Descendants 2 escrita por America Jackson Potter


Capítulo 15
Strange Alliance




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Você é corajosa o bastante para isso.

— Harry J Hook

...

Eram sete da manhã. A vida da Ilha ainda não tinha começado, mas Daiana já estava de pé, correndo entre os varais de roupas estendidos de janela a janela. Correr pelos telhados era mais fácil, tinham menos obstáculos.

Quando chegou ao seu destino, começou a bater na janela sem parar, até que Victor a abriu. Estava com os cabelos bagunçados e uma terrível cara de sono, sem falar que o garoto estava só com uma calça de moletom.

— O que está fazendo aqui? — Ele perguntou passando uma das mãos pelos fios dourados.

— Correspondência contrabandeada. — A garota ergueu o envelope. — Posso entrar? Está frio aqui fora. — O menino pegou o envelope abrindo mais a janela e Daiana pulou lá dentro.

“Recargue de suprimentos:

— Alimentos básicos (2000kg de arroz, 1500kg de feijão, 70kg de carne [todas as sobras]);

— Tecidos [velhos] e roupas [usadas];

— Artefatos [quebrados] com um ótimo uso;

— Quinquilharias.”

— Não tem nada de mais. — O garoto disse assim que terminou de ler a lista.

— O idiota, leia atrás. — A meio-loira virou o papel.

“Prezado Valete, venho com dois avisos: o carregamento de pó de fada não será entregue por motivos óbvios e a cela de Malévola não existe perigo em ser quebrada. Ninguém tem coragem suficiente para fazer tal feito, peço que não se preocupe e tomaremos as devidas providências caso isso ocorra.

Ass, chefe da Guarda Real, Florian White.”

— Tem mais coisa envolvida do que eles escaparem da Ilha. — Daiana comentou. — Não acho que os garotos sabem de todo o plano.

— Tem os selos da Guarda e da Monarquia. — Victor disse olhando o envelope. — Rainha de Copas está tramando alguma coisa grande. Preciso avisar Isabelle.

— Acha que ela vai te responder? Ou falar a verdade para você? Depois de tudo?

— Não, mas eu preciso tentar.

— Victor, para. — Daiana disse segurando o braço dele. — Izzy vai queimar tudo o que você escrever. Ela sabe que você mentiu por muito tempo e não confia mais em você.

— Daiana, eu estava cumprindo ordens da Rainha! Esse era o trato o tempo todo: fazer ela se apaixonar por mim e depois cair fora para que ela ficasse mais forte. Acha que eu queria isso?

— Certo, faça o que você quiser. — A garota pegou a carta e foi para a janela. — Eu vou estar em Dragon Hall quando entender que a ruiva não vai te dar a resposta sobre o que ela realmente sabe. — Pulou para o telhado. — Ah, se for rápido, eles ainda entregam a carta hoje.

...

Os corredores estavam vazios, daqui a poucos minutos com o bater do sinal estariam cheios de estudantes indo para cá e para lá, uns entrando nas salas para terminarem a tarefa que não tinham começado. Era certo de que ninguém deveria estar lá, mas também não era proibido os alunos de irem para as salas se não houvesse soado o primeiro sinal.

Harry era o único aluno que sempre estava na sala de treino antes de tudo. Acordava mais cedo e ia para lá. O que o motivava a isso? Manter a habilidade de erguer uma espada sempre ativa. Era preciso, afinal era filho de um pirata.

Só que nessa manhã, alguém decidiu fazer a mesma coisa que ele.

— Não sabia que estava aqui. — Ariana sussurrou deixando sua mochila escorregar por seu ombro. Harry parou de socar o saco de areia para encarar a ruiva.

Fazia algumas semanas que eles estavam saindo, mas nada havia rolado entre os dois. A foto que Keen C havia conseguido dos dois, era falsa. Dava para perceber isso, mas Ariana não quis dizer nada sobre o assunto, deixando todo mundo acreditar que era verdadeira. Os dois sabiam que nada estava rolando de fato, mas o que o loiro não sabia era o que se passava de verdade na cabeça da princesa.

— Estou de saída. — Ele respondeu pegando uma toalha e passou na testa. Foi até a mochila e vestiu sua camiseta. Iria voltar para o quarto tomar um banho, perderia um pouco do 1° horário, mas era apenas dar a desculpa de que se atrasou.

— Eu te atrapalhei, já estou indo. — Ariana pegou a bolsa do chão e se virou. Harry agarrou o antebraço dela e a encarou. Os olhos da cor de um azul congelado encararam a garota.

— Eu realmente já estava de saída. — Ele disse sincero. — Podemos conversar?

— Sobre?

— Não finja que não sabe. — Ele sorriu de canto, fazendo com que a menina mordesse o lábio. — Sobre estarmos saindo e apenas isso. Se continuar assim, vou parar de te chamar e ainda peço para a prof. Mégara me mudar de dupla. — Ela desviou o olhar, encarando as próprias botas. — Fala alguma coisa, por favor.

