Up in the air escrita por Br4


Capítulo 2
Bem-vinda a Nova York


Notas iniciais do capítulo

Olá! Não tive tempo de revisar... então perdoem qualquer erro.
Boa leitura.



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Terceira Pessoa POV

Naquele mesmo dia, bem distante da agitação do Clarim Diário, mais um dia de trabalho também iniciava em uma das maiores empresas de desenvolvimento e produção de tecnologia bélica do país. O prédio se distribuía em cinco andares de pura tecnologia. Cientistas, acionistas, faxineiros e afins se espalhavam pelo local focados em suas tarefas do cotidiano. E, acima de tudo e todos, no topo da construção, estava a sala de seu CEO.

Robert Osborn, brilhante estudante de química e engenharia elétrica nos tempos de faculdade e fundador da Oscorp, analisava friamente alguns contratos. Seus olhos passavam por todos os pontos relacionados ao mais recente projeto da empresa. Idealizado a cerca de três anos, naquelas poucas linhas estava a mais recente criação de Robert Osborn e sua apresentação seria muito em breve e nada, absolutamente nada poderia dar errado.

— Senhor? – Dois toques são ouvidos na porta e a figura de sua secretaria surge.

Com um revirar de olhos, desvia sua atenção para a mulher a sua frente.

— Srtª French, se não me engano, fui bem claro quanto a interrupções nesta manhã.

A moça ruboriza levemente mediante a grosseria gratuita de seu chefe e responde:

— Entendo senhor, porém é o seu filho que está na linha.

— Killian? O que diabos ele quer? – Indaga bruscamente.

— Ele não informou senhor.

Osborn solta um riso debochado e volta sua atenção para seus papeis.

— Não importa, não tenho tempo para as baboseiras do meu filho agora. Depois falo com ele.

— Sim senhor.

A porta fecha levemente indicando a saída da secretaria. Mais uma vez, Robert Osborn põe seu trabalho à frente do próprio filho. Killian, desde cedo sofreu com o descaso do pai e apesar de não entender a razão disso, desconfiava seriamente que a morte de sua mãe, que veio a falecer durante seu parto, era base para tal comportamento. Embora Robert nunca havia deixado exposto ser de fato esta a razão para se manter distante do filho.

 No entanto, isso não impediu o jovem de querer seguir os passos de Robert e com meros 24 anos, estava próximo de se formar nas mesmas especialidades do pai e, por sua plena dedicação, era inteiramente capaz de assumir a empresa, já participando ativamente de muitos projetos e atividades da mesma.

Exceto um por uma única exceção.

Desde sempre Osborn foi um homem ambicioso, tanto que conseguiu construir uma das maiores empresas do mundo. Sua crença era a de que para se alcançar o topo era preciso arriscar-se. E em suas mãos estava uma de suas apostas mais arriscadas e promissoras de sua vida.

Planejando há mais de um ano, juntamente com alguns de seus cientistas e engenheiros de maior confiança, finalmente chegou o dia de apresentar o seu maior projeto de cunho militar ao conselho.

...

— Desculpe Srº Orborn, ele não pode lhe atender agora. – Killian ouve a voz da secretaria de seu pai soar pela linha do telefone. O rapaz não poderia estar menos surpreso com a notícia e com um suspiro cansado o rapaz se despede brevemente da funcionaria.

— Está vendo Emma? O grande Robert Osborn não pode falar no momento. – joga bruscamente o celular na mesa do Starbucks que se encontravam. Com uma breve olhada ao redor a loira vê alguns clientes encararem o pequeno surto do seu amigo.

— Killian... Talvez ele esteja ocupado. – Balbucia levemente, fazendo o rapaz lhe encarar ceticamente.

— Minha doce Emma... Meu pai está ocupado para mim desde o momento em que nasci. – Responde com uma certa magoa na voz.

