Scream - Survival 2 escrita por The Horror Guy


Capítulo 29
Fright Night - Part 4


Notas iniciais do capítulo

O Terror continua! E parece longe de ter acabado... Bons sustos!



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—O que tá acontecendo aí?! -Claire berrou de dentro do quarto.
—O Paul apareceu! -Respondeu Ed.
—Ah, peraí que eu já vou dar na cara dele!!

Uma pausa se deu, o grupo não sabia como reagir. Aguardando em angústia o clima foi quebrado com Paul desfazendo o silêncio ao berrar de longe:

—E aí?! Posso chegar?
—Fique onde está! -Edward retrucou em Alerta.
—Ok... -Aceitou desanimado.
—Espera que eu tô chegando!! -Claire resmungou.

(Bamf!) Uma batida seca surgira, algo pesado provavelmente caíra no chão em algum lugar. O Grupo se virou curioso apontando as lanternas dos celulares em conjunto na direção do som, iluminando parte do deserto corredor. Mais uma pancada se deu, e mais outra.. aproximava-se em períodos bem curtos seguidas umas das outras.

—Ai meu Deus!.. -Recuou Quinn erguendo melhor o celular, assustando-se com a barulheira.
—Fica calma, não é nada. -Edward falou com desdenho.
—Como você sabe?..
—Espera pra ver. -Demonstrou saber do que se tratava.

A menina aquiesceu sem desgrudar os olhos da passagem escura pobremente iluminada, quando Claire surgiu de dentro de um dos quartos pulando num pé só, esforçando-se para calçar o tênis enquanto tentava continuar seu trajeto. A Diaba parou ao lado da porta com um joelho levantado, fechando os olhos de agonia por tanta luz mirada em seu rosto.

—Iluminem mais pra baixo, porra.

E assim o fizeram, apontando as lanternas para o chão:

—Obrigada. -Abaixou a perna, passando a agachar para terminar de amarrar o cadarço. -Então.. -Dizia ao cumprir a tarefa. -Cadê o Elton John?
—Tá lá no final do corredor.
—Ótimo, vamos ficar na cola dele então, Edward.
—Quê? Ficou maluca? Ele pode ser o assassino!
—Pode ser, e "SER" são duas coisas diferentes. Além do mais, é como diz o ditado. Mantenha os amigos perto, e os inimigos.. Mais perto ainda.
—Certo.
—Ah! -Suspirou aliviada terminando o que fazia, levantando-se indiferente com um suspiro. -Agora vamos agitar essa festa do demônio, vadias. Rachel, tá aí?! -Chamou espiando para dentro do quarto.
—Estou. -Veio a garota surgindo no corredor saindo do escuro, apontando sua luz aos outros.
—Ótimo, Tá pronta?
—Nasci pronta.
—Arrasou. -Claire ergueu a mão, recebendo um 'High Five" de Rachel.
—Eu ainda não acredito que isso está acontecendo. -Quinn mostrou um discreto sorriso, apontando para as duas.
—É, o mundo dá voltas. E eu dou piruetas. Bora? -Falou seguindo em frente.
—Bora! - Concordou a goleira.

Claire passou direto pelo quarteto de cabeça erguida, ajeitando o sobretudo dando uma encarada significativa em Edward, que assentiu estendendo-lhe a mão, de modo que ela pegou seu celular. Apontou o aparelho para frente feito uma arma, tentando criar um foco na iluminação. O foco? A Silhueta de Paul ao fundo:

—Qual é, gente! Isso é ridículo! -Reclamou o garoto. -Vocês precisam me ajudar! Aconteceu uma coisa!
—É? Veremos!!! -Debochou Claire, caminhando em frente desenfreada.

Edward e Kirstin a seguiram de mãos dadas em passos cautelosos, procurando ver tudo por cima de seus ombros, sendo Claire o condutor do Trem do Terror que a seguia. Kirstin ajudava jogando a luz por cima de Claire clareando ainda mais seu caminho, aumentando seu campo de visão pela frente.

Kenny secou Quinn e Rachel de modo nada agradável, com um certo desprezo. As duas mantiveram-se paradas por um instante sem reação ao garoto, que as intimidou com o olhar. Hesitantes em passar direto por ele, recuaram levemente dando a entender que o deixariam ir na frente. E assim que ele percebeu, deu de ombros coçando o nariz, seguindo a direção do grupo.

As amigas se entreolharam, tendo Rachel segurado a companheira pelo braço, espremendo-se para caberem as duas no estreito e escuro corredor. Com um suspiro, elas também os seguiram entre palavras baixinhas:

—Rachel.. promete que nunca mais vai ficar longe de mim? Eu quase tive um treco.
—Prometo. -Respondeu docemente.

