Recapitulando...

Após saber a um pouco sobre a família de Miguel, Ikki e ele continuam com o ‘encontro’, que os leva a uma discussão, digamos, inútil mas inofensiva. Já na escola, as coisas se complicam... chega um professor pra abalar as estruturas.

Fiasco: Round 2 *continuação*

Miguel levantou uma das mãos para o rosto; sentia sua pressão caindo aos poucos. Após aquela coisa toda de ‘olha-são-Naruto-e-Sasuke’ ele não pensava encontrar mais gente estranha, mas isso... isso era mais do que estranho. Era macabro. Era Pein.

Pein.

Seu cabelo era colorido num tom de laranja que quase doía olhar, arrepiado pra todos os lados, e seus olhos eram acinzentados, que mesmo não sendo roxos lembravam sim os de Pein.

Não tinha tantos piercings quanto o crápula real, mas havia um em seu lábio inferior e vários outros em sua orelha. Ele era alto e forte, e claro, imponente. Como raios a diretora deixou-o tomar a posição era um mistério sem resposta.

Ikki afundou o rosto nas mãos, perguntando a Deus por que sua vida era tão miserável. - ...e esse é o seu novo professor de Arte, já que o último se aposentou. Não quero ninguém dando trabalho pra ele, se não encontro o danado no meu escritório. Entendido?-, disse a diretora.

Os estudantes concordaram em união, querendo que a mulher fosse embora. Assim que ela o fez, o novo professor tomou a palavra. – Meu nome é Jin e eu espero que a gente se dê bem.- Aquelas poucas palavras foram ditas de forma muito bizarra; era quase como se dissesse, ‘Agora que sabem meu nome o resto não importa, só me obedeçam’.

Um professor monstro, ótimo.

O intervalo finalmente chegou, pra felicidade dos estudantes. Felizmente para Ikki a aula com o professor monstro não foi tão ruim – o homem era uma companhia agradável, até. Isso é, pra Ikki e provavelmente só pra ele – Miguel parecia pronto pra enfiar uma faca no peito do cara a qualquer momento.

Por que Ikki estava feliz? Bom, o loiro era uma pessoa muito criativa e aprendia as coisas rápido. Gostava de desenhar no tempo livre, então já estando mais ou menos acostumado foi fácil conseguir bons comentários do tal Jin. Claro que isso deixou Miguel morrendo de ciúmes.

O intervalo inteiro, Miguel passou olhando feio pra Ikki, ou olhando feio pra sala dos professores; uma aura assassina assustando qualquer um que ousasse chegar perto do Uchiha – ele havia visto; o homem sorriu pra Ikki, de um jeito muito estranho.

Já que teriam duas aulas de arte, assim que voltaram do intervalo lá estava a besta. Miguel sentou-se atrás de sua mesa e ficou a observar Jin, pra ter certeza que o sorriso que ele viu antes era mesmo estranho.

Dito e feito: assim que Ikki passou, o homem jogou um sorriso sinistro na direção do loiro, que corou de leve e sorriu de volta. Miguel assistiu a cena toda com raiva crescente – lá estava aquele sorriso de novo.

Ikki com certeza não havia percebido as segundas intenções do professor; ele havia provado que era denso demais quando se tratava dessas coisas. Ah, Miguel queria tanto ter uma arma – uma Magnum daria pro gasto.

O loiro foi até sua mesa com uma expressão pensativa. Ele havia visto esse homem em algum lugar – não lembrava onde, mas sabia que o conhecia.

-

Miguel chegou em casa à passos raivosos e pesados – estava furioso. Não era do tipo ciumento; nunca seria, mas isso era completamente diferente – Ikki corou com o sorriso. O que aquilo queria dizer? Eles estavam escondendo alguma coisa?

Os pensamentos ficavam como pragas na cabeça do Uchiha enquanto andava pela casa até chegar em seu quarto, onde deitou-se na cama.

Ele queria ter um peixe.

Se ele tivesse um peixe, poderia gritar com o dito animal e ele não discutiria. A coisa provavelmente ignoraria a existência do dono e só lembraria dele quando precisasse de comida – isso seria bom.Miguel poderia mandar toda sua frustração em cima do tal peixe sem se importar se ele ficaria triste, por que mais uma vez, era um peixe e eles não ficam tristes (pelo menos esperava que não).

Ele chamaria o peixe de Jack... é, Jack ficaria legal. Jack, o peixe – seu companheiro de todas as horas.

Um psicólogo seria legal também.

Enquanto isso, Ikki digitava feliz em seu computador, com suco e nachos ao seu lado.

Diário do Naru-chan

Hooo! Faz tanto tempo que eu não fico online! A escola ta sendo um saco esses dias. E não é só isso, a minha vida toda ta uma bagunça! To começando a achar que vivo num UA estranho do Naruto ou coisa to tipo, com um escritor sádico que me colocou num fanfiction (o quêeee? Quem? xD).

Se o ‘Sasuke’ não fosse suficiente, agora tem esse professor que parece muito o Pein! Tenho certeza que o conheço de algum lugar. Cara, isso é irritante demais. Amanhã eu vou piscar e vou ver a Tsunade metendo porrada nos alunos! Não acho impossível – não com tanta coisa estranha acontecendo comigo ultimamente.

Hmm, to morrendo de dor nas costas. Por enquanto é só... ~Off~! :3

Satisfeito, Ikki atualizou a página e abriu sua pasta de animes – já estava na metade dos episódios de Loveless (depois diz que não é gay).