A garota aperta levemente a mão de seu amigo em sinal de conforto. Eles ficam assim por um momento até Killian desvenciliar seus dedos e bater levemente as mãos nas próprias coxas. Com um breve sorriso o rapaz encara divertidamente sua amiga.

— E então... como foi com a megera jornalista?

Emma revira os olhos e puxa sua mochila, revira seu conteúdo até encontrar as fotos que havia tirado naquele dia.

— Acredita que ela não gostou de nenhuma? – Indagou irritada.

— Acredito – ri brevemente avaliando as fotos. – Mas está faltando uma aqui...

— É...

— Você deveria tirar mais fotos sendo espancada então. – Ri da cara de indignada da loira.

— Claro... E chegar para tia Ingrid e explicar que a sobrinha dela é a mulher que anda escalando paredes por aí e está se deixando ser socada somente para o deleite pessoal de Cora Mills.

Sim, Killian sabia perfeitamente quem Emma Swan era. Desde o primeiro momento o rapaz ficou sabendo. Perdida e assustada com toda a mudança brusca em sua vida, Emma imediatamente correu para seu melhor amigo. Claro que no início a descrença era evidente em seu rosto, porém a loira foi bastante convincente em sua maneira de provar a verdade.

Killian e Emma, sempre foram amigos e um sempre foi o apoio do outro, em todos os momentos, suprimido por muitas vezes a solidão que sentiam. Killian, pois apesar de ter um pai, sentia como se fosse órfão e por sua vez, Emma que perdeu os pais em um acidente de avião e o tio em uma tentativa de assalto. As perdas, infelizmente, eram uma realidade na vida dos dois e isto era razão suficiente para sua aproximação.

— Bom... Pelo menos você vai pagar suas contas em dia.

— Ouch! – Respondeu arrancando uma risada do rapaz. – Pode rir e você vai rir ainda mais quando souber que minha amada chefe trouxe sua filhinha para trabalhar junto com ela.

— Não! Serio? Aposto que ela é igual a mãe, certo?

— Bom... – respondeu pensativa e na mesma hora o breve sorriso de Regina Mills inundou seus pensamentos. Como alguém podia carregar um sorriso tão simples, mas tão bonito?

— Emma?

Killian a encara curiosamente e mais uma vez a chamou.

— Emma! – falou mais alto, trazendo a loira de suas divagações.

— Oi... Ah sim! Ela deve ser igualzinha a mãe.

Osborn semicerrou os olhos em sua direção.

— Sei...

Killian ia falar mais alguma coisa, porém o alto som das sirenes dos carros da polícia cortando a avenida que estavam o interrompeu. Emma olhou por sobre os ombros vendo a confusão que lhe esperava. Levantou-se da mesa rapidamente, jogou algumas notas de dinheiro na mesa e se inclinou beijando a bochecha de seu amigo.

— Te vejo depois.

Killian somente revirou os olhos, enquanto encarava sua amiga atravessar a porta como um foguete.

— Você não me escapa Swan.

Regina POV

— Regina? - uma voz suave chega aos meus ouvidos me tirando aos poucos de um sono profundo.

— Regina? – repete e dessa vez sinto beijos se espalhando pela região próximo ao meu pescoço. Abro um sorriso ao sentir o perfume já tão conhecido por mim.

— Hmm... – resmungo.

— Amor, sua mãe... Ela está no telefone.

Suspiro pesadamente enquanto abro um dos olhos para ver o horário e constato que ainda é bem cedo. Ergo meu tronco e passo as mãos pelo rosto tentando afastar o forte sono que ainda me consumia. Olho para meu namorado que estava com o celular em mãos e pego o aparelho já atendendo ao chamado de Dona Cora.

— Sim mamãe?

— Regina? Finalmente! Pensei que para falar com você fosse necessário tomar um voo para Londres. – reclama me fazendo revirar os olhos com seu drama excessivo.

— Mamãe.... Nós nos falamos faz um dia.

