Nos capítulos anteriores...

...

Levei a mão trêmula à boca enquanto as lágrimas desciam pelo o meu rosto. 

—Você ainda ama Dag,admita-acusou Astrid.

Enxuguei as lágrimas e a encarei irritada.

—Eu já lhe disse que o nome dele nunca mais deve ser citado-alertei aborrecida. 

...

Respiramos fundo e estranhamente,gritamos ao mesmo tempo:

—EU NÃO GOSTO NEM UM POUCO DE VOCÊ!

Arregalamos os olhos assustadas e em seguida,bufamos,antes de cada uma se afastar em direções opostas.

...

Andrea ficou vermelha de raiva.

—VOCÊ...-apontou pra mim-...E VOCÊ!-apontou para Vitória-PEGUEM AS SUAS COISAS!!!!!

...

Dias depois...

Pov's Vitória 

Já fazia dias que Andrea me obrigou a ficar na mesma cabana que Sophie.Disse que nós duas debaixo do mesmo teto,podíamos nos entender.O que eu podia dizer?Ela estava totalmente enganada.

Assim que chegamos,as únicas palavras que eu e a Hofferson trocamos foi em uma discussão pela a escolha das camas.Depois disso,ficamos sem nos falar.Confesso,minha raiva já tinha passado e eu não queria ficar nesse clima estranho.Mas eu não iria falar com Sophie primeiro.Sou uma Strondus e o que define bem meu sobrenome é meu orgulho.Puxei isso da minha mãe. 

—Porque não dá uma chance pra ela?-questionou Raquel enquanto nos servíamos no café. 

—Eu tenho que falar primeiro?-perguntei incrédula-Você sabe como sou orgulhosa,Raquel!Além do que,mal conheço a Hofferson.

—Então conheça!-incentivou sorridente-Uma hora vocês vão ter que se acertar.

Desviei o olhar pensativa. 

Pov's Sophie

Eram mais ou menos 11 horas e acontecia praticamente um dilúvio lá fora.Parecia estar chovendo facas.Ainda bem que eu já estava dentro da cabana.

Ouvi a porta se abrir e senti o vento forte nos meus cabelos.Vi Vitória tentar lutar para fechar a porta,mas o vento era forte demais.

—Eu te ajudo!-declarei me levantando e correndo para ajudá-la.

Juntas,com dificuldade,fechamos a porta e a trancamos. 

—Obrigada-sorriu Vitória agradecida-Ah,as fotos!-lamentou ao ver as fotos que eu tinha pregado na parede,todas no chão. 

Me agachei,começando a catar as fotos e Vitória se abaixou,começando a me ajudar.

Fala alguma coisa. 

Suspirei derrotada.

—Me desculpe-declarei. 

—Como!?!-ouvi o espanto na voz da Strondus.

—Me desculpe-repeti-Nós começamos mal,implicamos uma com a outra.Eu devia ter agido gentilmente com você.É que não sou boa em fazer amigos.

Ela sorriu.

—Tudo bem-disse. 

Sorri de lado. 

—Eu acho que quando te conheci,tive um pouquinho de inveja de você-comentei. 

Ela levantou as sobrancelhas surpresa.

—De mim?Mas porque?-questionou incrédula. 

Ri feito boba.

—Eu sempre quis ser ruiva-confessei me levantando e ela me acompanhou-É que...eu nunca conheci minha mãe.Eu só tenho uma foto dela e ela era ruiva.Queria ter puxado pra ela. 

—Ata-sorriu-Bom,minha mãe é ruiva e agradeço aos deuses por ter puxado à ela.Minha irmã caçula,a Camélia,é loira e descobri que ela puxou pro meu pai.Eu também só tenho uma foto dele e nunca o conheci.

Franzi as sobrancelhas com a coincidência. 

—Nossa...que coisa...-comentei tentando me afastar e ela também. 

Paramos quando algo nos puxou pra perto de novo e vi o que fizera isso:Meu colar de pingente de sol havia se juntando com o colar de pingente de lua dela.

Nos encaramos assustadas. 

Separei nossos colares.

—Sophie...-chamou Vitória pensativa-Quando você nasceu? 

A encarei com a testa franzida. 

—Dia 11 de Novembro-respondi confusa vendo-a arregalar os olhos-Porque? 

—Eu...nasci dia 11 de Novembro também!-afirmou assustada.

Arregalei os olhos chocada.

Observei Vitória começar a andar de um lado pro outro.

—Fala o que tá pensando!Por favor!-pedi aflita.

Ela parou e me encarou.

—Não percebeu?-perguntou ansiosa-Nossos colares se juntaram,assim como duas metades se juntam.Somos parecidas na face.Eu nunca conheci meu pai e você nunca conheceu a sua mãe.Eu tenho uma foto antiga do meu pai e você tem uma foto antiga da sua mãe.Nós duas nascemos dia 11 de Novembro.Não acha isso muita coincidência? 

—É...-Eu não tinha palavras para expressar minha opinião sobre a situação. 

—Mas pelo menos a sua deve estar inteira-comentou derrotada-A minha está rasgada bem no meio e toda amassada!

Arregalei os olhos e corri até o criado mudo,abrindo a gaveta e vasculhando minhas coisas.

—Mas o que você está fazendo?-ouvi a impaciência na voz de Vitória. 

Quando achei a foto da minha mãe,pressionei-a ao meu coração e me virei para encarar Vitória.

—Essa é uma foto antiga da minha mãe-afirmei nervosa-E também tá rasgada no meio.

Ela arregalou os olhos e correu até suas coisas,procurando a foto.

Quando a achou,pegou e se aproximou de mim.

—No três-alertou. 

Assenti com a cabeça. 

—1...-contei ansiosa.

—2...-contou Vitória. 

—3!-dissemos ao mesmo tempo erguendo as fotos.

Arregalei os olhos chocada quando os pedaços de foto se juntaram perfeitamente.Lá estava,a foto completa,do meu pai sentado na mesa,encarando apaixonado uma bela mulher ruiva que não era mais, nada menos,que minha mãe. 

—É a minha mãe...-alertou Vitória emocionada analisando o meu lado da foto.

—E é o meu pai...-confessei indicando seu lado da foto.

Retiramos as fotos e nos encaramos,com os olhos cheios de lágrimas. 

—Então...se a sua mãe é a minha mãe e o meu pai é o seu pai...e nós duas nascemos de 11 de Novembro...-refleti com a voz trêmula-Nós somos irmãs! 

Vitória sorriu,segurando minhas mãos. 

—Sophie!Nós somos gêmeas!-afirmou. 

Sorri emocionada,abraçando-a com força.