— Pior seria se fosse a Isabelle... — Ally disse levando a xícara a boca. Aquele comentário bastou para Max. Como alguém em pleno século XXI julgava as pessoas sem ao menos conhece-las? Não sabia como Alice era vista como heroína, não era possível ver alguém assim, com tanto preconceito, sendo o herói da história. O garoto levantou-se e saiu da loja voltando para a escola. Não deu ouvidos para as reclamações que Alice estava fazendo.

...

Uma e Kaya haviam aproveitado aquele sábado de folga para passear pela vila perto da escola, ambas convidaram Isabelle para ir com elas, porém a garota recusou. Estava de castigo e toda vez que tentava sair da escola, Cheshire aparecia. Ele estava realmente tomando conta de Izzy e isso dava-lhe nos nervos. Não precisava de uma babá.

A garota resolver passear pelos corredores vazios. Parecia que outras pessoas haviam aderido à ideia das meninas. Não havia nada de interessante para fazer. Então foi para o terraço da escola, fez aparecer uma toalha e deitou sobre ela.

O céu estava bem azul com poucas nuvens, mas ainda sim ventava e muito. Era um dia perfeito, poderia fazer várias coisas se não estivesse presa na escola. A garota pensou que indo para Auradon ficaria livre de sua mãe, mas nem isso aconteceu. Sua esperança era conseguir desativar a barreira para finalmente ter paz. Mas talvez nem isso aconteceria.

Começou a cantarolar uma música. Não sabia onde a ouvira e nem quem cantou, era uma simples musiquinha sem muito sentido.

— Copas, uma memória... de um País tão belo... na beira do paralelo... com uma difícil trajetória... Copas, enfim... um lugar só para mim... cheio de Maravilhas sem fim... um lugar para amar... e ser feliz...

Izzy, quando se sentou, percebeu que estava em um campo verde. Alguém cantarolava a musiquinha. Não havia percebido que tinha pedido ao Cetro para leva-la para dentro de uma memória.

Aquela era a Colina dos Corações. O final do território de sua mãe. O que vinha depois, pertencia ao Tempo. Sua mãe a proibira de ir para lá, dizia que ali era o único lugar que não estava segura.

— Como ousa aparecer aqui? — Uma voz familiar escoou. — Não é seu território, Carmim, e nem sua briga — demorou para perceber que era Alice a dona da voz. Ela estava vestida com uma calça, botas e uma blusa pesada, tinha uma espada presa à cintura.

Demorou mais ainda para concluir que não era uma memória sua e sim de Carmim. Mas quem era Carmim? Seu segundo nome era esse, mas tinha certeza que Alice não estava falando com ela.

Eu que pergunto como ousa aparecer aqui. Se os boatos são verdadeiros, não posso deixar que você faça o que veio fazer aqui. — Um garoto, provavelmente o tal de Carmim, disse segurando uma espada, que apontava para Alice.

— Cheshire não sabe segurar a língua... — a loira revirou os olhos. — Não vai me impedir. Mas só irá me atrasar, Carmim. E se não quiser ser esquecido, como tudo aqui, sugiro que ande para o aniversário de sua meia-irmã.

Você sabe? — O garoto balançou a cabeça, parecia um pouco confuso. — Não importa agora, eu só preciso te impedir, não posso deixa-la acabar de selar os portais. É errado.

— Errado é a Rainha de Copas governar!

Um borrão tomou a memória. Isabelle sentiu a mão de alguém em seu ombro e, por impulso, apontou o Cetro em direção a pessoa. Quando percebeu o que fizera, se apavorou. Mas quando tudo estava de novo claro, Izzy viu que era Max.

— O que está fazendo aqui? — Ela levantou em um pulo escondendo o objeto nas costas. Viu o Cetro se transformando em anel e sussurrou. — Copas...

— É o Cetro? Você tem ele? — Max perguntou com os olhos arregalados.

— Cetro? Que Cetro garoto? — Isabelle mostrou as mãos, apenas o anel de coração estava brilhando em seu dedo. — Me responda.

— Não queria te assustar. Mas só vim para cá, talvez para pensar. E te vi. Se quiser posso ir embora.

A Isabelle da Ilha mandaria ele embora e gritaria que não deveria assusta-la. Mas Isabelle não queria fazer isso, Max não estava fazendo nada de mais ali e ficar com ele, talvez seja algo bom. Apesar de querer ficar sozinha para voltar para a memória, precisava descobrir quem era Carmim, quem era Wine e o que essas duas pessoas tinham a ver com a garota.