Tentou assistir os episódios restantes enquanto comia seus nachos, mas percebeu que não podia se concentrar na tarefa. Sua mente continuava vagando até aquele homem, Jin. O loiro tinha certeza que o conhecia de algum lugar – lembrava daquele rosto, e do jeito que ele falava e olhava. Não importava o quanto tentava lembrar, não conseguia – nunca teve uma memória muito boa mesmo, então não estava surpreso.

Mas talvez estivesse pensando no cara não por conhecê-lo, mas sim por ele ser ‘caliente’.

Hm. Ele acabou de pensar que Jin era caliente, não pensou?

Levantando uma mão pra seu rosto, Ikki checou a temperatura; estava normal. É, ele pensou mesmo isso.

Não era culpa dele se a camisa do cara caía tão bem nele... sabe, com os botões superiores desabotoados e as mangas roladas pra cima. E as calças um pouco apertadas.

E o colar de prata que pendia logo abaixo da clavícula. ...eu tava secando ele, não tava? Ugh, maldita Victoria e suas mensagens subliminares!

‘After Dark’ começou a tocar em seu celular, mostrando que ele tinha uma chamada. Atendeu assim que viu que era Miguel. – Que foi, teme?

- …dobe. Só liguei pra saber se você ta bem.

- Ahn? Eu to sim, por quê?

- Professor de arte. Ele tava te olhando, eu tenho certeza! E se ele for um estuprador?

- Sabe, não é como se você nunca tivesse tentado me estuprar.

- Isso é diferente!

- Diferente como?

- Diferente! Agh, não sei por que te liguei. Droga de tempo livre.-, disse Miguel com um suspiro falso. O loiro virou os olhos de leve, quase que comicamente. – Aww, eu sei que você só queria ouvir a minha voz! Isso é tão fofo, Miguel-chan!

Um sorriso largo dançava nos lábios de Ikki – adorava mexer com o Uchiha. A mãe do loiro apareceu na porta e o chamou. – Ikki, telefone pra você.- Ele acenou com a cabeça e ela deixou o telefone sem fio em cima da estante.

– Espera um segundo, Miguel, eu tenho outro telefonema.-, e trocou de celular pra telefone. – Alô?

- Olha que bonitinho ele atendendo o telefone.

- Uhh… obrigado, eu acho.-, disse Ikki com uma sobrancelha de pé. Quem quer que fosse tinha um senso de humor muito estranho. – Não lembra de mim né? Eu devia ter imaginado, considerando o jeito que me tratou na escola. Sou eu, Jin.

- Como você- AH ESPERA!- Finalmente havia lembrado quem era. – Jin! Cara, é você!- O homem riu de leve do outro lado da linha. – É, sou eu. Faz tempo hein?

- Com certeza! Nem sabia que você ainda tinha o meu número.

- É, achei sem querer no meio das minhas coisas. Na verdade, quando eu te liguei pensei que a gente pudesse sair que nem antes, pra por a conversa em dia.

- Parece bom pra mim! Ah, espera um minuto.- Ikki pegou o celular; Miguel ainda estava lá. – Ah, tem como você me ligar depois? Eu vou sair.

- Com quem?

- Cara, que ciuminho bobo.

- Não to com ciúmes! Te ligo depois.

- Ta. Ta certo.

- Hm. Não me culpa quando eu te ligar duas da manhã.- O loiro riu um pouco e desligou, voltando ao telefone. – To de volta. Quando a gente vai?

- Que tal hoje às oito?

- Ta ótimo! Onde é que a gente vai?

- Ah, isso é surpresa. Eu vou te pegar em casa, não precisa se preocupar, e eu já falei com a sua mãe.

- He, he, tá bom! Tchau Jin!

- Tchau.- Ikki desligou o telefone, se sentindo mais feliz com cada segundo que passava.

-

O pobre travesseiro se perguntava o que havia feito de errado pra ser espancado pelo seu dono extremamente bravo.

Miguel socava seu travesseiro sem dó nem piedade; louco de tudo que Ikki iria sair com alguém. Ele sabia que tinha algo mais nessa história – o jeito que Ikki falou era estranho demais. Tinha que ser um encontro.

Miguel não queria aceitar antes, mas gostava mesmo do loiro. Com certeza foi o sorriso – ah, aquele maldito sorriso que brilhava mais que o sol! Miguel tinha certeza que era isso.

Ele não podia deixar Ikki ir pra outra pessoa – ah, não podia. E não iria.

Rapidamente se levantou e trocou de roupas, então pegou seu celular e suas chaves – uma delas era do seu bebê querido – sua moto. Estava feliz que conseguiu adiantar sua carteira – pelo menos pra isso seu pai servia.

Quando chegou na casa de Ikki, era em torno de sete e meia. Discou o numero do celular do loiro pra ter certeza que anda estaria em casa. – Miguel?

- É, ah, eu só queria saber se você ainda ta em casa.

- To sim... por quê?

Cheque mate.

- Ah, nada! Tchau!-, e desligou o telefone. Já sabia o que queria.

O tempo passou rápido pra ele, felizmente. Não conseguia parar de se perguntar quem iria sair com Ikki, e quando um carro preto apareceu na frente da casa do loiro e alguém saiu dele, os sentidos do Uchiha se aguçaram. Estava se escondendo, esperando nas sombras pra maldita pessoa aparecer, e a hora era essa.

Apertou os olhos pra ver melhor. Alto, adulto, cabelo laranja...

...

...MAS O QUÊ?!