Quinn gostaria de agradecer a promessa assustada e momentânea, mas assim que começaram a andar, sentiu a temperatura congelante da mão da amiga que lhe segurava, recuando o braço se tremendo um pouco, indicando frio:

—Nossa!.. Você está gelada! Fiquei toda arrepiada. -Acariciou o braço sentindo os pelo arrepiados pelo Toque firme da amiga.
—Desculpa.. -Tirou-lhe a mão, enfiando-as nos bolsos.
—Tá tão frio assim lá fora ou aconteceu alguma coisa?
—Os dois... eu estou muito perplexa pra falar a verdade. -Admitiu de forma melancólica.
—Me conte.
—Pode ser depois?.. Ainda me sinto muito mal com tudo isso.. Só não quero que a Claire perceba mas, Quinn, o que eu vi lá embaixo... Vai me impedir de dormir por um bom tempo.
—Eu quero saber?
—Acho que não...
—Tá... Não vou insistir. Porque já estou morta de medo. Me conte mais quando tudo isso acabar.
—Ok.
—Só quero que saiba, que vai ter justiça. Não importa o que aconteça. O que fizeram com a Mi... -Segurou-se ao dizer o nome "Minnie" ao perceber a expressão de repulsa em Rachel. O que aconteceu no refeitório a embrulha as entranhas só de pensar. -Esqueça. O importante é que vai acabar tudo bem.
—Assim espero. -Respondeu engolindo seco. -Toma. -Disse cutucando Quinn com seu celular.
—Não vai usar a lanterna?
—A bateria tá nos 30%. É melhor salvar pra uma emergência. Vamos ficar só com o seu por enquanto.
—Certo. -Pegou o aparelho, guardando-o no bolso do moletom.

Claire sentia-se com pena de Paul. Por mais que houvessem furos em sua história, estariam mesmo sendo espertos ao demonstrarem tamanha desconfiança assim na cara dele? Ela sempre pensou que a melhor coisa a fazer é não deixar o assassino saber que você está alerta. E se Paul é mesmo o culpado, não estavam fazendo um bom trabalho com isso. O medo não a deixava pensar claramente, mas agora que o pensamento lhe ocorreu, decidiu mudar a estratégia de seu comportamento por mais que seus instintos fossem fortes. Caminhava vagarosamente na linha de frente guiando o grupo, porém demonstrou mais empatia na voz.

—Paul, você está bem?
—Estou. -Respondeu cobrindo o rosto com a mão, por conta da luminosidade intensa que que se aproximava. Mas Claire não ousou deixar de cegá-lo, manteve a lanterna do Celular no rosto do jornalista propositalmente.
—Você disse que algo aconteceu, o que foi? -Fingiu preocupação.
—Clarice...

Ripley parou, congelando no trajeto como se tivesse um estalo.