— Eu sei, mas eu preciso saber a que horas você chegará aqui. Tenho que preparar a equipe do jornal para sua chegada.

— Mamãe, isso não é a cerimônia de posse do presidente. É apenas eu, ok?

— Regina, você é minha filha e futura redatora-chefe deste jornal. O mínimo que merece é uma recepção apropriada.

— Tudo bem. – respondo tentando encerrar o assunto.

Cora Mills, atual redatora-chefe do Clarim diário, jornalista premiada, esposa de Henry Mills e também conhecida como minha mãe é uma das mulheres mais conceituadas e importantes do ramo jornalístico. Durante toda a sua vida foi exemplo de mulher, profissional, mãe e esposa perante a sociedade nova-iorquina. Não que isso fosse uma mentira, mamãe realmente é alguém admirável, pelo menos aos meus olhos e agradeço grandemente a ela por ter me passado, junto ao meu pai, seus valores. Porém, as vezes eu só queria que ela relaxasse um pouco.

E esta era exatamente uma das razões para eu estar me mudando de Londres para Nova York. Finalmente, depois de muita insistência minha e de meu pai, Cora resolveu que está na hora de desacelerar e, portanto, é a minha vez de tomar conta do jornal.

Mas obviamente, as coisas não serão tão imediatas assim.

— Mamãe, pegarei o voo durante a tarde. Ainda tenho algumas horas de viagem, não se preocupe, chegaremos a tempo.

— Chegaremos? – Ela indaga como se eu só tivesse dito isso. – Graham está vindo com você?

Olho para o meu namorado e me inclino sobre ele selando nossos lábios brevemente.

— Sim, ele vai.

— Ótimo! Ligue-me quando chegar meu amor.

— Ok... Eu te amo. – desligo a chamada, me jogando novamente sobre a cama.

— Ela está enlouquecendo, certo? – Graham indaga deitando ao meu lado, apoiando o peso do corpo em um dos cotovelos.

— Seria estranho se ela não estivesse.

Ele ri e se levanta me puxando junto. Tento resistir um pouco, porém Graham consegue me erguer do mesmo jeito.

— Vamos... acho que temos um voo para pegar.

...

Quando chegamos ao aeroporto de Nova York a circulação de passageiros era bastante intensa e foi bem difícil achar o motorista que mamãe havia mandado para nos receber.

— Srtª Regina? – Um homem de baixa estatura, vestido em um terno e com uma barba que cobria uma boa parte de seu rosto se dirigiu até nós.

— Creio que você deva ser Leroy, certo?

— Sim, Srª Cora pediu para que viesse lhe buscar e pediu para lhe informar que gostaria de sua rápida presença no jornal, claro se a senhorita não estiver muito cansada.

Ouço Graham rir atrás de mim.

— Uau! Sua mãe realmente quer que você comece a trabalhar logo. – reviro os olhos e volto a encarar Leroy.

— Primeiro, Leroy pode me chamar de Regina, vamos deixar as formalidades para minha mãe. Segundo, podemos ir ao jornal.

Ele acena brevemente com a cabeça e sai andando a frente.

— Por aqui, por favor.

...

Identificar o prédio do Clarim não foi tão difícil. A construção se erguia imponente em meio a avenida que o localizava. Me despedi de Leroy e Graham e adentrei ao prédio. Não me surpreendi por todo o local continuar com o mesmo estilo clássico, mamãe sempre deu valor a este tipo de arquitetura e ao que parece isto não ia mudar nunca.

— Com licença? – sinto alguém tocar em meu ombro e imediatamente me viro em sua direção. – A Srtª está perdida? – Indaga me avaliando de cima a baixo, pesando seu olhar sobre o decote do meu vestido.

— Não... Na verdade, um pouco, estou procurando Cora Mills.

— Cora Mills? – pergunta novamente com um ar arrogante.

