Scream - Survival 2 escrita por The Horror Guy


Capítulo 24
Call Me Devil


Notas iniciais do capítulo

"They Call Me Devil".. e Claire sabe disso! A Diaba coloca sua "Armada" para contra-atacar Ghostface. Mas o jogo de sobrevivência está prestes a tomar caminhos inesperados.. E a eliminação ainda está acontecendo!
PS: Esse capítulo tem trilha sonora - A música tema de Claire "Call Me Devil" de "Tokyo Friends" que contém na trilha sonora oficial da história! Link - https://www.youtube.com/watch?v=QWeaBcjcZpw&index=12&list=PL_N8x5erGS8WcDwgtsAmVAOAwRmfqmXFo



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O dia seguinte permanecia nublado. As trevas cobriam o céu sobre Pendleton College preparando a atmosfera perfeita para o final de um longo filme de terror. Embora desta vez, os personagens estavam se preparando para contra-atacar.
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"I am No Angel... Don't Got No Halo.. (Eu não sou um Anjo.. Não tenho auréola)
I Cut off My dreams.. Made my Momma SCREAM!.. Oh.. (Eu me desfiz de meus sonhos.. Fiz minha Mãe Gritar! Oh..)
I'm Your darkest Dream... (Sou seu sonho mais sombrio..)

THEY CALL ME DEVIL! (Eles me chamam de Diabo!)
My heart is empty.. (Meu coração está vazio.)
They call me Devil.. (Eles me chamam de Diabo)
Just try and tempt me.. (Apenas tente me tentar..)

I'll steal your soul (Roubarei sua alma)
I'll eat you whole (Te devorarei por inteiro)
Ain't no other Way, They call me Devil.. (Não há outro jeito, eles me chamam de Diabo)
And you should be afraid.." (E você devia estar com medo..)
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Claire estava aflita, movia-se o tempo todo. Ficar parada estava fora de questão. Caminhava pelo amplo pátio principal sob o céu cinza, com os sapatos cantando no caminho de asfalto que contornava o imenso gramado que era enfeitado por árvores. A Diaba, se olhasse de longe, parecia um vulto que emanava luz própria passando ao fundo desaparecendo atrás de uma árvore enquanto caminhava, apenas para reaparecer de trás dela em seus passos longos e firmes com aquele salto enorme e fino. Parecia uma executiva brava ao telefone. Vestindo um Sobretudo de cor Beje clara, e o salto de cor parecida, "Claro, vamos combinar neh amiguinhos", a Morena desfilava em linha reta no meio daquele caos de estudantes que passam de lá para cá num trânsito de pessoas desesperadas gritando umas com as outras. Uma coisa era certa, hoje a faculdade ficaria vazia. O povo estava pensando em se mandar o mais rápido o possível. A Correria no pátio mostrava isso, mas Claire tinha assuntos a tratar. E com o vento soprando nos cabelos sentia-se numa cena de "O Diabo Veste Prada", e no caso seria Miranda falando grosseiramente ao telefone:

—Fala pra ele que é pra deixar só a gente no aplicativo! Eu não vou aceitar menos do que isso, está me ouvindo?! -Falou séria, quando a voz na linha, Edward, respondeu:
—Pode deixar. Não se preocupe, vai tudo sair como planejado. O "Spread" logo logo vai desaparecer do celular de todo mundo. Só vai ficar a galera mesmo.
—Perfeito. Diz pro Paul.... quer saber? Eu falo com ele, ele que criou aquela merda.
—Ok.
—Mas é melhor do que ficar mandando mensagem. Numa hora crítica, se alguém precisar se esconder ou algo assim, vai perder muito tempo mandando mensagem e até lá já pode estar morto. O "Spread" é bom pra isso porque dá pra falar nele e todo mundo que você selecionar pode ouvir.
—É.. inclusive o assassino.
—Acha que pode ser um deles, Edward?
—Eu não sei. Pra mim tudo é possível.
—Ok, eu vou falar com o Paul agora, até mais.
—Até.

Desligou sem parar a caminhada, encarando a tela enquanto os estudantes aflitos desviavam da garota andando na "Contra-Mão" quase que avulsa ao movimento à sua volta. Clicando aqui e ali, logo o celular retornava ao seu ouvido junto com a expressão mandona e impaciente ao o ouvir chamando..