—Clarice, você disse?
—É, pelo Amor de Deus.. Precisamos encontrá-la!
—Já não era pra ela estar aqui ou estou enganada?
—Era! Caramba, Claire! Eu fui atrás de você mas não te achei!
—E por acaso esqueceu onde fica a sala do Heitor?
—Não! É que eu não ia entrar lá do nada, certo? Sabia que você estava lá. Mas como você não saía nunca de lá eu passei no escritório da segurança. Falei com a Reese.
—E o que ela disse?
—Como?
—Eu perguntei o que ela disse. Tá surdo?
—Na verdade, eu quem falei com ela. E pedi pra ela ficar aqui durante a noite vigiando a gente, ficando pronta caso algo acontecesse.
—Ha! Essa é nova! Reese vigiando? Belo trabalho dela então quando eu estava no estacionamento.
—Tanto faz! Não acredite se quiser, mas temos que encontrar a Clarice!
—Por quê?
—Porque.. Ela pode estar em perigo. Eu sinto!
—Não me convenceu. Tente novamente mais tarde.
—Claire.. Por favor... -O modo como a voz do jornalista implorou a fez mudar sua perspectiva. Não havia nada de ameaçador em Paul que a fizessem julgá-lo de outra forma. Claro, ele era um Gay mal assumido e consequentemente um traíra de namoradas, mas não parecia do tipo que deixaria a Rapariga morrer só porque não sente um tesão ou amor verdadeiro nela. E pensou duas vezes antes de acusar Clarice lembrando-se de algo Chave.
—Tá bem. Eu vou te ajudar e sabe por quê?
—Por quê?
—Porque o Assassino está fazendo a volta nos ataques. Eu percebi isso. Ele já perturbou todo mundo aqui de certa forma. E depois, voltou a roda indo atrás da Cath, uma das sobreviventes do primeiro ataque depois da Gigi. Clarice e Gigi são oficialmente as únicas sobreviventes da Zeta Beta. O que provavelmente faz delas, se eu estiver certa.. Os próximos alvos. E a DKY.. Bem, ele só foi atrás do Evan para acabar comigo então não há ninguém de lá condenado a Morte. Depois, ele vai atrás de quem sobrou da Lambda Kappa... A casa que não conseguiu atacar. Sendo os alvos Quinn e Rachel. Por isso ele não se esforçou muito pra te matar naquela hora Rachel...
—Nossa, obrigada! Já me sinto muito mais aliviada! -Respondeu sarcástica.
—É.. Temos mais coisas em comum do que eu achava, ao final de contas! Enfim! Clarice pode sim estar em perigo. O que me levanta outra pergunta ainda mais assustadora...
—Qual? - Perguntou o grupo em conjunto.
—Ninguém sabe onde Gigi está... E isso me dá medo!
—O que quer dizer com isso, Claire? -Questionou Ed. -Acha que Gigi pode estar envolvida?
—Não sei ao certo. Na verdade.. Duvido da possibilidade. Mas, duas garotas pretendentes a próximos alvos desaparecidas? Te digo que coincidências não existem. Falando nisso, Paul, onde está Tim?
—Ele foi embora hoje a tarde.
—Não quis ficar aqui com você nessa situação romântica?
—Tá louca que eu ia deixar ele aqui nesse horror? Obrigar ele a passar por isso?! Droga, eu o amo!
—Mas não ama Clarice o suficiente pra deixar que o assassino a pegue?! É isso?
—Tudo o que estou dizendo, é que.. Me sinto péssimo. Um lixo! Agora, dá pra alguém me ajudar, caralho?!! -Exclamou em fúria dando um passo brusco na direção do grupo.
—WOW!! -Berrou Claire balançando as mãos em alerta. -Pare! Pare!!

Paul travou levando as mãos ao alto em rendição, mas não deixou de reclamar:

—Ah, fala sério!
—Eu.. Eu não sei o que pensar, Paul!


Enquanto a discussão acontecia, Rachel cutucou Quinn disfarçadamente:

—Psiu!
—Quê? -Sussurrou ela.
—Vem cá, deixa eu te falar uma coisa. -Rachel deu um passo atrás pescoçando sobre a conversa, temendo ser ouvida.
—Tá... -Estranhou a menina se aproximando.
—Vem, Vem, Vem! -Insistiu dando pequenos puxões em sua blusa, afastando-se alguns passos do grupo.
—Tô indo!! -Sussurrou.
—Shh!! Não quero que ninguém saiba disso!
—Pode falar! -A Fitou perturbada.

A Morena de uma segunda olhada para o grupo que, de costas as elas pareciam bem entretidos na decisão de levar ou não Paul a sério que nem se tocaram que as duas se afastaram.

—Vem aqui.. -Insistiu Rachel caminhando sorrateiramente na direção contrária, embrenhando-se nas profundezas do corredor.

Quinn a seguiu abaixando o celular, deixando a luz apontada para o chão. E assim, as duas meninas ficaram praticamente invisíveis ao resto do grupo quase desaparecendo no breu. Caminharam furtivamente por alguns instantes sem fazer o menor dos barulhos, afastando-se do grupo. Pé ante pé, prosseguiram. A branquelinha percebeu que Rachel havia parado assim que seus sapatos foram iluminados pela Lanterna. A Alcançou parando diante dela. Subiu seu olhar iluminando-se por debaixo do queixo de forma que pudesse ver o rosto da amiga, e de modo que ela visse o seu. E com isso, percebeu que estavam na beira do Lobby onde estavam anteriormente. A Voz de Claire e Paul já soavam um pouco distante.

—Rach, que foi?

Reagiu ao Morder os lábios tensa e pensativa, não queria falar.. mas devia. E então, vasculhou os bolsos da calça tirando dali um objeto pequeno e metálico, do qual segurou firme para que seu som agudo não fosse ouvido pelos outros. Pegou na mão de Quinn trazendo-a até a altura de seu rosto. Abriu-a diante de si, depositando nela o que segurava e fechando-a em seguida rapidamente.