Semicerro os olhos em sua direção, enquanto lhe avalio minuciosamente. Homem, alto, cabelos castanhos, usa cavanhaque e provavelmente deve achar-se atraente o suficiente para ousar me encarar como se eu fosse um pedaço de carne.

— Sim. – respondo. – Srº....

— Cassidy. Neal Cassidy, fotografo do Clarim e ao seu inteiro dispor. – responde soltando uma piscadela em minha direção.

Reprimo minha vontade de revirar os olhos.

— Bom... Srº Cassidy poderia me dizer onde fica a sala de minha mãe? Isso claro se não estiver muito ocupado tentando flertar com possivelmente todas as mulheres que entram aqui.

Ao processar minha fala, vejo sua expressão cair um pouco e seus olhos se arregalarem em surpresa. Ele pigarreia levemente e enfia as mãos nos bolsos da calça.

— A Srtª deve ser Regina Mills, certo? Me acompanhe por favor.

Neal gira em seus calcanhares e caminha a frente com os ombros levemente caídos.

Bem-vinda a Nova York Regina.

...

Abri lentamente a porta da sala de minha mãe e imediatamente a avistei sentada atrás de sua mesa. Estava tão concentrada que não notou minha presença. Digitava freneticamente algo no computador a sua frente em um ritmo tão agitado quanto o movimento da rua. Pigarreio levemente chamando sua atenção e ela imediatamente põe seu olhar em mim, já abrindo um enorme sorriso.

— Regina! – exclama enquanto caminha em minha direção. Seus braços me apertam contra ela como se quisesse nos manter para sempre naquele contato. - Que saudades minha filha.

— Também estava mamãe. – respondo pousando um leve beijo em sua bochecha.

— Olhe só para você! – diz se afastando para me ver melhor. – Está mais linda do que nunca.

— Onde está papai? – indago.

— Seu pai está como sempre ocupado demais com aquelas malditas ocupações militares. – responde levemente irritada, andando até o pequeno bar que havia ali e servindo-se logo em seguida de uma dose de alguma bebida.

Solto uma risada com seu jeito. Meu pai, Henry Mills, era general do exército. Ser militar sempre foi a sua paixão e mesmo que sua idade já fosse suficiente para aposentar-se, ele simplesmente não conseguia se desvencilhar do seu posto. Dizia que ficar em casa sem fazer nada, vendo a vida passar, não era do seu feitio.

— Mas não vamos falar do seu pai agora. – diz mexendo lentamente seu copo de uísque enquanto me fitava. – Tudo pronto para a festa de amanhã?

— Mamãe... – digo cansada sentando em uma das cadeiras.

— Regina, isto é algo já decidido. – responde de maneira firme. - Você é minha filha e como tal merece a melhor festa de boas-vindas que esta cidade já viu.

Reviro os olhos com seu discurso repetitivo, porém preferi mais uma vez não discutir. Conhecia bem aquela postura de jornalista imponente do Clarim Diário, afinal muito do meu jeito era bastante parecido com o de minha mãe. Talvez por isso eu tinha certeza que não adiantava discutir com ela quando alguma coisa era colocada em sua mente.

— Sei... – Cruzo as pernas e dou uma olhada em volta da sua sala. Tudo muito organizado, perfeitamente limpo e a luz do sol que entrava pela enorme parede de vidro ao fundo parecia deixar tudo ainda mais bonito, exalando classe, bom gosto e harmonia. Exceto por uma coisa que se destacava em meio a tudo aquilo.

Um quadro em proporções consideráveis, situado logo no centro de uma das paredes laterais, se erguia como um troféu. A imagem de uma pessoa, que pela forma do corpo me parecia uma mulher, vestindo um traje vermelho e azul fixada a um dos enormes prédios de Nova York, encarava fixamente a câmera de forma intimidadora. Logo acima da foto, a manchete: Ameaça aracnídea volta a atacar mais uma vez e abaixo em fonte pequena a indicação... Foto por: Emma Swan.

