Molly não estava tendo sucesso em segurar a risada na frente de Sherlock. A irritação dele a divertia. Estavam frente a frente, ela encostada na bancada e ele na pia do laboratório. Que culpa tinha ela se às vezes o detetive era totalmente alheio a pequenas coisas? Desistiu e abraçou a barriga gargalhando. O riso reverberando por seu corpo.

— Não faça essa cara, Sherlock. Eu é quem deveria estar zangada! - Molly prendeu uma mecha de cabelo entre o nariz e o lábio superior, fingindo ter bigode.

— Não tem graça, Hooper - comentou quando viu o que ela fazia, seu tom severo pareceu diverti-la ainda mais.

— Admita, Holmes! - provocou, ainda com falso bigode de cabelo.

Sherlock estreitou o olhar e encarou sua namorada incrédulo, às vezes a legista era impossível!

Tudo começou quando esbarrou em Molly mais cedo no hospital e não a reconheceu. Ela estava fantasiada oras! Usava roupas, costeletas, bigode e até seu perfume era de homem! Descobriu depois que era porque Molly estava ajudando no teatro para as crianças da ala com meningococemia.

Tinham se esbarrado no corredor durante o horário de almoço e como não reconheceu a namorada, virou alvo de piadinhas dos amigos. Eles tinham apostado se Molly seria reconhecida ou não: John, Lestrade, Mary e até Mycroft estava envolvido.

Os quatro apostaram que Sherlock reconheceria a legista, seu irmão e a senhora Watson usaram como argumento: se o detetive via ela nua, não seriam roupas masculinas que a tornaria totalmente irreconhecível.

Molly ganhou a aposta sozinha, seu argumento: Sherlock via e observava muita coisa, mas podia ignorar completamente algo óbvio diante de seus olhos.

— Pretende rir até quando? - questionou se aproximando da mulher a sua frente. Colocou um braço de cada lado do corpo dela a encurralando, abaixou a voz um pouco, para deixá-la soar levemente rouca da maneira que sabia mais afetá-la, pendeu o corpo em sua direção. A mecha de cabelo acabou escapando com a distração dela  —  Não vejo a menor graça, Hooper. Por exemplo, se continuasse com esse cabelo ai, eu não poderia fazer isso… - inclinou o rosto devagar até pairar com os finos lábios sobre os dela, com delicadeza apoderou-se do lábio superior de Molly, sugando-o. Automaticamente, ela puxou Sherlock para mais perto, sentia as pernas bambas e os batimentos cardíacos já num ritmo desenfreado.

— Holmes… - arquejou —  Ainda estou no meio do expediente.

— Não mais - conferiu o horário no relógio de pulso. — Seu expediente terminou há exatos três minutos - conclui colocando os lábios no pescoço dela, seus braços a seguravam firmemente pela cintura — Seu apartamento ou Baker Street?

— Baker Street - decidiu puxando-o pela mão para fora do laboratório.