—O Que é isso? -Perguntou ela, curiosa sentindo pinicadas geladas na palma da mão.
—São as chaves do meu carro.
—Espera, por quê tá me dando isso?
—Se a coisa ficar feia, quero que corra o mais rápido que puder e não pare por nada, está me ouvindo? Não pare por nada até chegar no estacionamento. Se puder fugir, vá! Não se importe comigo. Pegue meu carro e dê o fora.
—Rach, eu..
—Promete?! -Ordenou impedindo que ela não aceitasse.
—Ah... -Quinn a fitou diretamente, e vendo como a amiga falava mortalmente sério. Não teve outra opção a não ser: -Prometo. -Concordou abalada guardando a chave no bolso de sua calça.
—Não conte isso a ninguém. Quando a coisa apertar, o povo vai começar a gritar e a correr pra tudo o que é lado. Não confie em ninguém e não siga ninguém. A Claire é confiável e o Edward também. Mas não os siga! Pra onde eles forem, o assassino vai atrás. Fique longe deles, ok? Corre pro meu carro e vá pra casa!
—Mas e você? Está pensando em ficar aqui nesse pesadelo?!
—Não! Claro que não. Eu vou estar indo com você, amiga. Mas se alguma coisa acontecer e se a gente acabar se separando ou algo assim... já sabe o que fazer.
—Mas..
—Eu jamais, me perdoaria... Se alguma coisa acontecesse a você. Já perdi a Minnie. E não aceito perder mais ninguém.
—Amiga... Obrigada. -Segurou o choro.
—Shh! Agora vamos voltar antes que desconfiem de alguma coisa.
—Hum, tá bom! -Virou-se abaixando o celular novamente, escondendo a luz para que ninguém notasse sua posição, enquanto tornava a se aproximar do grupo silenciosamente.

Rachel a seguiu em passos vagarosos tentando não fazer barulho. Seguiam na direção de três silhuetas, três pontos luminosos ao longe, duas vozes em discussão e um Paul levemente cego cobrindo os olhos constantemente durante os argumentos intermináveis. Contendo-se em ver muito pouco, planejando cada passo, A goleira seguia sua rota vagarosa tocando com a ponta dos dedos a parede à esquerda por mera segurança, tateando seu caminho feito um cego.

Passado pouco mais de um metro no trajeto, ao posicionar a mão na parede novamente, não a encontrou. Seu braço afundou num espaço escuro onde quase acabou caindo para o lado sacudindo-se buscando no que se segurar, prendendo a respiração afim de não fazer nenhum barulho. Segundos desesperadores que não duraram muito, pois logo conseguiu agarrar em algo firme em seu lado esquerdo, algo que parecia ser um batente. Provavelmente uma das portas abertas de um quarto que se tornou invisível nas escuridão. E ao se segurar enfim, avistou Quinn já a uma certa distância. Pôde perceber que era ela pela luz que a mesma carregava apontada para baixo e o modo como seus tornozelos eram gentilmente iluminados durante seus passos que a tornavam cada vez mais distante. O pânico lhe bateu ao notar que ficara um pouco distante demais. O medo veio como um convidado indesejado onde ela quis mais que tudo alcançá-la de imediato.

Ao se propor a tal, o destino conspirou contra si. Procurou equilíbrio impulsionando-se para frente tendo o batente como apoio, afim de voltar a ficar de pé como uma pessoa normal e não retorcida na posição torta de quem quase levou um tombo, quando uma mão negra enluvada surgida feito uma sombra diante de seu rosto veio sem mais nem menos, tapando-lhe a boca com força! Numa agilidade tremenda, Rachel fora puxada com tudo para trás sendo engolida pelo quarto escuro num susto estarrecedor e repentino.

Sumiu... e ninguém sequer percebeu.

Quinn já se aproximava cabisbaixa do grupo parando logo atrás de Kenny, queria até fingir que não estava ali.

—Não, foi você quem disse pra eu mudar o Aplicativo, Claire! - Insistiu Paul.
—Foi, mas no que isso adiantou?! O Assassino Hackeou aquela merda de todo jeito e foi tudo pra merda.
—Tá, tá, tá! -Resmungou exausto. -Agora será que dá pra tirar essa luz da minha cara?
—AH, tanto faz.. -Bufou a Diaba abaixando a lanterna.

Porém, a discussão não parou por ali, mais palavras se embolavam num bate e volta dos dois que parecia não ter fim. E o restante do grupo, não tinha outra opção a não ser ficar calado. Interferir significava levar uma patada de Claire ou de Paul, e ambas as opções resultariam numa nova briga da que já acontecia, levando tudo ao perfeito caos. Calados, submissos, assustados.. A turma não tinha o que fazer a respeito.