— Ah... – ouço a voz de mamãe cortar minha linha de pensamento. – Essa é uma das minhas capas preferidas. Foi uma das edições mais vendidas do jornal.

Encaro minha mãe por sobre o ombro, franzindo o cenho em nítida confusão.

— Ameaça aracnídea? Pensei que se tratasse de uma espécie de super-herói... Heroína, ao que parece.

Mamãe solta uma risada sarcástica e aperta meu ombro.

— Não se deixe enganar minha filha. Você não estava aqui para presenciar as atrocidades que esta mulher é capaz. Acredite, ela é uma ameaça e enquanto eu estiver viva lutarei com unhas e dentes para que a cidade realmente veja quem é essa maldita aranha. – sua voz era firme e decidida.

— E quem é Emma Swan? E por Deus... como ela conseguiu essas fotos? – minha voz era um pouco indignada, afinal a altura do prédio era absurdamente alta.

— Emma Swan é uma de minhas fotografas. E bom... quanto as fotos, ao que parece a aberração a deixa tira-las.

Mamãe realmente odiava todo e qualquer individuo que saia pelas ruas mascarado e dizia combater o crime. A razão para tal ódio era justificada pela morte de meu irmão mais velho... Ele veio a ser assassinado por um alguém que saia por aí cobrindo o rosto. Porém, analisando friamente a figura a minha frente, ela não me parecia tão ameaçadora.

O som de alguém batendo na porta me tira de minhas divagações. Vejo a porta abrir e a secretaria de mamãe aparecer.

— Srª Mills, todos já se encontram na sala de reuniões. Apenas lhe aguardando.

— Tudo bem, Srtª Brent. – a mulher coloca o copo que segurava sobre a mesa e com um dar de ombros indica a saída para mim. – Vamos Regina. Está na hora de conhecer o seu jornal.

...

Mamãe entra na sala de reuniões e me pede para esperar em um pequeno cômodo que havia ali, enquanto ela organiza alguns últimos detalhes da pauta do dia.

— Onde está a Srtª Swan? – ouço a voz raivosa de minha mãe.

— Ela ainda não chegou Srtª Mills.

— Quanta incompetência... tudo bem, serei breve. Primeiro, como todos sabem amanhã darei uma pequena festa em minha casa e preciso de duas pessoas para cobrirem a ocasião. – diz me fazendo revirar os olhos com sua última colocação.

— E segundo... – ela ia continuar, porém sua fala é interrompida pelo forte barulho da porta de entrada quebrando toda a aparente quietude do local.

— Olha só... Se não é uma de minhas fotografas mais uma vez atrasada. Vou descontar do seu salário Swan. – o sarcasmo praticamente escorria por suas palavras.

— Bom... – continua. - Eu os convoquei de ultima hora, devido a um pequeno imprevisto. Como todos sabem, o jornal vem procurando alguém gabaritado suficiente para ocupar o cargo de redatora. E com muito gosto venho lhes informar que tal cargo finalmente está ocupado. Por favor, recebam, com muitos méritos, minha filha Regina Mills.

Creio que essa era minha deixa e ao som de aplausos entro na sala vendo todos os funcionários de pé me felicitando animados. Só não sabia se era por educação ou devido ao medo que sentiam de Cora Mills. Educadamente, cumprimento brevemente a cada um, até que meus olhos atingem o fundo da sala.

Vestindo uma camisa flanela xadrez vermelha, sobre uma camiseta branca e trajando jeans pretos, um par de brilhantes olhos verdes me encarava fixamente. Sua aparência era de alguém jovem. Ela parecia paralisada e como se tivesse corrido uma maratona na selva, seu rosto estava um pouco sujo de poeira e seus cabelos loiros um pouco fora de lugar.

Abro um leve sorriso em sua direção e ela apenas acena brevemente com a cabeça.