— Não precisa. Tem espaço para você aqui. — Ela batucou os dedos por cima da toalha estendida no chão. 

Depois que Max deitou-se, Isabelle se acomodou, afastando do garoto e os dois ficaram em silêncio por um tempo. Ele estava observando o céu, mas às vezes olhava para a garota que estava deitada a poucos centímetros.

— O que foi? — Ela perguntou meio incomodada.

— Nada, só estou te olhando — Max disse sorrindo.

— Sei que sou bonita, tá?

— É, realmente muito bonita. — Izzy corou violentamente. Sabia que Max estava falando sério e fazia muito tempo que não flertava com alguém, havia perdido a prática. E essas palavras não vinham de uma pessoa qualquer, vinha de Max, o garoto que havia se aproximado de Isabelle sem ela perceber. — O que foi?

— Nada. Só estou te olhando. — Ela o imitou.

Ele se levantou, seu olhar foi do céu para Isabelle. Ele estava pensando em alguma pergunta para fazer, mas desistiu.

— Não flete comigo — ele sorriu de canto. — Vai me fazer apaixonar.

O garoto saiu. Izzy se assustou com o barulho do fechar da porta, ficando perdida em seus próprios pensamentos voltou a deitar-se e observar o céu.

 

Estranha Sensação (canção original)

 

Isabelle: Existe um calor em meu peito

Existe um sorriso em meus lábios

Existe uma sinfonia em meu coração

É tudo por você?

Ela se debruçou no parapeito e observou Max ir para o outro prédio.

Max: É tão bom estar perto de você

É tão bom saber que sinto algo por você

É tão bom pensar em você

O garoto virou-se de costas e encarou a construção. Podia ver os cabelos ruivos de Isabelle balançando ao vento.

Isabelle: Que coisa é essa estranha

Que você me faz passar?

Não posso estar apaixonada

Isto seria andar fora da linha

...

Tenho de estar errada

Não posso me confundir

Tenho deveres para fazer aqui

Ela se afastou da beirada e juntou a toalha, preparando para descer.

Max: Se pudesse ver o que eu vejo

Sentir o que sinto

Iria perceber que estou gostando de você

Ele suspirou e continuou a andar.

A garota empurrou a porta de metal e encarou as escadas. Sentia o leve perfume de Max por elas.

Isabelle: Não sei o que é isso

Amor, esse é o nome?

Estranha sensação

Não quero que quebre meu coração

Max: Eu vejo que existe algo de bom

Mesmo que minta para si

Você é uma pessoa amada

Mas talvez não tão delicada

Isabelle: O problema é que estou perdida

Existe uma confusão enorme dentro de mim

Você faz tudo desaparecer quando fala comigo

E eu me sinto tão boba assim

Ela segurou no corrimão e desceu devagar os degraus, com medo de alguma acontecesse.

Max: Posso te mostrar que você é boa

Eu só quero você perto de mim

Quando chegou em seu quarto, percebeu que Charles ainda não tinha voltado. Max observou a janela aberta e foi fecha-la. Olhando através dela, conseguiu achar o quarto de Isabelle, o mesmo estava com as luzes acesas.

Isabelle: Quero apenas ser feliz

Estar com você me alegra

E se ficar comigo, talvez nada acabe bem 

Então, por favor, se afaste se não quiser sofrer

Izzy chegou em seu quarto e jogou a toalha na cama. Andou até a pequena varanda que tinha e observou o céu.

Max: Eu me preocupo com você

Se estiver feliz, eu também vou estar

Afinal, isso que é amar

Dueto: O mundo para ao meu redor

Vejo apenas um brilho em seu olhar

E é por isso que estou assim

Tão apaixonado

Tão viciado

Tão...

— Perdida — murmurou ela fechando o quarto, se preparando para dormir.

— Enlouquecido — sussurrou Max. Ouviu a porta se fechar e virou-se para encontrar Charles despencando na cama. — Como foi lá?

— Horrível. Odeio isso. — Max riu e fechou a janela, olhando mais uma vez para o quarto de Isabelle.


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Notas finais do capítulo

Heey
Espero que tenham gostado do capítulo e da música tbm!
Joguei tantos mistérios nesse cap que espero que vocês peguem eles - ou tentem pelo menos.
As questões que deixo para vocês responderem: por que Ari tem vergonha de ficar com Harry? quem é Carmim? será Izzy vai admitir que está começando a ficar apaixonada?
Deixo vocês bolarem suas teorias! As respostas irão chegar, aguardem. Até se divirtam.

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