Enquanto isso, imersa num pesadelo terrível, Rachel era segurada fortemente por trás com a boca tampada e com um braço alheio passado por sua cintura, quase lhe alcançando o seio num abraço agonizante. Gemeu de medo por debaixo da luva preta que lhe cobria os lábios, apenas para levar uma sacudida, sendo fortemente puxada novamente para trás pelo corpanzil que a continha, impedindo que ela se movesse demais respondendo a uma possível ação de tentativa de fuga, agarrando-a firme por trás. Não via absolutamente nada podendo ouvir uma respiração intensa e abafada perto de um de seus ouvidos. Algo emborrachado lhe tocou o ombro passando entre seus cabelos. O que a segurava estava levemente gelado. Dava a impressão de ter minúsculas gotas d'água espalhadas por seu ser.. como se tivesse passado um longo tempo na fina garoa lá de fora.

Tremeu de pavor! Rachel entrou num desespero profundo onde nada seria capaz de tirá-la. A Coisa a levou um pouco mais para trás consigo, obrigando-a a "Andar" de marchá-ré acompanhando seu dominador... Passo após passo... Lentos.. e intermináveis. Conforme ia para trás, notou como a sola de seus tênis pareciam raspar em algo um pouco áspero. Deduziu que o chão fosse um tipo de carpete ou tapete. E então, tão repentinamente quanto o ataque, os passos pararam. O Agressor parou ao ter se recostado contra o que seria uma parede, freando Rachel junto, que acabou tendo suas costas pressionadas por um momento contra o peito daquele que a segurava. A respiração do inferno ainda estava ali...

Por mais que o terror fosse maior, ela se remexeu jogando-se de um lado para o outro tentando se livrar, sendo fortemente segurada entre solavancos, enquanto sua boca era ainda mais pressionada. Já lhe doía os lábios pela forma como era mantida, sentia a carne de dentro da boca raspar por seus dentes dando a impressão que os mesmos lhe cortariam a parte interna dos lábios ou as bochechas. Com os braços fazia movimentos desesperados e quase epilépticos tentando tirar de si aquela mão firme que a silenciava. Em vão, não importa o quanto tentava se jogar, a coisa ainda a segurava pela boca puxando-a de volta no mesmo instante mantendo-a na mesma posição condenada. A força que fez para tentar retirar o braço de si fora ridícula compara a rigidez em que era mantida. Aqueles dedos cobertos por um tecido grosso e desconhecido não se moveram nem um centímetro como se estivessem soldados em sua boca. Tentativas de cotovelada vieram em seguida, junto com pontapés onde a menina insistia em pisar nas botas enormes que estavam ali logo atrás de seus calcanhares. Ações em vão no reino do medo. E no que tentou gritar fazendo força com a garganta exausta no completo escuro, quase teve um alto gemido escapando por dentre os dedos impiedosos da figura invisível, que com a outra mão, acertou-lhe um golpe na testa com um objeto duro e aparentemente feito de plástico. A Pancada astuta e dolorosa lhe parou, fora claramente um aviso.

A Garota viu estrelas.. pensou em como aquilo poderia ter sido uma faca ou algo pior, e desconfiava até que já tinha morrido e não sabia. Sem ter conhecimento do que a acertara, congelou "Obedecendo" ao comando do agressor, ficando quieta com uma tremenda dor na testa.

Sua cabeça balançou no meio dos soluços tristes e mudos, de um choro incontrolável de gemidos abafados com sucesso. Ela até mesmo tentou manter o volume de seu choro um pouco baixo, afim de não provocá-lo e receber um golpe ainda pior.. um que talvez viesse em forma de morte.

Era uma refém. Se tocou disso. Se ele a quisesse morta assim teria sido. Certo?...

A mão enluvada deslizou por sua cintura enquanto a outra a mantinha calada. Esta que se movia, tocou seus dedos raspando um objeto pesadinho e ainda desconhecido na palma de sua mão. Objeto este que parecia estar-lhe sendo entregue. Rachel o pegou, sentindo sua superfície plana e quadrada. Era um celular! Se perguntou se fora com isso que ele a acertara.

Tremendo-se toda, ela o ergueu lentamente diante do rosto, embora não pudesse de fato vê-lo. A Coisa parecia se mexer atrás de si, como se procurasse por algo guardado num bolso ou algo assim, não conseguia saber exatamente o quê. Respirando exaustivamente pelo nariz, a única entrada e saída de ar disponível em seu rosto, Rachel tomou coragem deslizando os dedos pela tela touch escura e invisível para apertar a tecla quadrada inferior do celular. Assim que a sentiu sob a ponta do polegar.. A apertou. A Tela iluminou-se diante de si com a lanterna embutida na parte superior do mesmo voltando-se ao seu rosto. O Brilho lhe doeu as vistas por um instante, mas nada comparado a dor do pavor. Pelo ícone presente no canto da tela, notou que estava no modo "Câmera". A lente, não mostrava absolutamente nada por conta da escuridão à frente. Foi quando o indicador preto coberto por uma luva acoplada a manga enorme que surgira em sua frente, bloqueando-lhe parte da visão que tinha da tela apareceu, fazendo um gesto giratório repetitivo, querendo lhe indicar algo. A goleira entendeu...