—Atende.. -Resmungou impaciente.
—Alôõô! -Respondeu Paul, eufórico.
—Inhaí, viado.
—E aí? Que manda?
—Já fez?
—Olha, Claire. Eu vou ter que pedir calma agora.
—Ahhh!! Saco, eu sabia!
—Hey, hey! Não é culpa minha.
—É sim. Você criou essa droga, dá um jeito.
—Não é tão simples quanto parece, eu criei o "Spread", mas agora estou tendo que re-configurar o aplicativo todinho! E isso leva tempo. E outra, tem um monte de gente me mandando mensagem perguntando porque alguns números de lá sumiram.
—Ué, o povo já tá na abstinência disso?
—Era um lugar onde se pode falar com todo mundo, óbvio que estão.
—Meu Deus, alguém mostre o Facebook pra eles. Eu não tenho tempo pra isso. Eu quero só a nossa galera nessa merda em menos de meia hora, tá me ouvindo?
—Sim, chefe.
—Isso foi sarcasmo?
—Ah.. não.
—Porque se for, eu te deduro hein garoto.
—Opa! Perdão..
—Hum.. acho bom.
—Tá. Fica calma que eu vou correr aqui.
—Correr? Tá a maior maratona aqui embaixo, a coisa tá feia.
—Todo mundo tá se mandando hoje, neh?
—Yes Baby. Em poucas horas, seremos os últimos otários nesse campus.
—Quem vai ficar?
—Ah.. -Quando estava prestes a responder, um apito em seu celular cortou a ligação por um segundo. Claire sentiu a vibração do aparelho encostado em sua orelha retirando-o rapidamente num pequeno susto, e ao encarar com desgosto a tela, via uma mensagem de Edward aparecendo no canto superior da tela. Dizia: "Hey, fala com a Kirstin, ela tá querendo ficar. PELAMORDEDEUS dá um jeito dela cair fora, thanks ♥" Revirou os olhos bufando: -Ah, Ed.. você me deve uma.

Tornou a colocar o telefone na orelha, falando:

—Paul, seguinte. Desligando aqui. Falo com você depois.
—O que aconteceu?
—Nada, ainda. Mas eu tenho que dar um choque de realidade na namoradinha do Edward.
—Quem, A Sr.a Cullen?
—Hahahahahahaa!!!! -Riu histericamente. -Esqueci que você também é engraçado. Ai Deus.. Bem, até mais, Bitch.
—Até!
—Jesus.. -Disse baixinho desligando. Deus dedos rápidos já deslizavam a tela indo para outra chamada. Percorrendo seus contatos baixando freneticamente a lista de nomes até chegar no desejado "Bella Swan", com a foto de Kirstin como imagem do contato. O motivo de ter categorizado a menina assim na sua lista de contatos, foi porque Claire sempre a achou um pouco pálida demais, sem graça, inexpressiva e era burra demais para insistir em namorar um garoto mesmo que a condição dele representasse um perigo mortal a ela. De repente, "Bella Swan" ficou perfeito.

Chamou... (Beep... Beeep..)

