A Study in Words escrita por Raura


Capítulo 13
Take This One To The Grave


Notas iniciais do capítulo

Como disse anteriormente, aqui está o capítulo! o/
Esse também é em 1ª pessoa, narrado por nosso sociopata altamente funcional: Sherlock ♥
Não esqueçam que ele complementa o capítulo anterior!
A palavra usada é pôneis, sugerida pela Rô (sayuri1468)
Como sempre, my consulting beta i♥uA
Lembrem-se: não julgueis um capítulo pelo título!
Dito isso, desejo uma boa leitura!



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Aproveitando a ensolarada tarde incomum em Londres decidi sair para uma volta. Caminhei por um longo tempo, os parques por onde passei estavam todos lotados, várias pessoas aproveitando o clima para fazer piquenique.

Andei até o cemitério, percorri as lápides até encontrar a de Mary Watson. Apesar de Mary ter sido cremada, John concordou com a Sra Hudson que ela merecia um lugar onde os amigos pudessem prestar homenagens.

Sentei-me na grama em frente a seu epitáfio, encarei as inscrições ali.

“Mary Watson. Esposa. Mãe. Companheira. Amiga.”

Senti o sorriso se formar em meus lábios. Mary Watson era muito mais que isso.

E era a única que sabia.

 

Naquele dia estávamos reunidos na casa dos Watsons após o batizado de Rosamund, você sentou-se ao meu lado, acompanhou meu olhar e sussurrou em tom acusatório:

“Sherlock Holmes! Você não pode esconder isso dela!”

“Esconder o que?” me fiz de desentendido.

“Sério mesmo que vai usar essa comigo?”

“Não faço ideia do que está falando, Mary”

“Não é justo com ela, Sherlock”

Suspirei desistindo de negar, não adiantaria. O segredo saiu do saco. Não sei como, nem quando, mas Mary tinha descoberto.

“Mary Watson, jure que irá guardar esse segredo”

“Apesar de não achar justo, juro levá-lo para o túmulo

 

— Você cumpriu seu juramento - declarei encarando sua lápide. Não sabia exatamente o motivo, mas senti vontade de relatar os últimos acontecimentos, mesmo obviamente ela não ser capaz de ouvir. Mycroft riria se me visse fazendo isso. — Sabe, eu segui seu conselho e salvei John. Realmente não foi um caso fácil, fazia tempo que eu não ficava tão ‘high’ tanto que nem fiz a lista... Eu decepcionei Molly novamente, ela não me estapeou dessa vez, mas nosso desentendimento foi muito pior - depois que comecei a falar, as palavras simplesmente fluíam de minha boca — Inclusive, uma das madrinhas de sua filha, a Sra Hudson, teve a ousadia de me colocar em um porta-malas! - recordei com humor — A propósito, seu marido tem um belo gancho de direita. Ele sente muito sua falta. Todos sentimos - deliberadamente omiti sobre as mensagens de John — Eu tenho uma irmã. Surpreendente não? Ela se chama Eurus. O vento leste realmente chegou devastando tudo em seu caminho. Mycroft, John e eu fomos usados como experimentos sob a perspectiva de ratos de laboratório, uma verdadeira vivissecção. Eurus fez todo tipo de jogos psicóticos conosco, por causa de um deles agora com certeza Molly me odeia, tudo porque tive que forçá-la a dizer que me ama. Ela só diria se eu disse primeiro e sabe o segredo que você jurou levar para o túmulo? Então… Não é mais segredo. Eu disse a Molly Hooper que a amo - involuntariamente flexionei os dedos da mão me lembrando do maldito caixão, alguns arranhões na pele ainda eram visíveis — Ela não acreditou claro e provavelmente não deve querer mais olhar na minha cara, acho que ultrapassei minha quota de Holmes para o resto da vida - lamentei brincando com a grama, arranquei algumas com os dedos — Eu disse que faria meu primeiro e último voto em seu casamento, lembra-se? No fundo sempre soube que eu faria uma exceção. Sim, o lema de Mycroft tinha fundamento, todas as vidas terminam, todos os corações se partem, se importar não é uma vantagem, mas no meu âmago, eu sei que todos esses riscos valem por aquela que mais importa. Molly Hooper é minha única exceção... Talvez um dia eu a leve para comer fritas - inspirei lentamente e exalei pela boca, a tranquilidade me dominando após o desabafo — Ah! Quase esqueço de mencionar, o tema para a festa de um ano de Rosamund é pôneis. Eu sei, também preferia que o tema fosse unicórnios.

Meu organismo reclamava por nicotina, estive longe de substâncias nocivas desde o caso envolvendo Smith. Notei um movimento atrás de mim, uma brisa soprou me permitindo identificar quem era pelo aroma de seu perfume.

— Há quanto tempo está aí?

— Acredito ter perdido a introdução, mas posso garantir que não te odeio - Molly aproximou-se e sentou na grama ao meu lado, girou o corpo e me encarou — Olá, Sherlock.

— Molly...

Encarei-a surpreso, meu coração acelerando de uma maneira agradável. Depois da ligação não tinha conversado com ela. Eu sabia que Molly estava a par de todos os acontecimentos graças à Lestrade e John, incluindo as razões por trás do telefonema. Decidi evitá-la, imaginando o quanto ela deveria estar zangada, talvez no fundo temesse encontrar raiva e mágoa em seu olhar. Destruiria meu coração saber o quanto os acontecimentos teriam devastado aquela que mais importava.

Senti sua mão acariciar as costas da minha.

Observei a compreensão em seu rosto quando seu olhar se fixou nas marcas em minha mão. Molly sabia sobre o caixão. Ouvi-a suspirar longamente e entrelaçar nossos dedos. Depois de um tempo em silêncio, ela ergueu nossas mãos e se inclinou para beijar os nós dos meus dedos.

— Eu estava pensando, se você não gostaria de tomar um café… - ela sugeriu me encarando com seus gentis e calorosos olhos castanhos, não havia resquício de ressentimento em seu olhar ou tom de voz.

— Adoraria - o notável alívio em minha voz também se espalhou por meu peito.

Molly realmente não estava furiosa comigo. Depois de anos de indelicadezas, o mínimo que eu podia fazer era ser justo com ela. Finalmente aceitei seu convite para o café.

Ainda me lembrava perfeitamente de como me doeu de forma física, imaginar que tinha magoado ela irreparavelmente.

Um parte minha cogitou deixa-la em paz para seguir em frente. Se eu negasse seu convite, talvez ela desista de mim e decida encontrar alguém que realmente a mereça, mas não consegui lidar com o sentimento de imaginar outra pessoa que não fosse eu aceitando seu convite para um café.

Era óbvio, eu não podia continuar ignorando um fato genuíno. Não após ele deixar de ser segredo. Não depois de assumir que amava ela, mesmo tendo sido em uma situação não-convencional. Não haviam mais motivos para ignorar a verdade. Eu não tinha mais vontade e nem queria continuar a me manter afastado de Molly Hooper.


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Notas finais do capítulo

E então? Por favor, deixem as opiniões sobre o capítulo na minha mesa! xD
Até o próximo o/