Usando as duas mãos, segurou com firmeza o celular mantendo-o um pouco afastado, movendo-o como a coisa pedira. Girou o mesmo para frente deixando a tela de costas a si. Foi quando sentiu uma picada embaixo do queixo. Uma bem sutil porém de extremo incômodo. Tinha algo gelado colocado embaixo de sua mandíbula.

Assim que a lanterna apontou para frente, o gelo na alma não pode ser contido. Em sua frente, iluminou-se um espelho na parede. Estreito e de corpo inteiro, com as bordas cobertas por pompons brancos e com alguns adesivos colados. Mas não fora essa visão que lhe aterrorizou. E sim, o reflexo. Se viu de olhos arregalados em total terror, sendo segurada pela figura de fantasma, que de certo modo estava com a máscara levemente deitada em seu ombro, enquanto sentia a respiração sobre seu pescoço. E a coisa gelada que a pinicava sob o queixo? Uma faca, de aproximadamente uns 22 centímetros. Era enorme, larga e com a ponta levemente curvada sendo segurada apontada para cima. E a ponta? Adivinhe.. Em pé sob seu queixo.

Lágrimas ardidas lhe escorreram pela bochecha umedecendo a luva que a tapava a boca.

"Por favor, eu não quero morrer" -Pensou fechando os olhos mantendo o celular apontado para tal imagem. Lembrou-se de sua irmãzinha Sarah. Uma única imagem de si mesma chegando em casa com o uniforme do time de futebol feminino sujo e amarrotado, abraçando a garotinha que sonhava em ser como ela. Pensou no sustento que daria a Sarah após terminar a faculdade, quando finalmente pegaria a garotinha e a levaria para morar consigo afastando-se de sua mãe negligente e baladeira, que por vezes saía e deixava a pequena sozinha trancada no quarto por medo da mesma fugir, sem lhe deixar sequer um biscoito ou algo para comer, Assim como fazia com ela quando tinha a mesma idade. Mas diferente de Rachel, Sarah não tinha uma vizinha a quem correr depois de ter pulado a janela. Tudo o que tinha, era o telefone da irmã do qual sabia o número de cor e ligava em desespero com medo da solidão para conversar durante as noites de sábado do qual a mãe andava por aí enchendo a cara e se relacionando com estranhos.

"Por favor, Deus.. se um dia eu te pedi alguma coisa"... -Era o que sua lágrimas diziam ao escorrerem grossas e com força sobre seu rosto moreno.

De repente, a respiração intensa embaixo da máscara parou. Rachel estranhou paralisando ao mesmo tempo em que seus joelhos ameaçavam se dobrar para cair... Manteve-se firme, e eis que uma voz surgira sob o látex daquela bocarra esticada, dizendo bem baixinho:

—Tire uma boa foto... -Ela abriu os olhos imediatamente! Reconheceu a voz na hora arregalando os olhos num tremor repentino vendo-se novamente naquela posição medonha no espelho. E no milésimo de segundo em que se mexeu pela descoberta... (Fitck!) -A lâmina entrou-lhe direto subindo por dentro do queixo atravessando-lhe a língua rasgando o céu da boca numa perfuração só e violenta, onde entrou até o cabo de uma só vez, parando assim que a ponta lhe tocou o topo do crânio pelo interior.

Acabou. Olhos que se cegaram... O Celular que escapou de sua mão caindo contra o carpete sem emitir ruído ou baque. Seu pés que se contorceram e amoleceram logo em seguida, joelhos que se entortaram ao não estarem mais eretos... Um corpo sem vida sendo mantido de pé por um assassino impiedoso, e uma cabeça que só estava erguida por conta da Faca dentro de si a mantendo de queixo levantado.

O Celular caiu de modo contrário, ficando com a tela virada para o chão e a lanterna para cima, iluminando vítima e vilão. Ghostface destampou a boca da menina deixando que a enxurrada de sangue escapasse por entre seus lábios. Não viveu para sentir o gosto de sangue e sua descida. O mesmo acontecia com o cabo da faca, que era banhado com o escorrer do líquido vermelho espesso através da fincada sob a mandíbula. Nem mesmo as narinas escaparam. Feito duas torneiras, deixaram vazar a essência da vida de Rachel em grossas tiras de um vermelho intenso sobre a pele morena.