—Não vou insistir.. -Dizia brava escutando chamar.
—Alô? -Respondeu Kirstin, surpresa ao atender.
—Vadia, qual é a sua?
—Quê? Claire??.. Por que você tá me ligando?..
—Relaxa, relaxa. Não aconteceu nada.
—Ah.. que susto! -Respondeu em Alívio.
—Mas vai acontecer se você não der o fora, cadela.
—Ai meu Deus, que isso?
—Seguinte. Edward tem sentimentos por você. Muito fortes, eu diria.
—Ai.. sério?.. -Respondeu sem graça, porém contente.
—"Ah, Sério?" -Claire imitou a garota fazendo uma voz de Débil mental. -Filha, agora não é hora pra isso... Escuta. Aquele besta AMA você. Não surte porque eu disse "Ama", tá?
—Tá...
—De qualquer forma. Ele não quer arriscar a sua vida. Por isso, você vai fazer uma favor. Não por mim, mas por ELE, entendeu? Dá o fora. Vai pra casa. Não fica aqui por tudo o que é mais sagrado. Se alguma coisa acontecer com você ele morre junto. Não to brincando.
—Claire.. isso é lindo!
—Garota, qual parte do "Podemos todos ser estripados" é lindo? Você está se ouvindo agora??
—É que.. eu nem sei o que dizer, desculpe..
—Então não diga. Fica quieta que é melhor. Quando a Lizzie for embora, entra no carro dela e se manda, ok?
—Eu.. eu não posso fazer isso..
—GAROTA, EU VOU TE ARRASTAR PELOS CABELOS!
—Claire! Você não entende.. -Dizia mansa. Sem se sentir afetada pelo tom grosseiro de Claire. Kirstin estava tão eufórica e feliz com o "Ele te ama" que tudo mais que a Diaba dizia soavam como as palavras mais lindas que já ouvira. -Se Edward sente a mesma coisa por mim.. então.. eu me arrisco por ele. Em toda a minha vida eu nunca conheci alguém tão legal. Juro por Deus.. se é pra enfrentar o perigo.. COM ELE.. eu aceito.
—Ah, fala sério!
—Claire, eu não quero que você se sinta ameaçada. De verdade.. pode não parecer porque nem sempre eu tenho as palavras certas pra dizer mas.. eu gosto muito de você! Sério.. você é engraçada, super confiante.. e eu teria orgulho de ser sua amiga. Podem te chamar de Diaba o quanto quiserem. Pra mim você é um anjo!
—Minha filha. "ANJO" é o que você vai encontrar num portão dourado com a placa "Paraíso" se não der o fora dessa faculdade AGORA, tá me ouvindo?
—Hahaha!.. Ai.. adoro você!
—Gente, essa daí é dureza.. -Disse baixinho a si mesma bloqueando por um momento a entrada de áudio do celular para que Kirstin não ouvisse o comentário, e logo voltou ao assunto. -Tá.. eu tentei. Quer morrer? Dane-se. Onde você tá agora?
—Eu estou no meu quarto...
—Lizzie está aí?
—Aham... -Respondeu mudando o tom de voz, para uma certa "Preocupação".
—Eita, que foi?
—Nada.
—Passa pra Lizzie, deixa eu falar com ela. Preciso falar com alguém sensato que te faça mudar de ideia.
—Ah.. acho que não vai ser possível, Claire.
—Por quê?
—A Lizzie está.. num daqueles momentos sabe..
—Sei... o que ela tá fazendo?


Neste momento, Kirstin, que estava acoada num canto próximo a janela do quarto vendo o movimento lá fora, Virou a cabeça lentamente com um certo espanto e medo nos olhos para se preparar psicologicamente para o que evitava ver ali bem atrás de si.

A imagem bizarra era inédita ainda naquele quarto. Mas só mais um dos muitos absurdos de se ter Lizzie como colega de quarto.

A jovem, estava em pé, parada frente ao espelho não vestindo nada da cintura pra cima. Balançava a cabeça de leve ao ritmo da música que ouvia no último volume em seus fones de ouvido, dublando a letra se vendo no reflexo, enquanto suas mãos se mantinham ocupadas, onde cada uma segurava um de seus seios expostos, balançando-os para cima e para baixo de acordo com o ritmo da música "Run For Your Life" da banda "Bullet For My Valentine". Lizzie sorria ao fazer isso, achava graça no balanço de seus peitos e carregava no olhar um brilho contente digno de um paciente de hospital psiquiátrico.

Kirstin encarou a cena de olhos arregalados, voltando a dar as costas à estranha situação, respondendo Claire:

—Não vai querer saber...
—Tá.. tanto faz. Te aconselho a fazer o que eu disse. Mas no fim, a decisão é sua, ok?
—Ok. Pode deixar...
—Bye Bye...
—Tchau, Claire. Te vejo mais tarde.
—Infelizmente. -Disse desanimada desligando. Não avisou devidamente Kirstin sobre o término da ligação. Simplesmente a encerrou de uma vez abaixando a cabeça fitando a tela do celular. O que fazer, o que fazer??...

Seus passos se aceleraram. Firmes e sem olhar para frente. Pensou no que mais precisava fazer.. e foi quando se lembrou da pessoa mais emocionalmente frágil do "Grupo": Gigi. O que ela estaria fazendo? Antes que a noite caísse, Claire tinha de ter certeza de que todos os "Alvos" estariam em suas devidas posições. Quem fosse dar o fora, tinha de avisar agora. E francamente, não viu nem ouviu falar de Gigi o dia todo. Já era hora.

Levando-se novamente à sua lista de contatos, clicou no nome "Gigi" iniciando a ligação. Grudou o aparelho na orelha tornando a prestar atenção no caminho no qual poderia ser derrubada numa trombada violenta com algum estudante que vinha na direção contrária. Ouvia os "Beeps" de chamado enquanto desviava dos corpos em alta velocidade que por ela passavam.

—Gigi.. por favor, atende o telefone..

