Strange Beat escrita por BunnySoul


Capítulo 2
Capítulo II - The Wheels of Fate Began to Spin


Notas iniciais do capítulo

(Longo esse título, né...?)

Hellow~^^

Como vocês vão?

Estou aqui hoje para postar mais um capítulo!! Yay o/

Agradeço à todos que leram e um "obrigada" especial para a Mochileira Solitária pelo comentário linduchito e por ter marcado Strange Beat como favorito!!

Muitos beijinhos de luz!
~BunnySoul



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"Loiro. Olhos azuis. Postura adequada. Ombros largos. Inteligente. Alto status familiar."

"Péssimo cabeleireiro. Péssimo estilista. Não-popular. Cara de shota... Bem, tirando esse último, a gente consegue consertar."

Observando através da janela do segundo andar, com as mãos posicionadas em formato de um binóculo (como se isso fosse lhe ajudar à enxergar melhor), a garota do Primeiro Ano do Ensino Médio mordia seu lábio inferior imergida em uma séria discussão consigo mesma.

—Está decidido! - O tom alto da azulada surpreendeu a loira, que lixava a unha sem preocupação até aquele momento, e a esverdeada, que desenhava vários nadas no caderno. 

—Miku-chii, você me fez errar! Eu estava desenhando uma obra-prima aqui! - Bufou a que estava desenhando. Ela apoiou o queixo sobre a mão esquerda em uma demonstração de sua frustração. Miku olhou de relance o caderno da amiga. Vários rabiscos e, no meio, uma cenoura. 

—Ooh! É uma cenoura estupenda! - Seus longos cabelos verdes azulados balançavam com o vento enquanto esta batia palmas com um leve toque de ironia. - Mas aceite, Gumi. Você nunca irá superar os meus desenhos de cebolinha! - Enquanto Gumi lhe mostrava a língua, Miku ria vitoriosamente.

—Não enrole Miku. Por que o berro? - A loira lixava sua unha despreocupada novamente. Parece que sua frase tinha dado um cutucão de memória em Miku, já que os olhos dela começaram a cintilar.

—Oh Neru, - Ela suspirou piscando mais do que o normal. Neru e Gumi se entreolharam. "Isso não é bom" disseram através do código dos olhares. - Acho que encontrei meu futuro marido!

—De novo com isso? - A esverdeada e a loira disseram em uníssono com um pesado suspiro, o que deixou Miku um pouco irritada.

—Como assim "de novo com isso"? - Ela levantou em um ato brusco, batendo na mesa como protesto. - Como filha primogênita dos Hatsunes, é necessário que eu encontre um marido digno! Além disso, meu pai foi muito gentil em me dar a liberdade de escolha! 

—Mas você teve 12 namorados ano passado... Nenhum te agradou? - Gumi já estava jogada na mesa, com o apoio do braço para sustentar a cabeça demonstrando o mais puro tédio.

—Hum... Não! - Miku fingiu pensar por menos de dois segundos e respondeu o "não" com toda a clareza possível.

Gumi e Neru suspiraram derrotadas. Sabiam que Hatsune Miku era uma pessoa que nunca se acostumou a ouvir um “não”.

—Bem, então... Quem é o afortunado da vez? - Neru assoprou suas unhas, fazendo um pozinho voar pelo ar.

Miku se levantou de seu lugar, chamando a atenção de todos ao seu redor. Ela apontou para o loiro como se estivesse o desafiando. - Kagamine Len! Se prepare para ser meu futuro noivo!!

Um silêncio devastador preencheu a sala de aula branca por alguns segundos. Logo, todos os alunos a ignoraram e passaram a prestar atenção nos cadernos ou em outras coisas que estavam fazendo.

—Hatsune-san.... Por que sempre na minha aula...? - O professor de cabelos castanhos, óculos de grau e lágrimas nos olhos choramingou para a azulada.

—Perdoe-me, Kiyoteru-sensei! - Ela se sentou novamente em seu lugar com um sorriso embaraçado no rosto.

