Glass heart escrita por topofilia


Capítulo 1
Eyes as cold as gold


Notas iniciais do capítulo

adoro usar personagens com caracteristicas similares as minhas para desabafar por meio de fanfic



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Já é mais de quatro horas da manhã, e está frio, mas ele nunca se sentiu mais ardente, seu corpo manchado de suor e decepção. Yuuri Katsuki está trancado no banheiro do hotel, e ele se sentia de volta ao Japão, porque dentro dele acontecia um terremoto por si só.

Cada segundo era sozinho uma eternidade, uma eternidade da qual ele não conseguia se desvencilhar, e sua respiração irregular tornava cada infinito maior ainda. E que respiração? Pois tinham horas — se é que as horas passavam ali dentro — que ele não sentia mais seu corpo, mas tudo que era estrangeiro chegava com tanto impacto, e Yuuri não conseguia fazer nada senão buscar ar, porque naquele momento ele afogava em seu próprio desespero.

Não era só um terremoto — eram todos os desastres naturais do mundo, forçando uma barreira que não conseguia segurá-los. Um furacão de pensamentos intrusivos — aqueles que continuavam a repetir cada vez mais alto, "Inútil, inútil" —, um maremoto de inseguranças, e tudo o que resta também, atingindo com força total suas defesas despreparadas.

E Viktor parecia tão feliz quando anunciou para todos que iria voltar a patinar. É óbvio que é por causa de você. Você não é nada, é desnecessário, é um respingo defeituoso de preto que mancha a carreira infinitamente branca de Viktor Nikiforov.

Alguma hora — ele não sabe quando —, seus soluços ficaram altos demais, e os insultos silenciosos começaram a sair em uma voz ríspida e agressiva, cada um deles direcionados a Yuuri Katsuki, o próprio. Alguma hora — seu senso de tempo e lugar continuava inexistente —, um pouco antes de sua visão embaçar-se completamente, os murmúrios ameaçadores contra si mesmo foram acompanhados pelo constante ruído de alguém batendo na porta, e ele se sentiu ainda mais inútil, pois como é que você consegue incomodar todo mundo até mesmo agora?

— Yuuri, Yuuri, abre a porta! Yuuri!

Ele soltou uma risada áspera, e suas palavras saíram em um tom mais ainda. — Eu estou bem, estou bem, estou muito bem. — parecia mais algo para assegurar a si mesmo do que qualquer coisa, mas não funcionava nem um pouquinho, porque as vozes estavam mais altas do que nunca.

— Yuuri, você não está bem, por favor abre a porta! Converse comigo, Yuuri, por favor converse comigo... — a voz de Viktor ficou mais clara, e Yuuri se sentiu esvair, porque ele sabia que o olhar de Viktor seria frio como ouro — o ouro que ele não conseguiu conquistar —, e ele era frágil demais para aguentar tal pressão. Yuuri era vidro, e era só vidro que ele conhecia. Mas Viktor era potente, brilhante, como uma estrela dourada e fulminante, e alguém tão divino como ele com certeza não queria catar os cacos de seu coração.


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Notas finais do capítulo

espero que voces tenham gostado!!
com certeza nao vai ser minha ultima fic de vikturi, esses moços sao meu oxigenio, entao esperem um comeback meu nessa categoria (talvez no natal? quem sabe)

até mais!! uma boa noite para vocês