(Beep... Beep.. )

Suspirou de ansiedade até que finalmente a voz da garota surgiu do outro lado:

—Claire?
—OI!!
—Oi, e aí.. tudo bem?
—Tudo bem nada. Onde você tá, sua louca?
—To cuidando disso.
—Disso o quê, Gigi? Não me diz que você tá se enfiando num canto escuro esperando pra ser atacada.
—Não exatamente.
—Então eu "não exatamente" vou espancar você. E "não exatamente" irei te perguntar mais uma vez onde você está e o que está fazendo.
—Calma.
—Vai me pedir isso agora?
—É sério. Acho que to fazendo progresso.
—"Salve a Nação". O que tá rolando?
—Eu estou tentando descobrir quem é o assassino.
—"E a pergunta de Um milhão de Dólares vai para você!" -Imitou a voz de um apresentador de Game Show. -E quem não está?
—Claire.. isso é algo que eu devo fazer sozinha. Não suporto mais todo mundo me olhando torto. Eu tenho que fazer alguma coisa.
—E Vamos. JUNTOS. Esta noite. O que mudou?
—Eu.. eu sinto que estou muito muito perto da resposta!
—Perto quanto? De um caixão tamanho adulto ou de uma sepultura com uma frase legal?
—Para de ser palhaça..
—Desculpe. Não consigo evitar. Porque no momento parece que todos vocês estão com formigas na cabeça e eu sou a única pensando racionalmente. É sério, o que vocês estão fazendo agora é inacreditável. Sabe aqueles personagens burros de filmes de terror que fazem com que a audiência grite com eles? É vocês.. agora!
—Olha, tudo o que tá acontecendo é culpa minha. E eu assumo isso.
—Já não falamos sobre isso? Porra, esse infeliz tá atrás de mim e do Ed. Você é só um bode espiatório, menina.
—Talvez sim.. talvez não. Mas não consigo parar de pensar que toda essa gente pode ter morrido por minha causa. To dando um jeito.
—Desembucha, o que tá fazendo?
—Lembra que eu contei que tava num jogo de RPG e conheci um cara lá e bla bla bla?
—Sim, sim... por favor não conte essa história de novo. É exposição demais e é muito chato.
—Tá bem... É o seguinte. Eu estou usando o computador da biblioteca agora.
—A biblioteca não estava fechada?
—Está fechada. Mas.. entrei mesmo assim, ué.
—Meu Deus.. to indo pra aí!
—Não! Claire, me escuta! O Computador da biblioteca é rastreável. Significa que qualquer coisa que você veja por aqui que seja considerada suspeita, a polícia é acionada.
—Tá, e daí?
—E daí?.. Pelo meu celular eu entrei de novo lá naquele grupo do RPG e instalei um aplicativo que me permite...
—"Que me permite"? -Repetiu Claire. -Nossa, que vocabulário. Tão te pagando pra fazer Merchandising?
—ESCUTA!!
—Táá! Cacete, fala logo.
—O Aplicativo "ME DEIXA" ver de onde as mensagens foram enviadas. Tipo, agora se você me mandar uma mensagem no Facebook, vai aparecer aqui na minha tela assim: "Enviada de Pendleton College" ou sei lá, algo assim. Enfim, ele me diz de onde foi enviada. E se a pessoa estiver a poucos metros.. então ele avisa também. "Enviado a 1 Km" ou coisa assim..
—Onde quer chegar com isso?
—Bem.. eu abri a minha conta de novo lá no RPG e pude visualizar as minhas mensagens antigas. As conversas que tive com aquele "Cara" ou seja lá quem for.
—E o que descobriu?
—Que elas foram enviadas daqui mesmo da universidade. Esse tempo todo.. Essa pessoa...
—Estava aqui em Pendleton? -Interrompeu Claire.
—Isso.
—Então você não atraiu um louco pra cá.
—É o que estou tentando dizer.. o Mal já estava aqui.
—"O Mal".. tá inspirada hoje, hein?
—Tanto faz. A questão é que também me disse exatamente de ONDE foram enviadas.. as coordenadas batem com a localização da Biblioteca.
—Uau.. ora ora ora.. temos um "Xeroque Holmes" aqui.
—Palhaça!... Enfim.
—Eu to impressionada.
—Elementar meu caro Watson.
—Vai se foder. Então, tá fazendo o que aí? Esperando o maníaco aparecer milagrosamente?
—Não neh! Eu passei o dia todo mexendo em computador por computador.. vendo as buscas que datam do último dia que eu conversei com aquele perfil fake de jogador de RPG. To tentando achar no histórico de busca do dia o link do jogo. Quero saber quem usou o computador da biblioteca pra entrar no RPG e falar comigo.
—Tu é esperta.... Maldita!
—Obrigadinha.
—Mas como vai descobrir quem é? Qualquer um pode ter usado isso aí.
—Essa é a questão. Se eu descobrir aqui na janela do histórico a aba que leva ao jogo... eu posso ver a hora exata em que a pessoa acessou.
—E isso significa?
—Significa que ninguém entra num computador da biblioteca sem assinar o nome no livro e colocar a hora em que entrou! Claire, se eu achar isso.. depois é só eu ir lá, olhar no livro, ver a data e ver o nome da pessoa! Assim.. descubro quem é o assassino.
—Vou aplaudir com o meu pé porque minha mão tá segurando meu cu. Garota eu to toda cagada.. tu é um gênio!!
—Eu sei!
—Olha... eu vou chamar o Edward agora e a gente te encontra aí. Quero presenciar o momento em que o safado ou a vagabunda for descoberto.
—Olha.. pode levar um tempo. Eu estou aqui o dia todo e ainda faltam 5 computadores pra eu vasculhar a data no histórico. Ainda não encontrei nada.
—Não podem ter apagado o histórico?
—Não! Não se pode apagar o histórico do que você pesquisa na biblioteca.
—Não sabia disso.... aliás, nunca entrei nessa bosta. Por que não pode apagar?
—É uma medida de segurança da Faculdade. Se você acessar pornografia ou qualquer coisa suspeita por um computador daqui..
—É pego na hora.
—Exatamente. E claro que nada foi acionado quando essa pessoa entrou no RPG pois era um jogo inofensivo.
—É.. To indo pra aí!
—Não! Vai ver o Paul, pode deixar isso comigo. Eu te encontro no quarto depois que eu terminar. Os seguranças estão fazendo a última ronda na faculdade.. tem vários aqui na frente do prédio da biblioteca. Se você tentar entrar.. vai ser barrada.
—Puta merda.. e como você vai sair daí?
—Sair é fácil. Entrar.. é o desafio.
—Bem, boa sorte! Eu vou avisar o Ed sobre como você é um maldito gênio!!!
—Haha! Tá bem! Te encontro depois. Qualquer coisa me liga.. e não conta pra ninguém que eu estou aqui, exceto Edward é claro.
—Pode deixar. Bico calado. Vai nessa, Scream Queen.
—Beijo!
—Beijo. tchau!