Foi arrastada para o lado conforme o maníaco se movia levando o cadáver consigo, afastando-se da luz que vinha debaixo, a única observadora de um crime imperdoável.
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—Tá, que se dane garoto! -Claire mostrou exaustão. -Chega! Chega de drama pelo amor de Deus! - Passos rápidos e sequenciais foram ouvidos pesadamente. Alguém estava em fuga.

O Som veio de trás do grupo. E desapareceu da mesma forma que surgira, rápido! Distanciando-se corredor e fora em direção ao escuro Lobby, desaparecendo ao longe deixando todos num susto amedrontador que não tirou gritos, ao invés disso, deixou um silêncio congelante de jovens que beiraram a um infarte.

Claire virou-se com destreza ao perceber que se tratava de passos que se distanciavam ao invés de se aproximar, apontando sua luz contra o horizonte do corredor não vendo absolutamente nada além de uma passagem escura e de um breu lá no final, do qual nem todas as lanternas de celulares juntas eram capazes de iluminar o suficiente.

—Eita porra!! -Exclamou Paul dando um passo atrás.
—Ah!! Não! Eu não quero mais isso!! - Chorou Quinn cobrindo os ouvidos sem a menor coragem de olhar para trás, encarando a todos esperando por alguma reação.

Claire observou o escuro diretamente, e ele a observou de volta. Kirstin também apontou sua luz na mesma direção, vasculhando os cantos do corredor enquanto mantinha-se imóvel de tensão, procurando por o que for que seja.

—Caralho.. -Suspirou o jornalista colocando a mão sobre o peito, sentindo as batidas de seu coração como se procurasse ter certeza de que ainda vivia após o susto.

Kenny com sua palidez, expressou tensão com seu jeito imóvel de assustado, olhando para o final do corredor pronto para tomar algum tipo de susto final que o mataria.

Quinn se recusou a participar do "Vamos olhar para o nada", derramando lágrimas em soluços de dar dó. Mas Claire, passou a apontar sua luz para cada um dos rostinhos que se colocavam em sua frente, cegando-os um a um como se investigasse suas expressões.

—Abaixa isso! -Exigiu Kenny cobrindo os olhos.
—Shh! -Claire notara algo que ninguém havia até o momento. Ao passar a luz na aterrorizada Quinn, sua boca tremeu ao proferir as palavras: -Onde está Rachel??!...

Quinn estalou, encarando-a diretamente engolindo o choro automaticamente. Retirou as mãos dos ouvidos ainda com medo e devagar, tentando entender se tinha mesmo escutado o que acabara de sair da Diaba, que a fitou com imenso nervosismo esperando por uma reação catastrófica. E então, Quinn se virou lentamente dando de encontro com a passagem mal iluminada e de aparência infinita, perante ao breu, onde questionou-se em choque gaguejando:


—Ela não estava bem atrás de mim?...

—Oh, merda! -A Fúria encheu o ser de Ripley, que empurrou a garota com o cotovelo atirando-a contra a parede, atropelando o grupo feito um caminhão tomada pelo desespero. -Rachel!!!! -Chamou aos berros passando a correr em frente, encarando as trevas.
—Claire, espera!!! - Edward tentou segurá-la em vão, sendo deixado para trás com a mão estendida na falha tentativa de agarrá-la. Ripley foi mais veloz, dando pancadas no piso de madeira com seus passos brutos.
—Não vai lá!! -Insistiu Paul tendo um ataque de nervos, batendo o pé.
—Claire!!! -Até mesmo Kirstin exclamou em preocupação.

—RACHEL!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! -Correu sem medo do perigo. E com ódio o suficiente para deixar Hitler com inveja. -Rachel!!!!!!! -Gritou com uma voz mais grossa carregada por uma adrenalina de outro mundo. Passando direto por todas as portas fechadas de ambos os lados do corredor, onde uma a uma ficavam para trás na infame corrida de Claire e sua luz que balançava-se para todo lado sem manter um foco graças aos movimentos de seus braços ao pegar impulso na corrida. Mal conseguia ver coisa com coisa, e a lanterna se movia pra todo lado deixando-a apenas ver clarões aleatórios mas os gritos não pararam: -Rachel!!!! Cadê você!!!

Infame e depressa, não parou por nada até que gritou de susto ao perder o controle dos próprios passos, sentindo seus braços se levantarem involuntariamente fazendo o celular ser arremessado para trás, culpa de um tombo repentino e brutal que sofrera deslizando sobre o piso aos gritos num escorregão, que terminou com o baque de suas costas atingindo o chão.