As interrupções de Miku eram normais. Ninguém mais se importava. Mas, por algum motivo, a aula sorteada era sempre a de Kiyoteru. Ele brigava com ela no começo, era o papel de um professor sério e direito assim com ele, porém, ao longo de alguns anos, Kiyoteru se cansou e agora apelava para o seu instinto infantil de fazer birra.

—Espere... - Neru pensou um pouco antes de ficar pasma. - Você disse... Ka-kagamine?

—Sim, por quê? - Miku perguntou com o ar mais inocente possível. Foi a vez de Gumi ficar branca de medo.

—Miku-chii... Você não sabe da história dos Kagamine...? - Gumi segurou a mão direita de Miku com suas duas mãos.

—Claro que eu sei. - Miku tirou a sua mão, como se tivesse sido ofendida. - Sempre faço minhas pesquisas antes de escolher um namorado, poxa. - Ela pegou um caderno com uma capa branca cheia de desenhos de cebolinhas. Ela abriu-o e folheou algumas páginas. - Aqui. - Miku apontou para a foto de Len colada no caderno. - “Kagamine Lender. Prefere ser chamado apenas de Len. ” - Começou a ler o que estava escrito. - “15 anos. Signo: Capricórnio. Tipo sanguíneo: O-. Filho mais novo. Seu pai, Kagamine Albert é um dos maiores 'business man' do mundo, seu apelido é ‘Big Al’. Sua irmã, Kagamine Lilyane, ou apenas Lily, é nacionalmente conhecida por sua carreira de modelo, além de ter sua própria marca de produtos orgânicos. Já sua mãe, Kagamine Anne, foi uma cantora conhecida como ‘Sweet Ann’, devido à doçura de sua voz de prodígio musical. Ela foi assassinada enquanto seu marido e sua filha viajavam para o exterior, ficando apenas ela e o filho. Investigações não conseguiram chegar na conclusão de quem é o assassino, mas, dentre os possíveis suspeitos está o próprio Len. “ - Ela apontou para uma reportagem de jornal que estava colada no caderno, com a foto de Len com a roupa tingida de vermelho sendo abraçado pelo pai. - E é isso! - Ela fechou o caderno, fazendo Gumi e Neru arregalarem o olho, intrigadas. - O quê?

—...Ok. Eu vou reformular o que você acabou de dizer. - Começou Gumi, logo pigarreando. - Kagamine Len, sua família é rica, e sua mãe morreu assassinada, provavelmente tendo ele como culpado. 

 -Não não. - Miku fez um gesto de “não” com o indicador. - Ele só foi considerado como suspeito porque não quis responder nada aos detetives. Além disso, um garotinho de 6 anos não conseguiria usar uma arma. Principalmente para matar a própria mãe... - Miku observava a foto da reportagem. Passou o indicador sobre a imagem de Len. Neru e Gumi notaram a profundidade dos olhos da azulada, nunca tinham visto ela fazer tal expressão. - Não... Ele não pode ter feito isso...

§

—Cheguei, Rin! - O loiro jogou sua mochila preta estilo tiracolo no sofá branco. Nenhum som foi pronunciado pela jovem fantasma. Len suspirou entristecido, então, simplesmente, subiu as escadas procurando a garota.

Dois dias haviam se passado desde a mudança. Com a ajuda de Rin, quase tudo tinha sido organizado, mas, em compensação, a garota quase não tinha dito nada além de “aham”, ou “não”, ou “você é estranho”.

Após procurar no suposto “quarto” dela, que só tinha uma mesinha colada na parede, uma cadeira, o armário espelhado e alguns bichinhos de pelúcia esquecidos por Lily; Len conferiu o seu quarto. A porta estava encostada, então ele empurrou um pouco até achar uma certa loira com os cabelos dançando com o vento. Rin estava sentada no chão com abraçada aos joelhos e com os headphones de Len conectados ao rádio portátil preto em cima da escrivaninha. Seus olhos azuis estavam fechados. Len riu de uma forma quase inaudível, apoiando-se na quina da porta, cruzando seus braços, apenas observando a loira curtir seja lá o que ela estivesse ouvindo.