Ripley desligou o telefone com um sorriso de orelha a orelha. Finalmente sentia que alguém além dela estava fazendo algo de útil. Respirou de cabeça erguida em forma de gratidão aos céus. Quem diria.. Gigi estava com tudo! Um plano um tanto complicado, claro. Mas que poderia dar certo! Mas nisso, Claire teve um estalo com a vibração do celular em sua mão. Parou repentinamente a caminhada, congelando no meio daquela confusão. E assim que desceu a cabeça levando o olhar de encontro a tela.. via no canto superior o símbolo do aplicativo "Spread" com o Número 1 em negrito, indicando uma notificação. Estranhou.. mas não teve escolha. Clicou.

A tela carregou por alguns segundos lhe matando de ansiedade...

—Ahn?... -Murmurou.

Após carregada, a aba se abriu revelando uma lista de contatos bem limitada no aplicativo. Apareceram os rostinhos com os nomes ao lado:

[Claire]
[Edward]
[Kirstin]
[Quinn]
[Clarice]
[Rachel]
[Kenny]
[Paul]
[Tim]

—Quê?.. -Questionou Ripley fitando a tela. -Paul.. você conseguiu.. desgraçado você conseguiu! -E sua expressão de euforia infelizmente durou pouco, quando mais um rosto surgiu logo abaixo. Uma foto com a máscara de "Ghostface" indicando um usuário sem nome e com Número privado. Aquele sorriso se desfez com muita facilidade... dando lugar a confusão e o medo. Claire travou até os ossos, seus olhos não acreditavam no que via. E de repente.. o ícone com a figura de "Ghostface" portava ao lado três pontinhos. Ele estava mandando áudio... -Merda.... -Disse a Diaba com respiração pesada. A Cada momento de espera, seu coração acelerava de modo desesperado. Aqueles segundos pareceram uma eternidade até que finalmente.. o áudio carregou aparecendo logo abaixo dos contatos, algo que permitia que todos os inclusos ouvissem. Mas Ripley deve ter sido a primeira a clicar ali com seus dedos trêmulos.. ou talvez não?..

Assim que seu indicador pressionou o play e ela levou o aparelho até o ouvido, a voz rouca e arrastada se manifestou causando-lhe arrepios intensos..