— Eu não sei o que falar, tá bem? — Ariana voltou a encara-lo. — Eu gosto de sair com você, mas me sinto exposta. Queria que fosse simples, como um relacionamento normal, mas não. Se aquele maldito blog Keen C não ficar falando sobre mim, as revistas fora da escola vão. Não quero isso para você.

Harry olhou confuso para ela, segurou uma de suas mãos e a outra foi ao encontro de seu rosto, acariciando a bochecha avermelhada.

— Não precisa ficar assim. — Ele sorriu sincero. — O que você quer afinal?

— Ficar com você sem me preocupar. — Ariana respondeu corando ainda mais.

— Então fique. — Ele aproximou o rosto ainda mais do dela. — Você é corajosa o bastante para isso.

Harry a beijou suavemente. Ariana retribuiu puxando o garoto para mais perto. Naquele momento, nada estava importando.

Estava tudo perfeito até que o sinal bateu, fazendo a garota dar um salto para trás. Harry mordeu o lábio para não rir e disse:

— Você me atrasou.

— Oh, desculpe. — Ariana sorriu e começou a andar. — Posso enrolar a prof Mégara para você não se atrasar mais.

— Vai fazer o que de tarde? — Ele disse saindo da sala.

— Equitação com Rose. — Ariana comentou indo, de costas, para a sala de História. — Depois das sete eu fico livre, só por curiosidade.

— E, só por curiosidade, você iria comigo até a vila tomar café?

— Para sua curiosidade, sim. — A menina sorriu e entrou na sala, trombando com Charles.

— Hm, estou vendo que existe mais alguém apaixonada no grupo. — Ele brincou fazendo Ariana sorrir.

— Cale a boca. — A ruiva sentou-se no lugar de costume. — Precisamos achar alguém para você.

— Ah, não dê uma de cupido. — O garoto fez uma careta. — Odeio quando vocês tentam fazer isso. Nem sempre dá certo, sabe?

— Ah, tanto faz. — A ruiva deu de ombros.

Com o tempo a classe começou a ficar cheia e o barulho das conversas aumentou, fazendo Charles e Ariana continuarem com a conversa num tom mais baixo.

...

Quando os primeiros horários acabaram, indicando o final da primeira parte do dia, Isabelle foi para a Sala de Bondade, onde sabia que a filha da Fada Madrinha e Mal estariam treinando magia com a diretora. A ruiva estava esperando desde o Halloween para conversar direito com a namorada do rei.

Isabelle esperou Jane com a diretora saírem para entrar. Mal demorou para notar a garota.

— Tentando controlar seus poderes? — Isabelle perguntou primeiro analisando as próprias unhas. — Que fofo.

— O que você quer? — Mal ergueu uma sobrancelha guardando o livro de feitiços na bolsa.

— Hm, não sabia que eles tinham deixado você ficar com esse caderninho. — A ruiva estreitou os olhos. — Mas isso não interessa. O que aconteceu com você no Halloween?

— Está preocupada, Izzy? — Do mesmo jeito que Mal odiava ser chamada de Bertha, Isabelle tinha esse efeito com Izzy.

— Estou é tentando entender. Você já fez isso uma vez. — A ruiva sentou-se em uma das cadeiras. — Onde sua mãe está presa? Não é na Ilha, tenho certeza.

— Não te interessa. — Mal atravessou a sala indo embora, mas a Copas foi mais rápida, levantando-se e trombando com a loira.

— Montanha Proibida? — A ruiva pegou um dos papeis e leu rápido antes que Mal o tomasse. — Sua mãe está lá, não é?

— Já disse que...

— Bertha, nos duas sabemos que ninguém suporta sua mãe. — Isabelle disse devolvendo a folha. — O que está acontecendo? Seu sonambulismo tem a ver com isso, né?  — Mal desviou o olhar, fazendo com que Isabelle tivesse certeza. — Me diga agora o que você está escondendo. Sei que é algo grande e tem medo disso.

— E quem é você para me ajudar? — Mal a encarou. — Não é uma amiga disso eu sei. Você só se importa consigo mesma, fico impressionada com o fato de você ter tido seu coração despedaço pelo Valete.

— Este é um assunto meu.

— Como isso também é meu. — Retrucou a loira.

— Uma não tem magia, ela apenas sabe fazer poções. Kaya se teletransporta e Gil e Harry não tem um pingo de magia no sangue. — A garota disse com um suspiro fazendo Mal encara-la. — Eu tenho. Sou herdeira de tudo do País das Maravilhas, inclusive a magia de lá.

— Por que está falando isso?

— Porque se você estiver com problemas com sua mãe, eu sou a única que pode te ajudar de verdade. — Isabelle estava cheia de si, Mal notara. — Você não gosta daqui, só do Reizinho. E isso faz com que não confie.

— O que você quer?

— Me conte esse seu segredo com sua mãe, e eu lhe conto um segredo à altura.

Era tentador. Isabelle não sabia o que Mal poderia fazer com o que iria contar-lhe, e vice-versa. As duas não eram amigas desde o aniversário de cinco anos de Evie, no qual, Isabelle derrubou Mal em uma poça de lama. Um problema insignificante, mas para as duas orgulhosas, algo incrivelmente significativo.