Ela era linda. Independente de como ele a olhava, ela continuava linda. Não sabia se era os gentis raios de sol que batiam em seu cabelo dourado, ou se era algum encanto de espirito, mas ele podia passar horas olhando aquele pequeno anjo. Seu anjo. Ou, pelo menos, era o que queria acreditar.

Então, a imensidão azul profunda que ela chamava de olhos se abriu lentamente. A música acabou e, em um gesto rápido, Len desviou o olhar e tentou se esconder atrás da porta, em vão. - Len. - Um calafrio percorreu sua espinha. “Droga” pensou ele.

Lentamente, ele abriu a porta branca com o maior sorriso sem graça. Ele tentava não encarar os olhos dela que deveriam estar flamejando de raiva ou, no mínimo indiferentes, mas, por sua surpresa, ela não estava nada do que estava pensando.

Ela tinha uma expressão suave, como se estivesse encantada ou algo assim; além disso, seus olhos se mostravam curiosos e ansiosos. Vê-la desse jeito fez o coração do garoto disparar por alguns segundos.

—Len. - Ela pegou um objeto quadrado fino. Len rapidamente percebeu que era uma caixinha de CD, mas não conseguiu identificar qual. - Quem é Sweet Ann? - Perguntou a garota.

Em um movimento rápido, Len tomou a caixa de CD de suas mãos, colocando-o na estante de volta, o que deixou Rin perturbada. Ela nunca tinha visto o semblante de Len tão sombrio. Muitos compreenderiam que ele estava com raiva, mas Rin não. Ela sabia que ele estava sentindo dor. Muita dor.

Ao notar o que tinha feito, imediatamente ele se curvou como pedido de desculpas - Me desculpe, Rin. - Silêncio.... Eles continuaram daquele jeito por alguns segundos até que Rin se levantou e saiu do quarto, fechando a porta.

Quando ele se endireitou e deu um suspiro longo e pesado, uma voz doce foi ouvida detrás da porta. - É uma linda música.... Me faz me lembrar de você.

Dez palavras.

Exatamente dez palavras.

Para despertar as lágrimas que nunca vieram antes.

Mesmo com o dia claro e brilhante lá fora, uma nuvem escura e carregada de memórias despencava sobre a casa. Len escorou-se na porta e abraçou os joelhos, afundando sua cabeça entre eles, tentando fazer aquilo parar. Rin estava ajoelhada de frente ao quarto, com as mãos em seu colo. Ela deixou sua cabeça tombar um pouco, logo sentindo sua testa encostar na porta.

“Ahhn...” - Ela fechou os olhos. Ela queria tocá-lo também. Queria consolá-lo. Detestava a ideia de ficar parada daquela forma. Ele sempre, de alguma maneira, mandava toda a tristeza dela para longe... Ela só não se lembrava como... 

"Era algo... Caloroso... Como..." - E, em um estalo, tudo ficou claro para ela. "É isso!" - Pensou.

A loira respirou fundo. Fazia... Muito tempo desde a última vez... Talvez ela estivesse rouca ou algo do tipo... Talvez seria errado fazer isso... Mas, naquele momento, nada importava. 

"Um pequeno trecho.. Isso... Só um pequenino trecho já deve bastar..."

Mesmo que esteja só e desesperado

Feche os olhos e vai sentir meus batimentos

Mesmo em manhãs frias e noites desanimadas

Nós estamos conectados por este som ~♪

Enquanto Rin cantava do outro lado da porta, Len ouvia atentamente. 

Rin esperava abraçá-lo com sua voz. Cantou com todo seu coração. Uma música esquecida no tempo, mas que Len conhecia muito bem...

§

—Ma... Desculpe-me. Eu ainda não me acostumei com seu novo nome...

—Tudo bem. Não faz mal. - Ela o olhou com serenidade, sempre fazia isso.

—E então... O que fará com Rin? - Ele perguntou, ainda ajoelhado perante a ela.

—Nada. 

—Na-nada?! - Ele perguntou indignado - Como nada?! Ela está quebrando as regras!! Ela vai ser julgada desse jeito!!

—Ainda não... Dezenove... 

—O quê? 

—Ainda faltam dezenove. Essa foi a primeira das vinte... 

"As rodas do destino começaram a girar..."

 

 


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