— Tá, precisamos parar e pensar calmamente. – Marinette disse com a intenção de acalmar Adrien. A azulada estava longe de estar tranquila, mas aquilo com certeza seria bem mais difícil para Adrien.

— Isso... Não pode estar acontecendo! – o loiro sentou em uma cadeira a colocou as duas mãos no rosto. Marinette pela primeira vez não sabia o que fazer.

— Adrien... – de repente ele ficou de pé e bateu o bastão na cadeira que estava, a quebrando. – Ei!

— Eu só precisava descontar a raiva em alguma coisa. Agora vamos achar o Miraculous da Peacock para podermos ir e prender o meu pai.

— Temos que ter cuidado, pois não sabemos quem da polícia trabalha para ele. – o loiro assentiu e andou na frente, porém logo foi parado pela mão de Marinette em seu ombro – Tem certeza que você está bem?

— Não estou bem, mas já sou adulto, vou superar.

— Certo. Se precisar de apoio saiba que eu estou aqui por você. – eles sorriram um para o outro e seguiram dentro da instalação.

— Esse é o último andar, então onde acha que eles devem guardar o Miraculous da Peacock?

— Talvez no primeiro andar. São duas joias poderosas, porque iriam coloca-las juntas?

— Faz sentido, vamos lá. – os dois heróis desceram as escadas com cuidado.

Marinette ainda tinha dúvidas sobre confiar em Adrien ou não, afinal o pai dele o irmão – que até agora a existência não fora confirmada por ela – estavam por trás dos akumas. Porque apenas ele não estaria?

— Precisamos ir com cuidado. – Ladybug advertiu assim que chegaram no primeiro andar, que aparentemente era subterrâneo.

Os dois andaram mais um pouco e avistaram uma espécie de laboratório parecido com o que tinha no último andar, porém era mais assustador e mais escuro.

— Com certeza é aqui. – a azulada concordou com a cabeça e os dois foram procurando até encontrarem um pequeno cofre igual ao que estava com o Miraculous Moth. – E com certeza o Miraculous da Peacock está aí.

— Você abre o cofre, pegamos o Miraculous, saímos daqui e depois pensamos com calma como vamos proceder.

— Entendido. – o loiro acionou as garras e quebrou a fechadura, assim como tinha feito na anterior. Em seguida Marinette abriu, porém ficou sem reação. – O que foi?

— Está vazia.

— O quê? Mas como...

— Estão procurando por isso aqui? – os dois se viraram na direção da voz dando de cara com uma figura encapuzada. E logo a imagem do invasor de Miraculous veio à sua mente.

— Você! – Marinette tentou avançar mas Adrien colocou o braço na frente, a segurando.

— Que tom mais agressivo, querida! – ouviram a voz feminina, que logo deu uma risada e se aproximou – Até parece que nos conhecemos.

— Você roubou os Miraculous e matou Mestre Fu! Afinal, o que está fazendo aqui? O que quer agora?

— Então vocês são os guardiões do Miraculous da Ladybug e do Chat Noir? Faz todo sentido, não é mesmo? – ela riu novamente. – Sabem, eu montei tudo isso apenas para achar vocês dois. – pontuou.

— Você o quê? – os dois se entreolharam confusos.

— Já que vocês não vão sair daqui tão cedo, deixe-me explicar uma coisinha: Hawk Moth não existe.

— Como assim?

— Eu inventei essa figura para que todos temessem, mas na verdade era eu que agia pelas sombras e manipulava tudo.

— Então aquele cara lá em cima não era Hawk Moth? – Adrien perguntou curioso e a figura encapuzada negou, o deixando mais aliviado.

— Eu akumatizei ele, apenas. O que posso dizer? Serviu ao meu propósito.

— E seu propósito era ter os Miraculous?

— Mas é claro.

— Pena que isso não vai acontecer. – os dois se posicionaram e a mulher ficou reta, incomodada pela resposta negativa.