— Minha mãe está presa na Base Militar da Montanha Proibida. — Mal disse sem demonstrar emoção. — Ninguém sabe disse, é um segredo de governo e não foi Ben que me contou, Carlos me ajudou a descobrir, mas nem ele sabe direito o que é. — A ruiva assentiu, pedindo para que Mal prosseguisse. — Minha mãe está usando nossa conexão para me fazer acha-la desde o Ano Novo, só que com a chegada de vocês, isso ficou pior.

— Certo.

— Quero vê-la, tentar saber porque ela está fazendo isso, mas preciso de ajuda. Sei que ninguém iria me levar até lá.

— Então quer minha ajuda?

— Não disse isso. — Mal sentou-se em uma das mesas. — Agora você.

— Preciso que não diga a ninguém sobre isso. — Isabelle respirou fundo e mexeu na bolsa. Mal assentiu, prometendo em silencio. A garota tirou o Cetro das Maravilhas. — Descobri a pouco tempo que eu o tinha.

— E...?

— E com ele eu acho que posso voltar com o País das Maravilhas, mas preciso saber como e qual passagem não foi lacrada.

— Você tem 3 tentativas.

— Não. Na verdade, tenho quatro: existe um poço, a água que corre nele é do País das Maravilhas, mas ninguém sabe seu paradeiro. Nem o paradeiro do espelho, onde é o rio e qual foi a toca de coelho que Alice usou. — A ruiva balançou a cabeça. — Seu caso é mais fácil.  

— O que quer em troca?

— Te ajudo e você me ajuda. É simples.

Mal voltou a analisa-la. A Forte Isabelle não estava lá, quem estava era Desesperada Isabelle. Talvez Mal entendesse se fosse herdeira de algum reino encantado.

— Fechado. — A loira disse depois de um tempo, Isabelle sorriu. — Mas se me trair, ou pensar nisso, eu juro que você não terá esse cetro mais, e suas chances de restaurar o seu reino acabam.

— É engraçado, você mudou sua aparência, mas seu interior é de uma vilã. Pelo menos nas ameaças.

Mal não respondeu, apenas saiu da sala deixando a ruiva sozinha lá.

— Ah! Mal! — Uma voz soou assim que ela cruzou um dos corredores cheios de armários. A loira se virou e encontrou Audrey. — Estava te procurando.

— Hã... oi. — Mal tentou sorrir do mesmo modo que Evie estava tentando ensina-la para situações constrangedoras ou incomodas. — Que bom te ver aqui.

— Sim, sim. — A morena sorriu de volta. — Eu estava pensando... você é a namorada do Rei e nunca participou dos chás da tarde que minha mãe faz todo final de semana. Então vim te convidar para tomar um chá este sábado. Se Evie quiser, ela pode ir também.

— Ah... claro, por que não? — Mal continuou forçando o sorriso. — Que horas mesmo?

— Quatro da tarde. No meu castelo. — A morena sorriu e foi embora.

Chá da tarde, castelo de Aurora, cheio de princesas mimadas e cor-de-rosa, Evie pode ir. A garota repassou tudo em sua cabeça. Ainda tinha que ajudar Isabelle a ajuda-la com a mãe... era muita coisa para pouca Mal.

...

— Se prestarem atenção, irão perceber que apenas uma das constelações estão sobre nós. — Disse o Prof. João Darling. — Mas qual é? Atividade rápida. Formem duplas e me respondam, vocês têm até o final da aula.

A única aula extracurricular que Uma e Kaya tinham se inscrito. Era maravilhoso aprender sobre as constelações e todo o universo. O problema era que quase todas as aulas eram de noite, bem no meio da noite.

— Certo. — Uma olhou todas as constelações no livro. — São um monte de estrelas!

— Você está pensando pequeno. — A de rosa ergueu a cabeça da amiga para cima. As aulas ocorriam no observatório do colégio, então tinham o céu estrelado sob suas cabeças. Era óbvio aquilo, tão óbvio que ninguém estava pensando. — É sobre sua história que estamos falando, prof. Darling.

— Então desvendou a charada. — O mais velho disse.

— A única constelação que está sobre Auradon é a segunda estrela mais brilhante. — Uma respondeu apontando para a estrela brilhante.

— Correto garotas. — O professor balançou a cabeça concordando. — Daqui a poucos dias vocês irão conhece-la. Bem, os alunos do terceiro ano que irão para a excursão de formatura.

O resto da aula foi uma discussão sobre qual constelação conhecida era a mais antiga. Um assunto que as duas alunas que vieram da Ilha dormiram. Não era um grande interesse para elas.


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Notas finais do capítulo

Deem uma olhadinha nas minhas outras fanfics:
[todas já foram finalizadas]
— https://fanfiction.com.br/historia/708135/Ally_in_Wonderland/ {Alice no País das Maravilhas + Descendentes}
— https://fanfiction.com.br/historia/698368/Back_to_New_Orleans/ {The Vampire Diares + The Originals}
— https://fanfiction.com.br/historia/732850/All_of_the_Stars/ {Original}



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