—"Olá.. -Dizia a coisa. -Vocês são os grandes sortudos que tiveram êxito em alcançar a etapa final do nosso joguinho. Confesso que foi muito, mas muito divertido tentar encontrar os participantes ideais. Pois sejamos sinceros, isso é "Onde os fracos não tem vez"... Hehehe... Zeta Beta.. DKY.. Lambda Kappa... foram ótimos lugares para procurar por candidatos à melhor rodada de "Survival" que o mundo já viu. Alguns não eram rápidos o suficiente.. outros não sabiam se esconder muito bem.. e outros só estavam no lugar errado, na hora errada. Mas cada participante é especial. Quero que saibam que estão aqui ainda respirando porque eu lhes permiti, e porque se mostraram dignos de tal feito. Mesmo a aqueles que sobreviveram a ira da minha faca.. devo dizer que fiquei de olho em vocês. Espreitando para ver se tinham aprendido as regras do jogo. Me certificando de que não quebrariam as regras do terror. Catherine mostrou que não era digna.. mas vocês... vocês parecem ter entendido. Pois esta noite, lhes convido a uma rodada final. Alguns de vocês escaparam.. e outros apenas jogaram muito bem. Foi divertido ver como alguns de vocês eram solidários.. onde mesmo não estando sob a mira da minha lâmina.. se simpatizaram com a situação.. criando levantes.. protestos.. colocando as vítimas embaixo de seus braços e as abraçando como iguais. Mas hoje verão, que a caridade tem um preço. Vejam, ao invés de seguir as regras do terror para sobreviver esta noite.. vocês deverão quebrá-las! Ficar juntos.. unidos.. pensar no coletivo pode parecer a maneira mais inteligente de escapar.. mas eu imploro.. que façam o contrário. Meu verdadeiro alvo.. é o egoísmo em pessoa. A arrogância em forma de mulher que não merece nem de longe o título de "Scream Queen". Normalmente, eu os caçaria um a um até que todos estivessem mortos.. deixando a "Garota Final" ficar com o confronto definitivo. Mas HOJE.. as coisas serão diferentes. EU QUERO CLAIRE RIPLEY E EDWARD GRAIM. E ninguém mais! O Filme de horror tomará uma reviravolta no Slasher. Eu não quero os coadjuvantes.. eu quero os protagonistas. Estou lhes dando uma oportunidade nunca antes dada. Lhes convido a SAIR DO FILME. O jogo é simples. FIQUEM FORA DO CAMINHO. E vocês vivem. Tentem ajudá-los.. e MORRAM. Este é o novo "Survival". Eu só posso ser misericordioso até aqui, fãs de terror. Saiam do filme, ou seu sangue será usado para pintar as paredes dessa Universidade. E Claire.. eu sei que você esperou por isso... achou mesmo que juntar um batalhão contra mim ajudaria? Essas pessoas não são suas amigas. Elas não precisam de você. De fato, se quiserem viver esta noite.. terão de ficar o mais longe o possível de você. Uma coisa que se deve saber sobre a sobrevivência.. é que ela é sempre individual. Não se engane, eu mataria a todos com o maior prazer... e fiquem a vontade para ficar aqui. Ripley.. isso é muito maior que sua própria existência narcisista. Acha que vai impedir alguma coisa se me deter? Não vai impedir nada. Só vai causar um redemoinho de consequências catastróficas. Porque EU SOU.. A escuridão que existe dentro de todo mundo. Eu não sou uma pessoa... eu existo através do espectro da psique humana.. e sempre acharei um meio de te encontrar. Pensou que poderia me desafiar?.. Que tudo seria um final feliz? Não vai. Nunca vai. Mesmo depois daqui. E isso vale a todos vocês... até mesmo para você Edward. Se você achou que tivesse acabado.. está mortalmente errado... Vocês tem duas horas para decidir. Saiam do Spread, e deixem Pendleton para trás ou estarão convidados para os seus próprios funerais."

Claire terminou de ouvir o áudio.. mas não parecia ter terminado. O ar escapou de seus pulmões lhe deixando um vazio onde beirou à tontura momentânea. Pressionou uma das mãos contra o peito sentindo as batidas do coração.. fortes.. e com um longo hiato entre elas. Sentiu por um momento que iria infartar. Ficou gelada, incrédula e pensando que despencaria ali mesmo no chão.

—Puta que me pariu... -Falou cansada.