—Claire!! -Pareceram gritar em conjunto correndo em sua direção.
—Ah!!!.. Ah!!.. Que Merda!.. -Reclamou estirada no chão sentindo uma dor aguda na parte superior das costas.
—Você está bem?! -Edward a alcançou agachando-se ao seu lado.
—Estou... só quis dar uma de Britney Spears possuída no palco mesmo.
—Palhaça.
—Me levanta e para de fazer perguntas idiotas!
—OK, ok! -Pegou-a pelos braços erguendo-a com esforço.
—Arrhg!! Vai Ed! -Incentivou Claire, deixando-o fazer força para levantá-la.
—Argh... Sua besta! Ajuda!
—Tá! -Riu de lado tomando impulso, onde logo já estava de pé novamente. -Ah!.. Que susto. Caí que nem bosta, credo.
—Ahhhhhhhhhhhhhh!!!!!!!!!!!! -O Grito ensurdecedor de Quinn se fez, com a garota apontando para Claire tampando os olhos encolhendo-se na parede.

A Diaba se virou de frente a ela assustada:

—Que foi?! Que foi?!
—Ahhhhhhhhh!!!!!!
—Cala essa boca, sua otária! Vai nos matar!
—Ahh!!! Ah!!! Claire!!!! Atrás de você!!
—Onde?!!!! -Berrou Ripley morta de medo virando-se novamente dando as costas a garota, encarando a escuridão vazia procurando um motivo para temer, gesticulando sem entender o motivo do Pânico, com uma enorme interrogação na cabeça, cobrando com o olhar uma explicação plausível que alguém pudesse dar ao escândalo da menina antes de agredi-la. -Eu não to vendo nada.. ela tá louca???Eu vou enfiar minha mão na sua cara se me assustar assim de novo, mulher.
—Não!! Não... Ah! -Quinn perdeu o fôlego, chorando alto e ofegante, tentando recobrar palavras que não saíam, gemendo contorcendo-se em posição fetal se abaixando não conseguindo se conter me pé. Estava até babando apontando o dedo para Claire.
—Amiga.. -Edward lhe tocou o ombro, puxando um pouco seu sobretudo.
—O que foi?! -Ela o encarou desconfiada puxando de volta.
—Tira isso.. -Ele insistiu delicadamente, falando num tom manso.
—O quê? O que tem?! -Notou a expressão de todos, perplexos e segurando as próprias cabeças num sinal de "Não acredito".
—Deixa eu tirar isso de você... -Respondeu Ed calmamente puxando a veste da Diaba gentilmente para trás. E ela, sem opção, lançou os braços para trás deixando o sobretudo deslizar para fora de seu corpo. E assim alisou os próprios braços indicando um certo frio.

Graim segurou a peça perante Ripley, estendendo-a de frente a ela como uma bandeira.. Uma bandeira pintada de um vermelho forte e que ela conhecia muito bem. Sangue. Estava impregnado.

—Ah!.. Não!.. É um Burbarry!!! Ah.. não acredito nisso.. eu vou ter um AVC... -Respirou fundo sem acreditar indicando uma certa tontura apoiando-se na parede boquiaberta, segurando um possível grito ao ver as costas do sobretudo coberta do que parecia ser sangue fresco. Seu olhar desceu encarando o chão. As lanternas miradas em si se prontificaram seguindo seu gesto iluminando o piso. Este também, encontrava-se sujo com a mesma vermelhidão do casaco de Claire. Uma poça rasa e escorregadia que causou o tombo da Diaba. Um rastro largo seguia uma direção tenebrosa.. Dirigia-se para dentro do quarto à frente do grupo que observava o cômodo apontando suas lusez. Mas nem precisaram jogar a luz mais fundo para encontrar o terror, pois o corpo mole e sem vida de Rachel jazia jogado de qualquer jeito feito um animal a mais ou menos um metro do batente da porta, com sangue ainda escorrendo por debaixo de seu queixo e boca, com manchas vermelhas secas que parecem ter escorrido pelo nariz. Com o rosto deitado no piso gelado de olhos ainda entre-abertos.. O Cadáver provocou os gritos de todos ao mesmo tempo que numa grande puxada de fôlego, expressaram o pavor, o choque e o escândalo que ecoou por inúmeros corredores desertos e escuros do prédio de Stanley Hall. Mas exceto Claire, que observou a garota morta com uma fúria que assustaria até o mais Tirano dos Reis, tendo seu olho direito sofrido tiques e tremeliques ao ser cerrado entre as lágrimas que estavam por vir, e a vermelhidão que se estabeleceu.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Por favor, comente o que achou! Quem é o próximo? Quem é o assassino? Quem você quer que sobreviva?... O.O Até a próxima galera! ♥ amo vocês! R.I.P. RACHEL ♥ #Save #Pendleton



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