— Vocês não entendem o poder que tem nas mãos! Porque simplesmente proteger se vocês podem fazer o que quiserem com o dom da criação e da destruição?

— Não somos desse jeito! – Marinette rebateu – E nunca seremos como você! – Ladybug e Chat Noir avançaram na direção da mulher e começaram uma luta corpo a corpo.

Por tempo os dois remoeram os golpes e o estilo de luta da pessoa cuja derrota deles custou a vida de Mestre Fu. Entretanto, a mulher também era uma ótima lutadora.

Marinette conseguiu acertar a costela, onde sabia que era um ponto fraco. No entanto a mulher segurou seu braço e o torceu, enquanto chutava Adrien para longe. Porém as coisas tomaram um rumo diferente quando Chat Noir acionou as garras e acertou o rosto da mulher, fazendo com que ela caísse junto com os panos que cobriam seu rosto.

— Mãe? – Adrien disse. Marinette parou na hora e se afastou batendo na bancada. Em seguida sentiu algo arranhar na sua perna e caiu de joelhos.

— Ladybug e Chat Noir, que surpresa!

— Félix! – o irmão tinha lançado uma das flechas da mãe em Marinette e agora ela estava no chão. O loiro piscou várias vezes, assimilando o que estava acontecendo.

— Adrien? – Alice Agreste disse ainda no chão. Então Chat Noir tirou a máscara e a encarou – Meu filho!

— Mãe, precisamos fugir se nã... – antes que Félix fizesse algo, Ladybug atirou seu ioiô, o puxou para perto e acertou um soco com toda sua força, fazendo com que ele caísse desacordado.

— Não vou cair por uma flecha de novo.

— Porque você tudo fez isso? Porque matou Mestre Fu?

— Treinei por muitos anos em Miraculous e ele não queria me confiar uma joia. Era minha por direito, você precisa entender... – ela se aproximou e Adrien recuou.

— Entender o quê? Esse tempo todo achei que estava morta e agora descubro que está viva mas é uma assassina. Você akumatizou meu pai e ainda trouxe Félix para trabalhar com você? Não acredito que fez isso!

— Filho...

— Não me chama assim! – Adrien recuou mais uma vez – Você não é minha mãe! – a expressão de Alice se transformou de desespero em raiva e quando o loiro tinha virado de costas ela avançou, porém antes que fizesse algo, Marinette a acertou com seu dardo – Obrigado.

— Eu disse que estaria aqui por você.

*

Marinette andava com o braço esquerdo enfaixado no meio de vários repórteres e policiais até que chegou ao lado de Adrien. O loiro estava acompanhando o pai que era colocado em uma ambulância.

— Tudo bem com você?

— Acho que sim. Quero dizer, essa coisa toda foi horrível, porém acredito que vou superar. – suspirou e a azulada se aproximou para dar um abraço. – Obrigado por tudo.

— Não precisa agradecer, sabe que eu faria tudo de novo. Afinal, somos parceiros. – ele segurou Marinette pelos ombros e a afastou de leve.

— Na verdade... – a azulada o encarou confusa – Estive pensando que talvez possamos ser mais. – o loiro segurou o rosto dela e iniciou um beijo calmo – Marinette, no momento você é a única coisa que tenho certeza na minha vida. – ela sorriu e o abraçou novamente, escorando a cabeça no peito dele.

No meio das sirenes, cliques de câmeras e do falatório que era a cena de crime. Marinette e Adrien não faziam ideia de como as coisas andariam dali para frente. Ambos perderam muito nessa batalha. No entanto, sabiam que ainda existiam coisas pelas quais valiam a pena lutar, por isso decidiram continuar trabalhando no departamento de polícia durante o dia e por baixo dos codinomes Ladybug e Chat Noir durante a noite. Sendo parceiros e fazendo justiça com as próprias mãos quando fosse necessário. Afinal, eram os guardiões da criação e da destruição e juntos formavam uma força miraculosa.