Era difícil ficar de pé quando a Morte te chama para um embate. O Assassino havia acabado de desarmá-la em todos os sentidos. Arrancando-lhe seus soldados do campo literalmente. Agora, a Diaba só pensava em como tudo foi em vão.. em como todos dariam o fora sem pensar duas vezes na própria sobrevivência, deixando-a para enfrentar o destino provando que não tinha mais amigos de verdade, nem pessoas que se importam com ela. Claire até esse momento, não tinha parado para pensar em como nesses 12 meses não teve nenhuma nova amizade concreta, além de Edward é claro, que estivesse ali por ela. Alguém que ela poderia contar e compartilhar os momentos e experiências. Tinha amigos em Pendleton, mas nenhum que não falasse em voz de bêbado com ela em alguma festa de fraternidade. Seus verdadeiros amigos estavam longe, ou sepultados no cemitério de Ashville. E teve a imagem nítida de seu próprio túmulo, sua lápide de pedra com seu nome estampado. Localizada ao lado dos túmulos de Stacy e Alissa onde diferente dos velórios delas, não haveria uma multidão inconformada berrando por sua perda. Imaginou que se morresse, estaria sozinha e esquecida. Como a última pessoa a sair de uma festa, que disse "Adeus" a todos mas que não sobrou ninguém para dizer Adeus a ela. O pensamento lhe consumiu junto com o frio na barriga e a vontade de se deitar em desistência naquele asfalto frio. Mas o que lhe manteve de pé, foi a segunda possibilidade que passou por sua cabeça: Edward. Não aceitaria a morte do amigo por nada nesse mundo. E se ela não tivesse "amigos" o suficiente para ficar com ela, talvez ele tivesse. Não pensou em si no momento, mas sim nele. E foi como telepatia que um áudio enviado por Edward surgiu na tela logo abaixo do que fora mandado pela aberração mascarada. Claire clicou no ícone escutando a voz do amigo se segurando para não chorar.

—"Claire.. o que foi isso?.. Eu estou com medo.. " - Disse em voz trêmula.

Ripley aproximou o aparelho da boca, enviando sua própria resposta em áudio.

—"Ed, não precisa ficar.... Deixa isso comigo. Já vi que todo mundo vai dar o fora mesmo.."

E rapidamente, ele respondeu:

—"Nem pensar. Você não vai fazer um ataque 'Kamikaze'. Eu vou ficar com você até o fim." - Foi impossível para ela não notar como ele estava recaindo em lágrima dos outro lado, sua voz entregou isso. Mas ela fingiu se manter forte:
—"Isso acaba hoje."
—"Acaba com a gente. Ponto final.. mas por que o nome da Kirstin está ali?! Meu Deus do Céu.. estou desesperado!"
—"Edward, você choraminga tanto que já pode pegar o lugar da Melanie Martinez no clipe de Cry Baby, puta que pariu hein".


E Assim, uma mensagem, e não um áudio surgiu vindo de Paul, acompanhado de um Emoji assustado.

—"Claire... você ouviu isso? O.O"
—"SIM, EU OUVI DROGA, CARALHO, BUCETA, QUE MERDA, FILHA DA PUTA!" -Respondeu em áudio enquanto o visor indicava que Paul ainda digitava.
—(..)"Ele Hackeou o aplicativo!"
—"E agora?!"
—(...) "Fodeu neh".
—"Tira esse palhaço daí agora!"
—(...)"Vou tentar!"
—"Espera!" -Berrou em áudio, de modo hesitante ao perceber algo tenebroso.
—"O que foi agora?!" -Retrucou Paul em terror.

Ripley fitou a tela por alguns momentos, e sua respiração ficou ainda mais pesada o que resultou num áudio ofegante:

—"Por que o nome da Gigi não está ai?! Gente eu to preocupada pelo amor de Deus eu to indo atrás dela AGORA!" -Exclamou diante do celular, quando um toque bruto no ombro surgiu lhe causando um susto e tanto que a fez se virar rapidamente em expressão de espanto.

—Ah! Que susto!! -Estremeceu diante de uma figura mais alta. Vestia um terno Azul Marinho. Claire, ao erguer a cabeça ainda pasma, olhou nos olhos do sujeito engolindo seco: -Heitor..
—Claire. -Respondeu o homem, de modo sério. -Eu preciso que você me acompanhe.. agora.