— Bom, Regina irá trabalhar conosco pelos dias que virão e saibam que ela será a segunda voz de comando nesse jornal. – desvio meus pensamentos da loira a minha frente pela voz ameaçadora de minha mãe. – Muito bem, estão liberados.

Todos começam a levantar de seus lugares e aos poucos vão saindo para se dedicar aos seus afazeres. Vejo a garota da blusa xadrez seguir o mesmo caminho, porém Cora a impede de prosseguir.

— Srta. Swan?

— Sim? – responde um pouco receosa.

— Swan, eu não sei por onde você anda ou que faz da sua vida. Mas, por favor, antes de vir para o jornal se certifique de que não esteja coberta de poeira.

Vejo as bochechas da loira atingirem um tom anormal de vermelho e reprimo um sorriso com isso. Ela passa os dedos pelo rosto e faz uma pequena careta ao constatar que realmente sua chefe tinha razão.

— Desculpe senhora, isso não irá se repetir.

— Já ouvi isso antes. – ela resmunga. – Enfim... Trouxe as fotos?

— Sim! – responde animada, abrindo a mochila e revirando seu conteúdo. Em seguido, puxa um envelope amarelo e o entrega. Mamãe o recolhe com uma cara de desinteresse e abri o pequeno pacote. Quando ela puxa as fotos, a figura de vermelho e azul em todas as mais variadas situações salta aos nossos olhos.

O trabalho era incrível e a loira a nossa frente parecia saber disso. Juntando os braços atrás de suas costas, ela aguarda pacientemente o julgamento de mamãe. Porém, não demora muito e a mulher mais velha simplesmente começa a descartar sequencialmente a cada nova captura.

— Lixo.

— Lixo.

— Outro lixo... Essa aqui!

Olhamos para a foto em questão, vendo uma que me parecia bastante dolorosa. Cora apoia as mãos sobre a mesa e encara a garota firmemente.

— Te pago 70 dólares. – diz.

— 90. – rebate.

— 80. – ela diz.

Cruza os braços e lhe encara ceticamente.

— Tudo bem! 85 e não se fala mais nisso.

Ela puxa um maço de dinheiro de uma das gavetas e praticamente joga na direção da loira.

— Obrigada, senhora!

— Que seja! Agora vá trabalhar e me traga mais fotos. – diz e sai da sala batendo a porta.

Com um suspiro, a garota se abaixa e começa a recolher as fotos descartadas. Me escoro contra a mesa e cruzo os braços.

— Suas fotos não são ruins. Sabe disso, não é? – digo suavemente e ao que parece a assustei, pois logo em seguida a vejo bater a cabeça contra a beirada da mesa.

— Au! – exclama massageando seu coro cabeludo.

Abro um sorriso com sua falta de jeito.

— Desculpe, sou meio desastrada. – diz com as bochechas coradas – E sim, eu sei que minhas fotos não são tão ruins assim, mas ao que parece elas não são boas o suficiente para Cora Mills.

— Entendo. – respondo simplesmente, continuando a lhe encarar. – Bom... Ainda não sei seu nome senhora fotografa.

— Emma. Emma Swan. – responde de imediato e estende uma de suas mãos.

Então esta era a famosa Emma Swan...

— Regina Mills. – aceito o seu cumprimento e aperto levemente sua mão.

— É... Eu sei.

Ainda com nossas mãos juntas, seus olhos verdes me encaravam firmemente, com uma mistura de curiosidade e receio. Pigarreio levemente, sentindo-me um pouco incomodada com o contato visual.

— Eu... Eu tenho que trabalhar. Prazer em conhecê-la, Srta. Swan. – dou-lhe um sorriso e caminho até a saída. Passo pela porta, só agora percebendo que minha respiração estava um pouco fora de ritmo. Respiro profundamente, me recompondo e alisando o tecido azul do meu vestido.

— Deve ser o fuso horário... – repito para mim mesma um pouco confusa, enquanto acionava pelo celular Leroy e finalmente ir para casa.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem. :)



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