O Encarou tentando disfarçar sua preocupação de medo, não poderia estragar tudo. Se o Heitor soubesse do que estava acontecendo desta vez, Pendleton seria evacuada imediatamente, significando que nem ela e muito menos Edward conseguiriam ficar para trás. O que obviamente deixaria o assassino furioso por não desfrutar de seu ataque final se não houvesse ninguém ali. Claire se conteve, escondendo todas as emoções dentro de si. Aconteça o que acontecer, o Heitor não poderia suspeitar do que estava por vir, ou tudo estaria perdido.
—Claro.. -Respondeu levemente concordando com a cabeça.
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Os dedos se atiçavam sobre o teclado do computador, estalando conforme Gigi apressava as palavras feito um escritor inspirado em abstinência. inclinada quase encostando a cara na tela após terminar de mandar sua mensagem para sua mãe através do Messenger do Facebook.

Deixou as palavras em Caps Lock escritas "MÃE, TÁ TUDO BEM VOU PRECISAR REPETIR? CARAMBA, NÃO ESQUENTA! AMANHÃ TO EM CASA." na barra da mensagem apertando "Enter" instintivamente enviando.

Minimizou a aba imediatamente sem esperar por resposta, onde logo a tela ficou branca revelando o histórico que pesquisava, uma lista interminável de links do qual já estava chegando no final. Era a última parte da busca do qual usava a data do envio de suas mensagens no jogo de RPG como base de investigação.

—Ok.. 16:40.. primeira mensagem, primeira mensagem.. -Repetia a si mesma descendo a tela com o Mouse. Os ícones dos sites com as pesquisas feitas pelas pessoas que usaram o computador naquele dia já estavam marcados com os horários "16:00" e Gigi sentia-se próxima de revelar o mistério. -Vamos lá, vamos lá, vamos lá.. -Falava em voz alta de modo rápido enquanto reconhecia os ícones de pesquisa descendo a lista: -Youtube, Google, Google, Youtube, RED TUBE?? Nossa... Tenha dó. Google, 16:25... Facebook.. 16:27... ah!!! -Gritou ao se deparar com o que procurava: -"SURVIVAL RPGS".. entrada as 16:40!! Te peguei, desgraçado!

Abaixou a cabeça, tirando do colo o livro de registros dos usuários da parte de informática da biblioteca, que pegou atrás do balcão vazio do lugar deserto ao entrar escondida mais cedo. Agora sabia exatamente onde procurar.

Empurrou o teclado para frente e Tascou o livro em cima do Gabinete, abrindo-o na página que já havia selecionado, "Máquina 14". A página apresentava a lista de estudantes que usaram o tal computador, e Gigi ergueu os olhos até encontrar estampado com um adesivo ao lado do computador o número "15".

—A, qual é!! Caralho... -Resmungou nervosa ao perceber ter aberto na página errada. Precisava antes descobrir qual máquina o desgraçado havia usado para depois enfim, procurar pelo seu nome. Com uma pressa tremenda, Levou o indicador na ponta da língua umedecendo-o e em seguida usou-o para virar a página. -Aqui... Máquina 15!.. -Disse trêmula usando o dedo para percorrer cada um dos nomes dos que usaram aquela máquina no dia. Seu coração acelerou de tal forma inexplicável. -Anda.. cacete... -Seus olhos nem piscavam diante da lista imensa e seu nervoso e tremedeira fora tão grande, que ao se debruçar sobre o grande livro, seu cotovelo acabou sem querer esbarrando no Mouse, clicando em algo sem que Gigi percebesse. -Aqui.. aqui... na, na, na.. Bla bla bla... Marina.. Joyce.. Diego.. Weverton.. Milton... Louise.. Amanda.. Joyce... Rangel... Caralho, ninguém que eu conheça!! Cadê você?! Cadê você, desgraçado... eu sei que te conheço.. eu sei que te conheço.... -Percorria os nomes um a um em total desespero!

E seu grande erro, foi não ter visto o que aconteceu na tela do Monitor ao ter dado aquele clique involuntário à pouco, por estar de cabeça baixa com a vista grudada na página. Pois se assim tivesse o feito, Gigi perceberia que sem querer minimizou a Aba inteira deixando a tela preta na "Área de Trabalho" que continha apenas os ícones com os programas da máquina, e por acaso não possuía nenhum papel de parede.. apenas um fundo preto. Fundo preto este que refletia o Reflexo estático de Gigi que buscava sua resposta em intensa adrenalina mesmo estando parada. E também claro, do visitante silencioso.. parado a poucos metros atrás da garota encoberto de preto, portanto um rosto branco fantasmagórico e deformado com uma bocarra ligeiramente esticada...


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Mais um episódio e entraremos no ato final! HORA DO MASSACRE, meus amores! Façam suas apostas!
#SCREAM #SURVIVAL 2 Quem vai sobreviver? Quem é o assassino? ... Obrigado por acompanhar, por favor, comente o que achou! Até a próxima!



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